por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sobre o livro do Azul Sonhado.


Até o final de Junho ele será distribuído, conforme o combinado. Necessito o endereço completo dos nossos autores que estão distantes. Informem-no por e-mail.

Agora que o trabalho está em vias de conclusão, agradeço a Stela Siebra Brito , que passou quase um semestre organizando os textos originais e fazendo a revisão. Grande presente!

Outro voluntário foi o diagramador Luiz Pereira, a quem prestamos nosso reconhecimento.

Emerson Monteiro foi o nosso consultor oficial, emprestando-nos sua experiência com amizade e disponibilidade.

Agradecimentos especiais aos amigos escritores : José do Vale, José Flávio, Tiago Araripe e Pachelly Jamacaru, que fizeram orelha, prefácio e dedicatória, e foto da capa, respectivamente!




Em Julho, durante a semana da ExpoCrato (10 a 17.07) teremos várias oportunidades de encontros e confraternizações.



AGUARDO COMUNICAÇÃO POR E-MAIL.



CONTABILIZAMOS NO FINAL TEXTOS, EM PROSA E VERSO, DE 41 ESCRITORES. A SUPRESSÃO DE 4( QUATRO) DEVEU-SE À FALTA DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO, ENVIO DO MATERIAL NECESSÁRIO. ESPERAMOS QUE NUMA FUTURA EDIÇÃO, MUITOS MAIS SEJAM INCLUÍDOS.



Como foi anunciado, cada escritor terá direito a 5 exemplares, sem nenhum ônus, a não ser o valor de remessa, se via Correios.



Alguns fizeram reservas antecipadas, a título de cota extra. Serão atendidos!



Acho-me à disposição para quaisquer informações adicionais.



