por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Até tu, Heitor ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Abaixo, correspondência que encaminhamos ao Deputado Estadual, senhor Heitor Ferrer, que postulará a prefeitura de Fortaleza e em quem certamente votaríamos . É importante salientar que a versão encaminhada pela Internet retornou (como se no "sistema" houvesse algum dispositivo que não aceite qualquer crítica) o que nos obrigou a comparecer à Assembléia Legislativa (ontem) e entregar pessoalmente a dita-cuja no Gabinete do nobre deputado (que não estava presente). Não é de hoje que votamos no senhor Heitor Férrer, mas, a partir da "mudança" de rumo tomada pelo próprio (era um dos maiores críticos do senhor Tasso Jereissati e hoje se bandeia para o seu lado em busca de apoio), não mais o sufragaremos. 
José Nilton Mariano Saraiva
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Senhor Heitor Férrer,
Mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, já há algum tempo não TÍNHAMOS dúvida em escolher e  sempre cravar o seu nome nas diversas eleições das quais o senhor foi candidato.
TÍNHAMOS - e, por favor, atente para o tempo do verbo usado - como uma espécie de paradigma da moralidade, exemplo de coerência em termos de atuação política, um valente no enfrentamento aos poderosos.
Tanto é que quando recentemente surgiu seu nome para concorrer à Prefeitura de Fortaleza nas próximas eleições, fomos dos primeiros a anunciar para pessoas de nossa intimidade que novamente o nosso voto (e da mulher e dos dois filhos) seria lhe dado, mesmo sabendo da pouca chance de sucesso, em razão do poderio da candidatura oficial.
Este era o nosso sentimento, ATÉ ONTEM. Hoje, e o senhor é o primeiro a tomar conhecimento, descartamos e abdicamos em lhe dá o voto daqui pra frente, e para qualquer cargo, em razão da inexplicável "virada de mesa" anunciada, ao paparicar e encher de confetes uma figura que sempre combateu com bravura: o arrogante e prepotente Tasso Jereissati.
Acreditávamos que o senhor - ao contrário do Nelson Martins, Inácio Arruda e outros "esquerdistas" - que traíram seus eleitores ao " sentar no colo " dos poderosos - e isso tem um preço, sim -  teria a coerência e acima de tudo a dignidade de se manter fiel aos seus princípios e à sua luta, que só o credenciavam e o dignificavam junto aos que têm um pouco de "massa cinzenta" (capacidade de pensar).
Pois bem, que a partir de hoje o senhor se dê bem e se sinta confortável no colo do Tasso Jereissati.
Aproveitamos a oportunidade para sugerir-lhe retirar do seu site a frase "A vitória que vale a pena é a que aumenta sua dignidade e reafirma valores profundos" (Roberto Shinyashiki, psicólogo e escritor brasileiro).
Seria uma incoerência continuar usando-a.
José Nilton MARIANO Saraiva (marianosaraiva1@yahoo.com.br)
Fortaleza-CE

Com ela - José do Vale Pinheiro Feitosa

Prelúdio para Ninar Gente Grande  música de Luiz Vieira. Nascido em Caruaru  e criado pela avó em Alcântara na região metropolitana de Niterói. Luiz Vieira era politizado, participou da campanha para vice-presidência de João Goulart. Mas a sua principal característica foram músicas líricas e belas como menino de braçanã, guarânia da lua nova, estrela miúda, na asa do vento e maria filó as três últimas com João do Vale.


COM ELA


Por que dói a tua falta? As horas solitárias badaladas por tua ausência. Por que dói o vazio sem teu conteúdo? Tua fala, teu rosto e este corpo que desejo igual fosse o desejo de copular todo o universo.

Toquei tua cintura e o tato eletrizou-se como uma linha de alta tensão. Beijei teus lábios, qual sejam todos os lábios, com gosto a sugar a fonte de teus suspiros explodidos. Senti teu odor como os insetos se atraem e os cães madrugam em busca da fragrância do cio. Ouvi os ecos de tua voz como sinos a reverberar e ouvi tua voz com a suavidade de seda e algodão. Olhei teu rosto, desci pelo pescoço, explorei teus ombros, teus peitos, o umbigo nas vizinhanças do acontecer e tuas pernas e coxas próximas ao sítio no qual me fiz acontecido.

