por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

RETALHOS IN VERSO - Ulisses Germano

Tão sujo quanto o dinheiro
é a consciência adiada
a falsa virtude 
Das deliberações vaidosas

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Agora eu volto ao cordel
Rimando rima com rima
Céu e mel do mesmo fel
Das coisas que vem de cima
Felicidade é uma meta
A linguagem do atleta
Esgrimador que ensina

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Agradeça sempre ao sol
Não reclame do calor
No país do futebol
Todo mundo é treinador

Digo pra Dona Bastinha
Que a esperança vai voltar
A linha da nó na linha
Para um dia desatar



E findando a madrugas:


A palavra e o palavrão
No sentido é diferente
A galinha em grão em grão
Enche o papo novamente
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Ulisses Germano 
Crato-CE.

Por Socorro Moreira



Escutar um instrumento bem tocado é uma viagem nos confins do Universo.O corpo fica inerte e a alma alça livres voos, na companhia dos movimentos musicais. Parece que em cada frase, uma nova paisagem se descortina, e somos tomados por sentimentos novos e antigos. A sequência sugere uma parada de contemplação.A “suíte” internaliza a melodia. O arranjo nos faz brincar em rodopios como borboletas, ao redor das flores.
Aí para... E o mental se agita.Domina a situação, mas não despreza a intuição e o insight que desperta a  nossa letargia.
Penso, mas escrevo sem pensar.Deixo os ares da retórica se espalharem. Respirarem, antes que me sufoquem.
A fé fortalecida cria a felicidade.
Será?
Imaginem , imaginem...O cuidado no imaginar!Pode ser que venha tudo de uma vez, ou falte o essencial, nas prateleiras dos desejos.
Essa inquietude de alcançar distâncias, e tudo que está fora do nosso alcance, vai ficando serenada, quando amadurecemos.
Minha mãe repeia muito esta frase:
“Se não aprender com o erro, a transformação fica adiada. O que era mínimo, cresce em dimensões impagáveis”.
Ainda temos tempo para cantarolar muitas canções, nos banhos de todos os dias.Ainda podemos expressar o amor, declarar, soprar vestígios de poeiras que não voltarão a entupir o nosso coração.
Em tudo imperfeito, achamos o defeito. Em Deus, achamos o vazio.Com Ele construímoss o que nos falta, basta receber da sua fonte a luz da criação.
Nos Seus mares a água do amor é doce !


Tudo pode ser diferente - José do Vale Pinheiro Feitosa


LIGUE A MÚSICA E LEIA O TEXTO


Somos. Estamos no mundo. Mas a face deste nem sempre é risonha para você. Há muito que me sei uma minoria, sem qualquer defesa, sem apelo político ou políticas específicas. Mesmo assim tive sorte, ninguém pretendeu mutilar-me o modo, afinal a minha avó o era também. Somos canhotos e não existe minoria mais descuidada que os canhotos.

Na indústria e nas atividades que envolvem ferramentas somos vítimas usuais do design que se construíu para destro e só raramente se considerava o canhoto. Um exemplo neste dia do músico é de Canhoto da Paraíba quando foi aprender a tocar violão. Quem viveu a renovação das carteiras escolares, com aqueles bancos com o apoio para escrever do lado direito sabe o que falo. Ainda bem que a caneta tinteiro desapareceu e veio a esferográfica que não borra a escrita enquanto minha mão se arrasta sobre ela.

A outra minoria eu não sabia a dimensão que tem. Uma recente pesquisa da Fundação Perseu Abramo identificou as coisas que os brasileiros mais têm aversão ou intolerância: a que ganhou, inclusive à frente dos usuários de drogas, foi os ateus. A coisa é tão intensa que se encontra em segundo lugar, um pouquinho apenas atrás dos usuários de droga quando se perguntou sobre as pessoas com que menos gosta de encontrar.

