por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tempo duro, tempo escuro



                                          
1. Tempo escuro

Para que a poesia
neste tempo da banalidade?
Para que a poesia
neste tempo da forma rara
em lugar do homem?

Cegos e surdos,
entanto cantamos.
Somente a tocha da poesia
ilumina este tempo escuro.


2. O cadáver da poesia

Vesti o cadáver da poesia
com as mais belas roupas que encontrei.
Vesti o cadáver da poesia
com as roupas de um operário.
Deixei nu o cadáver da poesia:
não deixou de ser o cadáver
deste tempo negro.

(Gregório Vaz)
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Gregório Vaz teve um surto criativo este ano. Parei de escrever como eu mesmo, até  o dia do meu aniversário, quando fiz quatro poemas luminosos. Não era dia para o pessimismo de Gregório Vaz. Depois tentei equilibrar a forma - G. Vaz é desleixado - mas tanto a forma como o fundo saíram escuros. Talvez seja mesmo este tempo escuro em que vivemos. Talvez eu não esteja nos meus melhores dias.

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Um comentário:

socorro moreira disse...

A poesia é alimento.
Pra que a poesia?
Sem palavras !

Obrigada por nos acordar, Brandão!