A denúncia é séria, a fonte fidedigna e insuspeita: Zé Flávio Vieira
informa que no Crato (pós eleição do novo prefeito), tá tudo fora do lugar e virado
de cabeça pra baixo, algo muito grave e de arrepiar: faltou insulina na
farmácia da prefeitura, os médicos do SUS estão em greve face salários
atrasados, as clínicas, laboratórios e hospitais conveniados com o SUS não
recebem desde junho, os Agentes de Saúde também não e o Conselho Municipal de
Saúde foi deformado. Como
com saúde não se brinca, o Prefeito e o Secretário de Saúde do município (candidato à sucessão do próprio e derrotado fragorosamente), bem que poderiam
vir a público explicar a razão de tamanho descontrole, verdadeiro tsunami-financeiro,
ocorrido exatamente às vésperas da eleição (teria o dinheiro destinado à saúde da população
migrado para a campanha ???). A propósito, o prefeito eleito que abra os
olhos e, desde já, pense seriamente na constituição de uma rigorosa auditoria
independente, focada principalmente nos gastos com os Recursos Humanos
da municipalidade; é que (de há muito se comenta na cidade), existiria excesso
de gente na área (apadrinhados políticos), comprometendo outros setores que
passam por carência.
por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
O Momento José do Vale Arraes Feitosa
Lembrar. Em silêncio acompanhar a trajetória no tempo e no
espaço do antes, durante e depois. O silêncio explica melhor o húmus da terra
quando falamos de pessoas muito ligadas a nossa existência. Expressar algo
sobre elas é como atravessar um abismo num cabo de aço. Precisa-se a exata noção
do equilíbrio para superar a manifestação vertical da gravidade.
De fato é muito grave que lembre neste dia 19 de outubro que
se completam 15 anos em que a terra que escolheu para ser o seu mundo deixou de
sentir sua presença. Cada um de nós tem o momento exato em que, apesar de ter
continuado seu respirar dificultado, ele comungou a vida em consciência pela
extrema vez.
Quando ele saia de casa para o hospital, eu acabara de
chegar à cidade, na maca mesmo sorriu para mim embora o semblante carregasse o
sofrimento dos momentos derradeiros em sua casa. Os amigos, Cícero, seu
companheiro de jornada agrícola, a Iracema que afinal prolongou a juventude
entre todos através da Paulinha. Ele se foi uma vez que o conforto hospitalar
era o necessário.
No dia seguinte, retornando àquele momento, entro na UTI e
ele me olha fixamente, acompanha os movimentos em volta, retorna ao exame de
minha presença e até esboça algumas palavras. Incompreensíveis, mas ficamos
ambos naquele balbucio impreciso. Tenho a impressão que já não consegue fixar
algo terreno, mas engano-me.
Alguém se aproxima trazendo-lhe o sacramento católico da
hóstia e ele segue perfeitamente todo o ritual. E permanece em posição de mãos
postas, com os lábios balbuciando o que tomo por uma oração e deste momento em
diante, jamais encontrei o olhar dele fixado em algo de modo preciso. Tudo
ficou impreciso, até que tive que voltar e aguardar, à distância, o manifesto
da família.
Nestes quinze anos sem José do Vale Arraes Feitosa a
paisagem do Crato continua em mutação, as pessoas evoluem, a sociedade se
modifica, mas quando deixo o silêncio de filho para falar dele, passo a andar
em terra firme. Fazemos ligações porque a coisas estão no mesmo lugar ou são
contemporâneas, mas não é uma mera associação o fato de que neste ano Luiz
Gonzaga completaria cem anos e tantas comemorações existem pelo Brasil afora.
Quando escuto Luiz em sua narrativa cultural dos sertões por
aí tenho em mãos a alma plena de José do Vale Arraes Feitosa. É preciso ter
conhecido este professor para saber deste lado não intelectual, não docente de
sua personalidade. A seiva pura da caatinga nordestina e seus trezentos anos de
ocupação, especialmente das veredas e dos currais.
Aquele coração adocicado pelo verde da cana de açúcar do seu
Cariri fértil tinha a representatividade de uma vida de sacrifícios, a pobreza,
da viúva lutando para criar os filhos com dignidade e o orgulho de uma
sociedade tão antiga nas terras do alto Jaguaribe. José do Vale Arraes Feitosa,
assim como todos os homenageados, não merecem apenas a citação e nem a presença
dos seus. Eles têm um significado muito além.
A homenagem é meramente pontual, um dia, uma medalha, uma estátua
uma rememoração e isso perde o sentido se não se complementar com a narrativa
da história da sociedade. José do Vale Arraes Feitosa é a narrativa humana,
aquilo que representa o que faremos agora, nestes momentos incertos a tomar uma
decisão, realizar algo que mais na frente se transformará em história.
