"Lata dágua na cvabeça,
Lá vai Maria. lá vai Maria...
Sobe o morro e não se cansa
Pela mão leva criança
Lá vai Maria..."
Foi no dia 22 de novembro de 1924 que ela veio ao mundo na cidade de São Paulo, recebendo o nome de Vitória Bonaiutti de Martino, mas ficou conhecida em todo o Brasil com o nome de MARLENE, que adotou, lembrando a artista alemã, que brilhou no cinema americano Marlene Dietrich.
Depois de passar vários anos interna no Colégio Batista de São Paulo, aos 13 anos já se apresentava na "Hora do Estudante", na Rádio Bandeirantes daquela cidade. Também ali, estreou na Rádio Tupi (em 1940), vindo depois para o Rio de Janeiro, onde atuou nas Rádios Globo, Mayrink Veiga e, por fim Nacional, onde fez sua estréia no Programa César de Alencar.
Em disco, estreou gravando "Swing no Morro" e "Ginga, Ginga, Moreno", em 1946, mas foi cantando com o conjunto "Vocalistas Tropicais" que conheceu seu primeiro sucesso:"Coitadinho do Papai".
Daí para centenas de gravações foi um passo.
Como um registro do dia a dia do trabalhador carioca, gravou dois grandes sucessos "Lata-D'Água" e "Zé Marmita".
Apesar de haver estreado na Rádio Nacional no Programa César de Alencar", foi no de Manoel Barcelos que se firmou e onde começou a rivalidade entre ela e Emilinha Borba provocada por suas fãs que chegavam a brigar por elas, enquanto as duas
gravaram juntas a música de Peterpan (cunhado de Emilinha) "Eu Já Vi Tudo".
Houve interesse da Rádio em manter a rivalidade, pois isso lotava seu auditório nos dias daqueles programas.
Nas eleições para Rainha do Rádio, promovida pela famosa Revista do Rádio, onde , em anos diferentes as duas foram eleitas, é que a coisa "pegava fogo".
Emilinha , admirada por marinheiros e fuzileiros, foi cognominada "Favorita da Marinha".
Marlene não fez por menos: era a "Favorita da Aeronáutica".
Depois que o rádio perdeu sua força, Marlene continuou em atividade, participando da primeira montagem de a "Ópera do Malandro", de Chico Buarque (1979-80), de show na Sala Funarte (1984) de programa na Rádio MEC (entre 1987 e 90) e de shows no Canecão (1995), no Teatro Rival (2002) e na Cinelândia (2004)
Em 2007 voltou à Rádio Nacional para gravar um DVD com músicas de seu repertório, incluindo "Geni" de Chico Buarque.
Marlene, no início de sua carreira esteve em Paris onde cantou no Olimpia com Edith Piaff, que a apreciou como cantora internacional.
Aqui é só um pequeno resumo para lembrar a carreira de Marlene, que foi e ainda é coberta de louros, tanto que haverá várias homenagens a ela pelo seu aniversário, assim:
Haverá um almoço ainda hoje (dia 22 ) na Cantina Donnana, na Rua Domingos Ferreira, em Copacabana.
Hoje não se discute quem é a "maior": Marlene ou Emilinha.
As duas se igualaram no tempo áureo do rádio. Hoje uma é saudade e a outra está na "terceira idade".
Ambas tiveram seu valor e penso que, completando com a Estrela Dalva de Oliveira, as cantoras foram o grande alicerce do rádio. Exatamente por causa dessas rivalidades.
norma
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