por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O Crepúsculo do Corno


E não há carga de fel que não traga juntinho sua xícara de mel, né mesmo ? As limitações que os anos nos vão impingindo nos carreiam alguma dose de experiência. O leitor pode até pensar : mas que o preço é muito alto ! No que preciso concordar, não sem antes inquirir : e tem outro jeito? A outra opção, infelizmente, mostra-se bem pior, assim: dêem-me a carga dos anos com sua infâmia e seus efeitos colaterais , ficarei brincando com o carrinho de rolimã da experiência. Ele não serve prá muita coisa, mas ao menos me engabelará um pouco e esquecerei o nervosismo inexorável dos ponteiros do relógio.
Fiquei esses dias a matutar quanto à mudança nos costumes, não tão diferente da que vemos na paisagem da nossa cidade. Há alguns anos, estudando alemão, perguntei ao meu professor sobre palavrões da língua germânica ( facílimos de um aluno decorar, pela curiosidade que despertam). Aos poucos os fui citando em português e o professor , oriundo de Berlim, me ia traduzindo. Em determinado ponto, gritei : Corno.! Ele não compreendeu e eu precisei explicar do que se tratava. Qual não foi minha surpresa quando, explicado o palavrão, o mestre simplesmente concluiu: --- Não existe este palavrão na Alemanha, isso lá não é nome feio. Fiquei surpreso pois ,no Nordeste brasileiro, existia uma pena de Talião para os casos de infidelidade feminina, não tão diferente daquela aplicada ainda hoje em alguns países da África e Ásia. Firmei bem a infidelidade como feminina, porque a do gênero masculino sempre foi perfeitamente aceita como tolerável , normal e necessária. Nem mesmo existe o substantivo feminino de Corno. Em compensação , o peso que recaia sobre o homem em caso de cair nessa condição era simplesmente terrível: um cargo vitalício e quase impossível de transportar , tamanha a ignomínia que impingia ao agraciado.
As gerações anteriores à minha tinham uma perspectiva muito diferente de casamento. Geralmente não acontecia qualquer envolvimento romântico, muitas vezes havia acordos de famílias, não muito diferente dos enlaces matrimoniais da monarquia. O casal firmava-se no ideal de gerar e criar os filhos e manter o patrimônio familiar. O prazer o homem procurava nos bordéis e nas senzalas: era um absurdo fornicar com a mãe dos próprios filhos, uma verdadeira tara sexual. E à mulher não se permitia ser muito mais que uma fábrica de bruguelos. Mas as folhinhas do calendário foram pouco a pouco sendo desfolhadas. As autoridades familiar e religiosa terminaram com seus grilhões arrebentados. As gerações subseqüentes , principalmente após os libertários anos 60, vislumbraram horizontes até então invisíveis. Caíram por terra os mitos da virgindade, da gravidez indesejada, do casamento arranjado, do papel de ator coadjuvante da mulher, das galés perpétuas do matrimônio. O prazer deixou de ser um pecado execrável e tornou-se uma busca importante e necessária. E o Tesão terminou por ser aceito e cultivado. E o casamento alçou um outro patamar: são mais voláteis e mais verdadeiros, existem sobre as mais variadas formas ( chamegos, ficas, amizades coloridas, rolos, ajuntamentos ) e prescindem muitas vezes da bênção religiosa, civil e social.
Todo esse vendaval levou ao franco declínio do Corno. Deixou de ser palavrão como na Alemanha, tem até Associação que os congrega e também aliviou um pouco o peso sobre os maridos traídos e , principalmente, sobre as mulheres que já não são apedrejadas em praça pública como outrora. A avalanche dos meios de comunicação abriu infinitas possibilidades no ramo da infidelidade. Os tipos tradicionais do folclore popular se desvaneceram com as imensas variedades aparecidas : Corno Facebook, MSN, I Pod, I Pad, Virtual, Maria da Penha. E o corno já não mais faz sucesso, já não é mais apontado na rua , nem corre o risco de ser cadastrado pelo IBAMA. De tão freqüente , perdeu a graça e, também, os outros se eximem de criticar porque, no fundo, todos os homens sabem que como num consórcio, participando do jogo, um dia cada um pode ser contemplado.
Um querido amigo que partiu recentemente dizia que a Cornagem tinha se tornado uma coisa tão séria que, inclusive, já seguia rigorosamente as Leis da Física. “Um Corno em movimento, tende a continuar em movimento”, ou seja tende a repetir a carga por outras vezes : primeira Lei de Newton. “A Toda ação do homem em procurar de cornear a Mulher, existe uma Reação da companheira de mesma intensidade e em sentido contrário” , segunda Lei de Newton. “Um corno atrai outro na razão direta da cornagem recebida e no inverso do quadrado da distância dos ricardões” , Lei da Gravitação Universal que explica a necessidade dos cornos se reunirem e associarem. Inclusive, dizia esse amigo, já houve repercussão até na Física Moderna. Existe, segundo ele, A Teoria da Relatividade da Cornagem. Ou seja : ser corno é relativo. Se eu descobrir que sou corno em Salitre, eu mato a mulher e o amante ; se eu descobrir o mesmo aqui em Crato, mato o amante; se em Fortaleza não mato ninguém, só me separo; agora se morar no Rio de Janeiro e não for corno, vou ficar preocupado e deprimido: por que ninguém quer essa mulher, meu Deus? Aí sou capaz de me suicidar.

