por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 18 de abril de 2011

MITO DE QUIRÃO - O CENTAURO SÁBIO

O Educador Modelo

Quirão era conhecido como o mais justo dos centauros, o educador modelo ou ainda como o médico ferido. Descendente de linhagem divina, Quirão nasceu da união de Crono com a oceânica Fílira.
A narrativa grega afirma que Crono temendo represálias e ciúmes da esposa Réia, uniu-se a Fílira sob a forma de cavalo. Quirão nasceu metade homem, metade cavalo (corpo de cavalo, cabeça de homem). E por pertencer à mesma família divina de Zeus, é um centauro imortal não tendo, portanto, nenhum parentesco com os outros centauros, que são selvagens e violentos.
Quirão vivia numa gruta, em companhia da mãe, e foi o educador de muitos “jovens históricos” e heróis míticos a quem treinou nos ritos iniciáticos, que proporcionavam aos primeiros, o direito de participarem da vida política, social e religiosa da pólis. E aos heróis míticos, os ritos iniciáticos incorporavam a indispensável força espiritual para enfrentar quaisquer tipos de monstros.
Quirão tinha saber enciclopédico, o que fazia dele um mestre das artes da guerra e da caça, da mântica (arte divinatória), da equitação, da música, da ética. Foi educador de Jasão, Asclépio, Peleu, Aquiles, os Dióscuros Castor e Pólux e mais outros heróis. Quirão foi a fonte primeira onde todos beberam.

O Médico Ferido

É sobretudo na medicina que o benfazejo centauro se destaca. Era um xamã que entendia seus pacientes, por ser ele um médico ferido. Cuidava dos pacientes com zelo e compaixão, curando-lhes males e feridas.
Conta-se que Quirão foi ferido, acidentalmente, por uma flecha envenenada disparada por Hércules para atingir o centauro Élato. Recolhido à sua gruta, Quirão tentou com todos os ungüentos sarar a ferida, mas foi tudo em vão, porque sua ferida era incurável. Desejou morrer, mas em vão... pois era imortal.

A Constelação

Para livrar-se da dor e da ferida incurável, Quirão aceita trocar sua imortalidade com o mortal Prometeu. E assim sendo, o centauro pôde, como simples mortal, descansar. Conta-se que Quirão foi catasterizado na constelação de Sagitário, simbolizando o vôo da flecha que através do conhecimento se ultrapassa e se transforma de ser animal em ser espiritual.

A figura de Quíron nos traz o valor das inúmeras limitações das feridas dentro de nós, que, embora nos causem dor na vida cotidiana, de alguma forma nos abre caminhos para um entendimento maior a respeito das leis da vida.

Stela Siebra - Astróloga

SIDERAL - por Stela Siebra

ASCENDENTE SAGITÁRIO:
Atinja o alvo e oriente-se

As pessoas com Ascendente Sagitário marcam sua presença no mundo apresentando-se de forma vibrante, confiante, positiva e entusiasmada. A mente aberta para novos conhecimentos, o desejo de expandir seus horizontes, buscando ir além do que já aprendeu, são qualidades sagitarianas.

Essas qualidades se traduzem no estabelecimento de metas para sua vida. Quando você, que tem Ascendente Sagitário, estiver quieto demais e sem estímulo para nada é hora de acender, na sua alma, a chama da confiança. É hora de definir metas e começar a perseguir seus alvos.

O tédio e o fracasso não combinam com o Ascendente Sagitário. Por isso, olhe o caminho a sua frente e descubra novos significados para sua vida. Saia desse ambiente interno de apatia e veja as possibilidades que se apresentam para você estabelecer seus próximos alvos.

Coloque entusiasmo e confiança na missão de atingir cada meta, porém, observe se não está descuidando-se de alguns pontos. É que você, quando dirige sua visão para um objetivo, esquece, muitas vezes, que o caminho apresenta obstáculos e aspectos que têm que ser considerados, embora você os ache banais. O que acontece é que, no ardente desejo de expandir-se e chegar ao ponto almejado, você não conhece medidas. Mas saiba que você pode atingir seu alvo sem descuidar-se do que se apresenta no meio da jornada.

Você já conhece a história que ilustra o signo de Sagitário? É o mito do centauro Quirão. Leia e entenda melhor como sair de uma forma de vida emocional, passar pelo humano/racional e transcender.