Abraços

Socorro Moreira


sauska_8@hotmail.com

tel (88) 35232867

José Émerson Monteiro Lacerda


Artista plástico, escritor e cineasta, José Emerson Monteiro Lacerda nasceu no sítio Tatu, município de Lavras da Mangabeira, aos 26 de março de 1949. Foram seus pais: Luis de Lacerda Leite e Maria de Lourdes Monteiro Leite, os quais, em outubro de 1944, vieram a fixar residência na cidade do Crato, na qual José Emerson desenvolveu o seu aprendizado humanístico.
Ali, estudou na Escola Júlio de Carvalho (1955-1956), no Grupo Escolar Dom Quintino (1957-1958), no Ginásio Pio X (1959-1960) e no Ginásio Diocesano do Crato (1961-1967), tendo cursado Administração de Empresas (1972) e Comunicação e Jornalismo (1973-1976) na Universidade Federal da Bahia.
No Crato, realizou o seu curso de Bacharel em Direito, na Universidade Regional do Cariri/URCA, entre 1988 e 1993, tonando-se, dessa forma, advogado, com atuação marcante na seccional cratense da OAB-Ceará, na qual foi Presidente da Comissão de Direitos Humanos (1997) e Secretário Geral (2006-2008), distinguindo-se também como Coordenador da Assessoria Jurídica da Universidade Regional do Cariri (1998-2000) e Membro do Conseho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos.
Foi presidente do Grêmio Farias Brito do Colegio Diocesano do Crato (1966), Secretário do Centro Acadêmico da Escola de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (1973) e Representante Estudantil junto ao Departamento de Jornalismo da mesma Universidade (1975), exercendo, por igual, o cargo de Secretário do Centro Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Regional do Cariri, em 1988.
Monitor da Disciplina Fotojornalismo, junto a Universidade Fedaral do Bahia (1975), na cidade do Crato foi Professor de Religião do Colégio Municipal Pedro Felício e Professor de Literatura e Redação do Colégio Diocesano, exercendo, em todo o Cariri, intensa atividade social e cultural, mercê da sua liderança e do seu carisma espiritual e comunicativo.
Funcionário das agências do Banco do Brasil em Brejo Santo, Crato e Salvador, Emerson foi Diretor-Secretário da Associação Atlética Banco do Brasil, em Brejo Santo (1969-1970) e em Salvador (1976), sendo Diretor-Financeiro dessa mesma entidade na cidade do Crato (1983-1985), onde se fez Presidente da Cooperativa de Consumo dos Funcionários do Banco do Brasil (1994-1997) e Diretor do Serrano Atlético Cratense ((1986).
Redator do jornal A Ação, orgão de divulgação da Diocese do Crato (1966-1967) e Diretor de Opinião e colunista do Jornal do Cariri, de Juazeiro do Norte, Emerson é sócio titular da Academia Lavrense de Letras e do Instituto Cultural do Cariri, do qual foi Vice-Presidente (1995-1996) e Secretário Geral (1998-1999).
Colaborador dos jornais Tribuna do Ceará e Diário do Nordeste, Co-editor da Revista Itaytera, colunista e revisor do jornal Gazeta do Cariri, cronista da Radio Educadora e redator de rádio-jornalismo da Rádio Araripe do Crato, no Cariri se fez uma voz altissonate como apresentador dos programas A Voz do Estudante, na Rádio Araripe, e Ritmo Brasileiro, da Rádio Educadora do Crato.
Componente do Jogral Passárgada (1966-1967) e ator de peças de teatro, entre elas Um Chalé à Beirra da Estrada (1966), dirigida por Alzir Oliveira, Emerson foi Sócio do Clube de Cinema da Bahia (1974), fazendo-se ali dirigente do curta-metragem São Gonçalo da Canabrava (1975) e roteireita de Salvador versus Automóvel (1976), sendo no Crato diretor do média-metragem Terra Ardente, realizado em 1977.
Como dirigente político e militante partidário na cidade do Crato, ali foi Presidente do Partido Democrático Trabalhista (1987-1992) e Vereador à Câmara Municipal (1989-1990), da qual foi primeiro-secretário (1989-1990) e presidente da Comissão de Justiça e Redação (1991-1992).
Realizou exposições individuias e coletivas, nos campos da fotografia, desenho, pintura e colagem, e participou da Massafeira Livre, em Fortaleza (1979), o mais expressivo movimento das artes cearenses, após a ditadura militar.
Foi fotógrafo do Jornal Coisa Nostra, de Salvador (1975), e do filme Daniel, o Capanga de Deus, de João Batista Reimão Neto, realizado este último em São Paulo, em 1977, tendo participado, por igual, de exposição individual de colagem, em Fortaleza, e de exposições coletivas de fotografias, nas escolas de Comunicação e Arquitetura da Universidade Federal de Bahia.
Pesquisador nas áreas da comunicação, psicologia e religião, publicou os livros Sombra e Luz (1991) e Noites de Luz Cheia (1996), ambos editados de forma independente; e bem assim: Cinema de Janela (São Paulo,Terceira Margem Editora, 2002) e É Domingo ( João Pessoa, Edições Fabulação, 2006).
No campo da atuação espírita, Emerson Monteiro Lacerda destaca-se, por igual, como uma das lideranças do movimento kardecista no Cariri, onde foi Presidente da Associação Espírita Alan Kardec (1980-1987), Vice-Presidente da Organização dos Centros Espíritas do Cariri (1988-1989) e redator e apresentador do programa Palavras do Alvorecer, na Rádio Iracema de Juazeiro, em 1987.
A sua inquietação existencial e metafísica, a sua intuição literária e a sua cultura filosófica fazem de Emerson Monteiro um dos maiores intelectuais do Cariri. É rica e diversificada a sua atuação e a sua disposição de servir e de amar o próximo, sendo fascinante, por igual, a sua liderança, o que constitui um plus na personalidade desse grande artista cearense.
Cronista da estética visual e arquiteto supremo do texto literário, Emerson é uma das legendas do município de Lavras da Mangabeira, não apenas na atualidade, mas em todo o seu contexto histórico.
Orgulho-me, como poucos, de ser seu conterrêneo, e especialmente de ser leitor e admirador da sua escritura literária, amplamente recortada por símbolos visuais e alegóricos: humana, inapelavelmente cósmica e sugestiva, assim como o tecido dos nossos melhores escritores.

(DIMAS MACEDO).
Cidade do México,
04 de fevereiro de 2010

SIDERAL - por Stela Siebra

LUA NO SIGNO DE VIRGEM

Sabe o que deixa uma pessoa com Lua em Virgem satisfeita emocionalmente?
Sentir-se útil, prestar serviços e mostrar sua eficiência e perfeccionismo.
A organização, a limpeza e o método são instintivamente perseguidos por pessoas com Lua em Virgem. O trabalho é meta rotineira a ser realizada da maneira mais perfeita possível. E quando encontra falhas, aí vem crítica! E veja que a pessoa localiza tanto em si mesma, como nos outros, os “pontos de imperfeição” buscando detalhes, que só ela enxerga, para serem revisados e melhorados.

