por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O "FOTÓGRAFO" - José Nílton Mariano Saraiva

Ciro Sabóia Gomes, o problemático filho de Ciro Ferreira Gomes e Patrícia Sabóia, continua aprontando. Recorrentemente envolto em confusões (mormente aos finais de semana), dessa vez o bafafá se deu na comunidade conhecida como Baixa Pau, no Poço da Draga, favela localizada de frente pro mar, ao final da Praça de Iracema, aqui em Fortaleza. Foi atingido por um tiro de revólver, sem maiores consequências.

Diligentes, e antes que a mídia tupiniquim tomasse conhecimento, vapt-vupt os zelosos e cuidadosos pais trataram de emitir um comunicado conjunto à sociedade, dando sua “versão particular” sobre o caso, vazado nos seguintes termos:

"Em atenção à opinião pública, informo que um dos meus filhos sofreu tentativa de assalto próximo à Praia de Iracema, em Fortaleza, por volta das 21h deste sábado. Ele foi ferido com um tiro mas, graças a Deus, sem maior gravidade e não corre risco de morte. Nossa família agradece a todas as manifestações de solidariedade que estamos recebendo".

Como esqueceram de explicar o que fazia nas proximidades de uma favela perigosíssima, em plena noite de sábado, um jovem que tem acesso aos mais sofisticados “points” da vida social da cidade, a tendência é que algum morador da comunidade finde “pagando o pato” e a verdade jamais será esclarecida, daí o comunicado à opinião pública perder substância (faltou a parte mais relevante).

No entanto, pra “refrescar a memória” dos que sofrem de “amnésia” ou já ingressaram nas agruras provocadas pelo “alzheimer”, é bom atentar para a notícia divulgada por um segmento da mídia da capital cearense, três anos atrás, a saber (ipsis litteris):

(abre aspas) 24/11/2012 15h12 - Atualizado em 24/11/2012 20h47

Filho de ex-ministro Ciro Gomes é detido por porte de droga no Ceará. Droga foi achada no carro de Ciro Saboya após acidente de transito. Segundo a AMC, Ciro avançou o sinal vermelho e colidiu com outro carro.

O filho do ex-ministro Ciro Gomes, Ciro Sabóia Gomes, de 27 anos, foi detido na manhã deste sábado (24) por porte de droga, após se envolver em acidente de trânsito que deixou uma pessoa ferida. Segundo a polícia, após o acidente foi descoberta uma pequena quantidade de maconha no veículo de Ciro Saboya Ferreira Gomes. O G1 tentou entrar em contato com o advogado de Ciro Saboya, mas não obteve retorno. O motorista não quis falar com a imprensa.

O acidente, de acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), ocorreu por volta de 6h15, no cruzamento entre as Ruas Costa Barros e Idelfonso Albano. Segundo testemunhas relataram aos agentes da AMC no local, o carro Honda Fit conduzido por Ciro Saboya avançou o sinal e colidiu com o Volkswagen Fox. Segundo agente da AMC, Leonardo Duarte, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.
O filho do ex-ministro foi conduzido para o 2º Distrito Policial, onde prestou depoimento. Cirinho, como é conhecido o filho mais velho de Ciro Gomes, foi levado para realização de exames em um carro do Instituto Médico Legal e depois retornou para a delegacia para continuar o depoimento, sendo liberado em seguida. De acordo com a Polícia Civil, ele foi liberado por ter cometido crime de menor potencial ofensivo.
Duas pessoas estavam no outro carro envolvido na colisão, uma teve ferimentos leves e passa bem. Ainda de acordo com agentes de trânsito, a documentação do veículo de Ciro Saboya estava atrasada e o veículo foi retido. (fecha aspas).

Convém lembrar, a propósito, que naquela oportunidade e por influência do tio-governador (Cid Gomes) o distinto sequer foi autuado e a imprensa fez um silêncio sepulcral sobre a ocorrência (apesar de dirigir bêbado, recusar-se a fazer o teste do bafômetro, circular com a documentação do veículo atrasada, ter sido encontrada maconha no carro e ter causado ferimento em pessoas outras, o crime foi considerado pelas autoridades... “de menor potencial ofensivo”, daí ter sido liberado).

Alfim, antes que alguém questione sobre, segundo consta a profissão do referido senhor é “fotógrafo” (portanto, se você possui ou mesmo conhece alguma fotografia do dito-cujo, considere-se um privilegiado).  