E tem mais. Há algum tempo um amigo desejou se encontrar no olho do furacão pois ali reina a paz, no centro onde tudo gira. Eu fiquei fervendo de insatisfação. Não posso me conformar, aceitar o dado passivo de uma realidade que sei uma opção de gente muito ativa. Não me conformei e respondi-lhe com este poema bem ao estilo rebelde e para sempre rebelde:

PORTAS SEM FECHADURAS

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2006 - às 21:55 horas


meu ser, não abandones as tempestades,
que desfolharam as roseiras de tua juventude,
e transportaram para o chão as pétalas sedosas,
as cores impressionistas de tua alma aprendiz.

tantos galhos quebrados, pedaços lançados,
no turbilhão que dobra, tanto dobra até partir,
na janela e feche-a para as ventanias inaceitáveis,
negues demônios intoleráveis que te ofertar morta paz.

meu ser, nunca te adaptes as coisas como estão,
alguém ou algo lhes deu o estado que não te convém,
aceita a tua natureza de não aceitar jamais o que é,
no mundo em movimento, o que é, o é em transformação.

meu ser, diga sempre sim, já expirando a palavra não,
o infinito de Deus, é uma plêiade de astros finitos,
a eternidade é a pausa da respiração entre o não e o sim,
é como a harmonia dissonante de tantas vozes se exprimindo.

se queres viver a própria morte, antes negue a renascença,
e tua alma se apascentará nos meandros medievos de Francisco,
chagas te atravessarão as palmas e calma, calma em teu inferno,
de cuja profundidade jamais sairás, este é o conceito primeiro.

mas abraça o chão que te sustenta, sempre desejando voar,
ama a multiplicidade, sonha com a unicidade e fragmenta-te;
os espaços que entre eles surgirão, de dor ou alívio, são lembranças,
da unidade que se adiciona, se divide e se multiplica em tantos.

viaja, transita nos espaços distantes, com as pás dos ciclones,
junta-te aos objetos que por lá são jogados, tonteia-te no giro,
retorna ao mesmo que antes estiveste, sabendo da outra volta,
mas, meu ser, não te deixes ficar no olho vazado dos furacões.

banha-te neste rio de batismo, purifica-te de tantas limpezas,
deixa que as águas adicionem a esta superfície que nada tem,
os minerais que nodoam, as manchas que distinguem,
pois o imaculado é a ditadura de uma única nota na canção exilada.

meu ser, quando a ponta do chicote lanhar tua carne, viva de sofrimento,
não dialogues com o acoite e tampouco com a ferida, ambas irracionais;
olha bem fundo nos olhos do rosto cuja mão acionou o corte em ti,
e revele que aquilo não é natural, é apenas a vontade de alguém.

meu ser, ao sair nas ruas, não te esqueças de ti mesmo, no silêncio interior;
o vai e vem da vida, é um tanto que vai e outro que não virá, chegando e saindo;
na marcha a paisagem que revela é crítica, pois é construção de cada um,
contempla-a com senso de transformação e com alguns tragos de preservação.

Vinho, vela e poesia - Por Socorro Moreira



Faz tempo não acendo uma vela
Não tomo uma taça de vinho...
Mas vivo a poesia amorosa
sem duplo sentido

Valia a pena abrir a garrafa de vinho,
enquanto preparava uma massa ,
e macerava um raminho de manjericão.

A música soava , como Passos
no corredor, e na sala...
Era Rosa, cantando baixinho,
ao invés do João.
Rede num balanço solitário
Sonhos na fila das esperas...
Frustrados ou não
viveram a intensidade do querer

Na madrugada a luz é desligada
Abro a janela de um céu encantado
e desisto de contar estrelas
Apenas converso com o vento
que passeia na calçada,
sem recados ou bilhetes
Apanho um verso no ar...
Seguro e solto
Ele é tão besta
que não vale a pena cantá-lo...
Ele diz que a estrela mais distante
Já foi perto
E que o seu brilho é luz acesa
Não se apaga ,
no sopro de um suspiro.


Invasão do luar - por Socorro Moreira

Minha poesia é pretenciosa
Inventa um Natal em Novembro
Mistura-se na argila da estrada,
pisa em folhas brancas da saudade.
Na argamassa das palavras
constrói barracos de papel...
Desarrumada nos cipós e calhas
pede inclusão na paisagem .
No escuro que o luar invade
esconde a timidez ,
ilumina de falas, a casa.


