por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

ATLÉTICO MINEIRO - EM "UM OUTRO PATAMAR" - José Nílton Mariano Saraiva

ATLÉTICO MINEIRO, EM “UM OUTRO PATAMAR” - José Nílton Mariano Saraiva

Merecidamente, com três rodadas de antecedência, o time do Atlético Mineiro sagrou-se Campeão do Brasileirão 2021, desbancando o favorito e milionário elenco do Flamengo (mais conhecido como Mengão, mas que transmutou-se em “mingau” e foi comido pelas beiradas).

Para tanto, o Atlético formou um esquadrão de respeito, onde se destacam dois repatriados (Hulk e Diego Costa, ambos ainda jogando muita bola) junto com alguns estrangeiros (do Chile; Vargas; da Argentina: Zaracho e Nacho Fernandez; da Venezuela: Savarino; do Equador: Alan Franco; da Colômbia: Dylan; e do Paraguai: Alonso) que se encaixaram como uma luva no time comandado pelo experiente treinador Cuca.

Fato é que, a conquista do bicampeonato brasileiro (a primeira vez foi 50 anos atrás) certamente será eternizada por torcedores mais fanáticos, através de tatuagens, do pagamento de promessas ao santo preferido e – por que não - do batismo do filho recém-nascido com o nome do jogador do time; assim, não nos surpreendamos se, não mais que de repente (daqui a 09 meses, pelo menos) tenhamos uma série de Hulks, Diegos, Aranas e por aí vai).

E aí, não custa lembrar que, décadas atrás esse mesmo Atlético Mineiro cometeu a ousadia de contratar um dos maiores goleiros do mundo (da época), e que brilhou em Copas do Mundo e torneios internacionais defendendo sua seleção: o uruguaio Mazurkiewicz, que simplesmente, na versão futebolística, “pegava tudo, até pensamento” (era difícil vencê-lo) e que foi campeão e virou ídolo no Atlético.

E isso foi traduzido quando um apaixonado torcedor do time resolveu homenageá-lo, para sempre, batizando o primeiro filho com o seu nome: Mazurkiewicz.
Só que a homenagem, por conta do despreparo do anotador cartorário, saiu um tanto quanto “truncada” (para não dizer atrapalhada) já que Mazurkiewicz transformou-se, sem mais nem menos, em Mazuquiebe (e carregará ad aeternum tal nome). Isso, no entanto, não deslustra ou invalida a intenção original do pai/torcedor. O ídolo foi referenciado, sim.

Uma outra homenagem, também ocorrida em Minas Gerais e coincidentemente envolvendo mais um jogador de futebol, deu-se quando a mãe resolveu batizar o rebento com o nome de Fábio Júnior, que mais tarde viria a ser um dos grandes ídolos do América Mineiro.

Pois bem, apesar de “parrudo”, Fábio Júnior era dono de uma boa técnica e conseguiu destacar-se mesmo atuando num time de menor expressão.

Tanto que, ao término de mais uma partida pelo Campeonato Mineiro, o repórter abordou-o para a tradicional entrevista sobre o resultado do jogo, o gol que fizera, o “banho de cuia” que desmoralizou o zagueiro adversário e por aí vai e, ao final, carinhosamente resolveu mandar “...um abraço para o seu Fábio”, E aí se deu um diálogo interessante:

Jogador : “quem é seu Fábio ???”
E o repórter, surpreso: “Ué, seu pai, você não é o Fábio Júnior ???”.
O jogador, assustado, retomando a palavra: “Tá de brincadeira, ó cara, o nome do meu pai é Bastião”;
O repórter, abismado: “mas como, o seu nome não é Fábio Júnior ???”
E aí veio o esclarecimento definitivo:
Jogador: “não, cara, é que minha mãe era fã de carteirinha do cantor Fábio Júnior e resolveu homenagear ele me dando o mesmo nome”;
O repórter, agora mais tranquilo, não perdeu a pose: “bem, então dê o meu abraço em seu Bastião, ok ???”
Jogador, rindo: “OK, obrigado”.

A curiosidade é que nenhum dos “Fábios” (o original e o genérico) é filho de nenhum “Fábio” (Senhor), a fim de ter no sobrenome o “Júnior”; enquanto o que “poderia” ter sido o pai (o cantor) se chama Fábio Correa Ayrosa Galvão (nascido em São Paulo em 21.11.1953 e filho de William), o que “quase” foi seu filho (o jogador), assina Fábio Júnior Pereira (nascido em Minas Gerais em 20.11.1977 e filho de Sebastião da Silva Pereira).

Exerceram competentemente as respectivas profissões, apesar, evidentemente, da acentuada diferença de idade: nasceram no mesmo mês (11), quase no mesmo dia (20/21), mas, o ano (quanta diferença): 1953 e 1977.

Mas, pensando bem e aqui pra nós, bem que um poderia ser pai do outro, né não ???