por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 31 de maio de 2012

Puro instinto de conservação - Emerson Monteiro


Na caminhada através de estradas longas, nessa história que há de ser quase completa, a preservação das espécies, cuidado por demais inevitável, na angústia da precisão de produzir valores e necessidades novas, experiências e audácias, quais heróis valiosos das vitórias esplendorosas, para prosseguir, selecionar e correr todos os riscos, fugir de toda armadilha ao decorrer do percurso. Salvar vidas e se salvar (vida), mandatários da saudade lançados aos sabores tumultuosos dos ventos. 

Quais, pois, isso, de andar sorrateiro face dos tetos em ruína das ruas desertas, em cidades abandonas, após largas explosões distantes, chegados solitários aos restos que ficaram ali perdidos entre nuvens de silêncio absolutas pelos cantos das cercas de arame farpado. De coração às mãos, esses agentes avançados da noite escura do desejo estiram passadas e avançam, na fome guardada na espera jamais satisfeita das sedes transcendentais, afoitos deuses. 

Nos blocos destruídos dessas gerações, paredes carcomidas no tempo fecham seus dentes nas dores intransponíveis dos trastes e das flores artificiais, nos toques autênticos dos poucos que ainda seguem no caldo de sangue pelas veias rasgadas através dos tecidos de corações magoados. 

Contar das movimentações clandestinas dos audazes aguça o amor pelas palavras e dispõe atitude continuadora do fator vida, no seio dos sistemas religiosos e profanos. Vultos encapuzados de tochas acesas nas mãos calejadas deslizam, contudo, misteriosos nas cavernas inundadas de substância verde que escorre nas pedras em volta. Os representantes anônimos das arcaicas raízes ardentes do furor das resistências, indivíduos mil, marujos desencaminhados nas frias ondas do mar do Infinito, seres humanos da caravana e vadios sobreviventes, cavaleiros andantes das jornadas mágicas de autores de Si, erguem os olhos e rezam.

Soltas assim, vadias alimárias na busca das alvoradas além nutrem de esperança as ânsias desesperadas, fé rigorosa que lhes invade a alma e desce e sobe os relevos dos degraus da espinha dorsal, os palácios e planisférios das vendidas estradas. Tontos de convicção, saltam inúmeros os impossíveis obstáculos da febre da dança tribal, vagueiam alheios aos tribunais da consciência e se ajoelham perante os totens; e devoram seus próprios símbolos na pele do corpo enigmático. Máquinas perfeitas desfilam incontroláveis com meios conhecidos, resistem a tudo a duras penas de adorar os nasceres de sol. Depositam aos pés da Eternidade este pedaço de Mim que cabe ao Senhor que carrego comigo nos refolhos da Existência que conduz incansável ao destino da Verdade.     

Noite de coroação de Nossa Senhora do Carmo, na Igreja da Sé- 31 de maio!



Uma legião de anjos.A mágica mística da fé.
Linda noite!
Nos bastidores , como sempre, e com certeza, as mãos de fadas das irmãs Cabral.

Na Rádio Azul


CABEÇA ENXADA - por Ulisses Germano



AFINEI MINHA ENXADA
NA TERRA DO MEU ARADO
VEIO O SILÊNCIO DO NADA
E TUDO FICOU ALADO
ALADO
ALADOA
ALADOALA
ALADOALADO
ALADOALADOLADO

Ulisses Germano
(Tema composto instantaneamente para o instrutor a Babilak Bah durante a oficina Experimental Lúdica de Sons e Movimentos - BNB... 09/05/2012)

Lêda Alves- Por Agenda Cultural do Recife


Leda Alves


Em uma vida de quase 80 anos, Leda Alves dedicou boa parte às artes cênicas, à valorização da cultura popular e às lutas políticas pela democratização do País, pela liberdade de expressão, entre outras atividades que permanecem presentes até hoje no seu cotidiano. Desde o início, no Teatro Popular do Nordeste (TPN), no Teatro de Arena junto com o marido Hermilo Borba Filho, já falecido, até hoje, vem ocupando cargos importantes, como na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), na presidência da Fundação de Cultura Cidade do Recife, no Teatro de Santa Isabel e atualmente como presidente da Editora CEPE. Em conversa com o repórter Anax Botelho, Leda, como prefere ser chamada, fala um pouco da sua história, da cultura e de como até hoje encara todos os desafios para que a arte e seus pensamentos políticos permaneçam.