Sagitário dá à alma um direcionamento para o alto. A alma busca o elevado. Se você ficar só na parte animal, vai mostrar-se na vida apenas emocionalmente. Busque através do intelecto atingir um conhecimento maior, que revelará seu mundo interior mais rico e sábio. E disponha-se, finalmente, a disparar as flechas de fogo do conhecimento em diversas direções, levando sabedoria e entusiasmo para os corações das pessoas.


No mapa astrológico o Ascendente é considerado o impulso de orientação, porque é o signo que está subindo no horizonte oriental no momento do nascimento. Por isso é ele quem inicia o percurso do Mapa astrológico pelas 12 Casas. É a ponta da Casa I, a casa da nossa identidade, aquela que mostra nossa fachada, nosso temperamento e comportamento. Daí a importância do Ascendente, porque o princípio desse signo é quem vai dar o horizonte de nossa vida, simbolizando nossa forma de expressão imediata e espontânea. O Ascendente é como nos mostramos como somos vistos, como inauguramos a vida

Manuel Bandeira

O último poema


Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.




Lygia Fagundes Telles



Lygia Fagundes Telles (São Paulo, 19 de abril de 1923) é uma escritora brasileira, galardoada com o Prémio Camões em 2005.

É membro da Academia Paulista de Letras desde 1982, da Academia Brasileira de Letras desde 1985 e da Academia das Ciências de Lisboa desde 1987.

Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentas e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim.
Lygia Fagundes Telles

Manuel Bandeira


Manuel Bandeira (3º da esquerda para direita em pé), Alceu Amoroso Lima (5ª posição) e Dom Hélder Câmara (7ª) e sentados (da esquerda para direita), Lourenço Filho, Roquette-Pinto e Gustavo Capanema

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Nélson Rodrigues, Carlos Pena Filho e José Condé, representa a produção literária do estado de Pernambuco.


wikipédia

Neste rio-Por Rosemary Borges Xavier

Neste rio tão frio:
Deixei cair meu pensamento;
Para que haja tempo de se ter um lamento;
E não se transformar mais uma vez em tormento...

Neste rio sombrio:
Espero um descanso, que custa tanto;
Mas, só vejo rolar um pranto...

Neste rio tão frio e sombrio, nosso sonho se perdeu;
Por tanta coisa que aconteceu entre você e eu;
Agora já não importa quem vai abrir a porta e esperar a solidão sair;

Então, chega a noite, o rio continua frio e sombrio;
A espera de um pranto, porém meu pensamento já não está mais em tormento;

Por isso me pergunto:
De que adianta se tudo se perdeu entre você e eu?
Será que foi o rio tão frio e sombrio?

A TECNOLOGIA CRIANDO A FUTUROLOGIA - por Ulisses Germano



assombrado com a sombra
projetada de repente
o idoso se assombra
com a criação da mente:
-não, isto não é magia
isto é tecnologia
não para de ir em frente

Ulisses Germano
(retalhos de cordel)

Mart'nália e Paulinho da Viola na Virada Cultural 2011

por Vera Barbosa

Imagem: Jann Barbosa

Acabei de chegar em casa, e minha euforia trouxe-me direto ao computador. Embora um pouco alta (dadas as doses de cerveja e emoção), fiquei me perguntando que magia é essa que faz o povo ser feliz. De onde vem essa alegria contagiante, esse prazer de sorrir e sonhar, que faz das pessoas a tradução da felicidade? Eu digo: vem do amor, de amar; do prazer de ser e estar à vontade, em casa, feliz. Vem da música, da arte. Afinal, o povo sofre tanto e tem tantas dificuldades, que liberar essa adrenalina de forma tão pacífica e natural é uma sensação ímpar.

O samba traduz, como nenhum outro ritmo, as expectativas e os sentimentos desses milhares de pessoas. E, num mundo de tanta violência e contradições, em que tanto se busca o ter e fazer, ser você mesmo e saborear as nuances da harmonia num público tão diversificado é de enlouquecer. À parte problemas de som e de organização, estar com Mart'nália e Paulinho teve um quê de quero mais; algo de sublime, intenso e, ao mesmo tempo, fulgaz. 

