por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Recebemos, a título de informação, que alguns colaboradores e leitores  não estão conseguindo postar comentários. Espero que o problema tenha sido  passageiro, pois não teríamos explicação técnica. Por aqui estamos operantes.
Qualquer coisa , informem-nos !
Acho que está tudo ok!

Nas águas-Por: Rosemary Borges Xavier

Ir é bem mais do que além...
Quando isto nos convém...
Fico imaginando nos olhos do meu bem...
Algo que nunca vem...
Parada é que não dar para ficar...
Pois assim deixo a saudade apertar...
E por este rio...
Passa um desafio...
Que logo desconfio...
Não sendo ele a navegar...

Pensamento para o Dia 08/06/2011


“Educação significa Vidya, que é o conhecimento do Eu Superior. Esse é o fundamento da educação. Os alunos devem adquirir uma educação sagrada, começando com pensamentos sobre Deus. Mesmo um motorista analfabeto na Índia reverencia o volante antes de ligar o veículo. Da mesma forma, um músico oferece saudação ao instrumento musical antes de tocá-lo. Assim, todo tipo de aprendizagem deve começar com o nome de Deus e da oração a Ele, e cada atividade deve ser realizada como uma oferenda a Deus, sem nenhuma artificialidade e ostentação. Graus adquiridos sem a essência da educação são apenas pedaços de papel. Os estudantes devem ter um coração puro e sagrado e a bondade da educação deve ser refletida em seus rostos. Na verdade, cada indivíduo deve estar imbuído de sentimentos divinos.”
Sathya Sai Baba

100 Anos do Cinema no Crato !


Começa dia 13 de junho, segunda-feira. A gente quer comemorar festivamente os 100 anos do Cine Paraíso instalado aqui no Crato, em 3 de junho de 1911 pelo italiano Victorio di Mayo. Divulgaremos a programação aqui no blog.
Aguardem!
(Por Luiz Carlos Salatiel).

William-Adolphe Bouguereau (1825-1905) - After the Bath

http://upload.wikimedia.org/wikipedia

Os castelos de RICARDO BRENNAND


Almocei em boas companhias - a de Stela, Raul e Joaquim. Depois fomos visitar os castelos de Brennand.
Extasiaste!
O passado em artes, na minha cara.Não desejei viver no tempo das armaduras,duelos,adagas,ouro e pedras preciosas.

O obsceno não era obsceno.O nu artístico garantiu-me isso.
Mas, e os cintos de castidade ?
As esculturas contrastando com a moral atual, mostravam o amor alheio ao sexo/pecado.
A ordem moral estaria ligada à propriedade?
Por que tenho grilos com adonamentos?
Quero liberdade, fraternidade e igualdade !

Minha cabeça trabalha
Meu coração se aquieta
Olhei o céu de Recife desejando que ele permaneça em mim.
Despedi-me das suas pontes.
Minha alma holandesa sente-se livre !

socorro moreira


O Instituto Ricardo Brennand (IRB) é uma instituição cultural brasileira localizada na cidade de Recife, no bairro da Várzea. É uma organização privada sem fins lucrativos, fundada em 2002 pelo colecionador e empresário pernambucano Ricardo Brennand. O instituto está sediado em um complexo arquitetônico em estilo medieval, composto por museu, pinacoteca e biblioteca, circundados por um vasto parque.

Possui uma coleção permanente de objetos histórico-artísticos de diversas procedências, abrangendo o período que vai da Baixa Idade Média ao século XX, com forte ênfase na documentação histórica e iconográfica relacionada ao período colonial e ao Brasil Holandês, incluindo a maior coleção mundial de pinturas de Frans Post.

O instituto também abriga um dos maiores acervos de armas brancas do mundo, com mais de 3.000 peças, a maior parte proveniente da Europa e da Ásia, produzidas entre os séculos XIV e XIX. A biblioteca do instituto possui 20.000 volumes, datados do século XVI em diante, destacando-se as coleções de brasiliana e obras raras.
wikipédia

Por Tânia Peixoto





Vôo entre o popular e o universal

A música da cantora Flávia Wenceslau está de cara nova. Paraibana radicada em Salvador há três anos, a artista está com mais um disco saindo do forno. Diferente dos trabalhos autorais anteriores, Agora (2006) e Quase Primavera (2007), que eram mais regionais, Saia de Retalho (2010) aposta em sonoridade e temática universais – traz uma pegada pop, em letras que falam de amor, amizade e vivências cotidianas.