O que os anos 1960 representaram, com o Teatro Popular do Nordeste, e o Teatro de Arena, na realidade política do País?
Do ponto de vista político, foram anos difíceis, mas profícuos. A vida do Teatro de Arena foi curta e sem maiores compromissos políticos. Mas aconteceram coisas importantes, como o Quinteto Violado, Naná Vasconcelos, e foi também importante para mim, porque estreei como atriz, em uma peça de Augusto Boal dirigida por Hermilo Borba Filho. Eu acho que o Teatro Popular do Nordeste (TPN) sim, marcou mesmo uma época e desempenhou um papel não só artístico e cultural importante, mas político, fazendo dali uma trincheira de resistência à ditadura. Isso acontecia desde a escolha do repertório até o processo que Hermilo utilizava para desenvolver e preparar um espetáculo. Os livros que ele nos induzia a ler, as discussões e ações nos sindicatos... Era tudo planejado e com o objetivo de reforçar a luta do povo brasileiro naquele momento. E o TPN aliava-se a isso com o alto nível dos seus espetáculos, assegurado pela presença, direção e grande influência de Hermilo liderando não apenas um grupo de teatro, mas uma escola de vida. Lia-se, discutia-se sobre filosofia, sobre as expressões dos nossos teatros populares, como bumba meu boi, mamulengo, frequentando os terreiros, aprendendo com os atores populares... Aprendendo a entender a técnica que Hermilo usava. Era uma coisa muito nova no Brasil, e hoje, graças a Deus, nós vemos tudo isso se perpetuar, como em vários institutos de teatro, como o Galpão (Minas Gerais), em extraordinárias montagens, e com muitos outros grupos. Aqui, no teatro que Carlos Carvalho criou, foram adaptados e encenados vários textos de Hermilo e contos. E há muitos outros grupos que se inspiram no nosso caminho, com um tratamento cênico mais requintado, com outros recursos, claro, mas bebendo dos atores populares o espírito, o método e a técnica... Envolvendo o espetáculo com muita música, muita dança e o texto da música comentando e criticando o que está acontecendo.


Dentre todos os acontecimentos, qual foi o mais marcante?
O TPN mudou a vida de todos que passaram por lá e pagamos um preço por isso. Não tínhamos apoio de nenhum órgão público. Não nos interessávamos pela cultura do Brasil oficial, que não nos deixava por dentro dos fatos. E em relação ao grupo, havia toda uma publicidade e a criação de uma opinião pública sobre nós, que incutia no público o medo do TPN, o medo de bombas lá, etc. Diziam que lá era uma célula do partido comunista, que a droga andava solta. Isso para a burguesia era um espanto muito grande. Enfrentamos muita dificuldade, até na esfera profissional mesmo, o ensaio, por exemplo, era pago. A bilheteria não estava funcionando mais, o público fugindo... Nós não tínhamos mais acesso aos estudantes para ir aos Sindicatos, aos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs), não podia haver qualquer reunião. Também hostilizamos como, por exemplo, fazendo o enterro do Padre Henrique... A gente preparou muita coisa lá no TPN. Não havia uma célula do partido comunista, mas nós debatíamos cada coisa que acontecia no Brasil antes de começar o espetáculo. Antes de começar o espetáculo, o ator que quisesse ia lá para frente e denunciava o que estava acontecendo... Nesse período, também houve a cirurgia de coração de Hermilo, quando os médicos disseram que ele precisava reduzir o expediente. Entre escrever, estudar e dar aula, o expediente que mais o desgastava era dirigir espetáculos.


Como você lidou com sua família, com o tradicionalismo tão comum à época em relação ao teatro?
O alto nível do TPN também encantava a burguesia. Mas o teatro foi cercado duas vezes para uma batida policial em todo mundo... Naquela época era a mesma coisa que matar. Essa parte foi o que espantou mesmo a população. Eu como toda pessoa jovem naquele tempo, eu já tinha comprometimento político com a Igreja, já era madura com 25 anos. Não tinha comprometimento partidário, mas com Hermilo e vivendo nas comunidades eclesiásticas de base e também com o teatro popular eu já estava totalmente engajada. O TPN assumiu o papel da escola radiofônica para alfabetização de camponeses pela CNBB. Hermilo e outro autor escreviam dentro do tema que queriam e criavam o radioteatro e aí o TPN interpretava. Eu já incomodava meus pais, com a luta de igrejas, vivia nas comunidades, recebia pessoas em casa... Nunca fui rica, mas meus pais, quando resolvi fazer teatro, faziam questão de dizer que era por amor a arte. Mas eu dizia que queria fazer da arte minha profissão. Meu pai me incentivou desde pequena a ler poesia, nas escolas eu lia os discursos... Vendo esse meu interesse, acho que ele pensou: “eu não tenho o direito de impedir”. Quando os papéis eram mais quentes, eu não trazia nenhum conflito dentro de mim, mas pensava em relação aos meus pais: “como eles vão ver a cena em que estou sentada no colo de uma pessoa?” Não era fácil para eles. Em a A farsa da boa preguiça, de Ariano Suassuna, na primeira versão no Teatro de Arena eu interpretei uma personagem que usava palavras insinuantes, com gestos carregados de várias intenções. Houve uma reação burguesa, mas eu sempre criei o meu caminho e enfrentei. Quando veio a ditadura militar, eles ficaram com medo, mas depois meus pais viram que era trabalho mesmo, que eu ganhava dinheiro e que aquela era a minha profissão.

