por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 8 de junho de 2012

De vento a favor


Pois é, amigos, diante da eleição que mais e mais se aproxima, o Crato e os ânimos vão mais e mais se inflamando. Como sempre, divide-se a cidade entre situação-oposição e as classes mais privilegiadas rápido tomam partido, enquanto, de longe, o povaréu observa cuidadosamente. Pobre sabe que estrategicamente não é bom declarar-se por um ou outro lado, com a sabedoria que os anos lhe foram conferindo percebe que , a maior parte das vezes, a escolha é entre a onça e o lobo e , de qualquer maneira, no final da fábula acabará devorado.   Assim, mede distância e palavras, toma cuidados especiais, no sentido de levar alguma vantagem no único momento que poderá auferir alguma: a pré-eleição. Nos andares de cima, se ensaiam as primeiras quedas de braço , mesmo assim ainda incipientes: os candidatos municipais ainda não sabem, claramente, a quem foram vendidos pelos líderes estaduais.
                                   Mas, aqui entre nós, munícipes, importa-nos a exata célula em que vivemos e produzimos: a nossa querida Cidade do Crato. E somos nós e mais ninguém que sabemos exatamente o que queremos, que políticas públicas  poderão melhorar nossa vida, nosso bem-estar, nossa felicidade. Como cratense convicto e apaixonado, vou trazer minha singular opinião sobre o que espero do futuro Prefeito da minha cidade .  Sei que cada conterrâneo tem uma visão pessoal que respeito e admito e que certamente se soma à minha,  em busca de melhores dias para a Cidade de Frei Carlos.
                                   A primeira questão diz respeito diretamente ao rumo que imagino devemos tomar. Sem um porto a atingir, diz o provérbio, nenhum vento nos será favorável. Qual a vocação da nossa Cidade? Sempre se rotulou historicamente o Crato como : “A Cidade da Cultura”. Pois bem, corramos atrás do prejuízo. O novo Prefeito terá que buscar este caminho desesperadamente. Incentivar as Artes   e aí possuímos ainda um grande manancial a se reconstruir: Biblioteca Municipal que mereça este nome; Uma Bienal do Livro; Vitalização do Centro Cultural Araripe hoje entregue ao Crack;  Finalização do Cine Teatro Moderno, como Cine e como Teatro e não apenas mero auditório, com programação anual regular; Levar à Escola nossa Cultura e nossa História;  Construção de um Memorial da Confederação do Equador, movimento histórico importantíssimo, onde a cidade teve participação decisiva e hoje esquecido quase que inteiramente; Revitalização da Fundação J. de Figueiredo Filho que nunca funcionou além de mero cabide de empregos; Revigoramento do nosso Festival da Canção; busca à criação de um Centro Cultural Banco do Brasil ou Caixa Econômica; interface próxima e contínua com o SESC, URCA,ICC,SCAC, Secretarias de Cultura; Incentivo `a criação de jornais, publicação de livros, prensagem de CD´s, ao Mercado regional de Artes Plásticas e ao desenvolvimento de um pólo cinematográfico caririense. Nossos artistas precisam ser colocados como atores principais nessa mudança comportamental e não como reles figurantes. Isto apenas para lembrar de relance algumas das nossas imensas possibilidades.
