por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mentiras, Sonhos e Lendas Urbanas - José do Vale Pinheiro Feitosa


- É o espírito animal do capitalismo meurmão?

- Pôra meu! Uma grana dessa eu faria uma reforma no meu bar só para atrair a elite paulistana. Você ia vê só como o meu forró de final de semana ia ficar!

- Setecentos pau não é tanta grana assim. É preciso administrar.

- Achado não é roubado – os olhos se dirigem aos céus como a pedir perdão antecipado por eventuais falhas da frase.

- E se der uma enxurrada e os bueiros vazarem espalhando nota pela rua? Ia ser uma confusão igual ao “corre-corre” pelas balinhas no dia das crianças.

Todos imaginam o acontecido não com os ladrões em fuga, mas o deixado para trás dentro do esgoto segundo estimativa da polícia militar. Aconteceu no correr da semana. Uma gangue, com a mesma “tecnologia” da toca de minhoca do Banco Central em Fortaleza invadiu o cofre da Protege, empresa transportadora de dinheiro.

Num labirinto de bueiros, se arrastando, furaram o cofre e começaram a difícil lida de arrastar-se e caminhar com o esgoto na cintura carregando fardos de dinheiro. Um ônibus com um fundo falso parou bem em cima da tampa do bueiro e por este os fardos chegavam e abasteciam o piso do ônibus.

Seguranças da empresa viram pelo monitor de vídeo que ladrões andavam pelo pátio e avisaram à polícia. Na aproximação do prédio, os policiais notaram o ônibus de turismo parado e resolveram averiguar. O motorista apavorado disparou, esmagou um companheiro que naquele exato momento saía do bueiro para o piso do ônibus e na debandada geral deixaram o dinheiro para trás, mais dois sujeitos envolvidos na ação foram mortos, outros presos e a maioria fugiu.

Como as contas não fecharam. Faltavam setecentos reais, veio a hipótese de que o dinheiro na debandada tenha sido abandonado nos esgotos. Ninguém sabe é qual a realidade desse abandono. Se ele é uma desculpa para encobrir a parte que coube aos policiais no botim sendo assim uma deixa para a população criar fantasias. Ou será que faz parte do acerto do seguro? Nunca se encontrará a resposta exata.

Mas algo já sugere um acerto: a Protege contraditoriamente afirma que todo o dinheiro foi recuperado.
Aceitou o pagamento, digamos assim.

Quanto ao povo das ruas próximas têm uma boa lenda urbana para continuar sonhando com aquilo que nunca chega: uma grana inesperada e necessária a algum dos seus projetos.

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