Hoje você sente saudades do teatro? Como foi o início de tudo?
As coisas não foram premeditadamente interrompidas e criadas, da mesma maneira como fui conduzida e preparada para fazer o vestibular para teatro. Com exceção do teatro-paróquia, no Espinheiro. Era muito forte, toda igreja tinha teatro. Eu participei em Casa Amarela, em Casa Forte e no Espinheiro, eu fazia parte do grupo...

A Igreja abriu meus caminhos. Eu fui para as comunidades, para os trabalhos com o povo... Fiz faculdade de Teatro, onde encontrei Hermilo, e foi fatal. Comecei a ver como as coisas se juntavam... Como as pastorais, das quais eu fazia parte, de educação popular e ação social funcionavam... E como a gente tinha vontade que as organizações populares tivessem vez! E o Teatro Popular era uma organização popular. Como o carnaval também é uma organização, uma das mais importantes para a formação de uma comunidade. Então fui me aproximando, o curso foi me dando uma visão muito ampla, mas sem me afastar da igreja.

Ao lado disso, a situação política se agravou. Nós entramos na luta para valer, minha igreja gritou para o mundo, pela voz de homens como Dom Helder Camara. Nós já estávamos fundidos a isso tudo... Eu desempenhando minha função de cristã, militante política sem nenhuma ligação partidária. E o teatro era um elemento de serviço em favor dessa luta. Não havia nenhum conflito dentro de mim.

Como ocorreram as mudanças na vida?
Ocorreu muito problema como a politicagem, a falta de dinheiro e por fim a doença de Hermilo, nós já estávamos casados... Ele adoeceu e reduziu a carga de trabalho, mas continuamos com as mesmas frentes de luta. Apenas quando ele morreu, foi que olhei e pensei: “qual o caminho que devo seguir?” O TPN tinha fechado, a vida que eu vivia como atriz, mulher e militante política no TPN me davam plenitude muito grande, com todo o telhado que era viver com Hermilo. Mas com o TPN fechado, esse espaço não podia fazer. Comecei a fazer assessoria aos grupos daqui. Mas a técnica que eles usavam era muito diferente da que eu usava, eu não tinha vontade de fazer aquele teatro, não querendo ser melhor, mas é saber se dou ou não dou. Já tinha sido formada, exercitada, capacitada... Ao mesmo tempo as coisas se agravaram politicamente.

As armas estavam nas mãos dele (Hermilo), como profissional, como escritor. E eu era como se fosse a contrarregra dele. Eu fazia as coisas que o desgastavam, para que ele tivesse condições, com as obras, assessoramento dele, que ele prestava... Ele pudesse prestar um serviço maior do que eu. Eu trabalhava na retaguarda mesmo. No teatro, eu já fiz muito papel principal, mas na vida ele sempre ficou com o papel da frente e eu na retaguarda. E fui aos poucos entendendo que era por aí.

Isso se identificou com você e a levou para os trabalhos na gestão pública?
Em certa altura da minha vida, fui me encaminhando para a gestão pública. Era decorrência do meu trabalho profissional. E então eu também vi como era importante um gestor público ter consciência e conhecimento da cultura popular. Eu costumo dizer que sou uma servidora pública. Assumo todas as funções que me são entregues e assumo para servir.

Dirigi o prédio do Teatro de Santa Isabel por oito anos. E para mim foi muito prazeroso, gratificante mesmo, porque eu gosto do cheiro daquele teatro, dos bequinhos lá de dentro. Um dia me perguntaram se eu tinha vontade de trabalhar, e eu disse “eu já não preparo o palco para vocês?” Era um prazer muito grande ver que tudo lá estava perfeitamente correto para se trabalhar. Quando o espetáculo se acende e eu o via acontecer... Oferecer aos artistas e ao público a excelência do teatro é algo muito prazeroso. Estou servindo.

A CEPE é uma casa nova para mim. Quando vi, eu estava em um casamento indissolúvel com o Teatro de Santa Isabel. Cheguei à CEPE e fui apresentada ao pessoal e pensando: “começar tudo de novo?” Mas eu tinha uma ligação com a missão política no Estado. Aí já fui instalando uma porção de coisas. Ajuda aos grupos de cultura popular, apoio ao sistema de editoração de livros que reforce a luta, o trabalho com grupos pequenos, com funcionários, com a programação artística daqui, dando vez aos da nossa terra e até escolhendo o som que toca no prédio. Aí fui vendo a CEPE como uma editora e não apenas como uma gráfica. A vida põe você em um canto, e aí você descobre que pode, dali, surgir uma rosa, podem surgir espinhos, pode surgir uma frutinha gostosa, pode surgir um formigueiro e acabar.


 por Agenda Cultural do Recife

Encontro Musical!