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Nasci numa família formada por  pai, mãe e avós paternos.os tios, filhos de Donana:  Auri e Ivone, já haviam concebido alguns dos seu rebentos.Era uma casa feliz,principalmete,musical.Todos eram amantes de música, e meus ouvidos capatavam um pouco de tudo, ou quase tudo.O filho mais velho de tia Auri,Francisco, bem menino, já  tinha ganho seu primeiro acordeon, e executava bem  música instrumental, alem de boleros e tangos.O Natal, S,joão era sempre uma festa especial.Acontecia na casa da Pedra Lavrada com quitutes, bandeirolas, bolas de gude, e presentes  que deixavam na lona as economias dos nossos pais.Juntavam-se a esse grupo a família de Tia Ivone e tio Joãozinho com seus sete filhos.A meninada nas calçadas brincando de roda, e todas as diabruras que enfeitavam os anos  50.Quando o cansaço chegava, sentávamos no batente da casa para ouvir histórias contadas pelos meus avós, enquanto eles tomavam um cafezinho.Nesta turma não faltava, por vezes, a presença de Ana Maria, única filha  do tio José, falecido precocemente.
Assim fomos criados na primeira infância e adolescência.Tînhamos muitos tios e primos, de segundo grau, que não faziam diferença, entre os legítimos( mas isso é história para um outro dia.Como os netos de tia Fausta,Pigusta,Fantina...enfim!)
Nas férias escolares,  meninas de combinação, viajavam para Mauriti, sob a custódia de vovó Donana.Tia Auri nos recebia  de uma forma amorosa demais.Doces no tacho, zelo, e observãncia  total, quando começamos a namorar .Minha tia  fazia os pudins para a merenda da moçada.Comprava todos os LPS que Socorro queria.Desta  discoteca, fazíamos as nossas tertúlias. O horário era limitado, mas suficiente pra gente deslizar no mosaico da sala.Tempos inesquecíveis. patamar da Igreja com riscado de giz ou carvão, banho no balneário dos Dantas, alfinim num engenho  quase no centro da cidade.
Depois que crescemos, casamos, houve uma dispersão geral, mas o contato com nossas tias nunca deixou de existir.
O acontecido nesta data, acordou um carinho adormecido, plantado e regado pela família Moreira.
É porisso que a saudade é maior...Saudade do passado, do presente, e saudade dos rostos que já não veremos.
Deus  nos privilegiou ,nascidos  de um tronco fortalecido de amor; Donana e Alfredo Moreira Maia.
Se haverá reencontro é tudo que desejamos, e entregamos a Deus que nos propicie essa alegria...No plano espiritual, a beleza e a felicidade  são contínuas.
Esperemos!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

É "ESGOTO" ou "VALA" ??? - José Nilton Mariano Saraiva

A imagem mostrada pela TV é emblemática, causa arrepios e é merecedora de cuidados da parte do poder público (prioritariamente) e/ou dos proprietários (em particular): no interior do Hospital São Raimundo (no Crato) no piso em frente a UTI, uma “tampa de esgoto” de mediano tamanho vazou quando de uma chuva de razoável proporção na cidade, inundando a área e trazendo a reboque fezes e outros indesejáveis dejetos (é vero, senhores, por mais absurdo que pareça)

Aparentemente, a impressão que fica é que o prédio onde foi erguido o referido hospital foi construído sobre uma espécie de “vala” (um “esgoto” de maiores proporções) que poderia, com o tempo, ceder e levar de roldão tudo o que por cima esteja (inclusive pessoas). 

Particularmente, em razão de termos morado por perto, lembramos que existia, sim, uma “vala” naquelas imediações, que desaguava mais à frente no canal do Rio Grangeiro. 

Urge, pois, antes que uma tragédia indesejável aconteça (afinal, a chuva causadora não foi tão grande assim), que se faça uma inspeção rigorosa da área, a fim de se saber se sob o prédio que abriga o Hospital São Raimundo corre um simplório e inofensivo “esgoto” ou uma potencial e perigosa “vala” capaz de causar estragos bem maiores (lembrem da tragédia da Rua da Vala, anos e anos atrás, quando o piso cedeu e levou uma jovem que por lá circulava).

sábado, 9 de janeiro de 2016

INGRATIDÃO -= José Nílton Mariano Saraiva

Por uma questão de coerência não votamos no conterrâneo Camilo Santana na última eleição para Governador do Estado, da qual sagrou-se vencedor. É que, como já externamos aqui em mais de uma oportunidade, nunca sufragamos e jamais o faremos, os Ferreira Gomes e os Jereissati da vida, aí inclusos os seus coniventes e convenientes “marionetes-afilhados-políticos”. Questão de convicção. Inabalável e indestrutível.

No entanto, com a sua vitória, como cratense fervorosamente torcemos muito para que finalmente a nossa cidade merecesse um pouco de atenção da sua parte e deslanchasse de vez, principalmente em razão de ter-lhe dado uma votação estupenda, pra lá de superlativa (foram quase 90% dos votos válidos).

É que o Crato, de uns 40 anos até aqui (desde o tempo do competente e austero prefeito Pedro Felício Cavalcante), desapareceu do mapa político do Estado, abandonado que foi por sua própria população, ao optar por pessoas sem a qualificação devida para a Prefeitura, Câmara Municipal e Assembleia Legislativa Estadual e que, em lá chegando, trataram apenas e tão somente em “se fazer”, legislando em causa própria.