Eu entrei em transe ao experimentar! Estava ali, no meio do povão, tão à vontade, tão tranquila, que pude saber: ser feliz é bem possível e custa bem pouco - ou quase nada. A Virada Cultural 2011 atestou a capacidade de interação com respeito às diferenças. E a simplicidade, mais uma vez, foi a palavra de ordem. Não importava sua tribo ou sua cor, sua religião, seu time de futebol ou seu partido político. Hoje, em São Paulo, era necessário ser.

Mart'nália brindou seu público com descontração, num repertório (como ela) leve, solto. Para onde se olhava, era possível constatar a alegria. "Entretanto", "Cabide", "Ex-amor" e "Pé do meu samba" foram algumas das canções que iluminaram o pôr do sol de Sampa, nesse domingo, 17 de abril, e fizeram a platéia sacudir os ossos e arejar os pulmões.

Depois, veio Paulinho da Viola, a elegância e o requinte na maior e melhor porção de simplicidade e sabedoria de um astro consagrado da MPB. Valeu a pena esperar quase uma hora e meia para ver o filósofo do samba desfilar sua elegência e delicadeza. "Coração leviano", "Sinal fechado", "Nervos de aço" e "Timoneiro", entre outros sucessos,  emocionaram os presentes no palco República. Paulinho tem a dose certa da verdade de cada um, aquele algo mais que a gente tenta dizer, e não consegue. Ele alcança nosso íntimo como ninguém!

Nas bandas que acompanharam os dois artistas, músicos de primeira grandeza, com destaque para a participação mais que especial do maestro Cristóvão Bastos e da Orquestra de Cordas de Curitiba. Mais uma vez, São Paulo está de parabéns por proporcionar 24 horas de lazer e cultura para tanta gente tão diferente e, ao menos tempo, tão parecida. Afinal, "a gente quer comida, diversão e arte!"

Virada Cultural 2011: um brinde à diversidade e ao talento!

Por João Nicodemos


Receita de Rosca de Páscoa


Ingredientes

* 1/4 xícara (chá) mais 1 colher (sopa) de açúcar
* 1 xícara (chá) de leite morno
* 2 tabletes (15grs cada um) de fermento para pão
* 4 xícaras (chá) de farinha de trigo peneirada
* 1/2 colher (chá) de sal
* 2 ovos
* 1 pitada de noz moscada
* Casca ralada de meio limão
* 1/2 xícara (chá) de manteiga ou margarina derretida
* 1/3 xícara (chá) de frutas cristalizadas
* Farinha de trigo para polvilhar
* Manteiga ou margarina para untar
* 1 gema batida


Modo de preparo

* Numa vasilha, misture 1 colher de chá de açúcar e o leite morno.
* Esmigalhe por cima o fermento e deixe descansar por 5 minutos, ou até a superfície começar a espumar.
* Misture delicadamente e reserve.
* À parte, peneire juntos a farinha e o sal.
* Bata os ovos numa vasilha pequena com o restante do açúcar, a noz moscada e a casca ralada de limão.
* Junte a mistura de fermento e despeje sobre a farinha.
* Adicione a manteiga e as frutas cristalizadas.
* Misture e coloque numa superfície de trabalho polvilhada com farinha de trigo.
* Amasse até obter uma massa elástica, acrescentando mais farinha, se necessário.
* Deixe descansar por 30 minutos em lugar protegido.
* Unte uma forma redonda de 25cm de diâmetro.
* Abaixe a massa e divida em 4 partes iguais.
* Faça uma bola com cada parte.
* Coloque a massa assim dividida na forma preparada, uma ao lado da outra, e deixe descansar por mais 30 minutos.
* Pré aqueça o forno em temperatura moderada (170ºC).
* Pincele a massa com a gema batida e asse na grade inferior do forno por uns 30 a 40 minutos.
* Retire da forma e deixe esfriar sobre uma grade.


Fonte: http://www.culinaria-receitas.com.br/paes-e-lanches/rosca-de-pascoa.

A poesia de Artur Gomes


afiando a carNAvalha
para Eliakin Rufino

cocada agora
só se for de coco
paçoca de amendoin

cigarro só se for de palha
cacique só se for da mata
linguagem só tupiniquim


bala só se for de prata
água só se aguardente
tônica só se for com gin

estado só se for de surto
eleição só se for sem furto
brilho só no camarim

golaço só se for de letra
ronaldo só se for gaúcho
malando só se mandarim

política só se for decente
partido só sem presidente
governo eu que mando em mim

batismo só se for de pia
congresso só de poesia
reinaldo só se for jardim


O MENINO AZUL




O MENINO AZUL

A mulher saiu do esgoto,
olhou para a multidão
e gritou a sua loucura:
– Eu quero o menino azul!

