por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

" Blueberry Hill" - Uma Música Inesquecível


Música composta em 1940 por Al Lewis/Vincent Rose/Larry Stock

sucesso que atravessou décadas, nas mais variadas interpretações,desde Glenn Miller,Elvis Presley até nos dias atuais por Celine Dion, cantora canadense, ídolo da juventude atual.Mas o seu maior sucesso foi a gravação de Fats Domino.


Blueberry Hill
I found my thrill on blueberry hill
On blueberry hill when I found you
The moon stood still on blueberry hill
And lingered until my dreams came true

The wind in the willow played
Love’s sweet melody
But all of those vows we made
Were never to be

Tho’ we’re apart, you’re part of me still
For you were my thrill on blueberry hill

Blueberry Hill (Tradução)
Encontrei a minha emoção na colina de mirtilo
Na colina de mirtilo quando a encontrei
A lua ficou imóvel na colina de mirtilo
E demorou-se até que os meus sonhos se realizassem

O vento no salgueiro jogou
A melodia doce de amor
Mas todos daqueles votos que fizemos
Nunca deveriam existir

Mesmo que estejamos separados, você é parte de mim ainda
Já que você foi a minha emoção na colina de mirtilo




Nosso Planeta- Por Isabela Pinheiro


Em nosso planeta tem vários países tem a China
E dando uma volta na esquina,
O Japão.
Vamos ver e aquele menino ruivo, João, é do Japão.
E os Estados Unidos tem vários vestidos do Brasil, viu?
Mas que pais engraçado tem festa de carnaval que nem tem manual
E a França tem Paris que tem muitos javalis,
E a Grécia? De lá vem o alfabeto, seu Beto.
E em nosso planeta tem muito mais, tem pais e cidade,
Tem são Paulo, Rio de Janeiro, que tem muito herdeiro
É assim nosso planeta.
É feliz mas a poluição tem que acabar
Se não um dia a gente vai se danar.
É nosso lindo planeta que está sendo ameaçado
Por nossas mãos ingratas.
Nele vivemos e ele esta morrendo.
Vamos salvar nosso planeta.

Teu rosto


teu rosto
no meu pensamento
às vezes se esfumaça
passa por tantas idades
que eu já nem sei 
se um dia te conheci

Teu rosto
eu lembro de todos...
Só não lembro do
meu próprio rosto
que eu  tinha quando nasci

Depois de tanto mudar
descobri que lembro
todos
menos o meu próprio rosto
quando dormia,
e sonhava em ti.

o amor não tem rosto
nem a felicidade, tão pouco ...
mas o rosto de quem é feliz
traz a paz tatuada :
a cara do amor em paz
quando o amado
é feliz !

socorro moreira

Uma anfitriã em pânico - Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

Em l995, nosso apartamento estava lotado de irmãos e alguns sobrinhos de Carlos, que vieram à Fortaleza para apoiar uma irmã dele que ia se submeter a uma operação de ponte de safena. A cirurgia era de risco, o que fez com que os irmãos e todos os familiares ficassem preocupados. Estávamos todos unidos em oração e torcendo para que tudo desse certo. E eu, no meu papel de anfitriã, organizava tudo a tempo e a hora para que todos se sentissem bem acolhidos e confortáveis.

Nessa época o prédio em que moramos, estava sem síndico, pois ninguém queria assumir tal missão. Sem nenhuma liderança, já que nem o subsíndico quis se responsabilizar, não foi tomado nenhuma medida para que fosse realizada a dedetização. Por mais que colocássemos isca em nossa casa, apareciam algumas baratas voadoras e outras que vinham dos esgotos do edifício.

Em determinado momento, ao entrar na despensa com a minha cunhada ao mesmo tempo, para pegarmos alguma coisa, passaram por cima de nossas cabeças duas enormes baratas voadoras vindas da varanda. Na hora, em pânico e sem pensar no meu papel de anfitriã acolhedora e educada, saí correndo e tranquei a porta da despensa deixando minha hóspede lá com as duas baratas. Corri o mais longe possível daquele local. Depois que passou o susto e as baratas já estavam mortas, envergonhada fui pedir desculpas a minha cunhada, justificando minha atitude pelo medo que tenho de baratas. Ainda bem que ela perdoou. Passado o meu constrangimento, demos boas risadas.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

A CATARSE DE ROSA CATARINA



FILOSOFIA

Hoje
Tudo é melhor do que ontem.
E amanhã?...
Quando chegar,
Será hoje.

