por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 23 de março de 2011

Everardo Norões - Por José do Vale Pinheiro Feitosa




Guerrilheiro, andarilho do terceiro mundo, político de seiva, erudito, universal como a cratera de um vulcão, vivente de muitas vidas numa apenas, cratense inconcluso, Everardo Norões é um dos poetas mais maduros da geração do pós guerra. E muito sério.

Isto é, quem olha Everardo na ambiência social, encontra uma sisudez herdada. Aproxime-se e descobrirá um verbo que tem aquilo que Eça de Queiroz dizia do português falado no Brasil: tem a doçura da cana. Mas não procure que se cristalize definitivamente, logo ele se liquefaz e toma outras formas. Por isso tão múltiplo como dito no início.

Ia me esquecendo dizer de quem herdou. De Plínio Norões, o seu pai, quem o mundo movia-se por quereres, mas também por aleatoriedade. Nem acaso apenas como necessidade somente. A sisudez como atenção pelo momento em curso.
Lembre de um poema de Everardo Norões em seu “Retábulo de Jerônimo Bosch”:

Orley

Ele cruzava
as pontes do recife
em direção à Abissínia.

Nós o seguíamos:
havia sempre um cais,
um segredo,
o elixir das noites mortas.
Aprendíamos
a verdade incompleta,
o sortilégio dos desenganos,
as formas de penetrar,
(de leste a oeste)
a pálpebra das coisas.

Sempre um átomo a pulsar
no vidro,
no sexo,
nos móveis da casa:
a substância mais viva
do esquecimento.

Digo:
o silêncio é uma rua
de janelas fechadas.

Dica de Tiago Araripe


Para quem estiver no Recife, uma boa programação para a próxima quarta-feira, dia 30. "A obra retrata os quatro elementos – Água, Fogo, Terra e Ar –, além da existência e das características de seres não biológicos que os têm como habitat", Escreve a jornalista Naira Sérvio. "O livro é fundamentado no estudo de diversas organizações místico-religiosas e o tema está presente em todas as tradições."





Peito Vazio
Composição: Cartola e Elton Medeiros

Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
(...)
E com o tempo
Essa imensa saudade que sinto
Se esvai

Canto sem querer esta música, quando fico triste. A morte de Luiz Arraes me pegou de surpresa, deixou-me vazia.
A impressão que sinto é de que não escreverei mais nada...Perdi um amigo muito querido!




MIGUEL GUSTAVO- Por Norma Hauer


ELE COMPÔS "JINGLES"

Foi no dia 24 de março de 1922 que ele nasceu aqui no Rio de Janeiro, recebendo o nome de Miguel Gustavo Werneck de Souza Martins, mas ficou conhecido com o nome abreviado de MIGUEL GUSTAVO.
Foi jornalista, radialista, compositor, autor de jingles e poeta.
Começou como discotecário da Rádio Vera Cruz em 1941, após largar os estudos aos 19 anos . Mais tarde passou a escrever programas de rádio.
Destacou-se como compositor de “jingles”, além de ter também feito sucesso como compositor de sambas e marchas.
Quando o cantor Moreira da Silva estava afastado, Miguel Gustavo compôs uma série de sambas de breque que marcaram a volta triunfante do cantor. Todos foram sucessos. São eles: “O conto do Pintor”; “O rei do gatilho”;” O último dos Moicanos”:” O sequestro de Ringo”; “O Rei do Cangaço” e “Morengueira contra 007”.
Foi em 1950 que começou a compor “jingles”, dentre os quais o das Casas da Banha, que criou fama e causou polêmica por utilizar um trecho da melodia "Jesus alegria dos homens" de J. S. Bach. Em 1963 foi a vez do Leite Glória.

A música “A dança da Boneca”, gravada por Chacrinha para o carnaval de 1967 foi depois transformada no prefixo do Programa do Chacrinha, com ligeiras modificações na letra e se popularizou pelo Brasil inteiro.

Quando o Brasil saiu vitorioso da Copa do Mundo de 1970, realizada no México, conseguindo seu tri-campeonato, Miguel Gustavo compôs o hino Pra Frente Brasil ao participar de um concurso organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos.
Os versos "Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração…" e a melodia tornaram-se símbolo da seleção canarinho, sendo hoje ainda entoado, quando os 90 milhões são o dobro.

