por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 1 de junho de 2012

Preâmbulos da Crise - José do Vale Pinheiro Feitosa


Os donos do dinheiro, deprimidos, não investem e nem arriscam. Mas ficam como barata tonta correndo de um lado para outro. Não permanecem inertes em si, rodam a bolsa em busca de quem pague mais e de tanto correr calçadas consomem a planta dos pés. Logo os pés onde todos nos apoiamos.  

Deprimido e correndo, também segue o povo. Sem salário, renda, casa, comida e hospital. O povo emagrece, entontece com os restos de álcool, esfarrapam suas vestes, a vida é um trapo. Sem prato, jogado de lado, o povo torna-se uma amálgama dissoluta e putrefata onde os urubus, carcarás e gaviões se alimentam.

Esse é o cenário de uma grande crise econômica. De uma crise típica do capitalismo cuja natureza quem tem hoje menos de setenta anos nunca experimentou. Igual a esta, mas noutra fase da história, só a crise que se cristalizou em 1929. E são crises duradouras, após as quais tudo muda, deixando o terreno que existia antes inteiramente fora de lugar.  

Os rumos do que vinha sendo se perderam em 1998 e sem que déssemos conta já se vão quatro anos e tudo piora. Por aqui não temos ideia do que ocorre em países como  Portugal, Espanha, Grécia e Itália. Mesmo na França o lanho se faz em suas estruturas sociais básicas e em sua economia. Só num mês foram retirados da Espanha U$ 66 bilhões e em nove meses foram U$ 200 bilhões, ou seja, 30% do PIB anual espanhol.

Mas os montantes monetários são frios, desesperada é a vida do Espanhol, sem emprego, proteção social, não apenas lhes faltam futuro o mais grave é o presente que não existe. A crise que destrói os europeus tem a natureza de um sismo permanente e diariamente novos abalos atingem áreas ainda preservadas e destroçam os destroços já destroçados. Destroçada está a vida do povo.

O terremoto desta crise é um abalo sistêmico. Antes o epicentro foi na América do Norte, agora se encontra na Europa, mas sem que se nomeasse como crise, já estivera no Japão, na Rússia, México e Brasil. A diferença daqueles anos é que ainda não tinham ocorrido nos territórios centrais do capitalismo e estes mais os organismos internacionais poderiam salvar-lhes da tremedeira.

O epicentro não tardará a atingir outros locais. Inclusive a América do Sul por suposto que a crise esteja superando este momento da história. E os sintomas da crise têm pródomos que lhes antecipam. Tais prenúncios se manifestam na cultura, na estética, no tema. Aparecem nas manifestações públicas inclusive agora nas redes sociais e no troca a troca de informações e manifestações.

Mesmo que acossado pela violência os personagens fora e dentro da crise se comportam de modo diferente. A natureza prodômica dos sintomas da crise se encontra no destempero de um Ministro do Supremo Tribunal Federal e na voracidade da mídia por assunto fervilhante junto com a sede de ocupar o campo da política substituindo os partidos.