por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 28 de maio de 2011

Nota!

 Aguardamos o reenvio de fotos dos autores :
Corujinha Baiana e Luiz Pereira

Autores do livro "No Azul Sonhado"

Mara Thiers
Everardo Norões
Marcos Barreto
Nicodemos
Tetê Barreto


Autores do livro "No Azul Sonhado"

Aloísio

Liduína

Chagas

Cristina Diogo

Nilo Sérgio

Autores do Livro "No Azul Sonhado"


telma brilhante



Ulisses Germano

tiago araripe
Manoel Severo

Pachelly Jamacaru

Pedro Esmeraldo

Joaquim Pinheiro
José Flávio


Mariano



Domingos Barroso

Autores do Livro "No Azul Sonhado"

Stela Siebra
Abidoral Jamacaru
edmar lima cordeiro
Geraldo Ananias
João Marni
Isabela Pinheiro
Marcos Leonel
Magali
roberto jamacaru
Dedê

Fotos dos autores do livro "No Azul Sonhado"

rosa guerrera
emerson monteiro
lupeu lacerda
José do Vale
telma brilhante
socorro moreira
Carlos Esmeraldo
Bernardo Melgaço
Brandão

Assis Lima

CIRO MONTEIRO - por Norma Hauer


O CANTOR DAS MIL E UMA FÃS
Ele nasceu no dia 28 de maio de 1913, no bairro do Rocha, aqui no Rio de Janeiro,
indo morar, ainda criança, em Niterói onde começou a cantar, com seu irmão, em festinhas particulares.

Nessa época, Sílvio Caldas o conheceu e propôs que cantassem em dupla, como Sílvio fazia com Luiz Barbosa.
No começo, ele e não se interessou, mas depois foi contratado por César Ladeira para cantar na Rádio Matyrink Veiga, onde conheceu a cantora Odete Amaral com quem se casou em 1941.

Foi quando fez a primeira gravação de "Se Acaso Você Chegasse", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, que abriu a porta tanto para o Ciro, como para o Lupicínio.
Foi este samba que projetou o nome do compositor gaúcho. Isso em 1937. Nessa época, Ciro Monteiro já despontava no programa "Picolino", de Barbosa Júnior, na Rádio Mayrink Veiga.

No início de 1949 Ciro transferiu-se para a Rádio Nacional,
Nesse ano a Mayrink sofreu o então maior golpe em sua existência. Quase todos seus "cartazes" a deixaram.

Seu segundo sucesso foi o samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista "Oh, Seu Oscar", o estivador que, chegando do trabalho a vizinha lhe falou que sua mulher o deixara, pela orgia.
O samba "O Bonde de São Januário", da mesma dupla, além de fazer apologia ao bonde, elogiava o trabalhador.
A letra original dizia "o "bonde São Januário, leva mais um grande otário, sou eu que vou trabalhar." O DIP ( a censura do Estado Novo) não permitiu e Ataúlfo substituiu para "o bonde São Januário, leva mais um operário, sou eu que vou trabalhar".

Mas o "povão" fez outra letra:"o bonde São Januário leva mais um grande otário p'ra ver o Vasco apanhar".

Foi o primeiro a gravar o samba "Beija-me", de Roberto Martins e Mário Rossi, em 1943. Samba hoje mais uma vez fazendo sucesso na voz de Zeca Pagodinho.

BEIJA-ME
Beija-me
Quero teu rosto coladinho ao meu.
Beija-me
Eu dou a vida palo beijo teu.
Beija-me
Quero sentir o teu perfume
Beija-me
Com todo o teu amor
Senão eu morro de ciúme."
17:36 (1 hora atrás)
Norma
CIRO MONTEIRO -2-
Também Geraldo Pereira marcou o repertório de Ciro Monteiro, que foi o primeiro a gravar "Escurinho", assim com a "Falsa Baiana".

FALSA BAIANA

"Baiana que entra na roda, só fica parada,,
Não bole, nem nada
Não sabe deixar mocidade louca...

Como compositor, seu maior sucesso foi "Madame Fulana de Tal".

Até Luiz Gonzaga, o "rei do baião" e Humberto Teixeira, o "doutor do baião" fizeram, para Ciro Monteiro, o samba"Meu Pandeiro".

Quando eu morrer quero os braços de fora
P'ra tocar o meu pandeiro..."