A mulher olhou os homens
como quem olha um espelho,
e gritou a sua angústia:
– Eu quero o menino azul!

A mulher sumiu-se no ar,
no meio da multidão.
Resta o seu grito de pedra:
– Eu quero o menino azul!

– Onde está o menino azul?



Histórias de vida, um livro - Emerson Monteiro


Com este subtítulo e o título de O voo do zabelê, às 19h30 desta terça-feira, 19 de abril de 2011, o advogado José Vanderlei Landim trará ao público leitor caririense o seu primeiro livro, isto nas dependências do Rotaty Club, no Parque Grangeiro, em Crato.
Obra de cunho etnográfico e memorialista, reúne vivências do escritor durante uma trajetória rica de ocasiões dignas e saborosas, através de estilo espontâneo e correto. Em textos claros, mosaicos de estudos, viagens, rotinas profissionais, amizades adquiridas pelo mundo, lugares, travessuras, instantes familiares, esse autor contextualiza páginas que o Pe. Raimundo Elias Filho avalia qual um legado que fica não somente para os seus filhos e netos, mas, igualmente, à disposição de todo e qualquer ser humano de boa vontade, capaz de aprender com outro ser humano.
A força da escrita sempre condicionará as melhores tradições pessoais nas mãos dos que nutrem essa verve de proporção infinita da literatura. Cantar os valores eternos da vida, os dotes do aprendizado, as riquezas do inesperado e das conquistas individuais, pela mágica das palavras a formularem sentidos e montar circunstâncias na transmissão dos conceitos e pensamentos naturais dos indivíduos.
Vanderlei Landim resolveu, pois, partilhar sua herança intelectual no tanto que arrecadou das tantas estradas percorridas, e trabalhou, no livro, os painéis interioranos e heróicos de um sertanejo a braços com a civilização urbano-industrial, indo longe nas suas disposições. Saído de Brejo Santo, Ceará, ligado às histórias do interior desconhecido, estendeu redes às plagas europeias, de onde colheu jóias que transportou ao belo trabalho gráfico editado pela Diz Editoração e confeccionado pelas oficinas da Expressão Gráfica, da Capital cearense.
Landim esquadrinhou planos diversos até consolidar o saber que ora repassa aos seus contemporâneos. Estudou em Triunfo, Pernambuco, com frades franciscanos; depois no Seminário Santo Antônio, Ipuarana, Campina Grande, na Paraíba; e em Fortaleza, até se bacharelar em Direito pela Universidade Federal do Ceará, em que fez ainda curso de Desenvolvimento Econômico. Seguiu à Europa, e na França estudou na Escola Prática de Altos Estudos, Sorbonne, Universidade de Paris. Além de outras funções, foi professor do curso de Direito da Universidade Regional do Cariri e Juiz Federal do Trabalho, em Sergipe.
José Vanderlei Landim repassará o produto da venda deste seu trabalho literário à Sociedade Lírica do Belmonte, SOLIBEL, instituição criada pelo Pe. Ágio Augusto Moreira para propagar a boa música entre os habitantes do sopé da Serra do Araripe, no município cratense.
Todos os apreciadores da arte e da cultura acham-se, pois, convidados a esta solenidade, quando ocorrerá a noite de autógrafo de O voo do zabelê.

Hoje é o dia do livro!


Cumprimentamos todos os autores pelas suas produções literárias, materializadas num livro!
No Azul Sonhado, muito, já tiveram esta sorte. Aliás, nem chega a ser sorte: basta querer!
Geraldo Ananias, Emerson Monteiro, Zé Flávio, Brandão, Nicodemos, Carlos Esmeraldo, Zé do Vale, Marcos Leonel, Geraldo Urano, Telma Brilhante, Rosa Guerrera , Rejane Gonçalves, Assis Lima, Everardo Norões, entre outros, já possuem seus livros, na prateleira .
Dentro em breve, lançaremos o Livro "No Azul Sonhado", que propõe editar textos, em prosa e versos ,dos seus autores/colaboradores. Aguardem-no!
A internet talvez não seja passageira, mas o livro no material , garante a transcendentalidade.