Flávia afirma que a intenção com o disco é passar leveza e alegria. "Eu quis refletir sobre as coisas de maneira leve, unindo aos pequenos fatos do dia a dia nossa busca pelo infinto", ressalta a ganhadora do Troféu Caymmi, em 2007, que já fez shows em cidades de quase todo o País.

Como destaque de Saia de Retalho, surgem as participações especiais de duas grandes cantoras baianas – Marienne de Castro e Margareth Menezes. Em duas músicas distintas, cada uma empresta a voz e divide o microfone com Flávia Wenceslau, que não fica atrás no talento das convidadas.

Dona de um timbre marcante, a paraibana de 28 anos, que canta profissionalmente desde a adolescência, demonstra técnica e afinação impecáveis ao longo das 10 faixas do CD. As composições, todas próprias, são marcadas pelo acompanhamento do violão e arranjos percussivos, mais evidentes no trabalho atual.

A canção Borocochô lamenta como dói sofrer por amor, mas festeja o desejo maior de continuar amando. Pra ver Tanajura lembra da infância. Você Que Vai Chegar é um presente aos que estão para nascer. Filha do Mar indica uma aproximação com a Bahia. Love My Way é desses hits para cantarolar sem parar, em um dia ensolarado.

De todas, a faixa título é a melhor senha para fazer a leitura do disco: é pop, é delicada, é alto astral. Como uma série de elementos que se unem para formar um tecido musical singular, Saia de Retalho é uma combinação de técnica e despojamento. Um vôo entre o popular e o universal.



Jornalista Luisa Torreão- Jornal A Tarde , Salvador BA


Tânia Peixoto
"O tempo é o meu lugar, o tempo é minha casa."
(Vitor Ramil)

essa mulher
essa anciã
é nossa mãe
é nossa avó...
é nossa áfrica.
fumamos no seu cachimbo
choramos no seu colo
dançamos na sua roda.

stela Siebra


Divane Cabral - Uma escola de arte ! - Por Socorro moreira





Um Colégio de vanguarda, o Dom Bosco. Primava pela educação integral. Fiel às normas de Diretrizes e Bases, complementava em disciplinas, as lacunas, que por ventura existiam.Assim, continuamos a estudar latim, quando deixou de ser obrigatório, no currículo escolar. Dizia-nos Dr. Zé Newton: “ninguém aprende português, sem saber latim ". Ladainha diária. Sabíamos que tinha razão, mas o latim era um tanto indigesto. Melhor deixá-lo para o ensino nos Seminários. Os colégios não ministravam “Educação Artística” – uma disciplina nova, que reunia o estudo de todas as artes. Divane era a mestra. Durante os quatro anos ginasiais, abordou com uma certa profundidade, todas elas !
Começamos pela música, e o estudo dos clássicos, que a representavam: Bach, Mozart, Beethoven, Carlos Gomes, Vila Lobos, etc. Prova oral era pra tremer. A gente escutava um deles, e tinha que identificar o instrumento musical executado pelo músico. Sabíamos o que vinha a ser uma música clássica, sacra, erudita e popular; formávamos jograis de poesia, corais, maestrados por Divane , num atento despertar dos eventuais talentos.
A partir do segundo ano, encontrou uma forma de aferir aprendizagem, e expressar resultados, na produção de Grandes Espetáculos!
Neles foram desenvolvidos: a música, a dança, literatura, teatro, poesia.
O primeiro da minha lembrança,  foi “Uma noite em Portugal”. Presença do fado, interpretado pela voz maravilhosa de Rosineide Ramos, além de explorar as danças, a cultura, aspéctos históricos, políticos e sociais daquele país irmão (como nos fazia crer).
O segundo foi “Uma noite na Espanha”. Danças e músicas flamengas. Belíssimo. Esse aconteceu, no palco da Rádio Educadora. Os personagens escolhidos eram as morenas ou loiras de olhos claros (de preferência). Lembro de umas delas , que nem pareciam cratenses , depois de caracterizadas de espanholas.
O terceiro espetáculo foi “Uma noite no Japão”. A quadra Bicentenária foi completamente transformada ! Pés de cerejeiras, jardins japoneses com suas pontes, e as japonesas, claro! Ah, nem faltou o pagode japonês, e a iluminação esteve perfeita!

Nessa eu participei como a oriental que contava tudo sobre aquela terra distante: seus costumes, educação, música, religião... Contava até sobre seus vulcões. Foi uma noite que se repetiu por quase uma semana. Quadra lotada, e o povo extasiado.

Aonde aquela mulher pescava tanta cultura, associada à sua própria criatividade?