Sexta-feira próxima, dia 1 de junho, a partir das 20 h, no Restaurante "MIRANTE", em Crato Ceará.

- CELEBRANDO PRESENÇAS QUERIDAS!

Nossas boas-vindas a Sra Lêda Alves, Everardo e Sônia Norões, Joaquim Pinheiro, e outras figuras de igual importância.

Aposto na alegria deste encontro!







quarta-feira, 30 de maio de 2012

Nota!


Comece o dia praticando o bem!!!!Você pode exercitar a cidadania com um simples gesto... Precisamos de um milhão e meio de visitas até o dia 20 de junho.
Acesse agora: http://www.institutojuritiorg.tk/


instituto de ecocidadania juriti
www.institutojuritiorg.tk

Izaíra Silvino - Democratizar a educação para democratizar a música

Professora, escritora, poeta, compositora, arranjadora, regente, mulher e aprendiz, Izaíra Silvino tem desempenhado um papel importante na música no Estado do Ceará. Tendo iniciado seus primeiros contatos com o universo musical na infância, Izaíra é contundente ao afirmar que para democratizar a música “é preciso democratizar a educação do povo brasileiro, em todos os níveis e espaços. Feito isto, a democracia é possível, em qualquer ângulo!”.

Alexandre Lucas – Quem é Izaíra Silvino? 

Izaíra Silvino - No momento, estou sendo empresária, trabalhadora de uma das cadeias produtivas da Economia Criativa (editoração e produção). Estou uma das proprietárias da DIZ Editor(A)ção). Estou professora - eventualmente - e estou palestrando sobre as relações da música com a educação. Desafio-me a continuar sendo compositora, arranjadora, escritora e poeta . 

Alexandre Lucas – Com se deu seu contato com a música? 

Izaíra Silvino - Ainda criançinha, minha Mamãe e meu Papai descobriram-me amante da Música (eu cantava desde o berço). Aos cinco anos, já estava frequentando aulas da Professora Amélio Cavalcante (uma pedagoga musical de Iguatu-CE), com quem aprendi a tocar bandolim (1950). Desde então, estou em mergulho musical perene, onde, ainda, aprendo a nadar! Alexandre Lucas – Fale da sua trajetória: Izaíra Silvino - Fui violinista da Orquestra Sinfônica Henrique Jorge (anos sessenta), fui Professora de Educação Artística (escolas municipais, Fortaleza e Crato, e estaduais - anos setenta), fui professora da FACED- UFC e Regente dos Corais da UFC e FACED-UFC, do Coral da Biodança, do Coral da EMBRATEL, do Coral Santa Cecícia da SOLIBEL - anos oitenta e noventa e Grupo Vocal Moenda de Canto (anos noventa). Assessora da FUNARTE, nos Painéis de Coros, desde 2002. Fiz-me Bacharela em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFC (1969), Licenciada em Música pela UECE (1973), Especialista em Música do Século XX pela UECE (1995), Mestra em Educação pela UFC (1996). 

Alexandre Lucas – Você acredita que a Academia elitiza a música? 

Izaira Silvino - De minha experiência, posso responder NÃO a esta questão. Mas se levarmos em consideração o número de habitantes de um lugar e relacionarmos este número com o número percentual de pessoas que alcançam e vivem e frequentam as atividades fins da academia (conhecimentos vivenciados e construídos a partir do ensino, da pesquisa e da extensão universitária), pode-se falar em ELITE. Mas não em 'elitismo'. Na academia trabalha-se conhecimentos já sedimentados, como, também, trabalha-se com conhecimentos de vanguarda. Vamos dizer que isto seja como a 'nata' da realidade. Mas é bom lembrar que não existe 'nata' sem leite. Então, não existe academia sem uma realidade posta. Isto, a meu ver, desmonta o argumento de elitismo. 

Alexandre Lucas – Como ver essa denominação de música popular e erudita? 

Izaira Silvino - Para mim, esta divisão não existe. Ela foi estabelecida por uma lógica de exclusão. Quem divide, termina por diminuir, não é isto? Música, a gente compartilha, não divide. Milhões de pessoas podem ouvir, ao mesmo tempo, a mesma música. Sem divisões. Claro que, de uma composição para outra composição, há diferenças: estéticas, estilísticas, gramaticais, teóricas, históricas, autorais... mas divisões? Nunca! Tudo é Música. Tudo espaços sonoros-rítmicos, organizados a partir do poder expressivo do compositor. Qualquer idéia de divisão é falsa, elitista, racionalista, manipuladora. 