Foto de Mara Thiers


Albert Einstein



Albert Einstein , 14 de Março de 1879 — Princeton, 18 de Abril de 1955 foi um físico teórico alemão radicado nos Estados Unidos.

100 físicos renomados o elegeram, em 2009, o mais memorável físico de todos os tempos.

É conhecido por desenvolver a teoria da relatividade. Recebeu o Nobel de Física de 1921, pela correta explicação do efeito fotoeléctrico; no entanto, o prémio só foi anunciado em 1922 . O seu trabalho teórico possibilitou o desenvolvimento da energia atômica, apesar de não prever tal possibilidade.

Devido à formulação da teoria da relatividade, Einstein tornou-se mundialmente famoso. Nos seus últimos anos, sua fama excedeu a de qualquer outro cientista na cultura popular: "Einstein" tornou-se um sinónimo de génio. Foi por exemplo eleito pela revista Time como a "Pessoa do Século", e a sua face é uma das mais conhecidas em todo o mundo. Em 2005 celebrou-se o Ano Internacional da Física, em comemoração aos cem anos do chamado "Annus Mirabilis" (ano miraculoso) de Einstein, em que este publicou quatro dos mais fundamentais artigos cientifícos da física do século XX. Em sua honra, foi atribuído o seu nome a uma unidade usada na fotoquímica, o einstein, bem como a um elemento químico, o einstênio.
wikipédia

"Amor e Revolução" - José Nilton Mariano Saraiva

Fecha-se o cerco. Abrem-se as cortinas. Começa o espetáculo. De forma lenta, gradual e segura (parodiando um nauseabundo ex-general, já falecido), aos poucos as coisas vão mudando na programação televisiva brasileira. Agora, por exemplo, em contraponto aos melosos e comumente imorais folhetins globais, veiculados no horário nobre, se acha em exibição no SBT, já há cerca de duas semanas, a corajosa e esclarecedora novela “Amor e Revolução”, abordando de forma bem objetiva e contundente os tempos duros, difíceis e sombrios da “redentora” (Ditadura Militar, no período 1964-1985, no Brasil).
Baseada em fatos reais (e os historiadores estão aí mesmo para confirmá-los), trata-se, sem favor nenhum, do retrato emblemático daquela longa noite de horrores da história brasileira (povoada de fatos degradantes e abomináveis), quando milhares de jovens idealistas (homens e mulheres) foram exaustivamente perseguidos, torturados e, posteriormente, sumariamente eliminados (e suas famílias destroçadas), sob o pretexto de atuarem como emissários responsáveis por implantar o regime “comunista/socialista” por essas bandas.
Apesar de exibida em horário um tanto quanto inconveniente (22:30 horas), vale a pena conferir a produção do SBT, a fim de se constatar a inaceitável hediondez e bestial “desumanidade” da tortura (cavalo-de-pau, afogamento, choque elétrico, sufocamento, abuso sexual e por aí vai).
Que a novela do canal do Sílvio Santos está incomodando muita gente, disso não tenham quaisquer resquício de dúvidas. Tanto é verdade que alguns saudosistas “generais-de-pijama” já acionaram recorrentemente os Tribunais Judiciários visando sustar sua veiculação.
Como, entretanto, os tempos definitivamente são outros, vamos esperar que não haja solução de continuidade, a fim de que todos possam – principalmente a jovem geração “shopping center” – pesar e aquilatar o caro preço pago para que hoje possamos nos manifestar democraticamente (e que culminou com a outrora impensável eleição de um “trabalhador” para a Presidência da República, posteriormente sucedido por uma mulher, fato nunca dantes experimentado neste país continental).
Convém ainda não esquecer, que também se acha em curso (estimulada, sim, pelo atual governo), a instalação da “Comissão da Verdade” e uma possível revisão da Lei da Anistia (claramente beneficiária dos torturadores), contemplando aquele negro período. Como o SBT (canal 12) se acha a apenas um simplório click da Globo, que tal mudar sua frequência ??? Vá lá, experimente. Você só tem a ganhar.

VICENTE PAIVA- por Norma Hauer



Ele nasceu em São Paulo no dia 18 de abril de 1908. E parece que naquela época pegou a chupeta e cantou:
Quem não chora, não mama
Segura meu bem a chupeta.
Lugar quente é na cama
Ou então no Bola Preta"...

Quem não conhece o mais famoso e antigo cordão carnavalesco do Rio? Pois seu estribilho foi composto por Vicente Paiva.

