por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 11 de março de 2022

 DESISTIR DO BRASIL ??? - José Nílton Mariano Saraiva


O sonho de todo brasileiro tido como integrante da classe média é o de, ao adentrar o mercado de trabalho, paulatina e sofregamente, mês a mês, se obrigar a guardar parte do seu já minguado salário para, mais à frente (depois de anos), adquirir o “objeto de desejo” de todos nós: um carro próprio, “estalando” de novo (que, de certa forma, pelo menos no seu imaginário, elevará seu “status” ante a sociedade), ao tempo em que propiciará um mínimo de conforto à família.
E como temos uma população significativa e, consequentemente, um mercado interno pujante (pelo menos em termos quantitativos) isso permitiu que grandes montadoras de veículos progressivamente se instalassem no Brasil, oriundas das mais diversas partes do mundo (Estados Unidos, Japão, Rússia, Coréia, China e por aí vai).

Eis que agora, de par com o progressivo achatamento do salário do “trabalhador classe média”, surge um ator que certamente dificultará em muito a realização do tal sonho – o aumento cavalar e insuportável do combustível: gasolina, etanol, diesel e gás (a coisa é tão séria que, manter um carro, hoje, corresponde a agregar uma outra família – insaciável - ao já combalido orçamento familiar).

Como o salário do mortal comum brasileiro é pago na moeda corrente no país, o “real”, e o preço que temos que pagar pelo combustível passou a ser cobrado ao correspondente à moeda internacional, o “dólar americano”, quase que certamente a realização daquele sonho será obstado (afinal, desde 2016, durante o governo Michel Temer, a Petrobras adota a chamada Política de Preços de Paridade de Importação, que vincula o preço do petróleo ao mercado internacional).

Como no “mercado internacional” o mar não está pra peixe em termos de estabilização do dólar (e tudo desgraçadamente gira em torno dele), no médio prazo a perspectiva - sombria, mas realista – será a de que, com um “mercado interno” sem o suficiente poder de compra, a indústria automobilística (ou grandes montadoras) findem por “desistir do Brasil” (afinal, hoje, por aqui, apenas “jogadores de futebol” famosos - uma minoria - firmam seus contratos em dólar).

Questiona-se, então: será que os escorchantes aumentos dos combustíveis findará por inviabilizar a própria indústria automobilística brasileira ???

Em assim acontecendo, dentro em breve vamos ter que recorrer à transformação da nossa “lata velha” (carro antigo) num “guaribado” carro novo, naquele programa do apresentador global.

Vôte...