J. Flávio Vieira


No Olho do Furacão
Gilton Della Cella

Vou por onde a estrada me leva
Caminhando entre pau e pedra
Na miragem vi luz do sol no teu olhar
Cata-vento, gira moinho,
Vou cantando sempre sozinho
Só a solidão da lua vai me abandonar

E dedilhando na viola
Eu faço tudo pro coração entender
Que só quem ama
Sabe quanta falta faz um bem querer

Eu ouço o canto da cigarra
E a luz do vaga-lume ao meu redor
Sinalizando os pontos
Do perigo que eu já sei de cor

Descobri que já não tenho medo
Quando estou no olho do furacão
E se for só fogo de desejo
Eu aprendi a dizer não
Pra não ter que revelar segredos
Dos amores que vem e que vão

Seleção Genética em nome de quem? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Quando vivemos uma civilização cuja natureza é a mudança contínua, as nossas dúvidas são mais dramáticas por que mudar é a natureza do próprio universo. Certo que um viés no nosso pensamento existe por conta desta natureza mutável da realidade que nos cerca, mas as nossas dúvidas emergem o tempo todo.

Seja por questões morais, éticas, por medo das mudanças, por um conservadorismo inerente a toda sociedade estável, a verdade é que muitas dúvidas surgem por tais motivos. O tempo todo estamos questionando o sentido de certas mudanças, os motivos pelos quais se iniciam tais questões.

Uma das características mais marcantes da natureza tem sido a sua diversidade. A diversidade que é necessária para as condições mutáveis do clima do planeta, das radiações físicas, das mudanças de solo, dos movimentos da água e assim por diante. A diversidade dentro de uma espécie tem sido a condição de seu prolongamento na história natural do planeta.

O sistema de produção capitalista em busca de lucros se baseia na eficiência das forças produtivas. O aumento de produtividade tem tido a marca do crescimento contínuo do capitalismo desde o século XVI. É bem verdade que muito desta eficiência é conquistada com ganho numa ponta e enormes perdas na outra. A exploração imperial é um exemplo clássico destas perdas nos povos produtores de matéria prima.

O exemplo da China é comovente. Não é incomum que a esquerda e a direita critiquem o processo produtivo Chinês: aumenta a produtividade massacrando o trabalhador com salários baixos, enormes horas de trabalho e nenhuma proteção social. Muitos esquecem que as perdas dos trabalhadores chineses estão desovadas nos ganhos de consumidores em outros continentes.

Mas retornando à eficiência com base científica ou tecnológica. Neste dias visitei uma fazenda de produção de espécies selecionadas de uma determinada raça de carneiros. Tais carneiros selecionados ampliam enormemente a eficiência da carcaça do animal com ganho de até 60% em relação às espécies atualmente existentes no nordeste.

Ali eles não só praticam a seleção de espécimes, como se utilizam de técnicas de fertilização “in vitro” e transferência de embriões. Uma fêmea selecionada que em condições naturais disseminaria seu patrimônio genético para no máximo oito ou dez descendentes, hoje pode chegar até 30 ou 40 embriões viáveis na barriga de outras ovelhas num único procedimento.