Falta querosene na lamparina da sala
O fogão de lenha queima,
gravetos catados,
na beira da alma .
Meu quintal tem um balanço,
onde brinco com meus sonhos;
minha rede sempre armada,
tem no vento um aliado...
Quando ele chega,
abro a janela da vida ,
e canto uma moda antiga
pra que as estrelas se encantem,
e me apanhem com seu brilho.

 por socorro moreira

Os famélicos da terra marcham sobre seus estômagos - José do Vale Pinheiro Feitosa

“Um exército marcha sobre o seu estômago”. Esta frase é atribuída ao grande líder da revolução burguesa: Napoleão Bonaparte. Isso vem a revelar as diferenças entre a Praça Tahrir no Cairo e o Ocupy Wall Street. As diferenças, bem dizendo, no teor da revolta contra o estágio atual do poder do capital sobre o Estado e a economia de modo em geral.

Os egípcios do Cairo têm seus estômagos mais vazios que os americanos de Nova York. Foram anos de miséria, de uma ditadura oligárquica e um acúmulo de pendências em relação ao dinamismo das classes sociais do país. Apenas os mais ricos se locupletaram, enquanto a juventude assistiu aos seus pais minguarem num caminho estreito e os sonhos de realização da própria juventude serem vedados por um muro altíssimo.

Por isso “as vias de fato” são mais freqüentadas no Cairo do que em Nova York. Só hoje quando o governo provisório renuncia, foram mortos na praça Tahrir mais de 22 pessoas. O mundo ocidental que pensa dirigir as lutas orientais sob a batuta de seus desejos, vê-se diante de uma rebeldia que não é no Irã e não apenas na Síria. Novamente o Egito. E o Egito é como um guia central para o mundo muçulmano.

A Arábia Saudita é o coração geográfico e cultural, mas a força motora do Egito para a política Árabe é bem mais profunda do que imaginamos a partir do noticiário. Nenhum país formulou uma política que se ajustasse tão bem entre a modernidade e a cultura Árabe quanto o Egito. O Nasserismo e todas as idéias do Panarabismo. Afinal o Nasserismo representa mais do que apenas a sucção das reservas petrolíferas em favor de uma elite local e dos países industrializados.

Quando os revoltosos ocidentais marcharão sobre os seus estômagos? Respondê-lo seria um desejo ou uma adivinhação. Mas em qualquer circunstância os ocidentais serão reduzidos ao denominador comum dos egípcios. Houve uma dominação política do Estado pelas forças das corporações econômicas. Está mais do que claro que houve uma ação integrada de classe para privatizar o Estado em benefício do capital e em prejuízo do trabalho.

Quanto mais a face da classe capitalista para exercer o controle político do Estado for ficando nítida, maior será a reação da classe trabalhadora, somada às marchas das pessoas sobre seus estômagos vazios. Estamos ainda no começo de uma grande mudança e de uma severa luta de classes. Diga-se para informar: não é de agora.

Convite!



Lançamento do livro:

Inventário de Poesias 
 Wellington Alves

SESC Crato -Ce

24 de novembro de 2011
19 horas

MEU CORAÇÃO (Rosa Guerrera)



Carrego dentro do peito
Um coração sem jeito,
Tem virtudes, tem defeitos
Insistente em se acertar.
É moleque, é vadio,
As vezes triste, sombrio
Cuidadoso no sonhar.

Tanto amor, tanta paixão,
Carrego no seu recinto
Que as vezes até sinto
Cansaço no seu pulsar.
(Coração também se cansa
De sofrer , de acreditar.)

Tem paredes carcomidas
Fotos amarelecidas,
Tantas voltas, tantas idas ,
Encontros vãos, despedidas ,
Lembranças tão diluídas
Que as vezes me faz penar..
Tem muita coisa vivida
Muita dor armazenada
Muita saudade guardada
Sem tempo mais pra voltar.
Sabe guardar meus segredos,
Conhece todos meus medos
Me dá forças pra lutar.




Amigo por tantos anos ,
Meu coração é cigano
Sempre pronto a se entregar!

Geraldo Ananias, convida!



1) Em Fortaleza (CE): dia 4.1.2012, a partir das 19 horas, no restaurante Don Pepe:. Rua Idelfonso Albano, 587.

Fones (85) 9613-4620 e 3219-8873.

2) Em Santana do Cariri (CE): 16.1.2012, a partir das 19 horas, na Câmara Municipal.

3) No Crato: dia 17.1.2012, a partir das 19 horas,(local a confirmar)
4) Em Brasília (DF): dia 9.2.2012, a partir das 18 horas, no restaurante Carpe Diem, 104 Sul.