Divane era um gênio, e a gente ia na onda, sem perceber o seu real valor.
Os últimos espetáculos foram as peças infantis : Cinderela , a Bela Adormecida e Branca de Neve. Na primeira todo mundo virou bailarino, e na segunda todo mundo virou fada, inclusive eu. Os figurinos eram etéreos, nas organzas de todas as cores. E as meninas dançando balé, completamente familiarizadas com as sapatilhas? Uma aprendizagem mágica de poucos dias de ensaios. Uma das fadas madrinhas foi a Magali, acho! A bela Adormecida foi protagonizada por Regina Vilar; a Cinderela por Ana Benvinda, e a Branca de neve por Graça Couto. Se eu forçar a memória, lembrarei de muitos mais detalhes, mas também poderia tornar cansativa , a narração.
Com relação às artes não citadas, cinema e pintura, também fizemos os nossos ensaios. Ninguém terminou o ginásio, nas mãos de Divane, sem entender como era montado um desenho animado, e o papel de cada profissional, na produção de um filme.
Como conferia nosso entendimento?
Tínhamos que assistir um determinado filme, “Fantasia” de Disney, por exemplo. Depois nos questionava, valendo nota, sobre o filme, em todos os seus aspéctos relevantes: direção, produção, trilha sonora, fotografia, atores, roteiro, etc.
Divane para nós foi tudo isso: uma mulher versada em todas as artes!
E como se não bastasse tinha uma mão levíssima para o desenho, tocava vários instrumentos, cantava, dançava, e um fantástico olhar, como fotógrafa.
Divane permanece tudo isso... O Crato e o seu povo sabem disso!
Nós do Dom Bosco, jamais a esqueceremos. Ela foi um exemplo de arte e criatividade. Nos fez entender ,definitivamente ,que o homem sem sensibilidade é uma pedra bruta.
Quando me tornei uma executiva, cumprindo os ossos do ofício, jamais deixei de cuidar da minha sensibilidade, mesmo sem os seus atributos principais: talentos.
Digo, confortável e conformadamente: não sou artista, mas tenho alma de artista!

*Ofereço esse texto à Eleonora ( filha de Cândido Figueiredo), uma entusiasta aluna dessa grande mestra, e a todos os que foram seus alunos, em todos os tempos.



Crônica - por José Flávio Vieira


Permitam-me , leitores, começar esta croniqueta de sábado puxando um pouco pelas reminiscências. Quebrado o cabo das tormentas, inevitavelmente, pomo-nos a olhar cada vez mais para trás: o passado se vai tornando cada vez mais vívido. Aí, se precisa um grande exercício para não terminar como um índio velho , contando , eternamente , aos netos a história da sua tribo : Meninos , eu vi! Sei bem que à vida – vereda de mão única-- a gente deve dirigir, como se fosse um carro. Tem-se que olhar para frente, pois a estrada se estende para adiante e o caminho percorrido se desfaz à nossa passagem . Mas vez, por outra , é imprescindível dar uma olhadinha pelo retrovisor. Permitam-me, pois, esta rápida olhadela, prometo não incorporar o espírito de Sherezade.
Aí pelo finalzinho dos anos 70, nos últimos anos do curso de Medicina, eu dava um plantãozinho na Unidade Mista do Cabo de Santo Agostinho, próximo ao Recife. Num desses plantões, um colega que trabalhava conosco, chegou atrasado , o que não era fato corriqueiro. Todos estavam apreensivos , tínhamos todos que trafegar na BR 101 , rodovia perigosíssima ainda hoje , já duplicada. Chamava-se Freyre e possuía um fusquinha antigo que em Recife era carinhosamente chamado de Cururu. Passada umas duas horas ele, por fim, para alívio de muitos, chegou ao plantão montado no seu bólido. Vinha um pouco angustiado e contou-nos a razão do atraso e da ansiedade. A rodovia , em reforma, apresentava um pequeno desvio em terra batida. Estávamos em julho, tempos de chuvas torrenciais na zona da mata pernambucana. Freyre pegou o desvio , dirigindo cuidadosamente. Havia muitas poças de água pelo chão. Em sentido contrário ao seu, vinha um caminhão, carregando um trator na carroceria. Segundo ele , o motorista conduzia seu pesado veículo com calma e extremo cuidado. Freyre parou um pouco o fusquinha, esperando a passagem do outro carro com maior dificuldade de deslocamento. Ao emparelharem os dois, o caminhão precisou deixar uma das rodas dianteiras entrar dentro de uma poça. Coberta de água , não se podia mensurar a profundidade. Pois aquilo se tratava de uma boca de lobo, o caminhão pendeu e o trator, desequilibrado, tombou. Felizmente para o lado contrário ao do fusquete. Nosso amigo , ainda trêmulo, explicou : minha vida, hoje, dependeu do mero acaso, do lado imprevisível para onde o trator caiu. Se a poça existisse na outra margem, eu não estaria aqui contando esta história.
Freyre havia , rapidamente , descoberto a iniqüidade da existência. A frágil teia da vida depende de meros acasos. De muitos encontros possíveis e improváveis : De um homem com uma mulher; de um espermatozóide com o óvulo; da multiplicação perfeita e infinita de muitas células; da complicadíssima montagem do quebra-cabeças dos genes. Você pode até acreditar que existe uma mão poderosa que lança os dados, mas, por mais fatalistas que sejamos, é perfeitamente impossível prever o resultado do jogo. A vida, amigos, é , por fim, o somatório de muitos acasos a favor ou contra . Um balanço de encontros e desencontros aleatórios e insondáveis. O sol que resplandece à nossa frente neste sábado mágico depende do tsunami que não veio, do acidente que não aconteceu , do vulcão que não eclodiu, da placa tectônica que adormeceu; do H1N1 que não atacou. Sorte ou revés , azar ou fortuna são ladrilhos que atapetam, em igual proporção, as tortuosas e escuras trilhas da nossa passagem pelo mundo. Neste exato momento, onde nosso inconseqüente pé irá pousar?
O encanto desse instante , amigos, é único! A todo instante os dados são lançados no imenso tabuleiro da existência. Quem arrisca o resultado da próxima pule? Agora, eu sei que magicamente o sábado brilha para todos nós seu sorriso fosforescente. Espero que estas palavras tenham acrescido alguma luz ao brilho deste momento que não se repetirá. Logo mais o trator deve cair novamente da carroceria, prá que lado tombará?