Em 1965 apresentou-se na TV Record, em São Paulo, com o "show" Bossaudade"

Nesse mesmo ano, com Dilermando Pinheiro, ainda em São Paulo, apresentou o espetáculo “Telecoteco-opus 1” , da autoria de Sérgio Cabral. E com Eliseth Cardoso gravou um LP de nome “A Bossa Eterna de Eliseth e Ciro”.
E vários outros LPs na Odeon, um deles com Jorge Veiga..

No ano em que faria 90 anos (2003) vários cantores o homenagearam no Teatro Sesi.

Ciro Monteiro faleceu em 13 de julho de 1973, aqui no Rio de Janeiro, aos 60 anos.

Norma

TROVAS ENGARRAFADAS - por Ulisses Germano


I
O mergulho do orgulho
No íntimo do egoísmo
Corroi como um gorgulho
Causando parasitismo

II
Todo sonho é um drama
De algo mal resolvido
Quando o sonho sai da cama
É porque já foi vivido


III
O sofrimento faz parte
Da vida que a gente sente
Sendo assim, peço um aparte
Pra seguir a vida em frente

Ulisses Germano

FALANDO DE MIM

Segredos guardados
Momentos de mim
São guerras eternas
Angustias internas
caminhos partidos
em fogo cruzados
segredos fadados
desejos enfim


Amores mentidos
em vão repartidos
sem ter amanhã
dilui-se com o dia
em meio à utopia
tão vaga, tão vã
em tragos,
em rastros
zumbidos assim.

É que à noite costumo
agir sem razão
espalho Sem rumo
sem medo e sem prumo
a tudo enfim
amor, coração...
Me arrimo aos abraços
e espalho pedaços
Das luzes de mim

WILTON DEDÊ

Colaboração de Maria de Jesus Andrade





A melhor definição de GLOBALIZAÇÃO que os professores nunca ensinaram.


Pergunta: Qual é a mais correta definição de Globalização?

Resposta: A Morte da Princesa Diana.

Pergunta: Por quê?

Resposta: Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos, em motos japonesas. A princesa foi tratada por um médico canadense, que usou medicamentos americanos. E isto é enviado a você por um brasileiro, usando tecnologia americana (Bill Gates) e provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa chips feitos emTaiwan e um monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh, numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões conduzidos por indianos, roubados por indonésios, descarregados por pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente, vendido a você por chineses, através de uma conexão paraguaia

Isto é *GLOBALIZAÇÃO!!!*


E QUEM SOU EU?


Nesta altura da vida já não sei mais quem sou...

Vejam só que dilema!!!

Na ficha da loja sou CLIENTE, no restaurante FREGUÊS, quando alugo uma casa INQUILINO, na condução PASSAGEIRO, nos correios REMETENTE, no supermercado CONSUMIDOR.

Para a Receita Federal CONTRIBUINTE, se vendo algo importado sou CONTRABANDISTA. Se revendo algo, sou MUAMBEIRO, se o carnê tá com o prazo vencido INADIMPLENTE, se não pago imposto SONEGADOR. Para votar ELEITOR, mas em comícios sou MASSA. Em viagens TURISTA, na rua PEDESTRE, se sou atropelado ACIDENTADO e no hospital viro PACIENTE. Nos jornais sou VÍTIMA, se compro um livro LEITOR, se ouço rádio OUVINTE. Para o Ibope sou ESPECTADOR, para apresentador de televisão TELESPECTADOR, no campo de futebol TORCEDOR.

Se sou corintiano, SOFREDOR. Agora, já virei GALERA. (se trabalho na ANATEL, sou COLABORADOR). Para o Juiz sou RÉU. Pro Delegado, O INDICIADO e, quando morrer... uns dirão... FINADO, outros... DEFUNTO, para outros... EXTINTO, para o povão... PRESUNTO...

Em certos círculos espiritualistas serei... DESENCARNADO, evangélicos dirão que fui... ARREBATADO...


E o pior de tudo é que para todo governante sou apenas um IMBECIL !!!

E pensar que um dia já fui mais EU.



Luiz Fernando Veríssimo.

Por Clarice Lispector


Já escondi um amor com medo de perdê-lo, já perdi um amor por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.

Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.

Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!

(Clarice Lispector)

Nada - Para Ivo Valença i.m.- Por Everardo Norões


Nos caminhos da boca
as palavras eram seixos,
às vezes, espadas.
Nem o cuspe seco
desembocou na estrada,
onde doía a noite,
e desfalecia a água.

No meio do escuro,
um escarro de luz
iluminou-lhe a cara.

