por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

"Vocês ouvirão agora uma ópera. Porque ela foi elaborada de modo tão pomposo como só um mendigo poderia sonhar, e porque ela deveria ser tão barata, que até os mendigos possam pagar, ela se chama "A Ópera dos Três Vinténs".  

Mack the Knife - música do personagem deste nome que é o mais notório criminoso de Londres.
Aqui com Louis Armstrong. Um belíssimo vídeo sobre a ópera acima referida de Kurt Weil e Bertold Brecht.


Chico Buarque fez uma versão da ópera dos três vinténs que redundou num filme com Hugo Carvana e num musical que está em cartaz aqui no Rio: Ópera do Malandro.

E lá pelas tantas Chico entrou com a mesma música com outra letra, agora cantada por João Nogueira.


IDEIAS TÓXICAS, DISCURSOS BÁRBAROS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Gente meritocrata é assim. Até os jundiás do rio Batateira sabem. Preconceito e indigestão conceitual é comum diante da erudição a que certas pessoas se obrigam conhecer em cursos de graduação e pós, mesmo que no exterior. É que o conhecimento acadêmico é uma farsa se não considera a realidade que envolve as pessoas.

E essa farsa é o conteúdo principal da meritocracia. É que, nem mesmo os concursos seletivos, conseguem extrair o proveito prático da exposição aos livros, seminários, provas e testes. Não mesmo. É que as provas não questionam o sujeito frente aos outros e como o conhecimento o liberta de si mesmo ao invés de aprofundar ainda mais erros inatos de sua formação social, ética, moral e política.

E numa sociedade restritiva, onde um grupo temeroso e apegado aos próprios méritos olha para a imensa população excluída com aversão e medo, nem o pós-doutorado resolve questões éticas e nem mesmo vícios científicos e filosóficos graves. Sobre este último aspecto temos exaustão deste tipo escrevendo na grande mídia: Olavo de Carvalho, Condé, Villa e por aí vai. Grande paredão de estupidez e arrogância que reflui a ciência aos estágios da idade média.

Mas políticas públicas inclusivas, que abrem portas antes fechadas, que iluminam cantos antes escuros, que levantam tapetes e revela aqui que acontecia por baixo dos panos sempre expõe certa virulência residual. O maior exemplo disso é o das corporações médicas ao enfrentar a questão do programa de governo Mais Médico. É o mesmo de setores da universidade ao avaliar a entrada de cotistas sociais e raciais.

Até que o processo seja absorvido eles sabotam, exacerbam a ignorância humanitária (humanita traduz-se por conhecimento), expõem todo o anacronismo das posições sociais dos seus pais e avós e, pior de tudo, dizem tantas barbaridades que negam todo o ritual universitário que deveria existir em seus pilares: ensino, pesquisa e extensão.  Olhem o exemplo abaixo dito pelo professor Manoel Luiz Malagutti, de Santa Catarina, professor de economia da Ufes, com doutorado na França. Ele assim se expressou numa discussão sobre cotas nas universidades:

“(...) eu coloquei que se eu tivesse que escolher entre dois médicos, um branco e um negro, com o mesmo currículo, eu escolheria o branco. Por que eu escolheria o branco? Os negros, em média, vêm de sociedades, de comunidades menos privilegiadas, para a gente não usar um termo mais forte, e nesse sentido eles não têm uma socialização primária na família que os tornem receptivos aos trâmites da universidade, à forma de atuação da universidade, aos objetivos da universidade. Eles têm muito mais dificuldades de acompanhar determinadas exposições. Eu não acho que é uma visão preconceituosa, acho que é bastante realista.”

Como o professor já tem mais de dez anos de ensino, tem doutorado feito em outra língua, estamos falando de alguém que evidentemente já pode ter uma boa capacidade crítica de sua própria experiência. E a conclusão que se chega diante de sua fala é que ele estava falando diante de um espelho. Criticava à própria imagem.


A tendência é que se prefiram conselhos sobre economia de um outro professor que não ele.   

Eita Nordeste da Peste! - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Longe de mim atiçar o separatismo latente que tem surgido ultimamente nos estados mais ricos do Brasil, entre os quais São Paulo se destaca como líder. Que esses nossos irmãos do sul-sudeste me perdoem. Mas o Brasil nasceu aqui! Nesse Nordeste sofrido, de muito sol, muito calor humano, suor e trabalho. Sem racismo, sem preconceitos, mazelas importadas por imigrantes estrangeiros que trouxeram tais sentimentos impregnados no sangue, como herança genética de seus antepassados, que aqui chegaram das mais diferentes nacionalidades, muitos dos quais provavelmente expulsos de suas pátrias. Aqui, diferente do outro Brasil que o Nordeste viu nascer, vive um povo cheio de brasilidade, irmanados por um imenso sentimento de solidariedade e muito amor à pátria. Sem divisionismo, desde quando foi consolidada a independência do Brasil. O nordestino é antes de tudo um povo rico em cultura e arte popular.

Não é exagero afirmar que o berço da cultura brasileira está aqui no Nordeste! Na literatura temos uma inesgotável relação de escritores que se destacaram no cenário nacional: José de Alencar, Graciliano Ramos, Raimundo Magalhães Jr., Rachel de Queiroz, Humberto de Campos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Ariano Suassuna, Jorge Amado, Adonias Filho, Aluísio Azevedo, Gilberto Freyre, Josué de Castro, João Ubaldo Ribeiro, Gustavo Barroso, Domingos Olímpio, Jader de Carvalho, Raimundo Girão, Tomé Cabral e muito mais, sem deixar de acrescentar novos escritores cearenses que surgem a cada instante, como os médicos cratenses José Flavio Vieira e José do Vale Pinheiro Feitosa, Everardo Norões, e o já consagrado saboeirense Ronaldo Correia de Brito, além de tantos outros.

Na poesia temos Manoel Bandeira, Castro Alves, Ferreira Gullart, Gonçalves Dias, João Cabral de Melo Neto, o cratense Wellington Alves e o nosso genial Patativa do Assaré.

Na música popular, as mais belas canções do cancioneiro brasileiro com uma rica variedade de ritmos musicais, nos quais se destacam nacionalmente os cantores e compositores: Luis Gonzaga, Dominguinhos, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymi, Morais Moreira, Pepeu Gomes, Fagner, Belchior, Ednardo, Zé Ramalho, Alceu Valença, Elba Ramalho, Chico Serra, Zeca Baleiro, Lenine, Geraldo Azevedo, Gal Costa, Maria Bethânia, Ivete Sangalo, Cláudia Leite.

Apenas uma breve amostra da riqueza cultural imensurável de que o nordeste é possuidor. Para o pessoal do outro Brasil conhecer, tem que pisar o solo nordestino, conhecer nosso sertão, conviver com a poesia que brota do nosso viver, dentro da nossa caatinga, com plantas que são somente nossas e muita sabedoria popular do nosso povo. 

Por Carlos Eduardo Esmeraldo 
    

Sidney Muller , sempre bem lembrado!



Uma notícia relevante!


Everardo Norões entre os finalistas do Jabuti e do Portugal Telecom

    Em uma mesma semana, Everardo Norões foi anunciado como finalista dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom com o livro "Entre moscas".
    Leia a notícia da indicação para o Jabuti aqui.
    Leia a notícia da indicação para o Portugal Telecom aqui.