                                   Um outro ponto importante , a nosso ver, é a capitalização das nossas reservas ecológicas. Temos inúmeras fontes perenes, uma imensa Chapada a nos contemplar, com seu verde , suas bacias fossilíferas  e nós mesmos não possuímos qualquer educação ambiental mínima que seja. A Ecologia é uma das palavras de toque do futuro e nós sequer nos apercebemos disso. Temos todas as possibilidades de desenvolver um Turismo Ecológico sustentável, com trilhas, Bikes, Rapel , e outros tantos esportes hoje desenvolvidos sem nenhuma ajuda por esportistas abnegados.  
                                   Uma outra questão preocupante é o total descaso que historicamente o município tem para com a URCA.  A Universidade mudou completamente a Cidade do Crato com o cosmopolitismo de seus alunos e professores e os novos ângulos de se perceber o mundo e a vida ao nosso redor. O Crato tem o dever cívico de assumir a Universidade como filha, reconhecendo sua importância e incentivando de perto todas suas ações.
                                   Nossos críticos dizem que o Crato , como um Museu, teima em viver de passado. Pois bem, temos um passado glorioso sim: capitalizemo-lo !  Um município com um lastro deste tamanho tem um alicerce invejável para edificar seu futuro. Os outros mais jovens sofrem eternamente de um Complexo de Peter Pan.
                                   Pessoalmente não acredito em receitas copiadas, já aplicadas em outras cidades, com resultados aparentemente fabulosos. Juazeiro cresceu à sombra do Turismo Religioso: ótimo, mas essa não é nossa realidade. Economicamente , hoje, a vizinha cidade tem uma pujança impensável. Sem problemas, estamos aqui pertinho, as cidades do CRAJUBAR  estão praticamente conturbadas. Junto com o desenvolvimento vem a borra do progresso: a Violência, o engarrafamento,  a superpopulação, a poluição, a explosão dos preços imobiliários. Pois bem, construamos uma Cidade em que o bem-estar da população seja a pedra de toque. Temos um Pólo Econômico-Industrial no Juazeiro, Um Pólo Médico-Hospitalar em Barbalha, reconstruamos nosso Pólo Ecológico-Cultural.  No final, todos nos beneficiaremos . Penso que o grande lance da Região Metropolitana do Cariri é justamente esse: por conta  das parcelas serem tão diferentes é que o resultado da soma será tão vultoso.
                                   Espero que sejamos sensatos e reflexivos na escolha do candidato. Que cada um coloque na balança os pesos com que aferirão os nomes antes de ir à urna. Vender voto costuma sair caríssimo: seja por chinela, por telha, por emprego ou por licitação; não importa o preço. Escolham segundo sua consciência e assumamos que somos o agente transformador ou não da nossa cidade; só não vale depois dizer que o Crato é uma cidade sem sorte e que os políticos que nós próprios elegemos só querem meter a mão  se dar bem.

