por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de fevereiro de 2014

ACORDA! - José do Vale Pinheiro Feitosa

Zé Flávio acaba de publicar uma bem humorada crítica a certo discurso oposicionista que não constrói alternativa e tem medo das mudanças sociais de um país das nossas dimensões (por isso mesmo: são mudanças macros que atinge grande número de pessoas). Esse discurso não se restringe aos blogs do Cariri, mas ele é repercutido com muita frequência por quem posta neles. Aliás, o Zé faz uma boa referência regional ao lembrar de algumas bandeiras que são típicas destas postagens.

Uma das características desse discurso é o anticomunismo febril e neurastênico, um horror a Cuba e à Venezuela e um apego aos modelos de “sucesso” como o experimento neoliberal do Chile. Aliás um discurso malandro, pois personaliza a contrariedade ao atacar Fidel, Hugo Chávez, Evo Morales, mas nunca falam em Pinochet.

Na semana que passou, com a mídia das velhas e endinheiradas famílias conservadoras do eixo Rio-São Paulo criando uma cortina de fumaça sobre a reunião da CELAC em Cuba com a história da escala de Presidente Dilma em Portugal, tivemos maiores mágoas naquele discurso que o Zé Flávio alfinetou. É o protagonismo do Brasil em Cuba, numa escala que aquele discurso desconhecia.

Segundo Tomaz Zanotto, diretor do Departamento de Relações Exteriores e de Comércio da FIESP, o Brasil já emprestou a Cuba um Um Bilhão e Seiscentos Milhões de Dólares. Incluindo créditos alimentícios para comprar de alimentos aqui no mercado brasileiro. E agora o maior anacronismo do discurso que O Zé levantou: isso tudo vem desde o Governo Fernando Henrique Cardoso e se manteve com Lula e Dilma.

A verdade é que hoje já existem trezentas empresas brasileiras operando em Cuba. O Governo Brasileiro fará uma série de associações com empresas de biotecnologia com o país e só no porto de Mariel o Brasil está investindo 1 bilhão e duzentos mil dólares. As obras são tocadas por um empresa brasileira, 80% das compras são feitas no Brasil e as receitas que pagarão o empréstimo serão do próprio porto.

Cuba vai se aproveitar do modelo chinês a partir dos ganhos de sua própria revolução. População bem educada e um bom sistema de saúde pública. Segundo o diretor da FIESP as empresas brasileiras instaladas em Cuba apontam a excelente qualidade técnica do trabalhador cubano.

E olhe que vai ocorrer a ampliação do Canal do Panamá e aí é uma porta para o Pacífico, é uma escala para a produção brasileira além da proximidade dos Estados Unidos da América. Se o embargo cair, o porto de Mariel é fundamental.


Enfim: é preciso usar o bem humorado argumento do Zé Flávio para que esse discurso se preocupe com a realidade que nos envolve. Que muda muita coisa em volta, numa velocidade enorme e com elementos inteiramente distintos de trinta anos passados.    

Lugares... Momentos... Decisões... - José Nilton Mariano Saraiva

01) em Brasília, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Marcos Aurélio de Melo, em pleno gozo do justo lazer do final de semana, resolve abruptamente suspende-lo para determinar que a masculinizada governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarline (Democratas) volte ao cargo, de onde houvera sido cassada e tornada inelegível por 08 anos, pelo Tribunal Regional Eleitoral (mais de uma vez), por, comprovadamente, transgredir a lei (abuso de poder econômico); pois bem, voltou e fez festa para comemorar.

02) em Fortaleza, o Desembargador Paulo Camelo Timbó, do Tribunal de Justiça do Ceará, determina que o bandido de alta periculosidade, Francisco das Chagas Rodrigues (vulgo Zito), condenado “APENAS” por: latrocínio, porte ilegal de armas, assalto à mão armada, seqüestro, tráfico de drogas, formação de quadrilha e fuga da cadeia (em diversas oportunidades e que lhe renderam 06 condenações, 16 processos e 42 anos de prisão), seja transferido da penitenciária federal de segurança máxima, de Catanduvas-PR, para um desses presídios chinfrins da periferia de Fortaleza, sob o argumento de que precisa comparecer a uma audiência na Vara de Execução Penal da capital cearense (Por qual razão não vir e depois voltar para a segurança máxima, como recorrentemente acontece com o tal Fernandinho Beira Mar ??? Alguém tem alguma dúvida que em pouco tempo ele dará um jeito de escapulir e voltar a matar nas ruas ???); pois bem, a “fera” já chegou por aqui.

03) no Crato, o Bispo Diocesano, Dom Fernando Panico, que passara pelo indizível  constrangimento de comparecer à Delegacia de Polícia a fim de prestar depoimento sobre denúncia de estelionato; que houvera aparecido na TV e de viva voz confirmado que realmente vendera imóveis da diocese (pediu inclusive desculpas aos inquilinos por não lhes ter dado o “direito de preferência”); que houvera confirmado que mesmo após a venda continuava a receber os aluguéis dos citados imóveis e, por fim, que (admissão de culpa ???) já houvera “recomprado” parte dos imóveis, restituindo-os ao patrimônio da Diocese (como se, ao voltar atrás desfazendo o malfeito, nada houvesse acontecido); pois bem, apesar de tudo isso, e após 6 meses de investigação, a autoridade policial do Crato resolveu pelo arquivamento do processo, sob a alegativa de falta de provas.


Certamente que, por tomar medidas como essas, que vão de encontro ao bom senso, à moralidade, à razoabilidade e à própria lei, o nosso Poder Judiciário, que deveria constituir-se no guardião da legalidade e dos bons costumes, de há muito vem sendo avaliado como uma das piores instituições da república (a dúvida é: será que tudo isso tem um preço ???).