CIGARRO

Depois da última tragada
o gosto amargo da espera.

PERGUNTA

Por que
o amor é a mais
complicada
das coisas simples?


AMAR

Amar
É saber que existe
Alguém
Que não é igual
A ninguém


Do livro Vôo de Volta de Rosa Catarina
2002

Corujinha Baiana !


Além de todos são todos.
Amigo é parte do real e do sonho.
Cala na ala de cá
Fala no fato de lá
Brilha na dança do olhar
Deseja que seja
Azul cor do mar.

Espumas e brumas escondiam a sua imagem
Vivia imantada na pele da alma.
Descansava , nas águas da Bahia ...
Pensava !

Coruja noturna
Que cala as cotovias
Nela é tudo de bom gosto
Literatura, pintura,

Religião e poesia.
Corujinha é felicidade
que eu julgava perdida !

Tempo duro, tempo escuro



                                          
1. Tempo escuro

Para que a poesia
neste tempo da banalidade?
Para que a poesia
neste tempo da forma rara
em lugar do homem?

Cegos e surdos,
entanto cantamos.
Somente a tocha da poesia
ilumina este tempo escuro.


2. O cadáver da poesia

Vesti o cadáver da poesia
com as mais belas roupas que encontrei.
Vesti o cadáver da poesia
com as roupas de um operário.
Deixei nu o cadáver da poesia:
não deixou de ser o cadáver
deste tempo negro.

(Gregório Vaz)
__________ 


Gregório Vaz teve um surto criativo este ano. Parei de escrever como eu mesmo, até  o dia do meu aniversário, quando fiz quatro poemas luminosos. Não era dia para o pessimismo de Gregório Vaz. Depois tentei equilibrar a forma - G. Vaz é desleixado - mas tanto a forma como o fundo saíram escuros. Talvez seja mesmo este tempo escuro em que vivemos. Talvez eu não esteja nos meus melhores dias.

___________


Pombos


Os pombos sujam o arco
Criam uma poética
E solidificam suas fezes
E o vento compõe doenças
Fico aqui intrigado com a beleza dos pombos
E seus passos de paciência
Bendita ciência
Que desvenda
A merda
Das aves símbolo da paz.

Alexandre Lucas

Verônica, feliz aniversário!


Verônica é a segunda filha da minha mãe.
Belisquei seus bracinhos


Quase cortei suas tranças (ouro de lei)




Ela tinha a mania de guardar


tudo que a vista via,


na sua mala de feira...


Troféu conquistado,


quando largou a chupeta



É uma das mais finas artesãs que eu conheço


Dedos ágeis, que se enrolam nos fios de linha.


Se a gente tirar a agulha


dessa menina,


ela faz um bordado ao natural.



Importa-me seu senso de organização.


Tem casa de boneca,


sempre arrumadinha.


Queria um pouco da sua disciplina


-Herança transferida de um pai artista !

Beijo da sua irmã mais velha : Socorro  Moreira

Nina Simone



Eunice Kathleen Waymon mais conhecida pelo seu nome artístico, Nina Simone (Tryon, 21 de fevereiro de 1933 — Carry-le-Rouet, 21 de abril de 2003) foi uma grande pianista, cantora e compositora americana. O nome artístico foi adotado aos 20 anos, para que pudesse cantar Blues, a "música do diabo", nos cabarés de Nova Iorque, Filadélfia e Atlantic City, escondida de seus pais, que eram pastores metodistas. "Nina" veio de pequena ("little one") e "Simone" foi uma homenagem à grande atriz do cinema francês Simone Signoret, sua preferida.

Boatos - Por Joaquim Pinheiro



No início da década de 70, o Governo de Pernambuco construiu a represa de Tapacurá visando por fim aos problemas de abastecimento d’água da região metropolitana da capital pernambucana. Paralelamente à sua construção de muitos milhões de dólares, a propaganda oficial alardeava que era a obra do século, a 3ª maior construção do Brasil (perdia para Itaipu e a Ponte Rio-Niterói) e que garantiria o abastecimento até o ano 2020. Foi Inaugurada com muita pompa em 1974, com dois dias de solenidades e semanas de maciça propaganda em todos os meios de comunicação.