Imediatamente eu pensei sobre aquela letra da música Disparada do Geraldo Vandré: por que gado a gente marca, tange, ferra e mata, mas com gente é diferente. Ora a eugenia é velha em certos desejos, especialmente no fascismo alemão. Uma espécie humana eugênica é um ganho da engenharia genética, mas tem tudo para ser uma perda da manutenção da espécie na natureza mutante.

Padronizar o ser humano é um desejo de hegemonias, de povos dominantes, de civilizações decadentes e exploradoras. Padronizar é a reprodução dos escolhidos e o aborto dos excluídos. Padronizar o ser humano é cessar o seu movimento histórico. É assim como a tese máxima do neoliberalismo dos anos 90 pela voz de Fukuyama com seu “fim da história”.

A respeito disso evoco um exemplo, procurando não exibir comentários sectários. Nesta semana tivemos a seguinte notícia: “Nasceu sábado passado o primeiro bebê brasileiro selecionado geneticamente em laboratório de modo a não carregar genes doentes e ser totalmente compatível com a irmã - que sofre de talassemia maior, uma doença rara do sangue que, se não for tratada corretamente, pode levar à morte. Maria Clara Reginato Cunha, de apenas 4 dias, nasceu no Hospital São Luiz para salvar a vida de Maria Vitória, que tem 5 anos e convive com transfusões sanguíneas a cada três semanas e toma uma medicação diária para reduzir o ferro no organismo desde os 5 meses.”

Sem dúvida uma notícia em causa nobre, mas não deixa de ser a geração de um ser em benefício de outro em si mesmo. Agora imagine tais laboratórios como aquele exemplo das ovelhas acima para produzir espécies humanas em busca da eficiência da máquina capitalista desconsiderando a diversidade do planeta.

Boas-vindas ao artista baiano GILTON DELLA CELLA !

Comemoraremos sua passagem  pelo Cariri, no período de 17 a 22.02.2012.

Expectativa. Liduina Vilar.

Correr atrás do vento
correr atrás da luz
correr em direção ao sol
correr para os braços do amor.
E...
Encontrar a brisa suave
encontrar o brilho luminoso
encontrar os raios solares
encontrar a carícia de Éros.

Julio Iglesias

Sugestão de hoje, no Anonymus Gourmet


"Portal da Transparência" ( II ) - José Nilton Mariano Saraiva

Qualquer indivíduo que se proponha a administrar uma cidade (de pequeno, médio ou grande porte), há de ter o bom-senso e clarividência de seguir uma lição básica (e rudimentar), objetivando atrair e posteriormente manter uma empresa qualquer (comercial, industrial ou de serviços, seja micro ou de maior estrutura) naquela urbe, capaz de gerar empregos e redistribuir renda.
Para tanto, há que oferecer atrativo e facilidades mil ao empreendedor potencial, do tipo: doação de terreno (indústria) ou ajuda na locação do ponto comercial (aluguel), isenção de impostos num período determinado (IPTU, por exemplo), garantia de participação percentual no pagamento de algum tipo de insumo (água, energia elétrica e por aí vai), mas, principalmente, a certeza de que colaborará como cliente/comprador (do comércio, principalmente) e incentivará/recomendará seus munícipes a se engajarem na empreitada consumista.
Pois bem, todos sabem que no Crato (e faz tempo) além da falta de indústrias, o movimento do comércio é “...devagar, devagarinho, quase parando” (na verdade, são um heróis, esses nossos comerciantes), gerando certo mal-estar sobre a possibilidade de que determinados empreendimentos encerrem suas atividades e “se mandem”, em razão dos custos sobrepujarem as receitas (lembram que certo tempo falou-se que a então recém-inaugurada Lojas Americanas ameaçou “tirar o time” ???).
Pois, tão chocante e surreal quanto a constatação de que a Prefeitura do Crato gastou um caminhão de dinheiro na compra de “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic) em um Armarinho (???), e ainda por cima fugindo ao OBJETIVO da Licitação, é o que se esconde nas entrelinhas (ou por trás de tal transação): é que a empresa Marinete Vieira da Silva Armarinho-ME fica localizada na Av. Ailton Gomes, 1375, Bairro Franciscanos, em... Juazeiro do Norte, CE (63020-000).
Pergunta-se: por quais razões insossos “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic) foram adquiridos fora da sede do município, sabendo-se que no Crato a área agricultável é bem mais generosa que a de Juazeiro do Norte e, portanto, os preços tendem a ser mais competitivos ???; será que no Crato o atraso é tanto (ou os comerciantes honestos demais) que essa coisa excêntrica (e mau cheirosa) que é um Armarinho... que vende “HORTIFRUTISGRANGEIROS” (sic), inexiste ???; há outros comerciantes de Juazeiro que transacionam com a Prefeitura do Crato, em detrimento dos abnegados que lá labutam, com extrema dificuldades ???; por que a Prefeitura do Crato deixa de comprar no comércio do Crato ???
Até como forma de estimular e dá uma sobrevida a quem é do ramo, deveria fazê-lo.
Ou não ???

