por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 21 de dezembro de 2013

Agora e para sempre "Corra o Risco de Pensar por Você Mesmo

Por manifesto de final de ano aos leitores do blog, reproduz a fala final Christopher Hitchens num debate ocorrido numa escola Metodista do Texas no ano de 2010. A fala de Hitchen, que escreve teses ateias em livros e debate nesse ponto vista, encerrou sua participação e se motivou pelo que foi dito pelo Dr. William Dembsk que disse algo assim: “Estamos mortos até aceitarmos a oferta de vida de Jesus Cristo”.   

Quando Sócrates foi condenado à morte, por suas investigações filosóficas e blasfêmias, por desafiar os deuses da cidade, quando ouviu o veredicto, ele disse: Bem, se eu tiver sorte, talvez eu consiga ter uma conversa com outros grandes pensadores, filósofos e céticos, ou seja, participar de uma discussão sobre o que é bom, sobre o que é belo, sobre o que é nobre, e o que é a verdade, sempre merece continuar. E por que isso é importante? Por que eu iria querer fazer isso? Porque essa é a única conversa que vale a pena ter. Se vai acontecer depois de eu morrer, eu não sei. O que eu sei é que a conversa que eu quero ter ainda vivo. E qual significado tem para mim; a promessa de certeza, a total segurança, a oferta de uma fé impermeável que não pode ceder? Tão só a oferta de algo que não vale a pena ter?

Quero viver a minha vida correndo risco, o tempo todo, a não ver e aprender o bastante. De não entender o suficiente, de não poder saber o suficiente ou então de manter-me sempre faminto, à margem de uma safra potencialmente grande de conhecimento futuro e de sabedoria que nunca poderei alcançar.

Eu os exorto a desconfiar das intenções daqueles que vêm e lhe dizem que vocês estão mortos, mesmo sendo tão jovens, até que aceitem a crença deles. Que coisa terrível a dizer a uma criança. Que apenas poderão viver se curvarem-se a uma autoridade absoluta.  Não pense nisso como um presente. Pense nisso como uma taça de veneno. Afaste-a, não importa quão tentadora possa parecer.


Corra risco de pensar por si mesmo. Muito mais felicidade, verdade, beleza e sabedoria virão até vocês dessa maneira.”  

Agora... vai ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Já há cerca de 1.000 anos o filósofo “Branxu” anunciava em seu concorrido blog uma verdade incontestável: “em ano de eleição, despreocupem-se, milagres fluirão”. E de lá até cá, recorrentemente tal assertiva a cada ano eleitoral se comprova.

Já há algum tempo, por exemplo, a população do Crato delegou ao senhor Ely Aguiar a imensa responsabilidade de representá-lo na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. E por uma razão cristalina: faltava ali alguém que lutasse por recursos e investimento capaz de nos tirar do marasmo e do esquecimento a que o Crato foi relegado pelos seguidos chefes do poder Executivo Estadual (e que já perdura há décadas). Uma voz que se imponha e se faça ouvir, em defesa da terra um dia rotulada “princesa da Cariri”.

Mas, como findou por comprovar que não estava preparado para a nobre missão, em termos de projetos ou bandeiras que justificassem seu mandato (o que ficou evidenciado ao longo do exercício de mais de uma legislatura), espertamente o referido senhor se agarrou como um solitário náufrago a uma idéia chamativa e de apelo popular: erigir  na entrada da cidade a estátua de Nossa Senhora de Fátima (que não é nem a padroeira do município) objetivando atrair visitantes outros e, conseqüentemente, divisas para o município.

Só que, construída na mesma dinâmica do andar de uma tartaruga grávida e com uma das patas fraturada, coincidentemente é sempre às vésperas de alguma eleição que a obra assume a velocidade de um daqueles bólidos da Fórmula 1:  300 por hora.

Pois bem, agora mesmo, como estamos no final do ano e logo ali na esquina nos espera um ano de eleição majoritária e proporcional, o senhor deputado (pensando na reeleição, evidentemente) já começou a velha e desgastada cantilena, anunciando aos quatro ventos: “agora...vai”, a estátua será finalmente inaugurada.

Fato é que, sendo ou não concluída às vésperas da eleição, a população do Crato deveria desde já pensar em sufragar o nome de alguém comprometido com a cidade durante todos os dias do seu mandato e não um que, em termos de “custo X benefício”, acaba saindo muito caro pra todos nós, cratenses.


Assim, por que não renovar, inovar, trocar, reciclar e, enfim, experimentar algo novo, acabando de vez com esse puxa-encolhe desgastante e que não termina nunca, redundando em decepções contínuas, zero à esquerda em termos de alavancagem desenvolvimentista.