Sempre que possível, quando fazia o trajeto entre Crato e
Recife dava uma parada em Custódia e visitava o Pe. Frederico. O Sacerdote foi
vigário da Paróquia São Vicente durante
20 anos. Acrescento que durante 5
anos fui um dos coroinhas da Igreja comandada por ele. Numa destas visitas havia um rádio em cima da
mesa da sala chamou minha atenção. Era da marca Grunding, cuja fama era a de
ser o melhor do mundo. Indaguei se
estava funcionando e o Padre respondeu: Não, está quebrado, mas se lhe
interessar, leve-o para Recife, providencie o conserto e fique com ele. Assim,
prossegui a viagem com uns 8 kg a mais. O aparelho foi para oficina, funcionou
pelo período de 2 anos depois se calou para sempre. Andou por várias oficinas
mas não foi mais recuperado. Guardei-o pelo valor estimativo. Através de
reportagem em um jornal de Fortaleza tomei conhecimento que Vicelmo e seu filho
Paulo Ernesto são colecionadores de rádios antigos. No mês passado encontrei o
Jornalista na Praça Siqueira Campos, relatei a história do Rádio e o ofereci ao
amigo desde os anos 60, ele prontamente aceitou. Voltando ao Crato hoje, trouxe o prometido. Vicelmo
veio buscá-lo na hora em que foi avisado.
por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Mordendo pelas beiradas
Passadas as eleições municipais aqui em Crato, desencadeamos,
imediatamente as especulações quanto aos cargos de primeiro e segundo escalão
na administração da prefeitura cratense.
De um lado, há o depressivo “arruma a mala aí”, do outro a euforia do “prepare
a mala lá”. À medida que se foram divulgando os nomes do futuro secretariado ,
encetou-se, nas redes sociais ,um grande movimento com o fito de apontar nomes
para cargos ainda vacantes como Meio Ambiente, Cultura e Saúde ( alguns desses
nomes, diga-se de passagem, de competência indiscutível). Alguns grupos, inclusive, se reuniram no
sentido de promover seminários com alguns especialistas, escolhidos por eles,
pensando na perspectiva de contribuir com idéias e programas para a nova gestão
municipal. Como sempre, nessa massa heterogênea, há muitos bem intencionados e
alguns aproveitadores que ficaram em cima do muro no processo eleitoral,
esperando para que lado penderia o fiel da balança e que agora, de repente,
aparecem como salvadores da pátria, querendo mostrar serviço e ( quem sabe?)
morder a beiradinha de um ou outro cargo que por ventura apareça.
Ora,
amigos, qualquer uma das iniciativas me parece totalmente despropositada. É de
se imaginar que os eleitores , acompanhando atentamente os programas dos
candidatos e suas propostas no processo eleitoral, escolheram seu prefeito ,cuidadosamente
, antenados com o Programa de Governo que apresentaram para o Crato. Nego-me a
acreditar que possam ter votado nesse ou naquele por conta da sua simpatia, do
parentesco ou porque lhe prometeu um emprego ou lhe deu um dinheirinho. Se foi por uma dessas razões, então não tem o que cobrar, é botar a
violinha no saco e esperar calado o kit que será ofertado. Se, por acaso, votou
no Programa, também não há o que espernear. O momento exato de discutir e
modificar esse programa de governo era antes da eleição. Engajar-se, mostrar a
cara e discutir com todos o melhor para o Crato e levar as propostas ao partido
e ao candidato preferido. Passada a eleição, amigos, já não há nada a fazer,
assinamos um cheque em branco e , agora, temos que confiar que será preenchido
de maneira adequada e com a quantia esperada.
Precisamos
compreender o processo democrático. O candidato vencedor tem um programa de
governo a cumprir e, mais, um sem número de compromissos eleitorais de que
precisará se desvencilhar. Não
existirão, certamente, nomes perfeitos e adequados para sua assessoria , divorciados
das suas afinidades políticas e dos rumos e metas que traçou. Imaginem se o forçamos
escolher um secretário capacitadíssimo mas com quem politicamente não se afina!
