por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Mordendo pelas beiradas



Passadas as eleições municipais aqui em Crato, desencadeamos, imediatamente as especulações quanto aos cargos de primeiro e segundo escalão na administração  da prefeitura cratense. De um lado, há o depressivo “arruma a mala aí”, do outro a euforia do “prepare a mala lá”. À medida que se foram divulgando os nomes do futuro secretariado , encetou-se, nas redes sociais ,um grande movimento com o fito de apontar nomes para cargos ainda vacantes como Meio Ambiente, Cultura e Saúde ( alguns desses nomes, diga-se de passagem, de competência indiscutível).  Alguns grupos, inclusive, se reuniram no sentido de promover seminários com alguns especialistas, escolhidos por eles, pensando na perspectiva de contribuir com idéias e programas para a nova gestão municipal. Como sempre, nessa massa heterogênea, há muitos bem intencionados e alguns aproveitadores que ficaram em cima do muro no processo eleitoral, esperando para que lado penderia o fiel da balança e que agora, de repente, aparecem como salvadores da pátria, querendo mostrar serviço e ( quem sabe?) morder a beiradinha de um ou outro cargo que por ventura apareça.
                                   Ora, amigos, qualquer uma das iniciativas me parece totalmente despropositada. É de se imaginar que os eleitores , acompanhando atentamente os programas dos candidatos e suas propostas no processo eleitoral, escolheram seu prefeito ,cuidadosamente , antenados com o Programa de Governo que apresentaram para o Crato. Nego-me a acreditar que possam ter votado nesse ou naquele por conta da sua simpatia, do parentesco ou porque lhe prometeu um emprego ou lhe  deu um dinheirinho. Se foi por uma dessas  razões, então não tem o que cobrar, é botar a violinha no saco e esperar calado o kit que será ofertado. Se, por acaso, votou no Programa, também não há o que espernear. O momento exato de discutir e modificar esse programa de governo era antes da eleição. Engajar-se, mostrar a cara e discutir com todos o melhor para o Crato e levar as propostas ao partido e ao candidato preferido. Passada a eleição, amigos, já não há nada a fazer, assinamos um cheque em branco e , agora, temos que confiar que será preenchido de maneira adequada e com a quantia esperada.
                                   Precisamos compreender o processo democrático. O candidato vencedor tem um programa de governo a cumprir e, mais, um sem número de compromissos eleitorais de que precisará  se desvencilhar. Não existirão, certamente, nomes perfeitos e adequados para sua assessoria , divorciados das suas afinidades políticas e dos rumos  e metas que traçou. Imaginem se o forçamos escolher um secretário capacitadíssimo mas com quem politicamente não se afina! Será o secretário fritado , não terá espaço na gestão e sairá queimado e desacreditado.  Seminários agora são perfeitamente inócuos, não têm qualquer serventia. Deixemos o futuro prefeito à vontade para escolher os seus assessores e executar o plano de governo previsto. Se necessitar da opinião de qualquer um de nós, terá , com certeza, a desenvoltura de nos solicitar.
                                   O Crato escolheu, em outubro último, com votação recorde, seu prefeito. A cidade entendeu, pois, (expresso esse entendimento na maioria dos seus votantes), que Ronaldo Gomes de Matos é o mais capacitado para administrar nosso município nos próximos quatro anos. Pois bem, ele tem todo direito legal e moral para fazê-lo. Cabe a ele e tão-somente a ele a responsabilidade de escolher os melhores e mais qualificados assessores para acompanhá-lo nesta árdua empreitada. Não votei nele, mas torço de coração para que consiga alavancar a cidade de Frei Carlos e tirá-la do marasmo histórico em que se encontra.

  J. Flávio Vieira.

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