Os nomes sumidos,
vidros partidos,
despertaram os jornais.

Nada.
Nos caminhos da boca
as palavras eram peixes.
As vezes, punhais.


Cores fortes número dois - Emerson Monteiro

A incerteza desses pensamentos desce buraco adentro do peito, num mergulho de cascalhos rolando através dos rios da alma. Restos de culpa, espécie de só saudade abandonada em gestos incertos, angústias, muitas angústias que se acumularam visguentas pelas bordas metálicas do cérebro das mentes aflitas, como os derradeiros sentimentos das vidas inteiras. Postas de manhãs ensolaradas rebrilham, pois, sobre as lajes frias do quintal e o tudo e o nada se entrelaçam familiares, na forma dos velhos jornais rolando no vento úmido. Terços, tropeços entre os dedos, firmam as orações da véspera num apelo sincero rumo do desconhecido; cantigas travessas de horas agradáveis lá perdidas no passado neutro. Sim, são as lentas visões dos mesmos momentos que repetiram sensações do incontido de querem cruzar as pontes destruídas, voltar a impossíveis pastos de antigamente.
Vontade poderosa de sobreviver a qualquer custo conta valores imensos, porquanto ninguém andou nas jornadas ao Paraíso antes de amargurar dores atrozes do desencanto. O esforço sobre-humano de transcender o ritmo monótono das ondas que repetiram a história do tempo força extrema de continuar a passos lerdos sem, contudo, saber aonde seguir. Viver por viver ao sabor dos acontecimentos.
Essa doce amargura nos dentes do coração. Flores apagadas e fios invisíveis nas trilhas das aranhas tresmalhadas. Gosto de ausência de não ter tamanho impulsiona avançar e permanecer no outro lugar de sempre.
Os olhos ardendo com as chamas da noite veem a paisagem dos matos enviesados, no quadrado permanente dos territórios minados. Tons de verde, laivos de rosa nas plantas silvestres inundadas de sol. Pássaros tardios, raros pássaros que insistem silenciosos permanecer. Nessas impressões de claridade, o estio traz algumas formigas e o alimento que transportam à luz do dia, sinal de mais chuva que virá.
E nas caves profundas do eu, gotas puras de orvalho transbordam pelas gretas o furor, fervilhando íntimas vozes assustadas e doloridas. O baque surdo, que o ser inflama, aumenta a solidão do insofismável. Louvores de tropel perguntam e rápido somem sem respostas. Cachoeira de líquidos invade os ouvidos, abafam o grito dominado e percorre as fronteiras do desejo.
Em quantas naves lançarei o meu destino? Pedaços de mim andam soltos nas quebradas vazias, portos fechados e mapas rasgados, que sacolejavam tremores de eras escondidas nas dobras do desespero.
Ruínas acinzentadas deixam ver as poucas feras que ali pastavam entre si caladas e fiéis ao firmamento, que, nas alturas eternas, insiste permanecer, domando a multidão dos horizontes sucessivos que deu na bola de cristal e guarda em si inevitáveis painéis do Universo esplendoroso.

Histórias da Dona Valda (Maria caixa- de- pó)- por Socorro Moreira



Ele de Itambé (Pe); ela de Pedra do fogo(PB). Cidades fronteiriças.

A família dela transferiu-se na década de 20 para o Crato. Seu Lima começou uma indústria caseira de vinhos e doces, e assegurou a subsistência da sua prole. Mas naquele tempo a varíola comia de esmola. Quando um adoecia, os outros também caíam doentes.

Chico Nunes, viajante de medicamentos, parou no Crato, e tomou conhecimento de que uma família das suas bandas estava sofrendo horrores, vitimada pela bexiga . Resolveu fazer-lhes uma visitinha para prestar apoio, e conferir, se os conhecia.

Encontrou a filharada deitada no chão, em folhas de bananas. Maria Lima , mesmo coberta de feridas e olhar febril, não escondeu a beleza aos olhos do rapaz. Nas revisitas foi-se apaixonando, e logo a pediu em casamento. Voltou poucos meses depois para a celebração do matrimônio. Pedro Maia, que tinha o melhor ,ou quase único, carro de aluguel da cidade, conduziu a noiva até à Igreja. Disse na ocasião que fora a noiva mais bonita que o Crato já conhecera.

Depois da festa partiram para uma nova vida , numa fazenda de carnaúba, no município de Picos(PI).