J. Flávio Vieira

Uma chuva de arroz: O casamento de Ana Estela e Vicente.

Tinha que ser em junho!... Olha pro céu meu amor/veja como ele está lindo/olha praquele balão multicor que lá no céu vai sumindo!...Que momento, que alegria ,que festa Netinho e Aninha! Junho é o mês mais alegre no Brasil, acho .È de São João, retrata descontração, simplicidade ,e a inocência de um povo incansável em sua luta diária. Do Brasil , porque nordestino, cujos filhos arredios a fronteiras, amam a essa pátria como devem amar os filhos à sua mãe: por inteiro ! E ,por amarmos tanto ao Brasil, sentimo-nos irmãos de tinta-sangue e, também , de coração por todos que por aqui aportam, nesse refúgio de Deus. Meu filho Netinho é uma das expressões do nosso chão, de onde brota ora como Lampião, ora que nem um boneco de Olinda, ou ressurge-nos como o maior de todos, “um Tiradentes”! De sobra, enche nossos mundos com sua alegria, como quem possuísse sozinho sopro para tanto. Casa-se com um anjo que perdeu as asas, porém nunca o vínculo com a beleza , a bondade , a inteligência , a serenidade e a fidelidade de onde veio, nossa querida Ana Estela. Caros amigos, por favor atentem para o fato de que ninguém sustenta uma relação , um consórcio amoroso sozinho. Não somos Atlas com o mundo às costas. É muito peso! Se somos mesmo a cara-metade do outro, que dividamos tudo, seja na alegria, na tristeza, na saúde ou na doença. Pessoa nenhuma é de fácil convivência,e compreender tamanha complexidade , ainda não nos foi permitido. Minimizar as diferenças e saber que as vontades, as picuinhas e as pequenas manias não são defeitos dos outros, mas coisas nossas também, já será um bom começo.,... Um dia referiu-se a mim meu grande amigo Huygens Garcia, que agora pluralizo: “ô filhos que não os tive , e que por isso mesmo não me deram trabalho”, herdem de mim, também, parte deste coração que tanto os ama, aconselha, e exorta-os a ouvir e praticar as mensagens daquele que deu sentido e redirecionou o amor, Jesus. Nos tempos do hoje ,quando parte dos filósofos modernos ,os desconstrutivistas, sobretudo, anunciam a morte de Deus, que nossos planos e esperanças devam, doravante, imanar de nós mesmos( órfãos ficamos!)que nossos destinos foram entregues ao homem( a divinização do homem), é de um terror sem paralelo ou precedência! Viver e sonhar são relações que só ocorrem entre o homem e o Criador, longe da ilusão de nós mesmos, do devaneio que emerge das nossas profundezas. Claro, Deus continuará, Ele È. Sempre Foi. Vicente e Ana Estela, que o arroz em chuva sobre suas cabeças, hoje ,jamais saia de suas memórias. Continuem bons e generosos, ajudando às Eleanor Rigby da vida, antes mesmo que elas se curvem de tanto penar,catando as migalhas, sobras dos nossos excessos e da nossa indiferença para com o próximo. O legado será o de mãos buliçosas de hoje, a afagar os cabelos ,o rosto e mãos um do outro ,no futuro. O balão multicor são vocês dois ,rumo à felicidade em família. Beijos e nossas bênçãos. João Marni ,Fatima e família. Crato,09-06.2012

Decompondo/roubando o estado –  por José Almino Pinheiro


No livro “Decompondo/roubando o estado”, publicado pela Euromedia Group, k.s. - Universum em 2012, da professora tcheca Dra. Vladimíra Dvorakova, catedrática da cadeira de Politologia da Faculdade de Relações Exteriores, em Praga, encontrei o seguinte:

Nossa democracia é semelhante à famosa “Aldeia de Potemkim” aparentemente parece normal, mas é apenas realidade virtual, uma caricatura de democracia; temos a Constituição, mas cada um a interpreta como quer, simplesmente ninguém a lê nem se guia por ela, temos partidos políticos, mas estes não cumprem os preceitos básicos de um partido político, temos as coalizões, mas seus comportamentos não são possíveis de análise pela teoria das coalizões, temos representantes no Parlamento, mas esses não sabem o que estão votando, temos procuradores combatendo a corrupção, mas a maioria dos casos não são investigados, temos representantes do estado e juízes, mas os tribunais não conseguem decidir quais deles pertencem à máfia da justiça e quais não pertencem. E agora?
Grigori Alexandrovich Potemkin (1739–1791) príncipe russo, foi marechal, ministro e amante da Imperatriz Catarina II, a Grande. O Príncipe Potemkin, preocupado com o que a Imperatriz Catarina II e seus reais convidados da Europa ocidental iriam ver nas margens do rio Dnieper quando navegassem a bordo do iate real, resolveu “maquiar” as casas, praças etc., no percurso da viagem para esconder a miséria e a pobreza da população.  A Czarina e seus convidados iriam avistar de longe, de seu luxuoso barco, as aldeias limpas, as casas perfeitamente pintadas, praças arrumadas e pessoas sorrindo e acenando para o cortejo real. Com a farsa, o Príncipe Potemkim, que além das obrigações de cama com a imperatriz era também responsável pela ordem interna e progresso do império, queria mostrar aos ilustres convidados como o reinado da Czarina era justo, cheio de glória e bem sucedido. 
De forma que a idéia de “Aldeia de Potemkin” significa falsidade. É a arte do faz de conta.

(A informação sobre o Príncipe Potemkin e suas aldeias foram extraídas da Wikipedia).