Você, que tem Lua neste signo, já reparou como é substancial para você a ordem e a limpeza? E já percebeu como gosta de classificar os sentimentos, analisando e dissecando suas próprias reações emocionais?
Pois saiba que essa “reação analítica” o afasta da essência dos seus sentimentos, ocasionando uma frieza emocional, que o leva a refugiar-se “nos braços do trabalho”.
Essa dificuldade em conviver com as oscilações de humor, sentimentos e emoções, pode torná–lo compulsivo por trabalho. É como se você pudesse driblar sua insegurança por estar ocupado com tarefas práticas.
Ou então, quando você busca altos padrões de perfeccionismo, e não vê os resultados que almejava tanto, sua auto-estima entra em baixa. E aí você passa a sentir preguiça, hipocondria, enfim, você pode adoecer. É a famosa somatização; o corpo padece e aí podem surgir alergias, colite, gastrite e outros “ite”.

Bem, aqui vai um lembrete: é mais saudável viver simplesmente a vida do que analisá-la. Relaxe, saia um pouco da rotina, tire férias, procure refúgio na natureza e se reabasteça emocionalmente.
Lógico que é importante para você sentir-se útil e desenvolver suas atividades pessoais de forma organizada e bem cuidada. Mas, que tal reavaliar seus padrões emocionais? Que tal olhar com olhos mais doces para seus sentimentos, aceitando-os do jeito que eles são: simples e naturais?
Você pode perfeitamente aprender a dar um novo valor a seus sentimentos, pois aceitando suas imperfeições, descobrirá outras qualidades em você mesmo e nas pessoas ao seu redor.
E assim nutrirá sua alma com a delicadeza e a pureza que tão bem expressam a sinalização de Virgem.

Para finalizar quero apresentar duas citações de Clarice Lispector, que traduzem um grande anseio nutritivo da lua virginiana:
“Só consigo a simplicidade através de muito trabalho”.
“Tenho é que me copiar com uma delicadeza de borboleta branca”.

solidão

entre paredes roçar as costas
riscar o chão com as solas
amarelas dos pés
escrever sobre coisas perto
fustigar papéis
com a língua amarga logo cedo

por trás do vidro
lá fora
onde se entregam gritos
e outras formas de esmola
as luzes num convite
para que cada um se vire
e esvazie sua própria hora
de devaneios
deixe fincar-se o presente
com suas lâminas e suas bocas
num dia assim

Reforma Agrária para democratizar a renda dos brasileiros - José do Vale Pinheiro Feitosa

Nesta semana o blog Cariricaturas publicou um bem escrito texto de Mailson da Nóbrega derrubando a tese da redistribuição de terra, via Reforma Agrária. A redistribuição de terra tem por base dois resultados: ampliar a capacidade de mais famílias auferir renda na estrutura de distribuição da renda nacional e, claro, o da produção agropecuária.

O ex-ministro Mailson é como Antonio Palocci, um CONSULTOR. Escreve e dar pareceres à base de bem remunerada renda e sempre como porta voz de terceiros. Não existe a convicção interior, ela se sujeita ao interesse do outro. Assim como um pistoleiro que atira contra o inimigo de quem lhe pagou.

Acontece que numa sociedade democrática, efetivamente democrática, o primeiro resultado da Reforma Agrária é irrefutável: democratizar a renda. Só por isso vale uma defesa e uma história. Não adianta esgrimir com Mailson nestes termos, pois se ele não o trouxe, e como bom intelectual sabe disto, desejou esquecer de propósito. Não refutá-lo é uma homenagem a quem defende a Reforma Agrária.

Agora quanto ao outro. O da produtividade. Se vamos destruir a pequena propriedade, se vamos destruir as florestas para os grandes negócios (eis o motivo do artigo do Mailson na emergência da discussão do novo Código Florestal) ou se vamos calar a voz do MST, é preciso que se sustente e bem sustentado o contraditório de quem quer tudo isso.

Isso é uma pedra no sapato do Consultor Mailson, pois mais uma vez leva à suspeição de má fé do parte dele. Quem quer que escreva sobre o assunto não pode denegar, esquecer, omitir os dados da FAO sobre o Agronegócio brasileiro. E estes não são bons argumentos para o contraditório pretendido.