Alexandre Lucas – É preciso democratizar a produção musical brasileira? 

Izaíra Silvino - É preciso democratizar a educação do povo brasileiro, em todos os níveis e espaços. Feito isto, a democracia é possível, em qualquer ângulo! Alexandre Lucas – A obrigatoriedade do Ensino de Musicas nas Escolas de Ensino Básico é uma forma de democratizar a diversidade musical? Izaíra Silvino - É uma forma de ampliar a formação do povo brasileiro, portanto, de ampliar os espaços de democratização - de saberes, poderes, vozes, do diverso, do uno, da grandeza, da fartura (no plano individual, como no plano coletivo)! 

Alexandre Lucas – Qual a contribuição social do seu trabalho? 

Izaíra Silvino - Ih!!!!!!!!! Quem sou eu para ter a veleidade de medir se há esta contribuição!? Quando a gente nasce com um corpo e ocupa um espaço neste planeta, a gente já é contribuinte, de vida e da própria vida! Se a gente contribui positiva ou negativamente? Isto, quem sabe é quem recebe e compartilha. Para nós, atores da vida, autores de nossa sina, só resta aprender a AMAR! Alexandre Lucas – A música denominada de Música Popular Brasileira – MPB desempenhou um importante papel no enfretamento a Ditadura Militar no Brasil. Você acredita que os músicos perderam essa viés político na contemporaneidade? Izaíra Silvino - Não sei se perderam... Mas custa-se, hoje, 'achar' a cor deste viés! Da mesma forma como, também, é muito difícil identificar as 'ditaduras' que nos assolam neste momento vivido. 

Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos? 

Izaíra Silvino - Aprender, aprender, aprender. Aceitar os desafios da vida! Dizer sim ao amor e ao aprendizado do amor! Viver a corda bamba da adolescência da minha velhice!