Mas dói a tua ausência como o negativo de um fotograma tão pleno de ti. E dói, sobretudo por que a soma dos cinco sentidos é a ligação de um ao outro e estes ficam maiores do que fossem isolados. Minhas imagens estão embaçadas; o canto do passarinho isola-se em minha surdez; me paladar está sem fel, sem mel, um desgosto profundo; as mãos tocam o vazio enquanto minhas narinas buscam o aroma perdido.

Nas notas de um samba canção, no bolero e o violão, na canção do rádio propaga-se a música dos amores perdidos, das ausências em dor. São mais frequentes do que os cantos do encontro. E toco a me perguntar, qual a razão de tal preferência?

É por que quando estás comigo nenhuma palavra consegue revelar o momento, e tudo que tenho por dizer apenas ao teu rosto consigo revelar. Por isso nada mais tenho a dizer aos outros, ela está aqui.         



O Vaticano e Mundinho - José do Vale Pinheiro Feitosa


Não sei se vocês sabem, eu produzo, escrevo e edito um Programa numa rádio chamado Paracuru Minha Terra Minha Gente. A rádio Mar Azul todo sábado, ao meio dia, tem um Programa em que os personagens da cidade falam de sua vida, dos seus sonhos, de como era a cidade do seu tempo. Fora um Programa com o Fausto Nilo, mas esse devido ao Zanzibar que cita a cidade, todos são moradores da cidade.

É uma coisa fantástica o quanto a conversa com o povo surpreende, quebra paradigmas e revela potências que jamais imaginávamos, especialmente neste país em que a mídia se resume a formar a boa imagem de socialites para que a classe média, desde o limbo em que encontra, se farte de fantasias. 

Foi numa entrevista com o Raimundo Castro dos Santos, apenas conhecido na cidade como Mundinho que tomei surpresa do que ouvi. Mas antes me deixe explicar-lhes o que nos acontece ao fazer um programa desses. Numa conversa normal, pérolas passam de um diálogo para outro, por vezes não se notam e noutras logo esquecemos por sermos tocado por outros assuntos e revelações. Mas ao editar, separar blocos de temas, aquela conversa é repetida muitas vezes e só aí damos conta do que realmente ouvimos. Agora vamos adiante.

Já perto de terminar a entrevista Mundinho disse: “por que o homem é valente. O homem é valente! Ele não tem medo de nada. De nada!” Ele é pescador, com mais de setenta anos, anda todos os dias mais 10 quilômetros, despesca um curral de peixe a cada 12 horas e os horários vão mudando. Passou por muitos perigos no alto mar. Era natural a frase. Mas aí é que surpreendeu completando o pensamento: “mas o homem não tem poder. Não tem poder algum! O poder é de Deus. Dos homens não”.

Mundinho acabara de sintetiza o que pode ser um seminário acadêmico. O homem é valente e esta valentia não lhe dá o poder. Por quê? Por que a valentia de todos contra todos não gera poder. O poder é a cultura, o comum a todos como ordem e conduta, como salvaguarda das dificuldades individuais. É Deus como diz Mundinho: acima dos homens mediando sua valentia. Ou as Leis e seus Direitos.

Hoje relembrei esta entrevista porque desde alguns dias o Vaticano, que para os católicos é a sede da verdade de Deus, é a expressão do alto poder, anda cheio de valentia. Desceu das colinas e se encontra na planície igual a qualquer um de nós, os valentes no dizer de Mundinho. O Vaticano já disputa a sucessão de Bento XVI, punhaladas ferem, vazamentos dos conflitos para os jornais é o sintoma de facções em luta.

O jornalista Gianuluizi Nuzzi publicou documentos vazados do Vaticano (assim como faz a nossa mídia) com a finalidade de expor feridas e ferir alguém. O material revela uma disputa acirrada envolvendo o Arcebispo Carlo Maria Vignò e o Cardeal Tarcísio Betone o número 2 na hierarquia papal.

