por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O NOVO RÁDIO ANTIGO DE VICELMO


Sempre que possível, quando fazia o trajeto entre Crato e Recife dava uma parada em Custódia e visitava o Pe. Frederico. O Sacerdote foi vigário da Paróquia São Vicente durante  20 anos.  Acrescento que durante 5 anos fui um dos coroinhas da Igreja comandada por ele.  Numa destas visitas havia um rádio em cima da mesa da sala chamou minha atenção. Era da marca Grunding, cuja fama era a de ser o melhor do mundo.  Indaguei se estava funcionando e o Padre respondeu: Não, está quebrado, mas se lhe interessar, leve-o para Recife, providencie o conserto e fique com ele. Assim, prossegui a viagem com uns 8 kg a mais. O aparelho foi para oficina, funcionou pelo período de 2 anos depois se calou para sempre. Andou por várias oficinas mas não foi mais recuperado. Guardei-o pelo valor estimativo. Através de reportagem em um jornal de Fortaleza tomei conhecimento que Vicelmo e seu filho Paulo Ernesto são colecionadores de rádios antigos. No mês passado encontrei o Jornalista na Praça Siqueira Campos, relatei a história do Rádio e o ofereci ao amigo desde os anos 60, ele prontamente aceitou. Voltando ao Crato hoje, trouxe o prometido. Vicelmo veio buscá-lo na hora em que foi avisado.

Mordendo pelas beiradas



Passadas as eleições municipais aqui em Crato, desencadeamos, imediatamente as especulações quanto aos cargos de primeiro e segundo escalão na administração  da prefeitura cratense. De um lado, há o depressivo “arruma a mala aí”, do outro a euforia do “prepare a mala lá”. À medida que se foram divulgando os nomes do futuro secretariado , encetou-se, nas redes sociais ,um grande movimento com o fito de apontar nomes para cargos ainda vacantes como Meio Ambiente, Cultura e Saúde ( alguns desses nomes, diga-se de passagem, de competência indiscutível).  Alguns grupos, inclusive, se reuniram no sentido de promover seminários com alguns especialistas, escolhidos por eles, pensando na perspectiva de contribuir com idéias e programas para a nova gestão municipal. Como sempre, nessa massa heterogênea, há muitos bem intencionados e alguns aproveitadores que ficaram em cima do muro no processo eleitoral, esperando para que lado penderia o fiel da balança e que agora, de repente, aparecem como salvadores da pátria, querendo mostrar serviço e ( quem sabe?) morder a beiradinha de um ou outro cargo que por ventura apareça.
                                   Ora, amigos, qualquer uma das iniciativas me parece totalmente despropositada. É de se imaginar que os eleitores , acompanhando atentamente os programas dos candidatos e suas propostas no processo eleitoral, escolheram seu prefeito ,cuidadosamente , antenados com o Programa de Governo que apresentaram para o Crato. Nego-me a acreditar que possam ter votado nesse ou naquele por conta da sua simpatia, do parentesco ou porque lhe prometeu um emprego ou lhe  deu um dinheirinho. Se foi por uma dessas  razões, então não tem o que cobrar, é botar a violinha no saco e esperar calado o kit que será ofertado. Se, por acaso, votou no Programa, também não há o que espernear. O momento exato de discutir e modificar esse programa de governo era antes da eleição. Engajar-se, mostrar a cara e discutir com todos o melhor para o Crato e levar as propostas ao partido e ao candidato preferido. Passada a eleição, amigos, já não há nada a fazer, assinamos um cheque em branco e , agora, temos que confiar que será preenchido de maneira adequada e com a quantia esperada.
                                   Precisamos compreender o processo democrático. O candidato vencedor tem um programa de governo a cumprir e, mais, um sem número de compromissos eleitorais de que precisará  se desvencilhar. Não existirão, certamente, nomes perfeitos e adequados para sua assessoria , divorciados das suas afinidades políticas e dos rumos  e metas que traçou. Imaginem se o forçamos escolher um secretário capacitadíssimo mas com quem politicamente não se afina! Será o secretário fritado , não terá espaço na gestão e sairá queimado e desacreditado.  Seminários agora são perfeitamente inócuos, não têm qualquer serventia. Deixemos o futuro prefeito à vontade para escolher os seus assessores e executar o plano de governo previsto. Se necessitar da opinião de qualquer um de nós, terá , com certeza, a desenvoltura de nos solicitar.
                                   O Crato escolheu, em outubro último, com votação recorde, seu prefeito. A cidade entendeu, pois, (expresso esse entendimento na maioria dos seus votantes), que Ronaldo Gomes de Matos é o mais capacitado para administrar nosso município nos próximos quatro anos. Pois bem, ele tem todo direito legal e moral para fazê-lo. Cabe a ele e tão-somente a ele a responsabilidade de escolher os melhores e mais qualificados assessores para acompanhá-lo nesta árdua empreitada. Não votei nele, mas torço de coração para que consiga alavancar a cidade de Frei Carlos e tirá-la do marasmo histórico em que se encontra.

  J. Flávio Vieira.

AS GRANDES DECISÕES NO TEATRO DOS GRANDES FARSANTES - José do Vale Pinheiro Feitosa


O modo otimista de ver o julgamento do mensalão é de que todos são iguais perante a lei e que mesmo o partido no governo pega prisão, ou seja, punição. A mídia de modo geral comemorou assim e todo o conteúdo apresentado por ela afirma isso: mesmo tendo indicado os ministros do STF, mesmo tendo a Presidência da República, a Presidência da Câmara dos Deputados e aliado na Presidência do Senado: o PT vai sendo punido exemplarmente.