E o Carequinha? Quem não se lembra de

“Ela é fã da Emilinha,
Não sai do César de Alencar,
Grita o nome do Cauby (Cauby)...
E depois de desmaiar
Pega a Revita do Rádio
É começa a se abanar...”


Miguel Gustavo foi casado com a também radialista Sagramour de Scuvero (uma das primeiras mulheres a ter um programa radiofônico).
Além desse pioneirismo, ela e Lygia Maria Lessa Bastos, foram as primeiras vereadoras eleitas no Rio de Janeiro.
Miguel Gustavo faleceu em 22 de janeiro de 1972, sem completar 50 anos.

Norma
*******
*****
***
*

O LENDÁRIO MANÉ DE JARDIM
JA CHEGOU NO CARIRI
FÊNIX IGUAL NUNCA VI
MÚSICO IGUAL TAMBÉM NÃO
VEIO COM AS MÃOS ABANANDO
SONHANDO E DEDILHANDO
AS CORDAS FERIDAS DO VIOLÃO
DE QUEM TEM A MAESTRIA
DE RECRIAR A HARMONIA
REINVENTANDO A CANÇÃO

Ulisses Germano



 




Uma libertação diária - Emerson Monteiro


Ao trilhar a senda os passos individuais, neste salão dos tesouros submersos de oportunidades intransferíveis, ainda que pretendamos fugir da responsabilidade para viver, algo cresce na raiz da gente, à medida que caminhamos. Isto são as experiências deste cinema da vida. As amostras constantes de opções e demonstrações da realização do eterno movimento nas pessoas que formam o rebanho. Multidão criteriosa de pensamentos e sentimentos fala aos nossos ouvidos segredos reveladores da missão particular desses agentes do sucesso que nós somos.
Ninguém escapa de trilhar os próprios passos. Andar em frente, cena que muda em alternativas das passadas, define bem o plano do percurso, numa estrada infinita sobre o chão comum das gerações. Esse sentido dominante envolve os aspectos da percepção humana e cala fundo na máquina de testemunhar o itinerário, propondo interpretações minhas, suas, nossas.
Durante todo tempo da jornada, os artistas espectadores do universo viajam pela vida e apresentam a si o cardápio das ações a praticar. Bem no ângulo das decisões, quando escolhemos qual caminho seguir, todos, réus e juízes das atividades, trabalham com suas próprias iniciativas. Telas e pintores fixam o gosto da criação, nos gestos que praticam, sendo, porquanto, criaturas e criadores no mesmo instante, vagando neste mar de sobrevivências diante das aparências físicas e do espaçoso desconhecido invisível.
Ditas quais palavras, grosso modo estabelecemos as culpas e elaboramos os perdões pelas faltas cometidas, aperfeiçoando o decorrer das eras no padrão definitivo que, lá um belo dia, iremos oferecer de nós às portas do Reino, dentro do processo original de tudo isto, a retornar à casa do Pai, Criador desses assuntos, causa primeira da manifestação chamada Existência, que herdamos nos lugares, papéis e produções recebidas no começo do percurso.
Por isso, querer evoluir pede efetivas providências e pulso dos que aspiram libertação do enigma continuado das histórias. A religiosidade individual, mãe de religiões dos grupos humanos em qualquer época, indica, assim, costumes bons, espíritos elevados, aspirações superiores, além da condição pura e simples de dominar as vaidades para desfazer a ilusão, no impulso libertador. Níveis amplos, conotações siderais, práticas sublimes, remédios que curam os atrasos do passado, a troco de respostas maiores e mais prudentes.
Contar essas considerações só fixadas nas plataformas da terra solicita, pois, sentimentos altivos de lutar e uma vontade forte para subir aos elevados da esperança e da fé. Espécie de técnicos da alma, os mestres falam outras linguagens; apontam renunciações e desapegos; contudo, nas ocasiões de resolver os dramas em novas tradições de si mesmo, nascem criaturas vindas do ser particular, das árvores pessoais que frutificarão durante a vida, nos dias de matéria prima e presenças permanentes em nossas mãos mágicas.