E os vazamentos para imprensa italiana revelam uma verdadeira “Cachoeira” de manobras e ilegalidades: lavagem de dinheiro, tentativa de assassinato do papa, teia de corrupção, clientelismo, as mesmas empresas que atuam no Vaticano cobrando alto e sendo aceitas anos a fio, o mau feito incrustado na administração do Vaticano. Tudo que reclamamos por aqui está acontecendo no Vaticano, é a ganância e o lucro, é a maracutaia do por fora, a quem e os paraísos fiscais. E João Paulo II lutou para derrubar o comunismo em seu país e agora o Vaticano tornou-se tão comum por que assim é o capitalismo.

Qual a ligação com Mundinho? No Brasil a religião predominante é a católica e mesmo quem professa outras crenças ou não tem religião comumente foi criado no universo da infalibilidade do papa por ser o representante terreno do poder de Deus.

Assim nos restará só a valentia.     

Cicuta


Sócrates foi executado, como prisioneiro político , em 399 a.C.,   por ter influenciado seus discípulos  se postando contra a Democracia Ateniense. A seu ver o Estado devia ser governado pelo mais capaz e não por aquele escolhido pela maioria dos cidadãos. Olhando superficialmente,  o filósofo parece ter razão, mas aí vem a encruzilhada filosófica inevitável: -- E quem escolhe e determina quem é o mais capaz? O Rei ? A Nobreza ?  O Poder econômico ? A história da humanidade, nos séculos seguintes, terminou por dar a resposta inequívoca à questão : Sócrates, neste quesito, estava errado,  mas a forma como enfrentou todas as vicissitudes até o sacrifício final perpetuou seu nome e o tornou um dos pensadores mais incensados da História.
                                   Passados os anos,   multiplicaram-se exemplos das claras deformidades da Democracia mundo afora. No Brasil mesmo, escândalo após escândalo, crise após crise, o povo põe continuamente em cheque a validade desta forma de governar. Alguns se mostram saudosos das Ditaduras de Vargas e de 64, outros  remontam até ao cretáceo, vislumbrando a Monarquia com seus Reis, Rainhas e Valetes. Churchill talvez tenha definido melhor esta questão quando disse: "A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos."
                                   Em ano eleitoral, então, estes questionamentos ficam mais à flor da pele. Denúncias engavetadas por anos saltam na imprensa, com vistas a interferir na eleição que se avizinha. As vísceras da Política brasileira são postas à mostra e o povo humilde e trabalhador, no meio de tanta bandalheira, põe-se a engulhar. Corrupção; desvios de verba pública; deputadozinho ,com cara de sacristão, pego com a boca na botija; promiscuidade de governadores, deputados, senadores, ministros do supremo com a contravenção;  como suportar essa calamidade? A conclusão do brasileiro comum  é rápida , imediata : Política não presta, há provas irrefutáveis de que a  Democracia está falida como forma de Governo.  Diante da sacanagem perpetrada contra todos os pagadores de impostos,  algumas atitudes imediatistas são frequentemente tomadas pelo povaréu como aparente defesa contra o descalabro.
                                   A primeira delas é lutar pelo Voto Nulo ou Branco, alguns chegando até ao extremo de incinerar publicamente o Título Eleitoral. Medidas desta natureza eivam as Redes Sociais. No fundo, os revoltosos dizem : nenhum salafrário será mais eleito com minha participação. Pensam que assim se eximirão da culpa pelo estado de coisas que rola país afora. O protesto é totalmente inócuo. Corresponde àquela  providência tomada  pelo marido que encontra a esposa namorando com outro no divã e, revoltadíssimo com a traição, vinga-se vendendo o divã.  Nunca se vota nulo:  quando anulamos o voto estamos tomando partido e elegendo os piores. Peca-se na mesma intensidade por ação ou por omissão, não é ?
                                   A segunda  é mostrar-se saudoso dos períodos ditatoriais. Na época da Ditadura Militar isso não acontecia ! Ladrão ia para o paredão! Bastava apertar um pouco o cabra confessava tudo! A corrupção na ditadura era presentíssima e bem pior do que se tem hoje, apenas menos visível: velada sobre o manto da Censura e da Tortura.Sem Liberdade não existe civilização. Vivemos, hoje, em pleno Estado de Direito, o melhor período da história brasileira.
                                   A terceira postura  clássica é uma revolta desmedida e justificável contra a Corrupção. Perfeita no seu âmago, mas que guarda consigo um enigma. Por que elegemos políticos corruptos e pior que tudo: por que os reelegemos mesmo depois dos escândalos ? A verdade é dura, mas precisa ser engolida: eles não são tão diferentes dos seus eleitores. A corrupção faz parte do nosso cotidiano : vendemos o voto por empregos, por licitações, por telhas e tijolos; buscamos colocação para os filhos por pistolão; tentamos nos dar bem em qualquer função que assumimos; compramos o Guarda de Trânsito para evitar a multa. O político brasileiro é apenas a imagem do seu eleitor refletida no espelho. Um corrupto por atacado , eleito por vários corruptozinhos do varejo. Só mudarão quando a sociedade mudar e, educada politica e socialmente, possa triar melhor seus representantes.
                                   A mais freqüente conduta, no entanto, é de uma total aversão à Política. As pessoas ,diante dos escândalos, se afastam dela como Vampiro do alho. Os mais dignos temem chegar perto com medo de se contaminarem com a podridão reinante. Os maus baldeiam a água para que só eles tenham a coragem de beber. E muitos gritam : “Deus me livre de política, quero é distância!”  O grande problema é que somos seres políticos por excelência. Todas as atitudes humanas são banhadas em maior ou menor proporção nas águas da política. Até a decisão de fugir da política é por se só um ato político. Seria como o mecânico de automóveis resolver que não quer nunca mais se melar de óleo. Não tem jeito, estamos no meio da tempestade: a molhadeira é inevitável. Ou tentamos abrir a capa para minorar o encharque ou negamos a existência do temporal.
                                   As eleições estão próximas. Com a nossa participação ou nossa apatia seremos vítimas ou beneficiários do seu resultado. Se não nos fizermos agentes de mudança,  teremos que engolir depois a Cicuta, como Sócrates o fez, a contragosto,  no berço da Democracia.