Todos pensam assim? Somos iguais e protegidos pela lei? Menos de quinze dias após a mídia pulou alto, a maior parte dos deputados pularam mais ainda, o relatório da CPI do Cachoeira iria indiciar jornalistas e o Procurador Geral da República. Mas o relatório não condena, apenas indica um reforço na investigação e na abertura de processo legal contra os indiciados. Afinal o relatório da CPI é fruto da própria investigação policial.

O relator, agora a finalidade de negociar a aprovação do relatório diz que a citação dos personagens é secundária, o principal deve ser preservado no relatório. Agora a dúplilingua ou o duplipensar do 1984 do Orwell faz anotações: secundária, quer dizer intocável. Ninguém pode tocar no Procurador Geral e nem em repórteres. A negociação do PT parece acovardamento, as justificativas de alguns deputados do partido como Dr. Rosinha falando em falta de condições políticas são piores ainda. Desse modo para quem pretende firmar uma política de longo prazo, efetivamente tem um grave problema no espaço a ser conquistado:  sem coluna vertebral não se move.

Essa farsa histórica é a mesma que ocorre no Oriente Médio tendo à frente os EUA e Israel em relação ao povo Palestino que acaba de conquistar na ONU o status de observador. Igual ao Vaticano. A mais recente decisão de Israel é que os palestinos que trabalham em Israel e moram em seus territórios, não possam mais pegar os mesmos ônibus frequentados pelos israelenses dos assentamos tomados ao território palestino. Se é preciso recriar o Apartheid para garantir a segurança de Israel, é claro que algo de podre há nesta política tal qual havia na África do Sul.

Outra grande farsa é a postura dos países altamente industrializados em relação às emissões de gases de efeito estufa. O Protocolo de Kioto está para findar-se e não existe nada no horizonte que faça evoluir a questão do clima ou  seja, o aquecimento global. As evidências de que efeitos climáticos tipo o Sandy em Nova York atingem cada vez mais o hemisfério norte. O degelo do Ártico no ano de 2012 foi um dos maiores em desde 2007 e correspondeu a 12 milhões de quilômetros quadrados de derretimento de gelo. Neste ano se teve as temperaturas mais altas desde 1850.

Esse problema avança para um nível de saturação de gases atmosféricos de natureza catastrófica. Catastrófica porque de repente todo o processo se acelera uma vez que se estima que a camada de gelo que cobre o ártico aprisione 1,7 gigatoneladas de carbono que uma vez liberados pelo degelo ampliarão ainda mais o efeito estufa.

Estamos numa época de grandes decisões num teatro de grandes farsantes.   

09 Faixa 9 Só quero você

09 Faixa 9 Só quero você

16 Faixa 16Rezas e Credos

16 Faixa 16Rezas e Credos

“NENHUMA MÚSICA, QUALQUER POEMA OU PINTURA É O MERO MOMENTO DE UMA PESSOA”  - fragmento de um comentário de José do Vale Pinheiro, que se revela como um texto para deleite, pois que é uma análise concisa, mas poética (Stela Siebra)   
 
“As artes coletivas são óbvias na partilha e construção plural. Nem se precisa dizer que tais artes são o que na verdade são as artes: a criação multiplicadora de uma matriz original. Assim como aquele ovo indez que serve para que tantos outros sejam postos.

Quanto às artes individuais, como as composições nas artes plásticas, na música, na poesia e nos textos, fica uma dúvida se efetivamente seriam multiplicáveis coletivamente. Mas é uma dúvida passageira: nenhuma música, qualquer poema ou pintura é o mero momento de uma pessoa.

Na verdade os arranjadores na música, os músicos e os ouvintes recriam a composição com tanta intensidade que se tornam outra unidade artística. A mesma coisa ao poema, à escultura ou um romance, ponderando os elementos multiplicadores, por vezes o silêncio interior do leitor, ou os olhos do observador e assim por diante.

Isso tudo para explicar o que a Stela acaba de fazer. Fez poesia com quatro poemas compostos por outros, em outros tempos e lugares. As escolhas da Stela: esta singeleza do amor, este pudor, este tê-lo com ou sem dor. O amor como a reprodução do viver: uma chama que é eterna enquanto dura. O amor é a síntese, para Stela, do viver”.
Comentário de José do Vale Pinheiro no post “Constelação Poética”, em 28 de novembro de 2012.

 

Saudades do Meu Canto - Aloísio


Meu canto não vejo mais
Meu canto também não ouço
Meu canto tá longe demais
Meu canto ficou pra trás

Onde achar este meu canto
Com os encantos dos poetas
Procurando em todas as curvas
Ou naquelas linhas retas

Já procurei nas lagoas
E em todas as cachoeiras
Andando lá nas planícies
Até subindo as ladeiras

Meu canto está bem ali
Nalgum canto do universo
Por isso peço que cante
Misturado em algum verso

Meu canto é a minha voz
Meu canto é algum lugar
Meu canto tem endereço
Ele é pra quem alcançar

Agora findo o meu canto
Daquele canto distante
Não sei se é cantiga ou lugar
Ou é o canto dos amantes

Tenho que ir, tenho que ir
Meu canto me espera
Com este canto de partir...
 
Tenho que ir, tenho que ir
Pois ele é longe daqui...

Tenho que ir, tenho que ir...
 

Aloísio