por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

OS URUBUS DO IBIRAPUERA


Os urubus planam sobre o Ibirapuera, vão
e vêm com o vácuo do vento, depois pousam nas árvores altas
e à beira do lago à cata de peixes mortos, ovos e filhotes
de aves aquáticas.

Aterrorizam os moradores dos prédios próximos, pousam
nas sacadas e ali botam os seus ovos: os homens não os
amedrontam, tornaram-se familiares, de uma intimidade
de cama e mesa.

Os homens, esses, têm medo e não sabem como conviver com
os novos irmãos, agradá-los com a poesia do dia a dia
e aprender com eles a lição do vácuo, que é quando a vida
como o voo
é mais leve, tem mais equilíbrio e com mais graça se sustenta.



Irreverência deverá marcar exposição “De Não Artistas” no SESC



Público é incentivado a levar câmera fotográfica e filmadora para fazer extensão da exposição para espaço virtual.

Quem disse que arte é coisa para artista? Essa é a provocação da Exposição “De não artistas” que terá início nesta quinta-feira, dia 26, na Galeria de Artes do SESC Juazeiro do Norte , a partir das 19h00.
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A exposição deverá ser marcada pela irreverência e a participação do público e consistirá de objetos e trabalhos interativos, além da exibição de vídeos sobre performances e intervenções urbanas realizados com alunos de escolas públicas do Crato, através do Laboratório de Estudos, Vivenciais e Experimentos em Arte Contemporânea – LEVE Arte Contemporânea. Além desses trabalhos terá uma espécie de atelier aberto em que o público poderá criar, montar, dançar, escrever, desenhar, etc. Outra característica é a extensão da exposição para o espaço virtual, tendo em vista que as pessoas estarão sendo instigadas a registrar e disponibilizar fotografias e filmagens na internet.

A exposição “De não artistas” é uma proposta do Coletivo Camaradas que ao longo dos anos vem desenvolvendo trabalhos artísticos e estéticos com esse caráter de inclusão e interação do grande público. “Não pretendemos fazer arte para os artistas, pois esse já tem acesso a arte. Queremos fazer arte com e para o povo”, acrescenta o integrante do Coletivo, Ricardo Alves.


Definição de Poesia - Boris Pasternak


Um risco maduro de assobio.
O trincar do gelo comprimido.
A noite, a folha sob o granizo.
Rouxinóis num dueto desafio.

Um doce ervilhal abandonado
A dor do universo numa fava.
Fígaro: das estantes e flautas -
Geada no canteiro, tombado.

Tudo o que para a noite releva
Nas funduras da casa de banho,
Trazer para o jardim uma estrela
Nas palmas úmidas, tiritando.

Mormaço: como pranchas na água,
Mais raso. Céu de bétulas, turvo.
Se dirá que as estrelas gargalham,
E no entanto o universo está surdo.

As pessoas que amamos não morrem... Ficam encantadas ! - por Socorro Moreira

Passado e presente misturados pra construir um futuro definitivo.
Não falo da vida...Eu falo da morte! Dessa viagem programada desde o dia em que nasci.
Viver é buscar o caminho da volta. E em cada encontro casual, uma certeza de que o resgate de afetos vem sendo cumprido . Eu sabia que seria assim ! Por intuição no início , completada pelo "sétimo sentido".
E as mortes físicas de entes queridos, e as perdas afetivas de amores que ainda vivem , e a morte de cada dia , quando o vento diário passa , e arrasta o que virou energia morta , poluída , carente de ser renovada !?
Eu fico abismada com a perfeição do itinerário dos ventos. Caminho sem trilhas , mas tão competente , no arrasto da gente!
Eu tenho um sonho de vida comunitária, numa praia, numa serra , no sertão!
Uma casa comprida de paredes brancas, de portas azuis, janelas com gerânio, e um pé de jasmim. Varandas circundantes, armadores e redes pra embalar nossos sonhos!
Um pé de flamboyand no terreiro limpinho, onde galinhas ciscam o milho que jogamos. Um galo imponente, garantindo a semente !
E a cozinha?
-parte gostosa da casa com fogão de lenha e cadeiras confortáveis ... É a sala do povo de casa.
Um cheirinho de café, sempre no ar, um piláo zuadento, e frutas perfumando o ar. Noites de silêncio , de sonhos festivos...!
É nesse lugar, que eu quero morar!
Mas além do sol, da terra e do mar, eu quero amigos para partilhar :

sorriso e dor.

amor e sabor

cantigas, luar!

Se eles faltarem

não tem céu que me faça

ficar!