J. Flávio Vieira
Pachelly Jamacaru

No rosto,a marca da dor
Um riso estóico...

Se acocora pra fumar
Se ajoelha pra rezar

Abre a janela, e sente o mar
No azul imaginário do olhar

Simplicidade
que o tempo transformou em poesia.

(socorro moreira)


meu amor anda solto em mim
ele enxerga de olhar baço
quem se aproxima de mim

ele ativa meus  impulsos ...
porisso  posso
enquanto vivo !

(socorro moreira)


"Sayonara" - José Nilton Mariano Saraiva




Se você, aí do outro lado da telinha, ainda não sabe, a palavra japonesa “Sayonara” significa “adeus” e serviu pra titular um dos grandes filmes românticos já rodados (vencedor de três Oscar’s). Tanto que naquela oportunidade a imprensa foi pródiga em elogios, destacando: “Um gigante entre os filmes” (The Film Daily), “Um filme de beleza e sensibilidade” (Variety), “Uma encantadora história de amor; um dos melhores filmes do ano” (Los Angeles Mirror News).
No filme, Marlon Brando (numa atuação soberba), interpreta o Major Lloyd Gruver, herói da Força Aérea americana, envolvido na guerra com a Coréia, e que repentinamente, após pousar, vindo de mais uma batalha aérea, toma conhecimento da sua transferência para a Base Militar Americana, no Japão; é que o futuro sogro (General Webster, comandante da base) já lá se encontra com toda a família e, temendo pela vida do futuro genro, parece pretender “agilizar” a união da filha com o “Major-herói”. Como os militares americanos eram terminantemente proibidos de se relacionar com as mulheres orientais, e o Major Gruver um dos mais ardorosos defensores de tal (pre)conceito, o caminho praticamente estava pavimentado.
As coisas começam a mudar quando o Major é convidado pelo amicíssimo recruta Joe Kelly (seu subordinado e a quem não podia faltar), pra ser padrinho do seu casamento... com uma japonesa, numa cerimônia simples em pleno recinto da Embaixada americana, lá no Japão (por tal atitude, posteriormente foi advertido pelo futuro sogro).
Enquanto no convívio diário com a noiva as coisas começam a “azedar” em razão das diferenças só agora descobertas, a função burocrática, à qual não estava acostumado, começa a lhe “encher o saco” (e a paciência). Pra espairecer, e como não tinha mesmo nada pra fazer, ele aceita o convite de um colega pra visitar na cidade vizinha a cerimônia de “passagem” por uma trilha, rumo ao teatro, das jovens mulheres componentes do balé feminino mais famoso do Japão, o Matsubayashi. E foi aí que o “cupido o flechou”, ao colocá-lo à frente da beleza suave e ao mesmo tempo estonteante de Hana-Ogi, a principal estrela da companhia. Tentou chamar-lhe a atenção, sem sucesso, mesmo envergando a vistosa e bela farda militar (as mulheres japonesas eram também proibidas de se relacionar com os americanos). Assistiu ao espetáculo no teatro, voltou nos dias seguintes e, sempre do mesmo posto de observação, tentava pelo menos conseguir algum olhar piedoso de Hana-Ogi. Nadica de nada. Já cansado e desestimulado com tanto desprezo, resolve observa-la de um outro ponto. E aí, a surpresa. Enquanto dava autógrafos aos fãs, Hana-Ogi timidamente levanta a vista e dirige seu olhar para onde ele sempre ficava; não o encontrando, permite-se um giro de 180 graus com a cabeça, à sua procura.
