Desde  a segunda quinzena de novembro que a cidade de Fortaleza está repleta  de luzes, com muitas propagandas. O comércio usa todos os artifícios  para atrair o consumidor, a fim de que este gaste seu décimo terceiro  salário em compras. É bom presentear as pessoas nessa época, pois  demonstramos amor àqueles que nos são caros. No sistema capitalista em  que vivemos, poucas pessoas acumulam riquezas, gerando exclusão social. É  importante que lembremos também dessas vítimas das injustiças,  partilhando também do nosso alimento. O ideal seria que todos os  brasileiros tivessem o direito a uma vida digna, durante o ano todo.  Entretanto, podemos fazer a nossa pequena parte, pondo em prática a  virtude da caridade para com os mais necessitados. Caridade é amor e foi  para pregar o amor, a fraternidade, a paz e a justiça que Deus, na sua  infinita bondade, mandou o seu Filho Jesus Cristo, para salvação da  humanidade.
O milagre da multiplicação dos pães, que é o milagre da partilha é  narrado pelos quatro Evangelistas. Nele Jesus nos mostra que havendo  partilha, os alimentos serão suficientes para todos e ainda sobrará. O  Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus, 14,13-21, relata o seguinte:  “Quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu, e foi de barca  para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões ficaram  sabendo disso, saíram das cidades, e o seguiram a pé. Ao sair da barca,  Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles, e curou os que estavam  doentes. Ao entardecer, os discípulos chegaram perto de Jesus e  disseram: “Este lugar é deserto, e a hora já vai adiantada. Despede as  multidões, para que possam ir aos povoados comprar alguma coisa para  comer.” Mas Jesus lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vocês é que  têm de lhes dar de comer.” Os discípulos responderam: “Só temos aqui  cinco pães e dois peixes.” Jesus disse: “tragam isso aqui.” Jesus mandou  que as multidões se sentassem na grama. Depois pegou os cinco pães e  dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os  pães, e os deu aos discípulos; os discípulos distribuíram às multidões.  Todos comeram, ficaram satisfeitos, e ainda recolheram doze cestos  cheios de pedaços que sobraram. O número dos que comeram era mais ou  menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.” Jesus, com o  milagre da partilha dos pães e dos peixes, quis nos mostrar que essa  proposta era para construção de uma nova sociedade, fundamentada na  partilha igualitária dos bens da vida, que Deus nos deu. Jesus continua  fiel à missão de reunir e servir ao seu povo, principalmente a multidões  de sofredores. Com essa atitude, Jesus está realizando os sinais de uma  nova maneira de viver e de anunciar o Reino de Deus.
Refletindo esse Evangelho da multiplicação dos pães, chegaremos à  conclusão, que nós, seguidores de Jesus não deveremos ficar insensíveis  nesse Natal, nem no restante do ano, para os mais necessitados. Assim  como Jesus, vamos servir ao nosso irmão carente.
O sentido do Natal foi desvirtuado. Demonstrar o nosso amor na troca de  presentes, no espírito voltado para os mais pobres, é muito bom. No  entanto, ultimamente a festa natalina foi se afastando do que é mais  importante, a nossa preparação para a vinda de Jesus, o nosso Salvador. O  Natal é a festa de aniversário de Jesus. Como é nosso costume  presentear os aniversariantes, devemos dar a Jesus nosso compromisso de  mudança de vida e adesão ao seu projeto. Festas, luzes, compras,  encontros com os amigos, nada disso deve ofuscar o verdadeiro sentido do  Natal.
Estamos vivendo o advento que é tempo de preparação, de alegria, de  expectativa para a chegada de Jesus Cristo. É um momento propício ao  arrependimento e a promoção da fraternidade e da paz. O verdadeiro  cristão aproveita esse tempo para avaliar o que construiu de bom e de  ruim durante o ano e, procurar colocar-se diante de si mesmo e de Deus,  assumindo o compromisso de trabalhar não só pelo sucesso material, mas  também pelo crescimento espiritual.
O ideal é que todos, cristãos e não cristãos irmanados na mesma fé em  Deus, de mãos dadas e de coração aberto ao amor, pratiquemos a  fraternidade.
Feliz Natal e um Ano Novo cheio de felicidades e paz é o que eu desejo a todos os leitores.
Por Magali de Figueiredo Esmeraldo