por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Fernando Pessoa, a Era da Gnose, e o problema da modernidade

Escrito por Orlando Braga | 10 Julho 2012

A capacidade do homem comum e vulgar, em geral, de discernir o futuro mais próximo por intermédio da intuição de “probabilidades pesadas”, não existe no gnóstico devido a uma fé metastática que o possui e controla.

Ao estudar os textos em prosa publicados de Fernando Pessoa — porque eu não os li, apenas: estudei-os, literalmente —, cheguei à conclusão de que não concordo com a mundividência dele em mais de 50%, embora também reconheça que ele foi mudando substancialmente de opinião à medida que avançava na idade, e não posso deixar de lhe reconhecer muita originalidade e mesmo genialidade na forma como construiu o seus raciocínios, mesmo que, a espaços, ideologicamente opostos entre si.
E mesmo com a formação do partido de Hitler na década de 1920, e com a sua ascensão ao poder a partir do início da década de 1930, Fernando Pessoa — que faleceu em 1935 — não conseguiu prever ou intuir o horror da II Guerra Mundial que teve o seu início em 1939 [apenas quatro anos após a sua morte]. E mais: Fernando Pessoa, que criticou duramente D. Manuel I pela expulsão dos judeus, e sendo ele próprio descendente de judeus, sempre foi um germanófilo de boa cepa, defendendo por exemplo a posição dos alemães na I Guerra Mundial. O que diria Fernando Pessoa dos seus ilustres alemães se pudesse ter assistido ao horror do holocausto nazi?

O caso de Fernando Pessoa e a sua relação próxima com os alemães é sintomático da dificuldade de alguém, vivendo as circunstâncias do seu presente, poder prever sequer o futuro mais imediato. Karl Popper fala-nos nas “possibilidades pesadas” de acontecimentos futuros, comparando-as com a probabilidade quase certa de nos sair um determinado número em um jogo de dados viciado: se o peso de um dos lados dos dados estiver viciado com chumbo, a “probabilidade pesada” é a que o número viciado nos calhe sistematicamente em sorte.
Mas Fernando Pessoa não conseguiu intuir qualquer “probabilidade pesada” em relação à capacidade dos seus admiráveis alemães em exterminar os seus queridos judeus: morreu convencido de que o partido nazi alemão seria apenas uma insignificante corruptela germânica de Mussolini. E a razão pela qual Fernando Pessoa não conseguiu intuir um futuro tão próximo do seu presente, prende-se com a sua fé metastática gnóstica — a Gnose. Fernando Pessoa era um gnóstico.
Um gnóstico não é alguém que não tenha um senso firme da realidade. Pelo contrário, no caso de Pessoa, ele tinha um conhecimento imenso da História, e fazia análises políticas do seu presente muito bem fundamentadas e com um raro sentido crítico. O problema de Fernando Pessoa não era o passado e o presente, que ele conhecia muito bem: o problema dele era o futuro e a sua obsessão com o futuro.
E é com o futuro que os gnósticos se enredam e se vêem com “os burros na água”, porque perderam o sentido do senso-comum do homem vulgar. A capacidade do homem comum e vulgar, em geral, de discernir o futuro mais próximo por intermédio da intuição de “probabilidades pesadas”, não existe no gnóstico devido a uma fé metastática que o possui e controla.
Com o advento da revolução francesa e do Positivismo, entramos todos na Era da Gnose, o tempo de predomino cultural e social dos novos gnósticos, em que se misturou a Gnose da antiguidade tardia, com a nova Gnose cientificista. É assim, por exemplo, que Fernando Pessoa consegue ser um acérrimo defensor da ciência positivista e, simultaneamente, anunciar o seu místico apoio à maçonaria, por um lado, e por outro lado defender a veracidade absoluta das profecias do Bandarra e de Nostradamus — para além de se dizer, ele próprio, membro da Ordem dos Templários que, como sabemos, foi o esteio medieval da maçonaria operativa.
Portanto, a Gnose é no presente, como foi no passado, a confirmação absoluta do poder que Prometeu concedeu ao Homem.
No plano da ciência moderna, a Gnose passa pela afirmação da validade do cientismo. E na tipologia da religião moderna, a Gnose passa, por um lado, pela preponderância quase absoluta da imanência [seja nas religiões políticas, como por exemplo o marxismo, seja na imanência da Cabala ou do ocultismo, teosófico ou outro], herdada da tradição gnóstica antiga ou adotada pelos Templários; e, por outro lado, passa pela validação de uma visão maniqueísta do mundo — maniqueísmo entendido no sentido da religião de Mani, em que o Bem e o Mal são duas forças equivalentes — que adoptou de Heraclito a complementaridade dos opostos. Tudo isto se pode verificar, com uma cristalina clareza, nos textos em prosa de Fernando Pessoa.
A partir do momento em que o gnóstico moderno — seja ele cientista ou um místico imanente [o que em termos da Gnose vai dar no mesmo] — encara o futuro a partir de uma perspectiva prometeica — segundo o conceito de Protágoras do “homem como medida de todas as coisas” — e imanente — na medida em que prepondera nele o determinismo absoluto em relação à realidade, ou o absolutismo tirânico do Destino segundo Fernando Pessoa —, a sua capacidade natural de intuir o futuro próximo das “probabilidades pesadas” fica altamente comprometida. E esta é uma das razões, por exemplo, por que a maçonaria [imanência] tem falhado rotundamente em quase todas as “apostas de futuro” que fez no século XX.
O século XX pode ser classificado como a Era em que as apostas dos gnósticos modernos no futuro redundaram em hecatombes humanitárias indizíveis. Tentando “forçar” o futuro em determinado sentido, os eventos entraram em retroacção, e a imprevisibilidade que é característica do futuro traiu os sonhos e as utopias traduzidos pela fé metastática dos novos gnósticos, com consequências catastróficas para a humanidade.
Corolário: o problema do nosso tempo, e da nossa crise, não é só de 2008: o problema vem de trás, dos Idos do século XVII. E enquanto não tivermos todos, embora obviamente uns mais do que outros, consciência do problema complexo que nos trouxe a Nova Gnose, não iremos sair do delírio interpretativo colectivo que obnubila o espírito do Homem moderno.