Carta de Sobral


Nós, reunidos em Sobral, Ceará, Brasil, de 23 a 26 de maio de 2012, no marco do primeiro “Nossas Américas, Nossos Cinemas”, participamos do primeiro encontro de jovens realizadores da América Latina e Caribe, unindo 16 nações, promovendo um intercâmbio entre gerações. Entendemos a juventude como um estado de espírito em luta, sem preconceitos e aberto e nos reconhecemos como povos irmãos.
Este encontro tem, como objetivo, refletir, compartilhar experiências dos realizadores audiovisuais e gerar ações sobre a linguagem audiovisual, a comunicação, com o fim de manter vivo um movimento integrador da nossa “AbyaYala” (América Latina e Caribe).
Trabalhamos com as heranças milenárias herdadas dos povos originários, transmitida aos povos transplantados, brancos pobres e escravos africanos trazidos por barcos colonizadores, e reinventados pelos povos presentes neste encontro.
Reconhecendo e recusando a ditadura do mercado que oprime nossos povos e seus imaginários culturais, seguiremos os seguintes princípios:
1.       Considerando A “DECLARAÇAO UNIVERSAL SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL”, da UNESCO, entre outros instrumentos internacionais que garantem a identidade e diversidade cultural a partir da produção cultural, entendemos a realização audiovisual como um direito humano;
2.       Exigir e proteger a plena vigência do direito à linguagem cinematográfica e audiovisual dos nossos povos, promovendo legislações que o garantam a cada uma de nossas nações;
3.       Entendemos o audiovisual como um fato político e artístico de ressignificação e transformação sociocultural;
4.       Apoiar os direitos do público com base nos conceitos marcados pela Carta de Tabor (1987), criada pela FICC (Federação Internacional de Cineclubes), para a formação de públicos pela ação dos cineclubes e das salas de cinema cultural, também apoiando e difundindo o dia 10 de maio como o dia do público;
5.       Garantir a alfabetização e educação audiovisual dos nossos povos, na sua dimensão artística e política, encorajando a leitura crítica dos meios de comunicação;
6.       Exigir o direito a livre comunicação, informação, expressão e acesso aos meios audiovisuais para todos os povos da América Latina e do Caribe;
7.       Defender o espectro radioeletrônico e a internet como bens públicos comunitários com a finalidade de preservar o espaço da comunicação sem censuras, tendo como referência a “LEY DE MEDIOS Y SERVICIOS DE COMUNICACION AUDIOVISUAL”, da Argentina, e a nova “LEY DE TELECOMUNICACIONES”, da Bolívia. Também nos declaramos abertamente contra o projeto “ACTA”, a lei “SOPA” e qualquer outro ato que ameace a liberdade de expressão dos povos e nos propomos a fomentar o uso das licenças “creativecommons” e bases operativas como o LINUX, e outros softwares livres;
8.       Acompanhar e estimular os processos já existentes na organização do setor audiovisual, que compartilhem os mesmos princípios levantados por essa Carta, e recomendar a sua criação a níveis locais, regionais e nacionais, onde não existam;
9.       Exigir dos Estados garantias constitucionais para os realizadores que sofrem perseguição e ameaças a sua integridade física e intelectual. Exigimos o tratamento especial diferenciado do realizador e realizadora audiovisual, da mesma forma que recebem os jornalistas com relação à proteção e reserva das suas fontes;
10.    Incrementar espaços e oportunidades de acesso à informação e capacitação integral, bem como tecnologias já existentes e por serem inventadas, com o fim de garantir o direito de produção e circulação do audiovisual dos povos da América Latina e do Caribe;
11.    Promover mecanismos de fomento, sustentabilidade e continuidade dos processos de produção audiovisual dos povos da América Latina e do Caribe;
12.    Promover a integração cultural latino-americana e caribenha, respeitando a nossa diversidade cultural com o fim de exercer um processo de compreensão de uma identidade comum;
13.    Fomentar o pensamento, trabalho e tomada de decisões de maneira coletiva, respeitando as particularidades e construindo nossos laços com base na transparência e horizontalidade;
14.    Estabelecer a regularidade e itinerância deste espaço, de caráter aberto em “AbyaYala”, com rotatividade dos representantes, que devem socializar localmente os debates levantados nos encontros;
15.    Instituímos a rede virtual como meio válido de vinculação e discussão;
16.    Defendemos a liberdade criativa de formatos e estéticas na linguagem audiovisual, respeitando e fomentando a diversidade dos imaginários culturais dos nossos povos e nações latino-americanos e caribenhos, não permitindo nenhuma hegemonia estética imposta;
17.    Promover a solidariedade, a cooperação e o trabalho associativo entre os nossos povos;
18.    Promover a produção audiovisual com atitude critica e superadora sobre os nossos imaginários, realidades, histórias, espaços comuns, semelhanças e contradições;
19.    Gerar uma interação direta entre as produções audiovisuais e os públicos, por meio de todos os formatos e linguagens existentes e por serem criados;
20.    Fomentar o uso das línguas ancestrais dos povos originários, e dialetos da América Latina e do Caribe para ampla difusão dos conteúdos audiovisuais produzidos pelas comunidades, tendo como referência o artigo 16 da “Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas” e outros instrumentos internacionais;
21.    Convocar para este espaço as nações e povos hoje ausentes neste encontro, procurando a integração e representação de todos os povos e nações que habitam os países da América Latina e do Caribe;
22.    Reconhecer como válida a experiência e formação não-acadêmica, acreditando na importância dos conhecimentos vivenciais nas áreas não-pedagógicas;
23.    Fortalecer o eixo fundamental dos espaços de formação e capacitação acadêmicos e não-acadêmicos, de realizadores audiovisuais, no exercício da memória e história de nossos povos;
24.    Cremos importante gerar o intercâmbio e distribuição de obras audiovisuais traduzidas nas línguas faladas no nosso continente. Nesse sentido, comprometemo-nos, de forma colaborativa, a traduzir, dublar e legendar as obras audiovisuais e documentos que produzirmos;
25.    Este processo não obedece a interesses político-partidários. Sendo este grupo multinacional, composto por diversos setores da sociedade civil, entidades governamentais, grupos prontos ao debate e à recomendação de propostas de políticas públicas para o audiovisual e à comunicação dos nossos povos.

Ações:
Decidimos pela criação de diversos grupos de trabalho responsáveis pelas seguintes ações:

Comunicação:
1.       Criação e manutenção de uma lista de comunicação via internet. O moderador da rede se alternará em cada um dos encontros;
2.       Criação de um Portal;
3.       Criação de um boletim eletrônico mensal.

Intercâmbio e Residência Audiovisual:
1.       Formar um grupo de coordenadores, um em cada país, para o desenvolvimento desta experiência na América Latina e no Caribe, com o compromisso de criar uma lista de anfitriões e residentes;
2.       As modalidades de residência serão definidas pelas partes envolvidas caso a caso.