Espelhos- José Flávio Vieira




Eric Arthur Blair... Este nome , caros leitores, não parece nos significar muito. Ele está estampado numa lápide simples - sem quaisquer outras maiores indicações- em um cemitério em Oxfordshire, ali aposta desde janeiro de 1950. Este senhor nasceu na Índia há exatos 107 anos e morreu de tuberculose, prematuramente aos 47 . Desvendado, porém, o pseudônimo atrás do qual se mascarava, George Orwell, facilmente nos orientamos. Trata-se de um dos mais visionários escritores do Século XX. A sua importância literária , certamente, não suplanta outros monstros sagrados do século como : James Joyce, Albert Camus, João Guimarães Rosa, Italo Calvino, Marcel Proust, Julio Cortazar, Jorge Luiz Borges. Existem, no entanto, alguns vieses que explicam não só a popularidade de Orwell, como a excelência de sua arte. Primeiro ,há que se exaltar o vigor dos seus ensaios e, antes que tudo, a profunda capacidade profética da sua visão política. Nascido na Índia, em pleno regime colonial britânico, George, inclusive, fez-se agente da polícia na Birmânia, experiência que o pôs em contato com as mais terríveis formas de autoritarismo. Vivenciou, depois, a inescrupulosa experiência do nazifascismo, o que o levou a pular,rapidamente, para a extremidade oposta do totalitarismo, enveredando por uma experiência marxista-lenista. Lutou ainda numa milícia trotkista e anti-franquista, na Guerra da Espanha. Tantas experiências desastrosas, certamente, terminaram por forjar na sua alma uma aversão ao imperialismo e ao autoritarismo nas suas mais diversas manifestações. Orwell levou à sua arte esta desilusão ao escrever a fábula “Revolução dos Bichos”(1945) e, depois, um dos livros mais visionários do Século XX : “1984”, publicado , não por mera coincidência, em 1948 e traduzido já para 65 países.
Nele , George narra o sonho de uma humanidade futura, pós apocalipse nuclear. Um novo país, a Oceânia, engloba a Inglaterra, as ex-américas, as ex-Austrália e Nova Zelândia e parte da África. O líder máximo da nova Nação é o Grande Irmão, o Big-Brother, uma figura misteriosa, que ninguém vê, mas que controla a todos através das teletelas que estão espalhadas por todo canto e vigiam a todos os habitantes. A comunidade era controlada física e mentalmente através da Polícia das Idéias e não havia leis, mas regras que eram jogadas goela abaixo. O romance de Orwell é quase premonitório no que tange à quebra de toda a privacidade. O futuro mostrou que uma rede tecnológica imensa tem cindido todas as barreiras individuais : comunicações por satélite, Internet, filmadoras minúsculas, GPS, satélites espiões, há até a possibilidade de leitura do pensamento através de exames de ressonância magnética. Há um aspecto dessa profecia orwelliana, no entanto, que George não conseguiu ler no seu oráculo. Ele jamais imaginou que esta perda de privacidade poderia vir a ser interessante para muitas pessoas e, inclusive, passar a ser perseguida. Artistas se mancomunam com paparazzi ; pessoas comuns filmam-se em momentos íntimos e põem as fotos na Internet; mulheres instalam câmeras em casa e transmitem as imagens em tempo real para toda a rede mundial de computadores. Hoje, o mundo busca , a todo custo, alguns momentos mínimos de fama, a qualquer preço.
