por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Acréscimo pelos que lembram o beijo - José do Vale Pinheiro Feitosa

E-mail para o Val Carvalho a respeito de um conflito com a mulher, após ter recebido de uma antiga namorada, um mail com beijos e lembranças.


Nestes anos tenebrosos, não dá para esconder foi com um beijo que Judas traiu Jesus.
Foi com beijos que Messalina dissipou a cultura da autoridade na imperial Roma.
Com um simples beijo nossas mães nos deu proteção para, do distante, retornar ilesos.
Com beijos os dois se fundiram até a explosão que promete mais e, por vezes, leva até terceiros.


Afinal que instrumento é este?
Aquele que absorve, pela boca como se ao outro incorporasse,
E até no nordeste se mistura ao olfato no sensível cheiro que além de absorver, aspira.
É o maior instrumento de intimidade e jamais poderia dissolver qualquer coisa em volta.


Mas nestes tempos tenebrosos existem os beijos do ciúme,
Os beijos que de lágrimas escoem queixumes,
Os beijos que na face fria procura vida no cadáver,
Os beijos que na terra fértil promete safra.


E existem tantos beijos que uma simples tela animada de computador,
Não poderia de mim te afastares, pois se o fizeres,
Debruço-me no chão e até teus pés beijarei.
Não te vás.

Nélida Piñon



Nélida Cuiñas Piñon (Rio de Janeiro, 3 de maio de 1937) é uma escritora brasileira, e imortal da Academia Brasileira de Letras, que já presidiu.

"Se a imaginação edifica enredos de amor, o corpo fatalmente sofre seus efeitos."


"Pensar é um dos atos mais eróticos na vida de uma pessoa" 


"O ser humano é um peregrino. É só na aparência que ele tem uma geografia. "

wikipédia

O perigo me espreita
Observo longe

No ciclo do tumulto
Aceito os respingos

Vida dura
Coração mole
Aceito o meu destino

Nesse instante
Algo se abate sobre o mundo
Uma onda alta de amor
Alcança o céu,
E joga por terra
Pedaços de dor.

(socorro moreira)

Apenas uma flor - Por : Rosa Guerrera



Será que você já parou para pensar alguma vez que não vale a pena se prender a dores e decepções que aconteceram na sua vida ? Será que você já fez uma análise que tudo é tão rápido, o tempo é tão veloz , que de nada adianta recolher lágrimas da noite que passou ?Será que a nuvem que escureceu ontem o seu sonho vai ser um eterno obstáculo para que você não enxergue como é radiosa e brilhante a luz do sol ? O sofrimento faz parte da vida ! A dor também ! Mas , a alegria e a felicidade existem ... E você tem direito a conhecê-las porque VOCÊ TAMBÉM EXISTE ! Então ...o que está esperando ? ABRA UM SORRISO PARA O MUNDO , e você escutará como num passe de mágica que todas as esperanças sorrirão para você ! Feche a porta por onde passou, e jogue fora a chave. Olha só , que horizonte lindo está despontando bem pertinho na sua frente ! Corra de encontro a ele e comece a plantar uma nova flor. Uma flor cheia de PAZ.



rosa gurrera

por João Nicodemos



O melhor lugar é agora

Não importa aonde

Se estamos juntos

O tempo se expande


O melhor lugar é agora

É agora , e agora é sempre


O melhor lugar do mundo

Somos nós

Juntos !

Amanhã é dia de nhoque !



Ingredientes
1 kg e meio de mandioca cozida e amassada
- 2 ovos
- sal a gosto
- 2 a 3 colheres (sopa) de farinha de trigo

- 300 g de mussarela cortada em cubos médios

Para o Molho :
- 1 colher (sopa) de manteiga
- 1 cebola picada
- 1 dente de alho picado
- ervas picadas a gosto (sálvia e tomilho)
- 2 tomates cortados em cubinhos e sem semente
- 1 xícara (chá) de caldo de frango (1
tablete de caldo de
frango dissolvido em 1 xícara de chá de água)
- 520 g de molho de tomate

- 500 g de peito de frango cozido e desfiado

Para regar:
- 1 copo de requeijão cremoso
- salsinha bem picadinha para polvilhar
- sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo
- Numa tigela misture muito bem a mandioca cozida e amassada, os ovos e sal a gosto. Incorpore de 2 a 3 colheres (sopa) de farinha de trigo amassando com as mãos até que a massa desprenda das mãos.