E quem foi Vicente Paiva?

Foi pianista, trabalhou no Cassino da Urca entre 1934 e 1945, deixando-o nesse ano para passar a compor para o teatro de revista, com Walter Pinto à frente, até 1962.
Nesses períodos não deixou de compor também para o carnaval, sendo co-autor de um dos maiores sucessos do antigo "tríduo de Momo":

"Mamãe eu quero,
Mamãe eu quero
Mamãe eu quero mamar.
Dá a chupeta,
Dá a chupeta.
Dá a chupeta
P'ro bebê não chorar".

É, parece que ele gostava mesmo da chupeta.

Quando Carmen Miranda, após sua primeira temporada nos Estados Unidos, esteve aqui no Rio, Vicente Paiva compôs para ela gravar os sambas:"Voltei p'ro Morro"; "Ela diz que Tem;" e "Disseram que Voltei Americanizada", este em parceria com Luiz Peixoto. Isso porque o povo não a recebeu bem dizendo-a "americanizada".

Heleninha Costa gravou outro grande samba de Vicente Paiva:" Exaltação à Bahia".

Duas grandes composições abrilhantaram, como poucas, a voz de Dalva de Oliveira:"Ave Maria" e "Olhos Verdes". Nestas músicas, Dalva mostrou toda a grandeza de sua voz.

AVE MARIA
Co-autor Jaime Redondo

Ave Maria
Nos seus andores
Rogai por nós
Os pecadores.

Abençoai!
Destas terras morenas
Seus rios, seus campos,
E as noites serenas
Abençoai as cascatas
E as borboletas
Que enfeitam as matas.

Ave Maria
Cremos em vós
Virgem Maria
Rogai por nós...

Conhecido além fronteiras, foi convidado, em 1961, a tomar parte no Festival de Berlim.

Regressando ao Brasil, faleceu em 18 de fevereiro de 1964, sem completer 56 anos. 

Morma

Um tempo que ainda existe- por Rosa Guerrera




Hoje fiquei por muito tempo olhando a foto dessa menina gorducha numa velha moldura pendurada na parede do meu quarto. E fiquei imaginando quantos janeiros e quantas alamedas nos distanciam hoje... Será que essa menina ainda me reconhece nos dias atuais , eu serei eu que não consigo mais lembrá-la nitidamente ? Com a idade que eu tinha nessa foto , é obvio que não recordo de nenhum detalhe da minha vida , mas imagino que o colorido do meu mundo era igual aquele de todas as crianças com 2 anos. E me pergunto:"porque será que a gente cresce"? Porque com o passar dos anos as nuances da nossa vida vão adquirindo côres tão diversas ?

Curioso é que essa foto mesmo com o caminhar do tempo sempre foi pendurada numa parede em todas as casas que morei... Terá sido por irônia , por acaso , ou poesia que ela me acompanha até hoje ? Ou quem sabe para que eu encontre vez por outra um espaço tranquilo para superar as dores ,apagar mágoas ou aperfeiçoar experiências vividas...

Sinceramente , não sei ! Só sei que olhando hoje essa foto , a menina de rosto redondo pareceu sorrir para mim . E não nego: fiquei por demais feliz por ter entendido que ainda estamos bem pertinho uma da out

Meu pai - Por Socorro de Moreirinha


Hoje é um dia de lembrar a paternidade perdida, deixando de lado a dor da perda, mas chamando a saudade vestida de proteção, alegria e ternura.
Moreirinha era um pai especial. Vivia arte, produzia arte, e amava com arte. A sensibilidade dos seus 6 filhos foi formada , no pé do rádio, radiola, cartolinas, telas, pincéis, e no bico da pistola. Pistola mágica , usada por mãos destras, e olhar estético.
Nem dá pra enumerar o tanto do carinho que recebemos daquele homem de mãos sujas de tinta, que com elas ganhava o nosso sustento.
Tínhamos reais afinidades. O mesmo pé, o mesmo passo. Gostávamos da vida noturna, do violão tocado e cantado nas madrugadas.Fizemos juntos, algumas "farras". E até quase nos seus últimos anos, ele cantava lindamente todas as músicas que eu gostava. “Canta aquela, papai" ... Frase que eu aprendi a repetir , desde a mais tenra idade !
Era cheio de gavetas fechadas, onde guardava seu material de trabalho: pincéis, cartolinas, Nanquim ,lápis , réguas, estiletes, canivetes, etc.Tinha ciúmes dos seus livros, coleções de revistas e discos. Amava o cinema , e não perdia uma única estréia. Fazia os cartazes, faixas com letreiros, e ainda desenhava os grandes astros, no papel de pão, nas toalhas de mesa da casa.
Ter um pai artista muda uma história de vida.
Sou música porque ele me fez assim !
Sou borboleta, estrela, vento e palmeira, porque assim me desenhou.
Sou a resultante de uma vida cantante, chorando e sorrindo , num clima de boemia e religiosidade.
Agora, anda por lá... Provavelmente fazendo artes !
Se o passado voltasse, queria meu pai, outra vez ao meu lado , cantando no banheiro, assobiando Pixinguinha, comendo uma coxa de peru, no almoço... e, pra variar, tomando uma cervejinha !