ELIZABETH












Elizabeth, eu te amo
(composição: Michael Jackson)

Bem-vinda a Hollywood
Foi o que lhe disseram
Uma estrela criança em Hollywood
Foi isso que lhe venderam
Agraciada com beleza, charme e talento
Você fazia o que lhe diziam para fazer
Mas eles roubaram a sua infância
Levaram sua juventude e a venderam a por ouro
Elizabeth, eu te amo
Você, para mim, é todas as estrelas que brilham
Elizabeth, você não vê que é verdade
Elizabeth, eu te amo
Para mim você é mais que simplesmente uma estrela
Adorável Elizabeth
Você superou todos eles
Minha amiga Elizabeth
Aprendeu a durar mais que todos eles
Muitos começaram junto com você
Se perderam e desapareceram
Mas, olhe para você, uma verdadeira sobrevivente
Cheia de vida e seguindo em frente

Elizabeth, eu te amo
Você, para mim, é todas as estrelas que brilham
Elizabeth, você não vê que é verdade
Elizabeth, eu te amo
Para mim você é mais que simplesmente uma estrela

Esta é sua vida
Você parece ter tudo
Você chegou ao topo
Eles quiseram que você caísse
É muito triste que o mundo possa ser tão mau

Mas sobrevivendo a todas as decepções
Quando eles te botam para baixo
Você sabe que foi vitoriosa e mereceu a coroa
É como andar em meio ao fogo decidida a vencer
Enfrentou as batalhas da vida,
Várias e várias vezes

Elizabeth, eu te amo
Você, para mim, são todas as estrelas que brilham
Elizabeth, você não vê que é verdade

Lembre-se do tempo em que eu estava sozinho
Você ficou do meu lado e disse:
"Vamos ser fortes"
Você fez coisas que só um verdadeiro amigo faz

Elizabeth, eu te amo
O mundo conhece seu trabalho agora
De tudo o que há na Terra
Eu rezo para um dia ser como você.

Adeus, Liz !


Morre aos 79 anos a atriz Elizabeth Taylor


A atriz Elizabeth Taylor morreu na manhã desta quarta-feira, aos 79 anos, de insuficiência cardíaca congestiva.


A morte foi anunciada pela rede ABC e confirmada pelo filho da atriz, Michael Wilding, e pelo seu assessor.
O assessor de Taylor declarou que ela morreu "cercada por seus filhos: Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton". Taylor tinha ainda dez netos e quatro bisnetos.
Segundo a ABC, a família planeja realizar um funeral particular no final desta semana.
"Apesar de ela ter sofrido diversas complicações, sua condição estava estável e era esperado que ela voltasse para casa em breve. Infelizmente, isso não aconteceu", completou o assessor.
Seu filho Michael Wilding soltou o seguinte comunicado: ""Minha mãe foi uma mulher extraordinária que viveu a vida ao máximo com grande paixão, humor e amor. Apesar de sua perda ser devastadora, nós sempre seremos inspirados pela sua contribuição ao nosso mundo."
A atriz estava internada no centro médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, desde o início de fevereiro, com problemas no coração.
Taylor foi diagnosticada em 2004 com a doença que a vitimou. A insuficiência cardíaca congestiva é uma patologia que impede o coração de bombear sangue oxigenado suficiente para suprir as necessidades dos demais órgãos do corpo, o que gera uma sensação de fadiga, dificuldade de respirar, aumento de peso, entre outros problemas.
Em 2009, Taylor foi submetida a uma cirurgia para substituir uma válvula defeituosa no coração. Ela usava uma cadeira de rodas há mais de cinco anos para lidar com sua dor crônica. Vencedora de dois Oscar, Elizabeth Taylor foi operada de um tumor no cérebro em 1997.