J. Flávio Vieira

Convite Filme: "Cego Aderaldo - O Cantador e o Mito"

A Cariri Filmes e o Cine Ceará têm o prazer de convidá-lo para a exibição (hors concours) do filme: 

“CEGO ADERALDO - O CANTADOR E O MITO”,

um documentário de Rosemberg Cariry

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Local: Cine Ceará - Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525 - Centro, Fortaleza/CE)


Data: 03 de junho (domingo)


Horário: 21 horas


Entrada gratuita!


Sinopse: Cego Aderaldo (1878 – 1967) foi não apenas o maior nome da poesia cantada e improvisada no Brasil, foi também um mito nacional. Cego Aderaldo adotou e criou, como filhos, 26 crianças. A todos deu estudo e profissão. Inovador e criativo, foi exibidor de cinema na década de 30 e levou a cantoria para grandes capitais, onde era saudado como personagem da dimensão de Padre Cícero e Lampião. A sua obra influenciou a música popular e as artes brasileiras, nas décadas de 50 e 60. O filme conta a história deste artista extraordinário, revelando as suas lutas e as suas vitórias, mostrando as dimensões do homem que, superando todas as adversidades, voa até a glória e se encanta no mito.

Ficha Técnica:
Roteiro e Direção: Rosemberg Cariry
Produção Executiva: Bárbara Cariry
Direção de Produção: Teta Maia
Direção de Fotografia e câmera - Daniel Pustowka   
Montagem: Rosemberg Cariry e Firmino Holanda 
Técnico de Som:  Yures Viana
Patrocínio: Secretário do Audiovisual – SAV/MinC e TV Brasil.
Informações: Cariri Filmes Fone:(85) 3244 6944





