por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 30 de maio de 2014

Saída de cena - José Nilton Mariano Saraiva

59 anos, idolatrado por uns e (literalmente) odiado por outros, o ministro Joaquim Barbosa (vulgo Joaquinzão) anuncia sua aposentadoria para o final de junho próximo, embora ainda pudesse ficar por mais 11 anos atanazando a vida de muita gente, como integrante do Supremo Tribunal Federal. Desapego ao poder ???

Acusado de complexado (por ser negro), preconceituoso, autoritário e arrogante, a verdade é que Joaquinzão caiu nas graças de muita gente em razão da disposição em “peitar de frente” quem se julgava inatingível. Nem que (no caso do tal mensalão”), a fim de atingir os fins colimados tenha tido que “importar” uma literatura jurídica (alemã) que, na essência, ia de encontro à própria Constituição Federal, no tocante à “desnecessidade” de provas para condenar alguém (bastariam as evidencias e suposições, para tal). Que o digam José Dirceu, José Genuíno e outros peixes menores, atualmente trancafiados na prisão da Papuda, em Brasília, em razão da ação conhecida por “mensalão”, cujo relator foi o próprio.

Tal desempenho acabou guindando-o à condição de autentico “pop star”, com aparições diárias na TV, jornais e revistas, tanto que, mesmo sem nunca ter incursionado pela seara política, conseguiu ser lembrado por cerca de 10% da população, quando perguntada sobre em quem votaria para Presidente da República.

De temperamento forte e sem paciência para “alisar” quem quer que seja (como se fora, sim, o “dono da verdade”), não admitia sequer que os próprios colegas do Supremo discordassem das suas posições, por mais sectárias e radicais que fossem, daí o costumeiro “quebra-pau” com muitos dos integrantes da suprema corte (que o digam os ministros Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello). Além do mais, tornaram-se contumazes suas brigas e extremadas acusações com advogados outros e com as entidades representativas dos magistrados.

Como não explicou as razões para “se mandar” tão cedo, já começam a circular rumores de que tão prematura decisão teria  a ver com a futura  votação de um recurso sobre o “mensalão” (no tocante à duração das penas), onde a derrota era certa, daí sua insatisfação e decisão final.

Parece pouco, tal justificativa.