Orlando Braga
edita o blog Espectivas.
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OS BENEFÍCIOS DA YOGA

 Existem dois tipos de estresse, um que faz bem, chamado de eustresse e o outro que faz mal a saúde, o distresse. O primeiro é sentido quando se passa por alguma situação que deixa a pessoa ansiosa ou com grande expectativa, como uma apresentação em público ou uma competição. Isso seria, digamos, um nervosismo salutar. Nesse nível, a excitação é necessária, pois aguça motivações importantes para fazer uma pessoa se sentir viva.

Já o maléfico é aquele que interfere na estima da pessoa. Ela perde a autoconfiança, suas extremidades (como as mãos) ficam frias, come demasiadamente, começa a roncar, apresenta dificuldade para dormir ou levantar da cama e há presença de suor na hora do descanso à noite, por exemplo. O causador disto pode ser uma demissão, a perda de um ente querido, divórcio; enfim, algo grave que aconteceu.
Nesta fase, percebe-se a diminuição da variedade cardíaca do indivíduo, o coração fica incoerente e bate de forma fixa (o que não é o ideal). À medida em que se envelhece ou fica estressado, essa variabilidade de frequência vai caindo e há uma predisposição a se ter infarto, derrame, câncer, arritmia, entre outras doenças. A Organização Mundial de Saúde declara que mais de 90% de todas as enfermidades crônicas possuem um componente de estresse associado.
“Todas as vezes em que há uma alteração o corpo sabe, então libera o hormônio cortisol, produzido pela suprarrenal, para facilitar a vida da pessoa. Ela vai levar açúcar, dando mais energia a esse indivíduo que está sob tensão. Mas quando o distresse é acentuado e com frequência, esta glândula não “aguenta” mais a produção elevada de cortisol para deixar o individuo bem e entra em exaustão”, explica o cardiologista Lair Ribeiro.
Daí, então, quando o cortisol acaba, o indivíduo chega ao estresse máximo, mudando o andamento de sua vida. Por exemplo, pede demissão do trabalho e tem um burn out, síndrome que em português é entendida como “chutar o pau da barraca”. A pessoa fica sem energia, não quer fazer nada e nem ver ninguém. Segundo o especialista, muitos psiquiatras confundem a reação com depressão e os medicam com antidepressivos, o que pode piorar o quadro. Logo, ele recomenda levar o doente, inicialmente, a um endocrinologista.
Para prevenir a doença é preciso encontrar maneiras de fazer o que gosta. Essas são peculiares a cada indivíduo. Podem ser atos como rezar, escutar música, praticar esportes, entre muitas outras atitudes. A secretária Eliane Alves escolheu a yoga para relaxar. Ela diz que seu nível de estresse é alto e aumentou bastante quando perdeu a sogra e, também, quando precisou se mudar para a casa do sogro, onde não se adaptou por um tempo. “Eu me preocupava demais, reclamava de tudo e somatizei de tal forma que sentia dores no corpo. Cheguei a desenvolver um tumor benigno no crânio” ,revela.

Segundo a instrutora Leopoldina Alencar, do Espaço Quintessência, a prática de exercícios físicos libera hormônios como a endorfina, dopamina e serotonina, proporcionando uma sensação de prazer. “A yoga ensina a pessoa a relaxar e possibilita um desaceleramento do corpo. Assim, descansamos a mente, o que é fundamental para o combate ao estresse”, afirma.

            (Folha de Pernambuco - Pesquisa na internet)