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Maria Zélia - José do Vale Pinheiro Feitosa

Minha prima em primeiro grau, mas a chamávamos de tia. Maria Zélia e nem sei qual sobrenome adotou, se Pinheiro, Teles ou Gonçalves e certamente o Pimentel de seu marido Almir. Para um estranho era difícil entender a descendência de Joaquim Pinheiro Bezerra de Meneses.

Não era incomum que a sobrinha fosse mais velha que a tia e assim a tratasse com cuidados e conselhos. Que tios se cassassem com sobrinhas. Que irmãos tivessem a idade de ser pai ou mãe dos irmãos mais novos. A verdade é que Joaquim casou-se três vezes, de todas as mulheres teve numerosa descendência e nenhuma filha do primeiro e do segundo casamento casou-se.

Não estou me desviando do assunto, ao falar de Maria Zélia, que ultrapassando a casa dos noventas anos de idade, ontem faleceu em Crato, onde nasceu e sempre viveu. O sobrinho, José Flávio era seu médico e até bem pouco tempo numa consulta médica a sua acompanhante queria passar as informações ao doutor e Maria Zélia a interrompeu: espere aí, a doente aqui sou eu, sou quem informa.

Qual é o gancho para falar desta consulta médica. Tia Zélia, como a chamamos, sobreviveu a três dos quatro filhos que teve e ao marido. Ao sobreviver, não deixou de viver, não caiu na escuridão de um poço de lamentações e nem no silêncio que parece adormecer o espírito.

E tinha Maria Zélia uma característica que era a antítese de Almir Pimentel. Ela não era dada a exuberâncias de emoções. Respondia às emoções com risos baixos e quando havia o choro por necessidade qualquer, era quase imperceptível, apenas com lágrimas discretas por testemunho.

Como parte desta família intrincada, Maria Zélia deve ter tido, entre verdadeiros e falsos, mais de uma centena de sobrinhos. Mas talvez, nenhum tenha ficado com tanta frequência em sua casa, até mesmo para dormir, como o meu caso. Com idade próxima ao filho mais velho dela, na casa, na mesa e até nos experimentos urbanos como o chuveiro e uma banheira onde esparramei água para o trabalho da tia.

A distância do trem que me levou a Fortaleza e o ônibus até aqui ao Rio não me esqueceram Maria Zélia, mas o contato pessoal se rareou como tudo que nos preencheu a vida em alguma fase dela. Tia Zélia sempre foi uma obrigação de visita, nunca deixei de chegar, mesmo que rapidamente, até o local da casa em que ela estivesse, mesmo quando de mim ela já não se lembrasse mais.

Esta mulher tem a dimensão do longo tempo. O seu irmão mais próximo em idade, Joaquim Pinheiro, que mora no sítio bucanha, na encosta da Chapada, é uma das pessoas que todos nós deveríamos conhecer. Riso amigável, discreto, calado, mas capaz de uma conversação animada e atualizada, porque ele lê regularmente vários jornais e revistas semanais. Assim que retornar ao Crato irei visitá-lo, é outra obrigação que não me furtarei.

Pois bem, a avó de Maria Zélia e Joaquim, teve uma descendência de mulheres que se casaram tão jovem que ela pôde dizer: minha neta dê-me cá a sua neta.

Tédio enfastiado e Alegria conquistada - José do Vale Pinheiro Feitosa


No encontro das águas do Solimões e Rio Negro ambas descem paralelas com muitos quilômetros, lado a lado, sem se misturarem. Uma linha nítida separa as duas. Muito adiante as águas recebem mais afluentes e descem até se tornarem uma solução apenas.

O cristianismo já tinha vislumbrando o Amazonas: aquele em que as águas são apenas uma. A igreja com seus filósofos e teólogos é que depois inventou o batismo a partir do qual os que já eram criaturas de Deus por certo foram arrastados para um estado de paganismo para receberem o ritual de qualidade do cristão. Enfim, era o mais político dos atos: os que tomam partido têm a mesma doutrina na irmandade em Cristo.

Não era bem disso que queria falar, era um paralelo. Falo de uma família amiga. Acorda às 11 horas e faz o desjejum em estado de absoluto DIET, outros desdobramentos LIGHT e o tédio da abundância à mesa. Cremes, chapéus, e o arrastar renitente da criançada atravessando os sinais irritantes, os calçadões da salvação do colesterol e as areias mercantis de Ipanema.