Em julho de 1975 Recife sofreu terrível enchente. O Rio Capibaribe atingiu níveis jamais alcançado, destruindo inúmeros imóveis, causando várias mortes e produzindo milhares de desabrigados. Na semana seguinte, a cidade ainda limpava os efeitos da tromba d’água quando aconteceu outra tragédia, um simples boato. Apenas um boato mas com graves conseqüências. Com efeito parecido ao de fogo lançado em barris de pólvora, alguém inventou que Tapacurá havia estourado. O pavor tomou conta da população, pois se dizia que nem os edifícios mais altos do centro da cidade escapariam do volume d’água. Boa parte da população correu para os morros e bairros afastados do curso do Rio Capibaribe sem ao menos fecharem suas casas. Carros eram abandonados em meio ao engarrafamento geral. Meu sogro, sem saber do boato, voltava para casa de táxi. O veículo parou em um sinal fora do engarrafamento, quando um bombeiro gritou algo para o motorista. Este encostou o carro, desligou o motor e simplesmente desapareceu. O sogro, que pensara que o taxista tinha saído para comprar cigarro ou algo assim, esperou uns 20 minutos até que um popular mandou que ele saísse e corresse porque as águas já vinham no Bairro da Várzea. Percebendo o clima geral de medo, disparou para casa e acredita que bateu o recorde mundial dos 5.000 m, uma vez que venceu percurso em pouquíssimo tempo, chegando antes da notícia falsa.

Os incidentes foram tão fora de propósito, que o Jornalista Homero Fonseca pesquisou o assunto, debruçou-se sobre os vários inquéritos abertos, os jornais da época, leu várias obras sobre boatos e, anos depois, lançou o livro “Viagem ao Planeta dos Boatos”. Na obra são citados exemplos de situações parecidas, como o famoso caso da imaginária invasão da terra pelos marcianos em esquadrilhas de naves espaciais, retransmitida pelo rádio em 1938 por Orson Welles, que apavorou milhões de americanos. O autor identificou as causas que levam as pessoas a inventarem ou dar curso a boatos, entre elas o desejo de ser o centro das atenções. Os boatos se propagam Tanto mais rápido quando trazem informações que as pessoas querem ouvir ou, direta ou indiretamente, tenha algum interesse. Os incidentes aqui relatados bem como o livro, são anteriores à internet. A rede mundial tornou-se excelente veículo para propagação dos boatos porque, no dizer exagerado do professor Sílvio Meira, “globalizou os otários”, ai incluído os ingênuos, capazes de acreditar em tudo que vêem na tela, como autópsia em ETs, discos voadores, milagres de todo tipo, frutas que curam todas as doenças, etc.

Joaquim Pinheiro

Pensando na vida ...- socorro moreira



Tenho pensado mais do que vivido. Ao invés de encontrar o dia, eu apenas o espero com os olhos da paciência, e a impaciência dos sentidos.
Resolvi comprar um tênis, refazer lista de compras, e passar a borracha na metade das lembranças.
Estamos nos fins dos tempos. Uma expectativa de 30 anos de vida significa apenas alguns instantes. Depois será como no início... Uma inconsciência luminosa dispersa no Universo.
Por que demorei tanto para compreender que morremos todos, todos os dias?
Nesses estágios paralelos, todos estão no caminho do fim definitivo. Pode até ser que tudo seja cíclico. Pode até ser que essa trajetória sofra alterações aleatórias ou propositais. Pode até ser que o sentido do infinito seja uma espiral, sem o extremo final.
No emaranhado de pensamentos, de linhas que se cruzam, ou se acompanham, fico triste com as notícias, e busco  a arte como alento.
Mistura de  vida prática com imaginação.
A  música toca dentro de mim, mas só tenho acesso às palavras, e com rasuras!

RODA DE HISTÓRIAS COM BISAFLOR

Na sexta feira passada Bisaflor participou de uma animada roda de contação de histórias, ao redor de uma fogueira. A noite estava clara e amena, noite de lua cheia. Foi por isso que Bisaflor trouxe para a roda uma lenda dos nossos antigos índios sobre a origem da lua cheia, narrada pela escritora Terezinha Éboli. Essa história é tão boa que você não consegue parar de ler ou de ouvir até o fim.