Ali, Maria passou 20 anos , sem ver pai, nem mãe. Nos dias de feira, Seu Chico Nunes trazia-lhe de presente, caixinhas de pó, que ela usava sem parcimônia, noite e dia. Por conta disso, ganhou do marido , o apelido de Maria Caixa- de- Pó !

Do casal nasceram 9 filhos. Á medida que completavam 7 anos saiam pra estudar na cidade. Foi assim com a minha mãe.

Dona Valda lembrou-me hoje, quando a visitei, essas passagens , dando ênfase ao atributo maior de Maria, que salva guardava a sua beleza : a paciência !

Durante todos aqueles anos rogou à Santa Rita, a graça de poder voltar para o convívio dos seus. E antes de morrer, aliás, muito antes, alcançou tal graça.

Hoje a lição me foi repetida : ter paciência ! Qualidade da minha avó, herdada por minha mãe, que eu desejo também aproveitar, nos anos que me restam.

'Quem deseja, e espera ...Sempre alcança !"

Diz a minha mãe, justo para mim, sempre tão inquieta, irreverente , impulsiva ,e imediatista ...Terei jeito ? Confio na velhice !
* Ofereço este texto ao primo Edmar Lima Cordeiro, nosso colaborador , que vive há muitos anos no Paraná. Hoje pelas graças da Internet, mais próximo do nosso convívio !
Maria Caixa- -Pó, minha avó materna ,é também a sua tia Bibia.

Olhar embaçado- por socorro moreira



Tudo, menos dilatar as pupilas. Sou do tempo em que para voltar ao normal precisávamos de até 8 dias. Um castigo! Sem leitura, sem estudo, sem cinema, sem enxergar a cara no espelho. E a vida interior comemorava, apelava atenção. Os pensamentos fervilhavam, como num salão de festas... Afinal não comprometia a audição. E eu ficava no pé do rádio esperando as canções.
Hoje meu olhar fica embaçado, sem uso do colírio. Cadê meus óculos ? Pergunta insiste que vivo fazendo a mim mesma. Sem eles, nada feito!
A partir desta poeira levantada pelo escritor Zé do Vale, entrei numas de encarar tudo na vida que o meu olhar resolve embaçar... Como se nuvens, brumas , chuvas, fossem matéria prima da minha consciente ou consciente incompreensão.
Quero muito enxergar sem ver. Acreditar, sem que me façam nenhuma promessa... Confiar no coração humano, no fundo, pleno de boas intenções, mas falível, apressado, desligado, como o meu.


É preciso mudar esse quadro - Por José de Arimatéa dos Santos

Nesses dias os problemas da educação vieram mais uma vez a tona com o vídeo da professora Amanda Gurgel do estado do Rio Grande do Norte em que ela na presença de autoridades educacionais e políticas, discorre sobre as mais diversas situações vividas pelos professores. Situações vexatórias que só quem está em sala de aula  pode comprovar. É sabido mais do que nunca que a educação é prioridade dos políticos, nas campanhas eleitorais. Eleitos, pouco ou quase nada é feito para mudar essa situação.
Já passou da hora para resolver os graves problemas da educação nacional. É necessário colocar em prática políticas de valorização e respeito ao professor. Todos os países desenvolvidos são calcados numa boa educação. Como o Brasil quer se inserir, a médio prazo, no clube dos países desenvolvidos  se as escolas estão sucateadas e as crianças muita das vezes até agora não tiveram aula de matemática e outras disciplinas, em muitas escolas, por falta de professor? Isso é que vemos na mídia diariamente. O país gastará fortuna para realizar a Copa do Mundo e a Olimpíada. E a educação como fica?
Um outro olhar deve combinar o desenvolvimento com educação para todos. Ao melhorar a educação dos nossos jovens, automaticamente o país é elevado a melhor patamar no ranking do crescimento mundial. As condições de vida do brasileiro melhoram e cada cidadão passa  a ser mais crítico em relação aos acontecimentos de todo dia. A cidadania se manifesta de forma mais contundente e o brasileiro passa a exigir a resolução dos problemas. Tudo isso passa pela  escola.
Só que tudo isso depende também da luta dos professores por melhores de condições de salário e trabalho. Pressionar nossos representantes políticos para investir mais dinheiro  e de forma responsável  nas escolas para não faltar professores ou merenda escolar. A pressão dá resultados. Mais organização na luta e nos objetivos são pressupostos para conseguir melhores condições. Por fim, é necessário mudar esse quadro.