2- Com a massa faça bolinhas grandes (+/-30 g do tamanho de uma bolinha de ping-pong).

3- Recheie cada bolinha com um cubo de queijo mussarela e vá arrumando numa travessa. Faça isso com toda a massa. Reserve.

4- Numa panela em fogo médio coloque a manteiga e refogue a cebola picada, o dente de alho picado
ervas picadas a gosto (sálvia e tomilho) por uns 5 minutos. Acrescente os tomates cortados em cubinhos e sem sementes e refogue por mais 3 minutos. Junte o de caldo de frango (1 tablete de caldo de frango
dissolvido em 1 xícara de chá de água), o molho de tomate pronto (1 caixinha) e o peito de frango cozido e desfiado. Adicione sal e pimenta-do-reino a gosto e cozinhe por mais 5 minutos.

5- Depois jogue o molho de frango por cima dos inhocões de mandioca, espalhe o requeijão cremoso e polvilhe salsinha picada a gosto. Leve ao forno pré-aquecido a 250º C por 15 minutos para gratinar.

Cyber Cook.

Deborah Kerr


Deborah Jane Kerr-Trimmer, CBE (Helensburgh, 30 de Setembro de 1921 — Suffolk, 16 de outubro de 2007) foi uma atriz britânica nascida na Escócia. Recebeu um Óscar honorário por sua carreira, que sempre representou perfeição, disciplina e elegância. Foi homenageada pela Rainha do Reino Unido com a Ordem do Império Britânico.

Johnny Mathis




Nascido em Gilmer, Texas, no dia 30 de Setembro de 1935. Viveu boa parte da sua infância em São Francisco, Califórnia. Mathis começou a cantar publicamente na escola e em eventos da igreja, o pai rapidamente comprovou o talento do filho e providenciou escolas de canto. O pai de Mathis contratou um professor de voz quando ele tinha aproximadamente treze anos. Ele permanece um dos poucos cantores populares que receberam ajuda profissional para cantar e o treino incluiu ópera.

.wikipedia.org/wiki/Johnny_Mathis

Sérgio Porto



Sérgio Marcus Rangel Porto (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1968) foi um cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro. Era mais conhecido por seu pseudônimo Stanislaw Ponte Preta


"A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidende de que eles vêm lutando pelo progresse de nosso subdesenvolvimento."


amálgama

Antes que eu morra meus lábios ficam dormentes,
uma borboleta azul entra por meu ouvido direito
e sai uma bailarina de porcelana pelo esquerdo.

Amor não é somente o mel das abelhas.
Mas os zangões com seus infortúnios
e as escravas que tecem
a pelugem da rainha.

Amor não é saudade.
É delicada ausência
que junta os pontos
da cicatriz do ferido.

Amor não é posse.
É uma fatia de pão
dividida com todas
formigas do quarto.

Antes que eu morra meus olhos explodem
e duas estrelas ocupam o lugar no rosto.