Declarações:
1.       Declaramos nosso apoio à promulgação da nova lei cinematográfica e audiovisual do Peru, por parte das instituições de que participamos neste encontro, e o faremos, formalmente, por meio de uma carta;
2.       Manifestamos o apoio à criação e aplicação das leis de cinema e audiovisual que estão sendo debatidas no Paraguai, atualmente em etapa de construção;
3.       Expressamos nossa preocupação e exigimos de nossos governos cessar a guerra, o genocídio e a perseguição infligidos aos povos indígenas e afrodescendentes da Colômbia, e deter a onda de violência vivenciada em países como México que limitam o livre desenvolvimento dos direitos a justiça e a comunicação democrática;
4.       Apoio à continuidade e permanência da Jornada de Cinema da Bahia, encontro que já tem 40 anos de atividades e que corre o risco de não se realizar este ano. Ressaltamos que, no seu contexto, nasceu a Lei do curta-metragem no Brasil e a Associação Brasileira de Documentaristas;
5.       Apoiamos a realização do encontro Cariri / Caribe;
6.       Saudamos a designação de 2012 como “Ano Internacional da Comunicação Indígena” e a celebração do XI Festival de Cinema Indígena de cineastas dos povos originários, na Colômbia, em setembro deste ano;
7.       Expressamos nossa profunda preocupação diante do próximo Encontro de Desenvolvimento Sustentável Rio+20, diante da forma autocrática como foi definida sua agenda em muitos casos, e diante do fato de os acordos tomados pelos presentes governos comprometerem gerações presente e futuras;
8.       Solidarizamo-nos com o fim do bloqueio a Cuba;
9.       No mês de novembro deste ano, realizaremos uma reunião na Tríplice-Fronteira, na cidade de Iguazú, Misiones, Argentina, com a finalidade de preparar o segundo encontro de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe, a ser realizado em 2013 no Peru.


Sobral, Ceará, Brasil, 26 de maio de 2012.





Gilmar Mendes: O CANDIDATO? - José do Vale Pinheiro Feitosa


Se alguém pensa cobras e lagartos do Prefeito, do Governador, do ex-candidato à Presidência José Serra, de Fernando Henrique Cardoso, Dilma e Lula, como dizia Millor: livre pensar é só pensar. Quando um de nós se encontra na roda de amigos e correligionários e expressa suas cobras e lagartos, pode até alguém censurar as expressões, mas o comum é que se acrescentem mais alguns adjetivos.

Assim caminha a humanidade e até pode ser que as cobras e lagartos contribuam para o avanço das liberdades e da democracia. Mas certo é que promove reação e se não expressa em igual força pelo menos pensada. E pensar, como dito, pode ser apenas pensar, mas tem a natureza da acumulação para ações futuras.

Ir para as praças públicas e para os meios de comunicação e destilar veneno sobre alguém ou sobre instituições culturais, religiosas e políticas é a matriz do atrito e dos conflitos. Isso ocorre o tempo todo e daí surgem, a depender de certos fatores acumulados, as manifestações coletivas de luta e ódio.

Agora transportemos essa questão para o caso Gilmar Mendes ontem agredindo Lula com denúncias que são nitidamente fabulações suas sobre insinuações que correm na internet a comprometer-lhe com Cachoeira e Demóstenes. Mas as denúncias contra ele não aparecem na grande imprensa que é sua porta voz.

Mesmo que Gilmar Mendes, que pertence ao colegiado que preside o Poder Judiciário, dissesse o mesmo que disse ontem na imprensa a respeito do punguista que lhe arrancou vistoso cordão de ouro enquanto passeava pela beira mar de Fortaleza, estaria exorbitando e destruindo o equilíbrio do poder que lhe cabe. Gilmar Mendes, espera-se, seja processado por Lula ao investir contra a dignidade e o decoro do ex-presidente.

Agora vem a questão principal. E por que Gilmar Mendes diz cobras e lagartas de Lula? Um dos melhores presidentes* do país e um personagem de repercussão mundial? É simples como a oposição é esta lerdeza, as famílias que controlam a mídia nacional ocuparam a oposição e acharam o candidato de oposição dos seus sonhos: audacioso, boquirroto e sem medidas para o que diz.

Collor de Mello hoje aliado do governo desempenhou o mesmo papel. Jovem, arrogante e inexperiente não viu que do mesmo modo como criaram o personagem, bastava outro enredo para destruí-lo. O golpe militar de 64 e a partir daí no restante da América do Sul foi consolidado no encontro da OEA em 62 em Punta del Leste no Uruguai, mas ali era apenas uma senha do Governo Americana para que a elite civil desse o golpe. O golpe teve como instrumento os militares, mas a alma da ditadura foi civil e neste civil teve o papel fundamental dessas mesmas famílias e mais personagens como Chateaubriand.

Agora começam a construir a alternativa furibunda da oposição. A mídia não considera mais convenientes personagens elegantes como Fernando Henrique e nem meio barro e meio tijolo como Serra. Ela agora quer o troglodita, de porrete na mão e jogando pedras na trincheira dos adversários da mídia. Gilmar Mendes neste episódio desempenha este personagem.

Ele daqui a pouco irá se aposentar no STF, já tem o argumento e só falta o roteiro para assumir o papel. Vai radicalizar a política, não tem o menor respeito pelas instituições e nem pelo cidadão. Vem de uma família patriarcal de Mato Grosso que imagina o povo como o estrato sobre o qual pisa com suas botas de fazendeiro.