Usando dados estratégicos do agronegócio: produtividade do arroz, milho e soja. Trigo nem falar, dada a insignificância até para abastecer o mercado interno. A produtividade média do arroz brasileiro é de 4.365 Kg/Ha, deixando o país em 37ª posição no ranking mundial, atrás de países como El Salvador, Peru, Somália, Ruanda, etc. A do milho é de 3.7148 Kg/Ha nos deixando em 64ª posição mundial. A soja, que é hoje o carro-chefe do agronegócio exportador brasileiro, a produtividade média, de 2.636 Kg/Ha, coloca o país na 9ª posição no ranking mundial.

E isso é verdade para os indicadores da média de todos os cereais produzidos no país, além e, pasmem, da própria carne bovina.

O que queremos dizer é que existem muitas causas para esta questão, inclusive um produtor mal orientado e fatores de investimento, especialmente em novas técnicas agrícolas. Para isso é preciso que a estrutura de ciência e tecnologia se aplique em resolver problemas, já pensando no futuro próximo.

Não estamos apontando o dedo contra o agronegócio, apenas dizendo que o consultor Mailson da Nóbrega cria um contraditório a serviço de alguém e numa área em que é preciso democratizar a terra e a renda, até por que a terra é dos brasileiros e não dos conglomerados de capitais internacionais. Todos sabemos da avidez estrangeiras por terra onde existem disponíveis como no Brasil.

Mailson da Nóbrega, não obstante a defesa de escrever para ganhar a vida, é um velho integrista do futuro dos brasileiros. Um estilo antigo de carrear as oportunidades dos nacionais.

Pensamento para o Dia 20/05/2011


“Alguns nascem saudáveis e outros, adoentados. Alguns levam vidas prósperas, despreocupadas, enquanto outros labutam durante toda a vida em terrível miséria. Certamente pode-se argumentar que há indícios suficientes da parcialidade revelada pela Criação ou o Criador. Tal inferência pode até parecer justificada do ponto de vista do homem comum. O caminho puro da cultura espiritual declara que isso não é absolutamente verdade! Deus não é a causa nem de sofrimento nem de alegria, de boa ou má fortuna! Então, quem traz o mal e o bem? A resposta é: nós mesmos! A chuva cai igualmente sobre a terra arada e a lavrar. Somente a terra arada consegue tirar proveito! As nuvens não são as culpadas. A falha reside no ignorante preguiçoso que deixa sua terra sem cultivo. A graça de Deus está sempre à mão. Ela não tem "mais ou menos," nem altos ou baixos. Podemos nos basear mais ou menos nisso, ou ignorá-lo, ou o usarmos para o nosso bem.”
Sathya Sai Baba

Todo cambia - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Todo cambia
Cambia lo superficial
Cambia también lo profundo
Cambia el modo de pensar
Cambia todo en este mundo

Canção de Violeta Parra

As estruturas hierarquizadas evanescem-se no tempo. A política, as instituições, os países, particularizando mais: igrejas, famílias, governos, indústrias, academias, imprensa etc. A educação, a segurança e a saúde também. Principalmente a ordem massificada dos séculos XIX e XX. O único padrão possível é aquele da convergência dos múltiplos. Como a linguagem, vocábulos e fonemas. Como os sons, cores, signos, como eu, tu, ele, ou seja, o indivíduo.

Afinal a civilização da partícula. Aquela do indivisível. Não sem razão o indivíduo. Vejamos que sobre este indiviso (indivíduo) algo mais lhe foi agregado, mas parece ter sido superado pela história: sujeito, autor, ator, agente etc. Tudo cedeu ao indivíduo, sem adjetivos, orações e períodos, qualquer predicado. O indivíduo totipotencial.

A eletrônica (e tome partícula) é um meio fundamental daquele evanescimento. O móvel histórico é o próprio homem como guia de seu destino, é quando os pintores do Renascimento humanizam a divindade em seus belíssimos quadros. Trazem o homem para o centro da cena.

A eletrônica, a rede de comunicação (com sua estrutura física), os dados e a informação eletrônica. Então, isso se encontra no Google, nas Wikis, nas redes de bate papo; nos blogs de mão dupla; nas imagens e textos; na informação de tudo e todos. Havia uma música do Ivan Lins que dizia assim: cai o rei de espadas, cai o rei de ouro.... e continuamos – cai o padre, cai o pai, cai o juiz, cai o professor, cai o médico, cai o editor, cai condutor....tudo chega ao indivíduo e esta civilização da partícula.

por José do Vale Pinheiro Feitosa

Lavanda -Por Socorro Moreira




O olor da lavanda
nos lençóis e travesseiros
Uma brisa casual nos cabelos
Um cheirinho de baunilha saindo do forno

Já não sinto tuas mãos no meu corpo
Tua energia escapuliu no esquecimento.