Recentemente desenrolou-se, por mais de dois meses, o Big Brother na sua décima versão. O chamado Reality Show foi criado por John de Mol , um milionário magnata da mídia holandesa. O nome BB, certamente, não é mera coincidência, sorveram-no do 1984 de Orwell. O programa , de audiência expressiva, mostra um grupo de homens e mulheres, previamente escolhidos, vivendo reclusos e filmados e gravados continuamente. Em tempos em que se escancarou completamente o buraco da fechadura, entendem-se os altos números do IBOPE. Este ano, muitas polêmicas se abriram. Toda uma trupe de coloridos assumidos teve acesso à casa. Inúmeros preconceitos foram abertamente expressos: homofobia, machismo, preconceito racial, informações deturpadas quanto o contágio da AIDS. Além de barracos eventuais , erros imperdoáveis emitidos em inúmeras informações e uma mal-educação reiterada por parte de alguns membros do BBB. Houve protestos, a Globo teve que , por ordem judicial, se retratar algumas vezes, reafirmando que as opiniões dos membros da Casa não eram, necessariamente, a opinião da emissora, embora ela servisse ali de amplificadora para muitas sandices.
Vamos refletir um pouco sobre a questão. Primeiro, no que se refere à responsabilidade da promotora do BBB. Acredito que a cúpula da emissora não tem opiniões tão retrógradas sobre muitas questões levantadas pelos participantes do Reality Show. Só que, no momento em que se promove um programa deste quilate, com regras claras e bem estruturadas, sabe-se que este risco existe, logo à emissora se deve imputar a responsabilidade de servir de um disseminador de verdades questionáveis e opiniões deformadoras e deturpadas.Em segundo lugar, há de se concluir que tudo que ali foi dito, em tempo real, não é muito diferente do pensamento médio do brasileiro comum. Basta ouvir papos em rodinhas de praia e mesa de bar. A homofobia ainda está bem sedimentada entre os brasileiros, o analfabetismo funcional é evidente, o machismo é arraigado, o preconceito étnico ainda é uma realidade. Como do outro lado da telinha, existe uma concorrência desleal em busca do trono; os homens usam muitas máscaras e as amizades ,a maior parte das vezes, se alimenta de conveniências.
O mais preocupante, no entanto, é que , no caso do BBB, a população é quem escolhe os vencedores. E quem ela manda para o trono ? Os carreiristas, os desonestos, os brutamontes, os mal-educados, os trapaceiros. Narciso encanta-se com a própria imagem no espelho. O problema maior é que quando a casa do BBB se estende por todo país, a votação se repete. Basta vir a eleição e elegemos um sem número de corruptos para assumir o cargo do Grande Irmão e do seu Ministério. Depois, nós mesmos nos pomos a reclamar dos desvios, das falcatruas, dos combinemos por baixo dos panos. Se a imagem refletida no cristal é feia, deve-se providenciar a plástica, não adianta apenas quebrar o espelho para resolver o problema.


