por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 21 de abril de 2020

"SINGELA" REFLEXÃO - José Nilton Mariano Saraiva


Desde tempos imemoriais temos expressado, em textos nos mais diversos blogs para os quais colaboramos, que a “esculhambação” jurídica que vivenciamos de um certo tempo até aqui deve ser creditada à frouxidão e covardia dos integrantes do tal Supremo Tribunal Federal.

E que, como consequência e na esteira disso, podemos extrair uma constatação óbvia: ao contrário do que afirmam políticos e autoridades outras, faz bastante tempo, sim, que as “instituições” brasileiras NÃO funcionam normalmente.

Basta lembrar que, comandando uma quadrilha de alta periculosidade, um juizeco de primeira instância, lotado em Curitiba, foi useiro e vezeiro em passar por cima da nossa Carta Maior, sem que o “guardião da constituição” (Supremo Tribunal Federal) tenha tomado qualquer providência ou expressado qualquer desconforto.

Pelo contrário, durante um bom tempo aquela corte literalmente chancelou “in totum” todos os abusos e cabeludas arbitrariedades praticadas pela gangue curitibana, conforme reconheceu peremptoriamente (só que depois e quando a vaca já tinha ido pro brejo), um dos seus integrantes, Gilmar Mendes:

É um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente. Homologamos delação. É altamente constrangedor. Todos nós que participamos disso temos que dizer: nós falhamos; a República de Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa. Assumiram o papel de imperadores absolutos. Gente com uma mente muito obscura, gente ordinária. Se achavam soberanos. Gente sem nenhuma maturidade. Corrupta na expressão do termo. Violaram o código de processo penal” (ipsis litteris).

A “singela” reflexão é só pra lembrar que não deveria se constituir surpresa o ocorrido ontem (19.04.20), quando o miliciano que está Presidente da República pessoalmente conduziu sua horda de fanáticos-fundamentalistas-abestados em manifestações desrespeitosas e antidemocráticas, exigindo o fechamento não só do Congresso Nacional, mas, também, do Supremo Tribunal Federal e, de quebra, a volta dos milicos ao poder.

A propósito, antes de ir ao encontro dos seus, no agora famoso “ninho da serpente” o “traste” que está Presidente da República reuniu-se e traçou planos com a sua quadrilha particular-familiar: Eduardo “bananinha” Bolsonaro, Flávio “rachadinha” Bolsonaro e Carlos “bonequinha” Bolsonaro, coincidentemente filhos e ativos conselheiros. Donde podemos supor que todo o script foi ali traçado antecipadamente, como o faz qualquer quadrilha minimamente organizada (tanto, que sequer esqueceram de filmar tudo e disponibilizar na internet).

Agora, o difícil de entender, depois de tão graves ocorrências, de tão explicita manifestação de golpismo, é a “conversa mole”, o “faz-de-conta”, as “babaquices” daqueles que poderiam enquadrar o meliante e comparsas, e que ficam a repetir com eloquência e numa toada só, que “as instituições estão funcionando(como a querer esconder o óbvio ululante: neste momento o Estado Democrático de Direito corre sérios riscos).

Tanto NÃO funcionam que chegamos onde chegamos: um presidente de um país, em plena via pública, provocando, estimulando e incitando sem nenhum constrangimento, seus seguidores a partirem para o confronto com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, ferindo de morte o processo democrático.

Claro que a nossa “rainha da Inglaterra” (o Bozo) se espelha no modus operandi daquele juizeco de primeira instância que pintou e bordou, fez e desfez e cansou de estuprar nosso texto constitucional (lá em Curitiba), sem que o Supremo Tribunal Federal haja encetado qualquer reprovação a tal comportamento. Afinal, deve ter confidenciado o Bozo aos seus botões, se um simplório juiz de piso fez e não foi sequer repreendido, por qual razão eu, o Presidente da República, não posso fazê-lo ??? Pois fez e até agora nada lhe aconteceu.

E o cinismo, falta de vergonha e pudor são tantos, que, dia seguinte, mesmo após as TVs de todo o mundo repercutirem imagem e áudio da “antessala do golpe” (em plena via pública), o canalha-mór vem a público para afirmar que não disse aquilo, que, ao contrário, tem imenso respeito pelas instituições (Supremo e Congresso).

Tal descalabro exige definições imediatas por quem de direito (Judiciário e Legislativo). No horizonte, duas são as saídas a serem adotadas: 01) na área jurídica, o Supremo Tribunal Federal “acordar” do marasmo e covardia em que vive e, com base nas inúmeras ilegalidades cometidas, AFASTAR ou INTERDITAR para o exercício da presidência da república o seu atual e desequilibrado ocupante; 02) no âmbito legislativo, “botar pra andar”, com urgência, os diversos pedidos de abertura do competente processo de IMPEACHMENT, já que motivos não faltam.

De uma coisa tenhamos certeza: devido ao momento delicado e por demais crítico que atravessamos, urge uma tomada de posição definitiva das autoridades competentes, antes que os improdutivos e asquerosos milicos de pijama nos propiciem o caos.

Fora o Bozo e seus filhos milicianos (a cadeia os aguarda).