Xeque-mate (sim, havia esperança).
Através da esposa japonesa do amigo Joe Kelly, consegue marcar um encontro secreto com Hana-Ogi (na casa do recruta); na oportunidade, fala, fala, fala e ela, bela e angelical, sem pronunciar um pio, uma única palavra. Visivelmente encabulado, ele lhe diz que não sabe mais o que fazer e, só então, ela “abre o verbo”: que seus pais foram mortos pelos americanos, que ela mesma fora criada com a quase obrigação de detestar os americanos, mas que, agora... estava apaixonada por ele, um americano. E a partir de então passam a se encontrar às escondidas e viver intensamente aquela paixão explosiva.
Com o suicídio do recruta Joe Kelly e a esposa (grávida), em razão da sua remoção ex-offício para os Estados Unidos (desacompanhado da mulher), o Major Gruver “chuta o pau da barraca”: acaba o noivado com a filha do General, lhe diz da sua intenção de também casar com uma japonesa e recrimina aquele preconceito absurdo (do qual ele era um dos defensores, lembremo-nos); de pronto é ameaçado de expulsão da Aeronáutica pelo ex-quase futuro sogro (que ainda teve o dissabor de ver a filha, ex-noiva do Major, sair de casa anunciando que iria viver com o principal dançarino de um dos balés do Japão).
Para não prejudica-lo, Hana-Ogi foge para uma outra cidade, sem comunicar-lhe, deixando-o ensandecido. Ao descobrir onde ela se acha, vai ao seu encontro e, após o espetáculo, no camarim, lhe diz que renuncia a tudo por ela e, principalmente, que está pra ser aprovada uma Lei americana acabando com tudo aquilo; lhe dá um prazo de alguns minutos para que decida se topa ou não ir com ele para a América, naquele mesmo dia. Retira-se e, do lado de fora, cercado pelos principais integrantes da mídia nipônica, aguarda ansioso que ela apareça. Tensão, expectativa...
No último segundo, Hana-Ogi surge risonha, belíssima e esplendorosa e corre para os seus braços; quando os repórteres e jornalistas pedem pra o Major Gruver deixar alguma mensagem ao povo japonês, sucintamente ele responde: “diga-lhes que eu lhes disse... SAYONARA”. The End.
Nota 1000. Um "filmaço".


fervilham
ervilhas na panela
sopa quente
alimenta gente
penso verde
descarto o negro -
sangue -
meu livramento!

(socorro moreira)


Fechei antigas questões
Reconheci distancias
-Vazio imenso!

Atingi novos planos
Criei novos ares
Varei noite e dia ...

-Caminho ao encontro do fim
Pois a morte
Não se esquece de mim.

(socorro moreira)

Nas nuvens- por socorro moreira

Pachelly Jamacaru

Vi nuvens
Na altura dos olhos
Esculturas impressionistas
Deuses de barba...

Netuno celestial
Fugaz, quase imaterial
Gás quase liquefeito
Basta cair no choro, a natureza.

Água
Na medida em que o verde merece

Terra
Encharcada pelo céu

Vida
Prisão domiciliar

Pensamento
Retira do sonho
Alimento inconsciente

Encontro
Nem real, nem virtual
-Apenas sonho!

Coisas parecidas e desaparecidas-Por: Rosemary Borges Xavier

Um dia você acorda e sente que o mundo virou, saiu de lugar..., coisas parecidas.
Pensa em ir embora, esquecer que cresceu, que coisas novas estão presentes, então bate uma saudade do tempo que tudo permanecia igual, que de repente o sorriso surgia sem mesmo está feliz.