Tudo farto e abundante. Dinheiro naquela escala não é problema. Nem no restaurante das 17 horas, no shopping das 21 horas, no cinema das 22 horas e o jantar da madrugada. Facilidades, climatização do veículo com barulho de pena, as câmaras de segurança do edifício e a lenga lenga se vai dormir ou ver um pouco mais de televisão. Termina o final de semana da família amiga, pois no amanhecer tem que correr atrás da grana para mais finais de semanas iguais.

No quilômetro 19 da Teresópolis-Friburgo, Hotel Cachoeira do Frade. Cinqüenta alojamentos para até cinco pessoas em cada. Pensão completa. Piscina ao ar livre e piscina térmica, sauna, toboágua, lagos com patos e carneiros, cavalos para passear, tirolesas para saltar, trilhas e um ambiente rural com serviço completo. Só precisa estar.

Um grupo imenso do subúrbio. Igreja Maranata. Uma grande excursão. Alugaram todos os quartos desde a sexta-feira à noite até o almoço do Domingo. Toda estrutura do hotel sendo utilizada. Comer até não caber mais de tanta abundância. Bebida alcoólica não, mas o resto rola de boca em boca. Namoricos, paqueras no meio da irmandade. Casais trocando amabilidades. Uma festa de imensa dádiva, tudo é sublime e fora dos padrões da vida de rotina.

Foi quando uma senhora alourada pela pintura, com a voz rouca, esganiçada, talvez aí por conseqüência e causa ao mesmo tempo daquele tom de “pato rouco”. Aproxima-se de uma mesa em que se sentam seis amigos e diz:

- Olha o relógio. Não demora a carruagem virar abóbora. Espera-me um tanque de lavar roupa e uma pia de panelas e pratos sujos.

O grupo cai na gargalhada e ela completa:

- Enquanto ainda faltam algumas horas, vamos curtindo o baile. Cinderela desfila.

Marlene - Por Norma Hauer



"Lata dágua na cvabeça,
Lá vai Maria. lá vai Maria...
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva criança
Lá vai Maria..."

Foi no dia 22 de novembro de 1924 que ela veio ao mundo na cidade de São Paulo, recebendo o nome de Vitória Bonaiutti de Martino, mas ficou conhecida em todo o Brasil com o nome de MARLENE, que adotou, lembrando a artista alemã, que brilhou no cinema americano Marlene Dietrich.

Depois de passar vários anos interna no Colégio Batista de São Paulo, aos 13 anos já se apresentava na "Hora do Estudante", na Rádio Bandeirantes daquela cidade. Também ali, estreou na Rádio Tupi (em 1940), vindo depois para o Rio de Janeiro, onde atuou nas Rádios Globo, Mayrink Veiga e, por fim Nacional, onde fez sua estréia no Programa César de Alencar.

Em disco, estreou gravando "Swing no Morro" e "Ginga, Ginga, Moreno", em 1946, mas foi cantando com o conjunto "Vocalistas Tropicais" que conheceu seu primeiro sucesso:"Coitadinho do Papai".
Daí para centenas de gravações foi um passo.
Como um registro do dia a dia do trabalhador carioca, gravou dois grandes sucessos "Lata-D'Água" e "Zé Marmita".

Apesar de haver estreado na Rádio Nacional no Programa César de Alencar", foi no de Manoel Barcelos que se firmou e onde começou a rivalidade entre ela e Emilinha Borba provocada por suas fãs que chegavam a brigar por elas, enquanto as duas
gravaram juntas a música de Peterpan (cunhado de Emilinha) "Eu Já Vi Tudo".

Houve interesse da Rádio em manter a rivalidade, pois isso lotava seu auditório nos dias daqueles programas.

Nas eleições para Rainha do Rádio, promovida pela famosa Revista do Rádio, onde , em anos diferentes as duas foram eleitas, é que a coisa "pegava fogo".

Emilinha , admirada por marinheiros e fuzileiros, foi cognominada "Favorita da Marinha".
Marlene não fez por menos: era a "Favorita da Aeronáutica".

Depois que o rádio perdeu sua força, Marlene continuou em atividade, participando da primeira montagem de a "Ópera do Malandro", de Chico Buarque (1979-80), de show na Sala Funarte (1984) de programa na Rádio MEC (entre 1987 e 90) e de shows no Canecão (1995), no Teatro Rival (2002) e na Cinelândia (2004)

Em 2007 voltou à Rádio Nacional para gravar um DVD com músicas de seu repertório, incluindo "Geni" de Chico Buarque.