Benedito Lacerda



Benedicto Lacerda (Macaé, 14 de março de 1903 — Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 1958) foi um compositor, flautista e maestro brasileiro.

Nasceu em Macaé do estado do Rio de Janeiro, e desde pequeno freqüentou a Sociedade Musical Nova Aurora.

JACÓ DO BANDOLIM- Norma Hauer






Foi a 14 de fevereiro de 1918 que nasceu, aqui no Rio de Janeiro, Jacob Pick Bittencourt, que ficou conhecido no meio musical como JACÓ DO BANBOLIM.

~Desde pequeno interessou-se por instrumentos musicais, primeiro o violão, depois o violino e, por úlyimo, aquele que representou sua vida:o bandolim. Sendo autodidata, aprendeu a tocá-lo sozinho.

O primeiro choro que lhe chamou a atenção e fê-lo interessar-se por esse ritmo,foi o “È do Que Há”, de Luiz Americano, gravado pelo autor. A partir daí fundou o conjunto “Época de Ouro”, ainda existente, embora sem sua presença, mas com vários “chorões” que semanalmente se apresenta na Rádio Nacional..

Podemos citar como de sua autoria, os choros “Noites Cariocas” e “Doce de Coco”

Em um espetáculo realizado no Teatro João Caetano, em benefício do Museu da Imagem e do Som, no ano de 1968, apresentou-se com Elizeth Cardoso, Zimbo Trio e o conjunto “Época de Ouro” Esse espetáculo foi gravado em dois LPs em edição limitada, o que é pena porque merecia uma edição comercial..



Atuou até o fim de sua vida no programa “ Jacob do Bandolim e seus Discos de Ouro”, na Rádio Nacional sendo que o último foi ao ar na véspera de seu falecimento ocorrido no dia 13 de agosto de 1969.

Nesse dia, chegando em casa, acompanhado de Pixinguinha, com quem acertara a gravação de um LP só com músicas do compositor, teve um infarto fulminante, sem mesmo conseguir entrar em sua casa.



Após seu falecimento, seu filho Sergio Bittencourt, também compositor, compôs “Naquela Mesa”, que gravou com Elizeth Cardoso, ficando tão emocionado que não conseguiu cantar o último verso.



NAQUELA MESA



Naquela mesa ele sentava sempre e me dizia sempre
O que é viver melhor

Naquela mesa ele contava estórias
E hoje na memoria eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente e contava contente
O que fez de manhã e nos seus olhos era tanto brilho
Que eu mais que seu filho eu fiquei seu fã



Eu não sabia que doía tanto uma mesa no canto
Uma casa um jardim

Se eu soubesse o quanto doi a vida
Essa dor tão doída não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele
Está doendo em mim.


Norma

Gostei!


Receita de Risoto de Funghi Secchi



Ingredientes (receita para 4 pessoas)
- 1/2kg de arroz arbóreo (arroz para risoto)
- 1 cebola pequena corta bem miudinha
- 3 colheres de manteiga sem sal + 1 colher cheia para finalizar
- 1 taça de vinho branco seco de boa qualidade
- 2 litros de caldo de legumes
- 1 mão cheia de funghi secchi
- sal à gosto

Pré-preparo do funghi
Numa vasilha com água coloque o funghi para hidratar, uns 20 minutos antes de começar a preparar o risoto. Olha aí o aspecto dele, antes de hidratar. É esquisito mesmo, afinal, são cogumelos secos, ou melhor dizendo, fugos desenvolvidos.

Preparo
Etapa 1
Aqueça o caldo. Em uma outra panela “grande” aqueça as 2 colheres de manteiga. Adicione a cebola e refogue. A partir daí a receita pede a sua atenção total e você não deve se afastar da panela. Aumente o fogo e adicione o arroz e comece a fritá-lo. Mexa ele constantemente de forma a não queimá-lo, ele não deve ficar dourado. Depois de 2 ou 3 minutos diminua o fogo para médio e adicione o vinho branco sem parar de mexer. Ele vai chiar e você deve misturar todos os ingredientes da panela, nesta etapa todo o álcool da bebida vai evaporar.

Etapa 2
Assim que o vinho for absorvido pelo arroz, acrescente a primeira concha de caldo quente. Você agora não deve parar de mexer, não se esqueça de esfregar o fundo da panela deixando o fundo bem limpo para que o arroz não grude. Vá acrescentando mais caldo a medida que ele for evaporando, tome cuidado para que ele não fique com muito caldo e fique empapado demais. Essa etapa deve demorar uns 15 minutos. Vá experimentando o arroz e observando a textura. Reduza aos poucos a quantidade de líquido que vai acrescentando e continue mexendo.

Etapa 3
Retire o funghi da água e pique os pedaços maiores. Acrescente o funghi no risoto e mexa bem. O funghi irá tingir o arroz. Quando o arroz estiver no ponto, abaixe o fogo e experimente para ver se haverá necessidade de colocar sal. Se sim, adicione uma pitada e prove novamente. Adicione a última colher de manteiga, que deverá deve estar gelada, no centro da panela. Misture delicadamente, sem encostar a colher na manteiga, ou seja, misture na lateral da panela, de forma que manteiga fique no meio e vá se desfazendo aos pontos.


http://cozinhatravessa.com.br/post/risoto-de-funghi-secchi/