"Trio" ou "Pentarquia" - José Nilton Mariano Saraiva

“Do Crato, cuido eu”.  Autoritária, impositiva e arrogante, esta a frase atribuída ao senhor Ciro Gomes, e teria sido proferida meses atrás em conversa com simpatizantes, como se fora a cidade uma espécie de “feudozinho-particular” dos sobralenses da família “Ferreira Gomes”. Se bem que tal afirmativa até que poderia ser encarada como verdadeira por parte de alguns desavisados, se levarmos em conta que, mesmo sem nunca ter feito nada pelo Crato, o senhor Ciro Gomes conseguiu, sem maiores esforços, obter cerca de 11.000 votos da sua população numa dessas eleições proporcionais passadas. Para alcançar tal marca evidentemente que à sua retaguarda se postaram uma leva de maus cratenses, que devem se sentir satisfeitos e babando de alegria com o estado de penúria e degradação que a urbe experimenta.
Pois bem, como de há muito (e bote tempo nisso) se acha desocupado, já que rejeitado e reprovado pela população em diversas eleições onde só o seu “curralzinho eleitoral cratense” não foi determinante (ou teve peso insignificante), o distinto deu-se à tarefa de tramar, arquitetar e fazer funcionar conspirações político-partidárias, já agora escudado na função de “consultor” do PSB (para tanto, e só pra isso, o irmão Governador do Estado lhe paga uma apetitosa remuneração). 
E presumivelmente por considerar o Crato um território já “dominado” (afinal, repita-se, foram quase 11.000 votos pra quem nunca fez pela cidade) a megalomania “ferreiro-gomista” investe agora sobre o eleitorado de Fortaleza. E é fácil constatar que a mudança se deu exatamente após a entrada do senhor Ciro Gomes no jogo. Para tanto, após ensaio de meses, o afinado “Trio Soberba” (Ciro, Cid e Ivo Gomes), comandado pelo irmão mais velho, entrou em premeditada rota de colisão com a prefeita de Fortaleza (isso após o Governador, lá atrás, ter se comprometido a apoiar o candidato do PT à prefeitura da capital).
Hoje, o ex-presidente Lula da Silva e o presidente nacional do PT já foram acionados na tentativa de resolver o imbróglio, e o incêndio tende a ser apagado nesses dias, embora não se saiba o que se esconderá por trás da densa fumaceira resultante (a prefeita Luizianne Lins terá o apoio federal para indicar o “cabeça-de-chapa” petista, como antes combinado com o Governador ??? Ou este se rebelará, romperá com o PT e lançará candidato próprio, já que o irmão Ciro Gomes (mesmo que oficialmente o irmão-governador seja o presidente regional do partido)  já anunciou aos quatro ventos que não aceitará, em hipótese alguma, nenhuma das candidaturas postas à mesa pela prefeita de Fortaleza ???).
Enquanto isso, o que se comenta é que antes de deixar o Governo do Estado (pra se candidatar a Senador da República), Cid Gomes tomará duas medidas: 1) pra desgastar a prefeita e por extensão o seu candidato, tentará com que o Estado assuma a tarefa de construir pelo menos três dos túneis previstos para serem construídos pela municipalidade até a Copa do Mundo, visando a questão da mobilidade urbana de Fortaleza; e 2) baterá o martelo e referendará (por imposição de Ciro Gomes, evidente) o nome (já antecipadamente escolhido) pra ocupar o “empregão-vitalício” a surgir no Tribunal de Contas do Estado: será ninguém mais ninguém menos que ... Patrícia Gomes (ex de Ciro Gomes), que como vereadora, deputada e senadora destacou-se pela apatia e improdutividade; além do que, não ostenta a condição técnica necessária para exercer a função (e mais:  como pimenta nos olhos dos outros é refresco, a filha de ambos, Lívia Gomes, sairia candidata a vereadora aqui em Fortaleza). E se alguém não aceitar que vá reclamar ao Papa.
Mas, afinal... isto é um “trio” ou uma “pentarquia” insaciável ???  

Despedida- por Everardo Norões


o poeta se despede
pede visto
no passaporte outorgado
por deus
madrugada soa fera
e arde sem pudor
máquinas aceleram verbos constelados
tudo desperta no tardio
da página em branco
abre-se em lírio
vazio a repetir silêncios
soa cinzenta a hora do café
não sabe com que camisa
combinará esperas
e apenas esse longe
muito longe

Preâmbulos da Crise - José do Vale Pinheiro Feitosa


Os donos do dinheiro, deprimidos, não investem e nem arriscam. Mas ficam como barata tonta correndo de um lado para outro. Não permanecem inertes em si, rodam a bolsa em busca de quem pague mais e de tanto correr calçadas consomem a planta dos pés. Logo os pés onde todos nos apoiamos.  

