por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 9 de janeiro de 2016

INGRATIDÃO -= José Nílton Mariano Saraiva

Por uma questão de coerência não votamos no conterrâneo Camilo Santana na última eleição para Governador do Estado, da qual sagrou-se vencedor. É que, como já externamos aqui em mais de uma oportunidade, nunca sufragamos e jamais o faremos, os Ferreira Gomes e os Jereissati da vida, aí inclusos os seus coniventes e convenientes “marionetes-afilhados-políticos”. Questão de convicção. Inabalável e indestrutível.

No entanto, com a sua vitória, como cratense fervorosamente torcemos muito para que finalmente a nossa cidade merecesse um pouco de atenção da sua parte e deslanchasse de vez, principalmente em razão de ter-lhe dado uma votação estupenda, pra lá de superlativa (foram quase 90% dos votos válidos).

É que o Crato, de uns 40 anos até aqui (desde o tempo do competente e austero prefeito Pedro Felício Cavalcante), desapareceu do mapa político do Estado, abandonado que foi por sua própria população, ao optar por pessoas sem a qualificação devida para a Prefeitura, Câmara Municipal e Assembleia Legislativa Estadual e que, em lá chegando, trataram apenas e tão somente em “se fazer”, legislando em causa própria.

Assim, Camilo Santana, se realmente tivesse alguma consideração pelo Crato e em respeito a espetacular votação obtida na cidade, bem que poderia tentar mudar o curso da história, lutar contra o “status quo” vigente, que privilegia há muito uma única urbe ao sul do Ceará (Juazeiro do Norte), carreando alguma obra de vulto para a terra natal, já que o “dono da caneta” (e, quer queiram ou não, a junção da “caneta” com a “decisão política” resulta em um poder extraordinário, também conhecido por “componente político”).

Lamentavelmente, entretanto, o que se observa no dia a dia, desde a sua assunção na chefia do executivo cearense, é que o cratense Camilo Santana não está nem aí para a sua terra-berço, porquanto as grandes obras do Estado continuam com o velho, manjado e viciado endereço: a cidade vizinha. Tanto é vero que, agora mesmo, se divulga que a versão interiorana do austero e respeitado Colégio Militar Cearense será ali instalada, daqui a pouco (pra “compensar”, e de certa forma enganar ou trouxas, no Crato será asfaltada a estrada que liga o distrito de Santa Fé a algum subdistrito; e tome propaganda).

Mas, os “instruídos e conscientes” eleitores do Crato não perdem por esperar: o cratense Camilo Santana, num primeiro momento tentará influenciar na eleição pra prefeito da cidade, no corrente ano; e, posteriormente, como todos que detém o poder (“caneta” na mão), tentará a reeleição no próximo pleito em 2018; e aí, sim, lembrar-se-á de que o Crato existe, e lá se fará presente com promessas mil e a conversa fiada de sempre; e é bem provável que seus bovinos conterrâneos lhe entupirão de votos mais uma vez.

E depois reclamam da vergonhosa condição de “cidade-dormitório”, que é o que o Crato é hoje.