A LENDA DA LUA CHEIA

Depois que noite e dia ficaram separados, o céu noturno era uma festa de luzes. Primeiro foram as estrelas que se espalharam por toda parte, umas soltas outras grupadas, de diversas cores e tamanhos diferentes, todas tremulando pregadas no escuro firmamento.
Quando a lua apareceu depois, crescendo até ficar bem redonda, sozinha no céu ou embalada nas nuvens, espalhou uma claridade azulada que, no escuro, ajudava a ver as coisas e nos igarapés, lagoas ou no grande rio fazia tremer as águas com as redes de prata que atirava. Na mata, pequenos habitantes desconhecidos apareciam, ora ao luar ora na sombra. Assim, os povos da floresta perceberam novas formas, novos sons, outros movimentos, outras vozes quando a lua iluminava a noite e, então, agradecidos a chamaram de Jaci.
E também perceberam que, em noite de lua cheia, algumas pessoas ficavam diferentes, de cabeça virada, um mistério insolúvel, porque ninguém sabia explicá-lo. Por que isso acontecia? – perguntavam sem encontrar a resposta.
Até que uma velha índia, de tribo longínqua, contou que, antes de ser lua, ela era uma cabeça de homem cortada do pescoço de um índio vencido em luta por um outro que era mais forte. Os companheiros correram e amarraram a cabeça com embira, mas a cabeça escapou e saiu rolando atrás deles, enquanto iam chamar o resto da tribo. Assustados atiraram-se no rio e nadaram até a outra margem. A cabeça veio atrás deles de bubuia, isto é, boiando ao sabor da corrente, até chegar bem pertinho.
Apavorados, subiram num pé de bacupari e se esconderam lá em cima, bem quietinhos, para ver se a cabeça passava em frente, rolando e segura. Qual nada! A cabeça ficou embaixo da árvore e olhava para cima pedindo que lhe jogassem os frutos. Os índios sacudiram os galhos e os frutos caíram, espalhando-se pelo chão; a cabeça rolou atrás deles e comeu todos. Então, os índios atiraram os frutos para bem longe, porque queriam se livrar da cabeça e, enquanto ela rolava atrás dos frutos, eles conseguiram fugir.
Quando a cabeça voltou, já não encontrou ninguém na árvore, mas não desistiu e continuou a rolar pelo caminho. Os índios perceberam que a cabeça vinha de novo atrás deles, correram apavorados para a aldeia e avisaram todos para que fechassem bem as suas casas. Ficou tudo fechado na aldeia. E, por trás das frestas de palha, todos espiavam a cabeça que chegava rolando...A cabeça então gritou:
- Me deixem entrar!
Silêncio. A cabeça pensou, pensou e gritou:
- Se eu fosse água, vocês me beberiam; se eu fosse terra, vocês pisariam em cima de mim; se fosse uma oca, morariam em mim; se fosse anta, me matariam e me comeriam. Se fosse mandioca, fariam bijus; se fosse o sol, se esquentariam no meu calor; se fosse chuva, fariam o capim crescer e os bichos me comeriam. Mas como sou inútil, só uma cabeça sem corpo, não sirvo para nada.
Aí a cabeça pensou mais forte e disse:
- Já sei! Vou ser lua. Me deixem entrar! Preciso de muita embira para poder chegar ao céu.
Alguém, que ninguém viu, atirou para a cabeça dois pedaços de pau com bastante embira enrolada e ela, dizendo adeus, desenrolando o fio, foi subindo... subindo...
Todos puseram os olhos fora das janelas para ver o que se passava com a cabeça e viram que estava subindo devagarinho em direção do céu, enquanto a embira ia se desenrolando do graveto onde estava como um novelo. Os homens saíram todos de suas ocas e um deles perguntou:
- Será que a cabeça chega mesmo ao céu?
Ninguém falou, Ninguém se moveu. Só os olhos iam seguindo a cabeça em sua viagem para o céu.
Ela ia subindo e cada e cada vez ficava mais distante da Terra. Umas nuvens grossas a cobriram. Os homens ficaram preocupados, eles queriam ver o que ia acontecer. Mas ela atravessou as nuvens e continuou subindo, subindo... e agora estava bem no meio do céu.
A noite chegou, mas os índios continuavam parados, olhando. Então, aconteceu: a cabeça foi clareando, clareando e, de repente, ficou toda luminosa. Ela, finalmente, tinha virado lua!
Os homens ficaram espantados, mas começaram a dançar e a cantar, toda a tribo festejando a cabeça que tinha conseguido virar lua.
E é por isso, conta a velha índia, que as pessoas ficam de cabeça virada quando é noite de lua cheia.
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Esta história é dedicada às crianças: Isabela, Miguel, Bianca, Sofia, Gabriel, Vitória, Raul, Maria Alice, Stéphanie e Bruna.