Marlene, no início de sua carreira esteve em Paris onde cantou no Olimpia com Edith Piaff, que a apreciou como cantora internacional.

Aqui é só um pequeno resumo para lembrar a carreira de Marlene, que foi e ainda é coberta de louros, tanto que haverá várias homenagens a ela pelo seu aniversário, assim:

Haverá um almoço ainda hoje (dia 22 ) na Cantina Donnana, na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana.

Hoje não se discute quem é a "maior": Marlene ou Emilinha.
As duas se igualaram no tempo áureo do rádio. Hoje uma é saudade e a outra está na "terceira idade".

Ambas tiveram seu valor e penso que, completando com a Estrela Dalva de Oliveira, as cantoras foram o grande alicerce do rádio. Exatamente por causa dessas rivalidades.


norma

O Signo de Sagitário- O dom da abundância


Simbologia de sagitario 9º Signo do Zodíaco - 22 deNovembro a 20 de Dezembro
Príncipio: Ativo
Dia: Quinta feira
Elemento: Fogo, Mutável
Pedra: Ametista
Parte do corpo: Quadril, coxas, fígado.
Metal: Estanho
Estação do ano: Fim da Primavera (Hemisf. Sul)
Côr: Púrpura, turquesa e verde mar.
Planeta Regente: Júpiter
Incensos: Canela e Rosa


Sagitário: O dom da abundância


Comportamento Geral :
Sagitário cujo símbolo é a flecha que aponta para o céu.
Aponta para a amplidão, para o além da linha do horizonte.
Este é o significado da abundância.
Este desejo do muito que o torna capaz de gerar abundância.

Para Sagitário o que importa é atingir uma meta. Assim como seu animal mitológico, o centauro, meio cavalo, meio homem, ele apresenta uma energia vigorosa e fogosa na busca do metafísico.

Expansivos, fazem o tipo jovial, amantes da vida.
Gostam de se mostrar confiantes e amam a vida ao ar livre, os amplos espaços e, principalmente a sensação da liberdade.

Porém não se enganem, Sagitário oscila entre a euforia e a depressão. Entre o otimismo desmedido ou uma inconsolável descrença.
Isto porque fé e acreditar são palavras chaves do signo.

Esta linha mestre de arqueiro, buscando sempre o que está fora de alcance, faz com que Sagitário esteja sempre procurando ultrapassar limites.

Quando imbuído do sentimento da meta, Sagitário concilia sim, a força animal com a abstração divina.
Depois dizem dêle que é portador de sorte.
Na verdade, creio que é a exuberância que traz sorte .

A sede de viver de Sagitário faz com que ele se volte para o conhecimento, para as questões culturais e filosóficas.

É um questionador.


O signo de Sagitário e a Amizade
Este livre pensador sabe se fazer popular.

Costuma gostar do social, de receber bem.
Busca a harmonia ao grupo onde pertence e irá criar sua micro-comunidade entre os amigos.
Aliás, por vêzes, os amigos importam acima de tudo.

Não se sinta rejeitado, caso o Sagitário prefira passar uma tarde com os amigos em vêz de ficar a sós com a namorada.

Eles são essencialmente coletivos e cultivam profundas alianças com seus amigos.

O signo de Sagitário e o Amor
Se jogam entusiasmadamente no fogo do amor.

Sagitários adoram novidade e são naturalmente sedutores. É do instinto.
Chegam a reclamar depois que não sabem porque apareceu aquele clima ...

Para cortejar, Sagitário é espontâneo e impaciente.
Não vê problema algum em tomar iniciativa, brincar de seduzir e assim, muitas vêzes acaba se queimando também.
O caçador se apaixona pela prêsa.

Sagitários se sentem atraídos por pessoas inteligentes, livres, dinâmicas ... pessoas por vêzes fugazes.
Sorte para Sagitário que inicialmente não se preocupa com compromissos casamenteiros.
Até chegar a hora de desejar assentar num relacionamento.

Neste momento, a(o) companheira(o) que desejar percorrer um longo caminho ao lado de Sagitário deverá fazer com que a relação seja sempre estimulante.