"No Azul Sonhado"-Coletânea em prosa e verso

Capa: foto de Pachelly Jamacaru
Dedicatória: à J.de Figueirêdo Filho e  ao Patativa do Assaré - por Tiago Araripe
Prefácio: José Flávio Vieira
Orelha: José do Vale Feitosa
Revisão: Stela Siebra e Luís Eduardo
Diagramação:Luiz Pereira
Edição: Blog  catadoradeversos.blogspot.com  "No Azul Sonhado"

Autores:
1.Abidoral Jamacaru
2.Aloísio Paulo
3.Assis Lima
4.Bernardo Melgaço9
5.Carlos Esmeraldo
6.Cristina Diogo
7.Domingos Barroso
8.Edmar Cordeiro
9.Emerson Monteiro
10.Everardo Norões
11.Francisco das Chagas
12.Geraldo Ananias
13.Geraldo Urano
14.Isabella Pinheiro
15.Joaquim Pinheiro
16.João Marni
17.João Nicodemos
18.José Carlos Brandão
19.José Flávio Vieira
20.José do Vale Feitosa
21.José Nilton Mariano
22.Liduína Belchior
23.Luís Eduardo da Silva
24.Luiz Pereira
25.Lupeu Lacerda
26.Magali Figueirêdo
27.Manoel Severo
28.Mara Thiers
29.Marcos Barreto
30.Marcos Leonel
31.Maria da Conceição Paiva
32.Nilo Sérgio Duarte
33.Pachelly Jamacaru
34.Pedro Esmeraldo
35.Rejane Gonçalves
36.Roberto Jamacaru
37.Rosa Guerrera
38.Socorro Moreira
39.Stela Siebra
40.Telma Brilhante
41.Tetê Barreto
42.Tiago Araripe
43.Vera Barbosa
44.Ulisses Germano
45.Wilton Dedê

Tiragem: 500 exemplares
225 ( 5 para cada autor)
25 ( p/divulgação)
250 ( serão vendidos para cobrir despesas com edição).
Preço máximo: 20,00
Reservas  pelo e-mail: sauska_8@hotmail.com

Estamos na fase da diagramação!
Em seguida:
Edição
Revisão gráfica
 Impressão.

Lançamento: 15 de  julho/2011 ( semana da ExpoCrato).

Os nomes que não constam na lista, todos muito queridos, não enviaram material até a data de ontem. Limite máximo, uma vez que o trabalho de revisão já foi concluído, e o trabalho de diagramação já foi iniciado. Aguardemos a proxima edição !