A Ganância dos Irracionais e a Negligência Humana. Por: Lídia Maria Lima Batista



Sexta-feira, em nossa casa, Washington assiste “Vídeos do Mundo Animal”. Sento e acompanho o vídeo que mostra uma família de Leopardos. Animais imponentes, bonitos, ferozes, rápidos. Famintos, os leopardos aguardam uma oportunidade para conseguir alimento. Observam o ambiente sondando cuidadosamente o espaço em que se encontram. De repente uma Gazela. Coitada! Fico apreensiva. A fêmea do leopardo, espreita a presa. A gazela sente-se ameaçada e corre, não consegue escapar. Com fúria a fêmea, em pouco tempo, sangra a Gazela e o restante da família chega para a festa. Que coisa funesta! É chocante! Tanta mordida, tanto estrago! Depois de saciarem a fome, deixam a sobra para outros carnívoros que se aproximam. Abutres africanos caem com gosto usando seus bicos afiados e garras pontiagudas sobre a carcaça da pobre gazela. Por último, uma Hiena recolhe o quase inexistente do animal abatido, participando do banquete que finalmente termina. Fico enjoada com tanta selvageria. Também matamos animais, os mais diversos, pra consumi-los conforme nosso gosto e paladar. Cadeia alimentar, lei da sobrevivência, tudo tão perverso!
Uns matam banalmente outros seres humanos. Isso é tenebroso! Existem tantos aspectos sombrios na natureza humana: hipocrisia, omissão, orgulho, egoísmo, indiferença, desrespeito... Não resta dúvida, a humanidade vivencia um processo decadente. Muitos fatos que hoje constatamos apontam para um declínio contínuo.
Será que estamos em marcha ré pro tempo das cavernas? — Não, não estamos, só deixamos de usar em muitas ocasiões nossa inteligência (uso da Razão).

Curtas e Curta com o Beijo. Por Liduina Vilar.

O beijo dado com amor
é gostoso degustar
o beijo de qualquer jeito,
é bom para aliviar.

Beijo na testa acaricia
beijo na mão é respeito
beijo na face é ternura
beijo na boca é afeto.


A luz é quente
O amor transparente

O ser iluminado
fica invisível ,
na janela do quarto

Céu iluminado
esconde o maltrato
- a cidade e o por-do-sol
se misturam.

Mente flash
Água parada
Rubro negro
Índico blue
Orla miragem

Volátil tempo
Instante arte
Tocha laranja
Onde , o lamento ?
Reza o olhar, quando sente !

(socorro moreira)

Efígie - Por : Rosa Catarina




Meu pai deu adeus...
Livrou-se do cansaço dos anos
E da sua consciência abstrata.
Semeou o bem, não plantou desenganos.
Mas sua imagem ficou:
Na memória da estante da sala,
Onde está seu tesouro:
Os livros que tanto citou;
Hoje seu maior legado,
Que uma traça banqueteou.
Ficou na memória da quina da mesa,
Na cadeira do canto da varanda,
Nos retos caminhos que trilhou
E nas horas da minha saudade.
Meu pai deu adeus...
E eu, aceno chorando.

Rosa Catarina – Cadeira Nº 37 Patronesse Ruth Alencar Leão

Ela é esposa do Fausto Guimarães (Ex-Diretor do Colégio Diocesano do Crato).
Esse casal está preso à cultura do Cariri há 4 décadas.
Residem em Fortaleza , mas mantém uma casa para temporadas , no Bairro do Grangeiro.

Vitalinas- Por : Raquel de Queiroz



O Cruzeiro - 19 de setembro de 1959.
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Vitalinas

“E tira o pó, Vitalina,
Bota o pó, Vitalina,
Môça velha não sai mais do caritó”

(cantiga popular)


Da Bahia para o Sul, pouca gente saberá o que é vitalina e o que é caritó. Caritó é a pequena prateleira no alto da parede, ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem fora do alcance das crianças, o carretel de linha, o pente, o pedaçõ de fumo, o cachimbo. Vitalina, conforme a popularizou a cantiga, é a solteirona, a môça-velha que se enfeita - bota pó e tira pó - mas não encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no caritó é como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida, guardada intacta.

As cidades grandes já hoje quase desconhecem essa relíquia da civilização cristã, que é a solteirona, a donzela profissional. Porque, se hoje como sempre, continuam a exisitir as mulheres que não casam, elas agora vão para tôda a parte, menos para o caritó. Para as repartições e os escritórios e os balcões de loja, para as bancas de professôra, e até mesmo, Deus que me perdoe, para êsses amôres melancólicos e irregulares com um home que tem outros compromissos, e que não lhes pode dar senão algumas poucas horas, de espaço a espaço, e assim mesmo fugitivas e escondidas.