Será o secretário fritado , não terá espaço na gestão e sairá queimado e
desacreditado. Seminários agora são perfeitamente
inócuos, não têm qualquer serventia. Deixemos o futuro prefeito à vontade para
escolher os seus assessores e executar o plano de governo previsto. Se
necessitar da opinião de qualquer um de nós, terá , com certeza, a desenvoltura
de nos solicitar.
O
Crato escolheu, em outubro último, com votação recorde, seu prefeito. A cidade
entendeu, pois, (expresso esse entendimento na maioria dos seus votantes), que
Ronaldo Gomes de Matos é o mais capacitado para administrar nosso município nos
próximos quatro anos. Pois bem, ele tem todo direito legal e moral para
fazê-lo. Cabe a ele e tão-somente a ele a responsabilidade de escolher os
melhores e mais qualificados assessores para acompanhá-lo nesta árdua
empreitada. Não votei nele, mas torço de coração para que consiga alavancar a
cidade de Frei Carlos e tirá-la do marasmo histórico em que se encontra.
J. Flávio Vieira.
AS GRANDES DECISÕES NO TEATRO DOS GRANDES FARSANTES - José do Vale Pinheiro Feitosa
O modo otimista de ver o julgamento do mensalão é de que
todos são iguais perante a lei e que mesmo o partido no governo pega prisão, ou
seja, punição. A mídia de modo geral comemorou assim e todo o conteúdo
apresentado por ela afirma isso: mesmo tendo indicado os ministros do STF,
mesmo tendo a Presidência da República, a Presidência da Câmara dos Deputados e
aliado na Presidência do Senado: o PT vai sendo punido exemplarmente.
Todos pensam assim? Somos iguais e protegidos pela lei?
Menos de quinze dias após a mídia pulou alto, a maior parte dos deputados
pularam mais ainda, o relatório da CPI do Cachoeira iria indiciar jornalistas e
o Procurador Geral da República. Mas o relatório não condena, apenas indica um
reforço na investigação e na abertura de processo legal contra os indiciados.
Afinal o relatório da CPI é fruto da própria investigação policial.
O relator, agora a finalidade de negociar a aprovação do
relatório diz que a citação dos personagens é secundária, o principal deve ser
preservado no relatório. Agora a dúplilingua ou o duplipensar do 1984 do Orwell
faz anotações: secundária, quer dizer intocável. Ninguém pode tocar no
Procurador Geral e nem em repórteres. A negociação do PT parece acovardamento,
as justificativas de alguns deputados do partido como Dr. Rosinha falando em
falta de condições políticas são piores ainda. Desse modo para quem pretende
firmar uma política de longo prazo, efetivamente tem um grave problema no
espaço a ser conquistado: sem coluna
vertebral não se move.
Essa farsa histórica é a mesma que ocorre no Oriente Médio
tendo à frente os EUA e Israel em relação ao povo Palestino que acaba de conquistar
na ONU o status de observador. Igual ao Vaticano. A mais recente decisão de
Israel é que os palestinos que trabalham em Israel e moram em seus territórios,
não possam mais pegar os mesmos ônibus frequentados pelos israelenses dos
assentamos tomados ao território palestino. Se é preciso recriar o Apartheid
para garantir a segurança de Israel, é claro que algo de podre há nesta
política tal qual havia na África do Sul.
Outra grande farsa é a postura dos países altamente
industrializados em relação às emissões de gases de efeito estufa. O Protocolo
de Kioto está para findar-se e não existe nada no horizonte que faça evoluir a
questão do clima ou seja, o aquecimento
global. As evidências de que efeitos climáticos tipo o Sandy em Nova York
atingem cada vez mais o hemisfério norte. O degelo do Ártico no ano de 2012 foi
um dos maiores em desde 2007 e correspondeu a 12 milhões de quilômetros
quadrados de derretimento de gelo. Neste ano se teve as temperaturas mais altas
desde 1850.
