Encanto do Conto
CONCEITOS DE ESCRITORES SOBRE O CONTO
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Estudos Literários
Edgar Allan Poe (1809 – 1849), o primeiro teórico do gênero:
“Temos necessidade de uma literatura curta, concentrada, penetrante, concisa,
ao invés de extensa, verbosa, pormenorizada... É um sinal dos tempos... A
indicação de uma época na qual o homem é forçado a escolher o curto, o
condensado, o resumido, em lugar do volumoso”.
Mário de Andrade (1893-1945), em Contos e Contistas (1938):
“[...] em
verdade, sempre será conto aquilo que seu autor batizou com o nome de
conto...".
Alfredo Bosi, História
Concisa da Literatura Brasileira:
"O conto cumpre a seu modo o destino da ficção
contemporânea. Posto entre as exigências da narração realista, os apelos da
fantasia e as seduções do jogo verbal, ele tem assumido formas de surpreendente
variedade. Ora é quase-documento folclórico, ora quase-crônica da vida urbana, ora
quase-drama do cotidiano burguês, ora quase-poema do imaginário às voltas, ora,
enfim, grafia brilhante e preciosa voltada às festas da linguagem."
Em seu livro O Conto Brasileiro
Contemporâneo sobre o caráter múltiplo do conto:
"[...] já desnorteou mais de um teórico da literatura ansioso por
encaixar a forma- no interior de um quadro fixo de gênero. Na verdade, se
comparada à novela e ao romance, a narrativa curta condensa e potencia no seu
espaço todas as possibilidades da ficção."
Afrânio Coutinho:
"O contista oferece uma amostra através de um episódio, um
flagrante, ou um instantâneo, um momento singular e representativo."
Massaud Moisés, O Conto; em
A Criação Literária:
"[...] o conto vem sendo praticado por uma
legião cada vez maior de ficcionistas, que nele encontram a forma adequada para
exprimir a rapidez com que tudo se altera no mundo moderno."
"[...] o conto é, do prisma de sua história e
de sua essência, a matriz da novela e do romance, mais isso não significa que
deva poder, necessariamente, transformar-se neles. Como a novela e o romance, é
irreversível: jamais deixa de ser conto a narrativa como tal se engendra, e a
ele não pode ser reduzido nenhum romance ou novela."
Moacyr Scliar
(1937), um dos escritores mais representativos da literatura brasileira
contemporânea, numa entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, em
quatro de fevereiro de 1996:
“Eu valorizo mais o conto como forma literária. Em termos de criação, o
conto exige muito mais do que o romance... Eu me lembro de vários romances em
que pulei pedaços, trechos muito chatos. Já o conto não tem meio termo, ou é
bom ou é ruim. É um desafio fantástico. As limitações do conto estão associadas
ao fato de ser um gênero curto, que as pessoas ligam a uma idéia de facilidade;
é por isso que todo escritor começa contista”.