De qualquer forma, elas já não se sentem nem são consideradas um refugo, uma excrecência, aquelas a quem ninguém quis e que não têm um lugar seu em parte nenhuma.

Pela província, contudo, é diferente. Na próvíncia os preconceitos ainda são poderosos, ainda mantêm presa a mulher que não tem homem de seu (o “homem de uso”, como se chama às vezes ao marido...) e assim, na província a instituição da titia ainda funciona com bastante esplendor. E o curioso é que raramente são as môças feias, as imprestáveis, as geniosas, que ficam no caritó. Às vezes elas são bonitas e prendadas, e até mesmo arranjadas, com alguma renda ou propriedade, e contudo o alusivo marido não apareceu. Talvez porque elas se revelaram menos agressivas, ou mais ineptas, ou menos ajudadas da família na caçada matrimonial?

A gente as conhece mocinhas, botões de flor cheios de esperança e de graça adolescente. Que pele, que dentes, que cabelos, que cintura! Por uns anos se deixa de vê-las, e então quase não se as conhece mais - ressequidas ou obesas, azêdas, beatas. Fazendo crochê ou se especializando em outras coisas igualmente inúteis, ressentidas, solitárias, queixando-se de imaginários achaques, e tão semelhantes ao tipo caricatural da solteirona pintado nos livros e nos palcos, que até parece escolheram o modêlo e o copiam com exemplar fidelidade.

Falta de homem? Bem, é um dos motivos. Na próvíncia os homens emigram muito. E para onde emigram, casam. Depois, também contribuiu para a existência das solteironas a reclusão mourisca que muito pai ainda costuma impor às filhas môças. Cobra que não anda não engole sapo. Aí, por estas províncias além ainda existe muito pai carrança que só deixa a filha sair para ver a Deus ou aos parentes, e assim mesmo muito bem acompanhada. Reclusas, as meninas vão ficando tímidas, e dentro de um pouco, já são elas próprias que se escondem com cerimônia dos estranhos.

Depois, - parece incrível - mas o egoísmo das mães também contribui. Uma filha môça, no interior, não é, como na China, uma praga dos deuses. É, ao contrário, uma auxiliar barata e preciosa, a ama-sêca dos irmãos menores, a professôra, a costureira, o “descanso da mãe”. E então as mães, para não perderem a ajudante insubstituível, se associam aos pais no zelo exagerado, traindo a solidariedade do sexo por outra mais imperiosa, a solidariedade na exploração.

Menina de cidade, passeando de lambreta, morando nos cinemas, mal sabe como é dura a sorte da mocinha de interior. Nas famílias mais pobres, então! De pequenina, sete a oito anos, já recebe um irmão menor para criar, e o uso é que o crie completamente, assumindo tôda a responsabilidade, como se a própria mãe o fôra. Fazer mingau, banhar o menino, balançá-lo para dormir, atendê-lo à noite (inclusive nas doenças), carregá-lo. Às vezes são tão pequeninas que não podem com o irmão nos braços e por isso inventaram o uso de o carregar no quadril, e têm delas que ficam tortas, só do pêso permanente que levam do lado direito durante tôda a infância. Também das meninas é a obrigação de trazer água para casa; e, quando os irmãos crescem, são elas que lhes lavam e engomam a roupa e cozinham a comida. Nas famílias mais pobres elas também vão para o roçado, junto com os homens de casa, limpar de enxada. E o sinal de que uma família tem môça muito mimosa e de bom trato, é dizer-lhe que ela não sabe o que é enxada. Mas apanhar feijão e algodão tôdas apanham, mesmo as de luxo.