Se o roteiro atende aos objetivos da mídia ele tenta ser Presidente da República, se eleito for, ele não será um presidente diferente do que foi como Ministro do STF: jogando para a plateia seleta dos seus pares enquanto acusa o povo de se fartar demais e trabalhar de menos.

Caso a crise econômica mundial evolua, o personagem é ele ou alguém assemelhado. Se não acontecer isso e a elite tentar de qualquer modo o perfil será fragorosamente rejeitado pelo eleitor. Do mesmo modo como nas condições normais de temperatura e pressão a França jamais elegerá Jean Marie Le Pen.  

Agora vem o teste de sabedoria de Lula e do seu partido. Deixar Gilmar cavalgar nas costas do bem avaliado ex-presidente a assim conquistar a notoriedade popular que não lhe é presente? Sinceramente ao contrário do que muitos analistas dizem: Gilmar não é apenas um destemperado, ele queria lançar a bomba próxima às eleições, mas a Veja, acossada por denúncia detonou antes.
      
De resto é tudo política num ano eleitoral.   

terça-feira, 29 de maio de 2012

VEJA x MENDES: Rota de colisão ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Sobre o senhor Gilmar Ferreira Mendes o que se sabe, porquanto vastamente divulgado pela mídia, é que, mesmo sem ter exercido a magistratura (nunca passou num concurso pra Juiz), foi guindado, por indicação do amigo e então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, à condição de Ministro do Supremo Tribunal Federal, após rápida passagem pela Advocacia Geral da União.

Se tinha ou não condição “técnica” de dá de conta do recado, pairava uma certa desconfiança, exatamente porque um dos pre-requisitos para o exercício da função seria o “notório saber jurídico”, que nunca pode ser testado e comprovado (afinal, aquela “sabatina” modorrenta e cheia de conveniência no Congresso Nacional, pela qual passam todos os “indicados”, não passa mesmo de jogo de cartas marcadas).

Fato é que, após sentar no “trono”, sua excelência deu-se à prática de declarações extemporâneas, atos e decisões que até os próprios colegas do STF teriam dúvida em compatilhar, tanto no tocante à relação profissional quanto ao comportamento na vida particular.

Profissionalmente, por exemplo, dentre as “n” intervenções questionáveis do próprio, causou espécie e foi objeto de azedas críticas nas diversas áreas e instâncias jurídicas a sua decisão de, em atropelando como um trator desembestado os ritos processualísticos, “desmoralizar” publicamente toda a categoria e principalmente o Juiz Federal Fausto Martin de Sancttis, ao conceder num mesmo dia dois “hábeas-corpus” para tirar da prisão o banqueiro-bandido Daniel Dantas (a “trôco de quê”, é a pergunta que nunca foi respondida; ou alguém acredita mesmo que não existe algo por trás).

Já no campo privado, sua excelência é citado como sendo um dos proprietários do IBDP-Instituto Brasiliense de Direito Público, instituição educacional brasileira, fundada em Brasília em 1998 (governo FHC), que oferece cursos, presenciais e on-line, de pós-graduação, extensão e mestrado na área do Direito. Só que com um enorme diferencial em relação às demais escolas do gênero: entre os professores do IBDP estão mestres e doutores que atuam no cenário jurídico brasileiro, dentre os quais os seus colegas do Supremo Tribunal Fedeal: Eros Roberto Grau, Marco Aurélio Mendes de Faria Mello, Carlos Ayres Britto, Carlos Alberto Menezes Direito, Nelson Jobim e a senhora Cármen Lúcia Antunes Rocha; ou seja, alguns dos Ministros do Supremo também são funcionários, empregados, prestadores de serviço ou contratados, seja lá como possa ser definida legalmente a relação deles com o IBDP, do ex-Presidente do Supremo.
No mais, sabe-se que, íntimo do senador Demóstenes Torres, sua excelência teria, num passado não muito distante, viajado para a Alemanha em companhia do próprio, existindo a suspeita de que a farra/passeio tenha sido bancada pelo marginal-contraventor Carlos Cachoeira, que teria interesses a tratar com a dupla (longe do Brasil pra eliminar suspeitas).
Gilmar Ferreira Mendes parece ter esquecido (ou sua soberba e arrogância não o deixam enxergar) é que, na posição a que chegou “...não basta ser honesto, é preciso também parecer”. E, pelo andar da carruagem, aí ele não atenderia a nenhum dos requisitos.
Já no que se refere à acusação de que teria sofrido pressão do ex-presidente Lula da Silva sobre a conveniência de usar seu prestígio junto aos seus pares para postergar o julgamento do tal “mensalão” (formalmente desmentida por Nelson Jobim, presente à reunião), aí credite-se à má fé e a desonestidade do panfleto conhecido por Revista VEJA (tudo indica que o Gilmar Mendes não disse o que a VEJA disse que ele disse).