por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 28 de junho de 2015

TRAMA INSANA - Valdemar Menezes

Analistas políticos enxergam sinais de uma trama insana para retirar o ex-presidente Lula da vida política nacional, através do impedimento de sua candidatura em 2018. O que faltaria é encontrar a fórmula mais adequada para dar um mínimo de verniz legal à manobra, sem deixar expostas as motivações verdadeiras. Não seria por outra razão a campanha massiva de destruição da imagem de Lula, bem como a pressão do sistema para que ele seja enquadrado na Operação Lava Jato, levado à prisão e assim ter sua postulação inviabilizada pela Lei da Ficha Limpa. 

Quer se goste dele, ou não, Lula é o maior líder de massas do Brasil (isso apesar 30 anos de massacre midiático movido a preconceito e prejulgamentos). Só os cegos não veriam que ele tem sido o fator de moderação dos embates entre classes sociais antagônicas, numa sociedade cuja desigualdade escandalosa poderia fazê-la explodir a qualquer hora. Pode-se dizer que, sem Lula, possivelmente o Brasil estaria entregue a radicalizações piores ou similares a de países vizinhos, que não puderam contar com um líder de massas moderado como ele, nem com um partido de ampla inserção social, comprometido com a institucionalidade democrática, como o PT (apesar de ter cometidos erros indesculpáveis).

Os “aprendizes de feiticeiro” podem até ter êxito em suas articulações, mas não sem o risco de - cedo ou tarde – desencadearem a convulsão social, com grandes probabilidades de um confronto selvagem entre o andar de cima e o de baixo, quando não mais existiria o fator de moderação representado por uma liderança popular moderada. Para o escritor Fernando Veríssimo, a classe dominante brasileira odeia qualquer sigla que defenda a diminuição de seus privilégios. Brinca, irresponsavelmente, com a possibilidade de um Brasil convulsionado pelo ódio e a violência, visto que nenhuma força representativa do sistema dominante tem o que oferecer aos que querem ter um lugar ao sol e não mais aceitam voltar para a senzala.