"Sua Excelência" - José Nilton Mariano Saraiva

De antemão, e é absolutamente imprescindível que isso fique cristalinamente explicitado, uma constatação simplória: ninguém, em sã consciência (até prova em contrário), tem ou guarda qualquer resquício de dúvida sobre a sua honestidade pessoal; ninguém, mesmo divergindo politicamente, vislumbra qualquer ato que venha em desabono ou comprometimento da sua condição moral (pelo menos até aqui); “Sua Excelência” é, pois, se visto sob tais enfoques, merecedor de todo o respeito dos munícipes.
Mas, por mais que os áulicos e bajuladores de plantão teimem em não admitir, a situação de penúria, abandono e indigência a que chegou o município do Crato é reflexo e conseqüência da falta de vocação ou inaptidão para o gerenciamento da coisa pública do atual mandatário do município; da sua siderúrgica incompetência administrativa, via escolha equivocada de certos (e sofríveis) auxiliares; da hesitação em punir de pronto, com rigor e exemplarmente, determinados auxiliares que teimam em meter os pés pelas mãos, ao ultrapassarem os limites da civilidade, comprometendo sua administração (vide o descaso, a falta de atitude, o “passar a mão na cabeça”, a forma equivocada como foi tratado o grave imbróglio envolvendo o presidente da SAAEC e uma octogenária usuária daquela estatal municipal); além do que, há que se atentar para a sua flagrante falta de prestígio junto aos escalões superiores, obstando a fluidez das possíveis demandas apresentadas; e, enfim, não há como esquecer do seu incompreensível e hermético isolamento político, cujo retrato mais emblemático foi a visita, dias atrás, do Governador do Estado à cidade do Crato, sem que fizesse nenhuma questão de sequer anunciar-se antecipadamente (como é praxe, em ocasiões da espécie), culminando por circular pela cidade sem encontrar-se com o chefe da municipalidade. È mole ou quer mais ???
O certo é que, guindado ao pódio da municipalidade cratense unicamente em atendimento à manutenção de uma tradição familiar (o pai foi prefeito da cidade na década de 50), “Sua Excelência” lamentavelmente revelou-se, desde logo e até aqui, uma lástima, verdadeiro caos, em termos administrativos, de par com o pouco caso ou desprezo com que é visto e tratado por aqueles com quem deveria entender-se (vide o narrado acima). Pior para o município, conforme atestou o ponderado senhor Hélder Macário de Brito (em carta aberta ao Pedro Esmeraldo), ao admitir que o Crato se encontra entregue ao “deus dará” (opinião corroborada por muitos e autênticos “cratenses da gema”).
Fato é que, instalado em sua inexpugnável e confortável redoma às margens do rio Grangeiro, cercado e paparicado por “amigos” (???) que vivem a lhe pavonear a imagem e inflar o ego diuturnamente, “Sua Excelência” parece experimentar um processo anestésico duradouro e agônico, já que literalmente alheio ao que se passa à sua volta. E é essa acomodação, esse marasmo, essa letargia, essa moleza, essa falta de atitude, que verdadeiramente preocupa, já que a decrepitude da cidade é uma dantesca e triste realidade (e pensar que ainda faltam quase dois anos para o término do seu mandato).
Por conta disso (e os fatos estão aí pra atestar), já perdemos o SESI, o Sebrae, o Campus da UFC, a Televisão Verdes Mares, o Hospital Regional, o Carrefour e outros empreendimentos de porte e já se fala, até (não se surpreendam, se acontecer), na possibilidade de que o comando/reitoria da URCA, a Faculdade de Agronomia (definitivamente) e a sede do SESC tomem a rota da cidade vizinha (onde, aliás, já são emitidos os BO’s policiais das ocorrências noturnas cratenses). Não se sabe se a Diocese também seguirá o mesmo caminho, mas é bom observar, com atenção, a movimentação do enigmático e esperto Dom Panico.
Alfim, não custa lembrar (para reavivar a memória dos frouxos e convenientes) a reunião patrocinada pela Associação dos Filhos e Amigos do Crato (AFAC), realizada na Câmara de Diretores Lojistas (aqui em Fortaleza) há cerca de dois anos, quando “Sua Excelência” afirmou, peremptório, convicto e a plenos pulmões (com todas as letras, reticências, pontos e vírgulas) que “...o Crato é final de linha, só vai ao Crato quem tem negócios lá”. Seria interessante, pois, que alguém o lembrasse que o Crato precisa, sim, a fim que sua economia seja revitalizada, é de atrair investimentos, criar empregos e gerar renda para as centenas de desempregados que zanzam por suas ruas, feito zumbis.
E isso, nos dias atuais, só se consegue através do “componente político”, via construção de pontes, do chegar junto, do valer-se de parcerias, do doar-se em favor de uma causa, do ofertar vantagens, do renunciar agora para angariar depois, do movimentar-se à procura de.
Isto posto, por qual razão não se refletir sobre as “razões” ou os “porquês” de não conseguimos atrair investimentos (governamentais ou particulares), se até cidades de menor porte e sem maior expressão conseguem ??? Que “praga” maldita é essa que se abateu sobre a cidade do Crato, transmutando-a de “Princesa do Cariri”, “Capital da Cultura” e por aí vai, numa “cidade- dormitório”, “cidade-fantasma”, “cidade-sem-presente-e-sem-futuro” ??? Onde vamos parar ???

LEMBRANDO NERUDA

CANCION DEL AMOR
Pablo Neruda


Te amo, te amo, es mi canción
y aquí comienza el desatino.

Te amo, te amo mí pulmón,
Te amo, te amo mi parrón,
y se el amor es como el vino:
eres tú mi predilección
desde las manos a los pies:
eres la copa del después
y la botella del destino.

Te amo al derecho e al revés
y no tengo tono ni tino
para cantarte mi canción,
mi canción que no tiene fin.

Em ni violín que desentona
te lo declara mi violín
que te amo, te amo mi violona,
mi mujercita oscura e clara,
mi corazón, mi dentadura,
mi claridad y mi cuchara,
mi sal de la semana oscura,
mi luna de ventana clara.