Deprimido e correndo, também segue o povo. Sem salário, renda, casa, comida e hospital. O povo emagrece, entontece com os restos de álcool, esfarrapam suas vestes, a vida é um trapo. Sem prato, jogado de lado, o povo torna-se uma amálgama dissoluta e putrefata onde os urubus, carcarás e gaviões se alimentam.

Esse é o cenário de uma grande crise econômica. De uma crise típica do capitalismo cuja natureza quem tem hoje menos de setenta anos nunca experimentou. Igual a esta, mas noutra fase da história, só a crise que se cristalizou em 1929. E são crises duradouras, após as quais tudo muda, deixando o terreno que existia antes inteiramente fora de lugar.  

Os rumos do que vinha sendo se perderam em 1998 e sem que déssemos conta já se vão quatro anos e tudo piora. Por aqui não temos ideia do que ocorre em países como  Portugal, Espanha, Grécia e Itália. Mesmo na França o lanho se faz em suas estruturas sociais básicas e em sua economia. Só num mês foram retirados da Espanha U$ 66 bilhões e em nove meses foram U$ 200 bilhões, ou seja, 30% do PIB anual espanhol.

Mas os montantes monetários são frios, desesperada é a vida do Espanhol, sem emprego, proteção social, não apenas lhes faltam futuro o mais grave é o presente que não existe. A crise que destrói os europeus tem a natureza de um sismo permanente e diariamente novos abalos atingem áreas ainda preservadas e destroçam os destroços já destroçados. Destroçada está a vida do povo.

O terremoto desta crise é um abalo sistêmico. Antes o epicentro foi na América do Norte, agora se encontra na Europa, mas sem que se nomeasse como crise, já estivera no Japão, na Rússia, México e Brasil. A diferença daqueles anos é que ainda não tinham ocorrido nos territórios centrais do capitalismo e estes mais os organismos internacionais poderiam salvar-lhes da tremedeira.

O epicentro não tardará a atingir outros locais. Inclusive a América do Sul por suposto que a crise esteja superando este momento da história. E os sintomas da crise têm pródomos que lhes antecipam. Tais prenúncios se manifestam na cultura, na estética, no tema. Aparecem nas manifestações públicas inclusive agora nas redes sociais e no troca a troca de informações e manifestações.

Mesmo que acossado pela violência os personagens fora e dentro da crise se comportam de modo diferente. A natureza prodômica dos sintomas da crise se encontra no destempero de um Ministro do Supremo Tribunal Federal e na voracidade da mídia por assunto fervilhante junto com a sede de ocupar o campo da política substituindo os partidos.         

Junho - por Socorro Moreira



Junho sempre foi pra mim o mês mais gostoso do ano.
Sinto as suas boas energias. Amenidade no clima, e na vida.

Acordo no céu azul
e durmo num chão de estrelas...
Os jardins que visito estão sempre coloridos
e com gosto de verde
Até a minha planta caseira,
parece que pelos ares, se enfeita !
Sinto disposição de botar a mão na massa
e fazer pão !

- E  ainda guardo a vontade tímida
de viver a pureza de um sempre
novo amor !

Armadilhas perdidas - por Socorro Moreira


sexo, droga, dinheiro
são iscas?
eu sei fugir das armadilhas?!

por favor não esgotem
a beleza do tempo
deixem o perfume na rosa
esperem o por-do-sol
nesta tarde única
e rezem olhando a lua
nesta noite de junho !

Encontro Musical



Hoje, a partir  das 20 h, no Restaurante "Mirante".
Presença  de Hugo Linard e a sua música.

Nossas boas-vindas  aos ilustres amigos de Recife!


Quando nasce a lua
Meus escuros se enchem de mistérios
Ficam loucos , ficam cegos
e as respostam se distanciam de mim.
Quando nasce a lua ...
Não sei o lado que me aclara
quero colher toda luz
num só olhar
Mostro o céu
pra minha alma
Toco no imaginário
distante de mim.

(socorro moreira)