E, enquanto isso, que faz a mãe? A mãe dá conta da obrigação de Eva, e bota filhos no mundo, regularmente, um por ano. Doze, quinze, dezesseis, vinte. Escangalhadas por tanta maternidade, pelos partos mal assisitidos, aos trinta anos já são umas megeras, sem carnes e sem dentes, e passam a vida acocoradas no batente da porta ou à beira do fogo, fumando cachimbo, enquanto o feto lhe cresce nas entranhas, e as meninas trabalham.

* * *

Aliás, me desviei das vitalinas. Porque essas meninas muito pobres quase sempre acham marido. As titias proliferam com abundância é na classe dos remediados e dos meio-ricos. Não que a môça nestes grupos esteja sujeita a uma escravidão menor. Apenas o trabalho é menos duro nas casdas onde se pode pagar uma empregada, ou onde se tem aquela outra mártir doméstica, - a menina que de garôta se tomou para “criar”. A que chama os patrões de “padrinhos”, pequena escrava para quem a Princesa Isabel nunca exisitiu. A primeira que acorda, a última que dorme, não há serviço, por pior, que não lhe imponham, nem direito, por menor, que lhe reconheçam. Para dormir tem uma rêde armada a um canto, come às pressas na cozinha o resto das panelas, veste a roupa velha das meninas da casa e lá um vestido de chita nova, nas festas. Essas, contudo, embora raramente se casem, (ou fujam e “se percam”), pois as madrinhas desviam qualquer pretendente no susto de perderam a cativa, depois de mulheres feitas quase nunca realizam a figura da vitalina guardada no caritó. De escravas que foram quase sempre se transformam em tiranas, assumem a direção da casa quando a senhora envelhece e as môças indolentes não a disputam. Viram-se na Dindinha, na Mãe-Titó, na Tia-Bá, eminência negra ou parda em cujas mãos capazes fica pràticamente entregue o govêrno da família.

* * *

Não sei o que dirá disso a moral tradicional, mas creio que, felizmente, a existência da vitalina, mesmo na província, já anda perto do fim. A instituição da “môça livre” ou da “mulher de carreira”, segundo os modelos da América e da Europa, já tão bem copiada no Rio e em São Paulo, é uma tentação muito grande. Qual a môça que tendo possibilidade de viver do seu emprêgo, no seu próprio apartamento, onde, se lhe falta o aconchego do marido, restam sempre os consolos da liberdade, qual a môça que escolherá viver de favor em casa do irmão, sob a tirania da cunhada?

Será um mal a substituir outro, dirão. Pois bem nenhum sairá dessa nova liberdade. A isso não respondo, que não sei: o que posso dizer é que será, de qualquer jeito, um mal muito menos melancólico.

O Cruzeiro on line é um trabalho de preservação histórica do site Memória Viva

Miles Davis



Miles Dewey Davis Jr (Alton, 26 de Maio de 1926 – Santa Monica, 28 de Setembro de 1991) foi um trompetista, compositor e bandleader de jazz norte-americano.

Considerado um dos mais influentes músicos do século XX, Davis esteve na vanguarda de quase todos os desenvolvimentos do jazz desde a Segunda Guerra Mundial até a década de 1990. Ele participou de várias gravações do bebop e das primeiras gravações do cool jazz. Foi parte do desenvolvimento do jazz modal, e também do jazz fusion que originou-se do trabalho dele com outros músicos no final da década de 1960 e no começo da década de 1970.

wikipédia

arroubo

Aquela noite eu parecia um doido,
os cabelos de Ezra Pound
os olhos de Baudelaire
o sorriso de Neruda

entrando em bares
e correndo nas praças

berrando versos,
bebendo todas,
colhendo flores.

Aquela noite assombração alguma me vencia
nem Cérbero nem Anderson Silva,

estava mesmo um doido varrido
um anjo de porta em porta

abraçando pessoas,
cães e gatos.

Aquela noite eu era uma coisa do outro mundo,
filho de D. Quixote com Dulcineia Del Toboso.

Os óculos embaçados,
as faces vermelhas,
os lábios trincados

cuspindo versos,
bebendo todas,
colhendo flores.