Esse problema avança para um nível de saturação de gases
atmosféricos de natureza catastrófica. Catastrófica porque de repente todo o
processo se acelera uma vez que se estima que a camada de gelo que cobre o
ártico aprisione 1,7 gigatoneladas de carbono que uma vez liberados pelo degelo
ampliarão ainda mais o efeito estufa.
Estamos numa época de grandes decisões num teatro de grandes
farsantes.
“NENHUMA
MÚSICA, QUALQUER POEMA OU PINTURA É O MERO MOMENTO DE UMA PESSOA” - fragmento de um comentário de José do Vale
Pinheiro, que se revela como um texto para deleite, pois que é uma análise
concisa, mas poética (Stela Siebra)
“As artes
coletivas são óbvias na partilha e construção plural. Nem se precisa dizer que
tais artes são o que na verdade são as artes: a criação multiplicadora de uma
matriz original. Assim como aquele ovo indez que serve para que tantos outros
sejam postos.
Quanto às artes individuais, como as composições nas artes plásticas, na música, na poesia e nos textos, fica uma dúvida se efetivamente seriam multiplicáveis coletivamente. Mas é uma dúvida passageira: nenhuma música, qualquer poema ou pintura é o mero momento de uma pessoa.
Na verdade os arranjadores na música, os músicos e os ouvintes recriam a composição com tanta intensidade que se tornam outra unidade artística. A mesma coisa ao poema, à escultura ou um romance, ponderando os elementos multiplicadores, por vezes o silêncio interior do leitor, ou os olhos do observador e assim por diante.
Isso tudo para explicar o que a Stela acaba de fazer. Fez poesia com quatro poemas compostos por outros, em outros tempos e lugares. As escolhas da Stela: esta singeleza do amor, este pudor, este tê-lo com ou sem dor. O amor como a reprodução do viver: uma chama que é eterna enquanto dura. O amor é a síntese, para Stela, do viver”.
Quanto às artes individuais, como as composições nas artes plásticas, na música, na poesia e nos textos, fica uma dúvida se efetivamente seriam multiplicáveis coletivamente. Mas é uma dúvida passageira: nenhuma música, qualquer poema ou pintura é o mero momento de uma pessoa.
Na verdade os arranjadores na música, os músicos e os ouvintes recriam a composição com tanta intensidade que se tornam outra unidade artística. A mesma coisa ao poema, à escultura ou um romance, ponderando os elementos multiplicadores, por vezes o silêncio interior do leitor, ou os olhos do observador e assim por diante.
Isso tudo para explicar o que a Stela acaba de fazer. Fez poesia com quatro poemas compostos por outros, em outros tempos e lugares. As escolhas da Stela: esta singeleza do amor, este pudor, este tê-lo com ou sem dor. O amor como a reprodução do viver: uma chama que é eterna enquanto dura. O amor é a síntese, para Stela, do viver”.
Comentário de
José do Vale Pinheiro no post “Constelação Poética”, em 28 de novembro de 2012.
Saudades do Meu Canto - Aloísio
Meu canto não vejo mais
Meu canto também não ouçoMeu canto tá longe demais
Meu canto ficou pra trás
Onde achar este meu canto
Com os encantos dos poetasProcurando em todas as curvas
Ou naquelas linhas retas
Já procurei nas lagoas
E em todas as cachoeirasAndando lá nas planícies
Até subindo as ladeiras
Meu canto está bem ali
Nalgum canto do universoPor isso peço que cante
Misturado em algum verso
Meu canto é a minha voz
Meu canto é algum lugarMeu canto tem endereço
Ele é pra quem alcançar
Agora findo o meu canto
Daquele canto distanteNão sei se é cantiga ou lugar
Ou é o canto dos amantes
Tenho que ir, tenho que ir
Meu canto me esperaCom este canto de partir...
Tenho que ir, tenho que ir
Pois ele é longe daqui...
Tenho que ir, tenho que ir...
Aloísio
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