Assim, Camilo Santana, se realmente tivesse alguma consideração pelo Crato e em respeito a espetacular votação obtida na cidade, bem que poderia tentar mudar o curso da história, lutar contra o “status quo” vigente, que privilegia há muito uma única urbe ao sul do Ceará (Juazeiro do Norte), carreando alguma obra de vulto para a terra natal, já que o “dono da caneta” (e, quer queiram ou não, a junção da “caneta” com a “decisão política” resulta em um poder extraordinário, também conhecido por “componente político”).

Lamentavelmente, entretanto, o que se observa no dia a dia, desde a sua assunção na chefia do executivo cearense, é que o cratense Camilo Santana não está nem aí para a sua terra-berço, porquanto as grandes obras do Estado continuam com o velho, manjado e viciado endereço: a cidade vizinha. Tanto é vero que, agora mesmo, se divulga que a versão interiorana do austero e respeitado Colégio Militar Cearense será ali instalada, daqui a pouco (pra “compensar”, e de certa forma enganar ou trouxas, no Crato será asfaltada a estrada que liga o distrito de Santa Fé a algum subdistrito; e tome propaganda).

Mas, os “instruídos e conscientes” eleitores do Crato não perdem por esperar: o cratense Camilo Santana, num primeiro momento tentará influenciar na eleição pra prefeito da cidade, no corrente ano; e, posteriormente, como todos que detém o poder (“caneta” na mão), tentará a reeleição no próximo pleito em 2018; e aí, sim, lembrar-se-á de que o Crato existe, e lá se fará presente com promessas mil e a conversa fiada de sempre; e é bem provável que seus bovinos conterrâneos lhe entupirão de votos mais uma vez.

E depois reclamam da vergonhosa condição de “cidade-dormitório”, que é o que o Crato é hoje.



terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Karol Wojtyla - Demóstenes Ribeiro (*)

Por fim, a mulher convenceu o marido e a família foi das últimas a migrar para a cidade. Ela se cansara da vida difícil no campo e da promessa de emprego de professora. O prefeito, embora parente, mais parecia um inimigo. O tempo passando e ele nada arranjava.

Na casinha da periferia, iniciariam uma bodega e fosse como Deus quisesse. Mais inteligente do que os outros, ela ouvia rádio e escutava com atenção a pregação do padre. Lia a bíblia, a história dos santos e os filhos teriam nome de papa. O primeiro, Eugênio Pacceli; o segundo foi Ângelo Roncalli; e o terceiro, prematuro que faleceu logo ao nascer, escapou de se tornar Rerum Novarum dos Santos Silva.

Viviam para a igreja e a mercearia satisfazia o indispensável. Muitos anos depois, uma surpresa. De novo, ela estava grávida. O bebê nasceu forte, robusto e alourado. A alegria voltou e o sarará se chamou Karol Wojtila - nome por demais apropriado. Até o berçário e a pré-escola, o polonês foi uma criança normal, mas na alfabetização tornou-se agressivo, briguento e malcomportado. Não adiantaram os conselhos da mãe e as tias não mais o suportavam. Um dia, se explicou: era quieto, no seu lugar e prestava atenção à aula, até lhe chamarem de Carolina - aí, o pau cantava.

Ele batia a torto e à direita, virava carteiras, rasgava mochilas e chutava canelas, deixando a professora apavorada. Mudou de escola e o problema continuava. Galego sardento, mal entrava na sala, no recreio ou jogando futebol, o coro ensurdecedor tudo tomava: Carol, Carolina...

Encarou pai e mãe: – “não quero esse nome, vou mudar de nome! ” A mãe tentou convencê-lo: – “meu filho, um nome tão bonito, nome de papa, de homem santo...”

Tudo inútil. Não iria mais praquele colégio nem para a escola nenhuma, se não mudasse de nome. Os pais conversaram antecipadamente com o juiz. Foi em 94, Copa do Mundo e, na véspera da audiência, o Brasil, com dez jogadores, vencera os Estados Unidos num jogo dramático. O nosso lateral esquerdo foi expulso após uma cotovelada no rosto de um adversário.

Sabendo de tudo, o magistrado, fanático por futebol e de ressaca, foi breve: - então meu filho, você quer mudar de nome... como você quer se chamar?” O garoto ficou de pé, engrossou a voz e falou: - “Meretríssimo, eu não sou Karol Wojtyla, eu quero ser é Leonardo!”

O juiz, gordo e patusco, concordou e explodiu em gargalhada.

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(*) Demóstenes Ribeiro é médico cardiologista, natural de Missão Velha e na atualidade residente e exercendo o ofício em Fortaleza-CE.