Meu ponto G agora é ponto final
Espalhado e preenchido
Num espaço total.

Nada erótico...
Teu perfume de capim
Roupão de banho
Absorvendo a água que saiu de mim

Nada erótico
O apelo do pensamento
por um beijo que o vento
roubou e levou de mim.



Para os meus amigos poetas ... - por Socorro Moreira


Notívagos amigos,  a madrugada nos clama , e nos agrega , num verso não dito, desfazendo todos os malditos pensamentos de solidão e esquecimento.
Gosto quando o sono me domina, e toma conta do meu corpo... Entro num campo literalmente onírico , onde o real deixa de ser, e o imaginário encontra razão pra viver.
Mas, até nessas circunstâncias diárias não me pertenço, p0rque me entrego aos encantamentos. E o meu coração "afogueado" , volta a bater descompassado...
Tem gente que é um céu e um punhado de estrelas, no nosso sentimental. Tem gente que nos fantasia de lua, sendo o sol da meia-noite ... É flor , em todos os momentos , mesmo doando a semente do amor.
Nem vou reler o que escrevi, pois meu lado babaca se esconderia ... Claro !
Ontem ouvi de Nicodemos uma frase mágica, que completei numa impulsiva sintonia :
"Não desnude o platonismo do meu amor "cratônico". A poesia reina , gosta de uns bocados de versos extras... Do contrário, me limitaria a não ter nenhum dos sentidos, exceto o próprio sentir perpetuário !

Se um dia eu me achar no limbo das almas perdidas, quero achar por lá : Zé do Vale, Domingos, Stela, Brandão, Mara, Liuduína, Aloísio, Lupeu, Assis,Braz, Chagas,Ulisses, Rose, Corujinha, Rosa,   Nicodemos... e os poetas amigos, que descobri por cá !

Lua na manhã - socorro moreira








Lua branca

Num céu clarinho


lua nua

lavada de chuva


lua desperta ,

ao som dos passarinhos.


Dia 20.

Um pacote de minutos.


Decide não lembrar ...

- Viva o esquecimento !


É tão difícil seguir em frente ...

Estamos de volta, sempre !


O que marcará

Este dia diferente?


Sinto qualquer coisa no ar...

Fico atenta , nas capturas


Contemplativa,

Olho pra dentro de mim.

JAMES STEWART - por Norma Hauer


Em 20 de maio de 1908 nasceu, na Pensilvânia (EUA), um dos grandes ídolos da história do cinema: JAMES STEWART.
Em sua época o cinema ianque estava em grande forma, havendo artistas e diretores que marcaram para sempre sua história.
Era um tempo em que o ator trabalhava mesmo. Sendo bom, marcava, não sendo sumia .
Havia poucos efeitos especiais e isto descaracteriza o astro.
Hoje o cinema só tem: violência, efeitos especiais e sexo explícito. James Stewart foi um dos artistas que mais brilhou em Hollywood, sendo dirigido por diretores famosos como Frank Capra e, principalmente, Alfred Hitchcok, o gênio do suspense.

Em "Do Mundo Nada se Leva" e "A Felicidade Não se Compra", de Frank Capra, ele era muito jovem, em "Sétimo Céu", com Simone Simon era bem mais jovem. Mas já despontava como um grande artista.

Mais maduro foi "descoberto" por Hitchcok com quem filmou "Festim Diabólico", "O Homem que Sabia Demais" (segunda versão, a primeira Hitchock filmou na Inglaterra em preto e branco),"Janela Indiscreta" e "Um Corpo que Cai".
Por seu trabalho em "Núpcias de Escândalo" recebeu o Oscar de melhor ator (1940) Outros filmes importantes em sua carreira foram "Aeroporto 77" e "O Homem que Matou o Fascínora".
Seu último trabalho foi "Um Conto Americano", em 1991.
Faleceu em 2 de julho de 1997, aos 89 anos.

Uma coisa estranha é que ele foi o primeiro artista a fazer parte da 2ª Guerra Mundial, havendo ingressado na Aeronáutica um ano antes do ataque dos japoneses a Pearl Harbor.
Que quer isso dizer? Apenas que os americanos não foram apanhados tão de surpresa naquele ataque (como gostam de afirmar) e que já estavam se preparando para entrar na guerra.
Mas o que importa é que James Stewart foi um dos maiores astros do cinema de Hollywood a partir do final dos anos 30 até o início dos 90, quando aquele cinema foi importante na cinematografia mundial.