Neste sentido sair do silêncio das lembranças para falar de
José do Vale Arraes Feitosa é dizer a quem vive que viver é tratar este minuto
como o exemplo dos séculos vindouros. Assim é que se constroem civilizações.
HEC(R)ATOMBE
Este 2012, definitivamente, não anda carregado
de bons presságios. Primeiro , os Maias ,cuja civilização perdurou de 250 a 900
D.C., previram, no seu complexo calendário de mais de cinco mil anos, um
abrupto término em 21/12/2012, depreendendo daí, os catastrofistas , que
esta é a data do Fim dos Tempos. Não bastasse isso, recentemente, em Terezina
no Piauí, brotou um outro profeta do Apocalipse. Luiz Pereira do Santos fundou
uma seita misteriosa e , de pronto, acertou o fim do Mundo para as 16 horas do
último dia 12 de Outubro. O profeta, ex-zelador e ex-católico, arregimentou uma
plêiade de mais de cem seguidores e com eles se recolheu, numa Favela chamada
estranhamente de Parque Universitário, esperando o fim dos tempos. A maior
parcela dos seus seguidores era de moradores de rua, traficantes, prostitutas e
criminosos e ali se recolheram com a promessa que só com a intersecção dele
teriam a salvação celestial. Como a
previsão deu com os burros n´água, Luiz
terminou preso. Populares , não ligados à seita, tentaram fazer com que a
previsão, ao menos para ele, se concretizasse. Sendo no Piauí, é bem provável
que o fim do mundo, neste outubro, se
fizesse pelo fogo . Ou não teriam sido os 42 graus que cozinharam o juízo do
nosso profeta e o levaram a fazer cálculos mal enjembrados e previsões tão estapafúrdias? Ademais, com
seguidores de tão baixo nível social, Luiz não teve grande dificuldade em
convencê-los que o fim estava próximo: moradores de rua, traficantes, prostitutas
têm a morte e o fim como parceiros próximos e constantes na caminhada. Vivendo
o inferno de Dante aqui embaixo, qualquer outra perspectiva cheira
imediatamente a purgatório e paraíso.
E
, segundo o grande oráculo da Siqueira Campos, há sinais inequívocos de que o
mundo velho não emplaca 2013. Invocam até os nomes de alguns Maias antigos, nas
suas previsões : Pedro , Zé e Geraldo Maia. Vejam como o fim do mundo está
próximo, dizem eles, pelos sinais
advindos depois da eleição, o que já se chama de Hec(r)atombe. Faltou insulina na farmácia da prefeitura e os
diabéticos estão prestes a ter o seu fim antes do mundo propriamente dito; os
Médicos do PSF entraram em greve com seus salários totalmente atrasados; as
Clínicas, Laboratórios e Hospitais conveniados com o SUS têm contas a receber
ainda de junho; Os Agentes de Saúde não receberam seus salários e ameaçam parar
e, não bastasse isso, está havendo demissão em massa de antigos funcionários
municipais . Além de tudo, para completar as sete pragas do Egito, o Conselho
Municipal de Saúde da Cidade, sempre tão atuante, foi completamente deformado
através de uma Lei do Executivo Municipal, aprovada pela Câmara no mês passado,
que fere a VIII Conferência de Saúde de
Crato, seu Regimento Interno e todas as deliberações tomadas pelo colegiado nos
últimos meses. Por que toda essa calamidade acontece , coincidentemente, em ano
eleitoral e, mais, após uma fragorosa derrota nas urnas? Como se explica essa
tragédia , numa administração que vinha, historicamente, cumprindo com todos os
seus compromissos financeiros?egiado
nos todas as deliberaç Sate dito. heira imediatamente a purgat as 16 horas do Terá sido a campanha eleitoral a causadora
maior do descontrole e agora, em dois meses, lhes acossa a sombra da
responsabilidade fiscal ?
Pelo
visto, amigos, os Maias e Luiz Pereira acertaram nas suas previsões, ao menos,
aqui em Crato, parece que o mundo vai se acabar mesmo em 2012.
J. Flávio Vieira
Mostra Nacional IP será no Crato
Mostra Nacional de Vídeos sobre Intervenções e performances
será realizado na cidade do Crato/CE no período
de 13 a 14 de dezembro deste ano,. O
evento é uma realização do Programa Nacional de Interferência Ambiental – PIA
em parceria com o Centro Universitário de Cultura e Arte da União Nacional do
Estudantes – CUCA da UNE, Coletivo Desmascarado, Coletivo Camaradas, Secretaria
de Cultura, Esporte e Juventude do Crato , Pró-reitoria de Extensão e
Pró-reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Regional do Cariri – URCA.