Norma

noitando- por F.Chagas





as mãos na tessitura da noite
enganam a criatura que fosse
riscar os versos de um poema
na lâmina do céu estrelado

tudo se embaraça no vinho,
na curva do límpido cristal,
goela abaixo sangue acima
e calor de mais de trinta graus

como fulgem olhos do trânsfuga
mirando as luzes dos prédios longe,
miríades de estrelas em silêncio
sobre a ilusão do poeta insone

o gosto amargo do meu cigarro
não se foi com a fumaça doce,
fumaça doce como se fosse,
fumaça maior do que o que vem

na forma de transtornadas ruas
dissolvidas na curva do hálito,
esterilidade nas palavras,
palavras completamente outras

Chagas

.Verborragia resultante da paixão inflamante e cortante e do não corresponder-se à altura

{Ai, ai
Vai ver é só você
Ai, ai
Vai ver é só você querer}

Sabe estas tuas tentativas de nos manter sempre perto para que não nos percamos entre os mundos que nos separam, estas tuas idas e vindas que rasgam minha alma, partindo bem ao meio a minha existência e as minhas vontades, as tuas reais intenções que rasgam meus sentimentos tão fortes e reais; e todas estas tuas prentenções de não perder a oportunidade, como se isto que vivemos fosse apenas mais uma chance que tu tens de ter contato com o mundo real, quando precisas desesperadamente viver de sonhos... entendes o que eu te digo?? Essa mania inexplicável que tens de vir, me encantar, me atrapapalhar, me falar de outras, me jogar na lama, pisar sobre mim quando te vais, dizendo o quão tu não queres te envolver enquanto me abraças e me afundas no cárcere de viver acorrentada a ti, minha vontade, meu encanto. Sabe?? Tu entende?? E esse maldito vício que eu tenho de sentir teu cheiro de perfume barato e achar chique, e achar lindo teu jeito torto, tuas manias particulares e estranhas, de me comover com essa tua crisezinha existencial barata de o quê fazer com estes quase trinta anos.. E tu não percebes que me vicias. Vem e me arrebata. Cruelmente.

E tu te vais. Parte pro mundo, com a tua mochila poída, e enche dela de coisas que me escondes e não permites que eu abra. Tu anda em ruas por mim desconhecidas, e te vais com as ganas de quem quer encher o corpo de novas cores, líquidos e formas. Com a sede de ressaca tu anda por lugares que provavelmente nunca andarei. Tu vais.

E sempre voltas. E novamente me encantas. E novamente me propõe. E novamente me conduz. E me fala delas. E me joga na lama. E me pisa. E me destrói. E me faz ver o quão viciada eu sou nos teus pedaços, nos teus pecados, no teu beijo, mesmo quando dele não provo. E me faz entender que a espera por ti nunca será diferente deste ciclo que eu ainda aceito e me deixo viver. E me derrota com as tuas armas e te protege com teus escudos, num jogo onde as regras mudam conforme te convêm. E eu sigo jogando. Sigo sangrando da tua espada, pois não carrego, como tu, armaduras. Sigo asteando a minha, tentando, em algum momento, pelo menos te fazer tremer com os meus golpes. Com as minhas frases de efeito. Tentando, num tiro de misericórdia, te atingir com a minha aparente falta de querer, que lá no fundo, lá onde só nós dois podemos enxergar, sabe-se claramente que se trata de uma camuflagem para a total dependência que criei de ti. E eu sigo jogando. Te querendo. Sigo esperando que, em algum momento, isso não passe de um devaneio unilateral sem sentido, e possamos existir em igual frequência para ambos. Quando, provavelmente, terei uma armadura tão impenetrável quanto a tua, ou então terás te despido de todas as tuas, me deixando penetrar nas tuas entranhas e na tua vida. Ou, pelo menos, te ferir com as minhas frases de efeito, que eu berro, grito aos quatro ventos, e tu finge não ser o destinatário destas. Como se fossem apenas parte do som do ambiente, apesar de ensurdecerem os demais espectadores. E eu sigo berrando. Até que emudeça e ensurdeça com as minhas ilusões.

Eu sei que ficarei surda. Ficarei muda. E para ti sei que serei apenas mais uma muda que berra teu nome.

do BLOG "BREVIDADES INESQUECIVEIS"- GABI VIANNA