Faça sua inscrição: www.mostraip.blogspot.com
"Jogada Arriscada' - José Nilton Mariano Saraiva
Marcha a passos largos para o
desfecho o julgamento da Ação Penal nº 470, conhecida pela alcunha de
“mensalão”. Independentemente da condenação formal dos “réus” (políticos e
empresários) envolvidos em maus-feitos, informalmente teremos um perdedor em
potencial: a instituição Supremo Tribunal Federal (STF) e sua casta de
iluminados e inatingíveis juízes (em conluio com a Procuradoria Geral da
República), que deveriam se postar como austeros magistrados, julgando com isenção
e equilíbrio, mas que, picados pela mosca azul, resolveram “politizar” a
questão, numa tentativa de enquadrar o Poder Executivo.
Tanto, que o julgamento da citada Ação
foi estrategicamente marcado para a antevéspera das eleições municipais brasileiras,
numa tentativa inaceitável de influir nos seus resultados, conforme abertamente
declarou, num misto de soberba e arrogância, o próprio Procurador Geral da
República.
De sua parte, o pleno do Supremo, atendendo
a manifestação do seu relator, ministro Joaquim Barbosa, resolveu deixar pra
trás toda a jurisprudência até então vigente nos julgamentos anteriores daquele
colegiado, ao importar da literatura-jurídica alemã a polemica elasticidade da “jurisprudência
do domínio de fato”.
Em outras palavras, não mais se leva
em conta a presunção de inocência ou se torna necessário a existência da “prova-
provada” pra condenar um réu, como reza a própria Constituição Federal e os
códigos e manuais jurídicos brasileiros, ao assegurar que cabe ao acusador o
ônus da prova, mas, simplesmente, agora a condenação poderá ser atribuída à
subjetividade da presunção, indício ou suspeita que um
magistrado do STF venha a ter sobre o comportamento daquele que está sendo
julgado.
Uma "jogada arriscada", já que, a partir
de então, para provar que tal procedimento não se trata de uma excrescência com
objetivo determinado (prejudicar um partido político e, conseqüentemente, seu
representante maior, o chefe do executivo federal), não só a literatura
pertinente, mas todos os julgamentos que envolvam questão pecuniária deverão
seguir pari-passu a nova jurisprudência (e aí o STF encontrará muita sarna pra
se coçar, já que temos na fila o mensalão mineiro, as falcatruas do Daniel
Dantas, a compra de votos para a reeleição de FHC, as privatizações imorais do
mesmo governo, as falcatruas do Carlos Cachoeira e por aí vai).
Mentiras, Sonhos e Lendas Urbanas - José do Vale Pinheiro Feitosa
- É o espírito animal do capitalismo meurmão?
- Pôra meu! Uma grana dessa eu faria uma reforma no meu bar
só para atrair a elite paulistana. Você ia vê só como o meu forró de final de
semana ia ficar!
- Setecentos pau não é tanta grana assim. É preciso
administrar.
- Achado não é roubado – os olhos se dirigem aos céus como a
pedir perdão antecipado por eventuais falhas da frase.
- E se der uma enxurrada e os bueiros vazarem espalhando
nota pela rua? Ia ser uma confusão igual ao “corre-corre” pelas balinhas no dia
das crianças.
Todos imaginam o acontecido não com os ladrões em fuga, mas o
deixado para trás dentro do esgoto segundo estimativa da polícia militar.
Aconteceu no correr da semana. Uma gangue, com a mesma “tecnologia” da toca de
minhoca do Banco Central em Fortaleza invadiu o cofre da Protege, empresa
transportadora de dinheiro.
Num labirinto de bueiros, se arrastando, furaram o cofre e
começaram a difícil lida de arrastar-se e caminhar com o esgoto na cintura
carregando fardos de dinheiro. Um ônibus com um fundo falso parou bem em cima
da tampa do bueiro e por este os fardos chegavam e abasteciam o piso do ônibus.
Seguranças da empresa viram pelo monitor de vídeo que
ladrões andavam pelo pátio e avisaram à polícia. Na aproximação do prédio, os
policiais notaram o ônibus de turismo parado e resolveram averiguar. O
motorista apavorado disparou, esmagou um companheiro que naquele exato momento
saía do bueiro para o piso do ônibus e na debandada geral deixaram o dinheiro
para trás, mais dois sujeitos envolvidos na ação foram mortos, outros presos e
a maioria fugiu.
Como as contas não fecharam. Faltavam setecentos reais, veio
a hipótese de que o dinheiro na debandada tenha sido abandonado nos esgotos.
Ninguém sabe é qual a realidade desse abandono. Se ele é uma desculpa para
encobrir a parte que coube aos policiais no botim sendo assim uma deixa para a
população criar fantasias. Ou será que faz parte do acerto do seguro? Nunca se
encontrará a resposta exata.
Mas algo já sugere um acerto: a Protege contraditoriamente
afirma que todo o dinheiro foi recuperado.
Aceitou o pagamento, digamos assim.
Quanto ao povo das ruas próximas têm uma boa lenda urbana
para continuar sonhando com aquilo que nunca chega: uma grana inesperada e
necessária a algum dos seus projetos.
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