Não aconteceu.
Nem pode acontecer,
apesar dos olhos fechados,
do coração batendo,
e a sensação do que pode ser.

Como acontecer ?
Nos sonhos,
na forte intenção do desejo?
- Eu sonhei tanto
com o primeiro beijo.!

O peito resvala um suspiro
A boca úmida engole o motivo
Solto um bocejo,
na procura de um beijo,
e os teus olhos piscam !

(socorro moreira)

José Saramago - por José do Vale Pinheiro Feitosa



José Saramago,

Sabe aquela escuridão, mofada, entremeada de teias de aranha, que entupia os tubos pelos quais se respira, foi ela que te transportou para as paredes vulcânicas das Ilhas Canárias. Tu, carregado pelo braço leve de Pilar del Rio, fostes além daquele adro católico que enterra a alma portuguesa como um manto a sufocar o broto de novas flores. Sal amargo, salamargo, salamandra das pedras das Canárias.

Membro do partido comunista em solo português, como este da terra brasilis, senha para ser perseguido, acusado, demitido, culpado de tudo, até da fúria dos poderosos que, violenta, lanha tua pele em chagas. Pois quisestes muito,“participar em acções reivindicativas da dignificação dos seres humanos e do cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos pela consecução de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade absoluta, e não o comércio ou as lutas por um poder hegemónico, sempre destrutivas.”

Aquela hierarquia das cinzas, tumular dos espíritos obrigados a nascer. Tão pálida de luz e de olhos fundos, refestelada nas adegas de conventos, nos anéis cardinalícios, junto ao coração da piedosa esposa do Sr. Ministro. Ali, ao pé do ouvido, no silêncio de corredores, na ausência de testemunhas, todo um povo pobre e sofrido perdeu o progresso do século, sofreu o abandono da nova jornada interrompida num lamaçal que atolou a todos por quase um século.

E quando tua família sai pelas brechas incontidas do regime de contenção, tornaste-se, tu, Saramago, hoje reverenciado pelos cínicos que te atraiçoaram, pelo mesmo Cavaco Silva do teu exílio nas Canárias quando ousastes ser um evangelista com as marcas do tempo de agora. E teu relato autobiográfico revela a falência do ensino técnico dos tempos “americanhalhados” da indigência pedagógica do Brasil. Do ensino, tornado aborto do espírito humano, de porcas, parafusos e arruelas.

Como dizes: “meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais surpreendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura.”

Sabe Zé, quando falastes da morte sem medo, falavas da vida. Ficou uma sensação de que o contrário da vida não é a morte, esta instituição lendária. O contrário da vida é o medo, o apego ao inseguro como se rocha fosse e tal apego não passa de um bem material em processo de liquefação. Como todos os bens e riquezas, que servem mais para causar dor no outro, do que dar coragem a quem os possui. E tudo, Zé, para demonstrar a burrice de alcaides, prefeitos e vereadores, bibliotecas para a juventude não existem. Como tu, no teu atrasado e espezinhado Portugal ainda pudeste frequentar: “frequentar, nos períodos nocturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.”

Zé, o mundo é outro mesmo! Os livros se tornaram produtos comerciais. Os escritores meros anéis de ligação na máquina de produção, distribuição e consumo. Bem sabes que teu mundo se tornou universal pelo Prêmio Nobel, sem o qual, talvez, ninguém te escutasse tanto quanto se escutou e hoje, condoídos, repetem o quanto tinhas para dizer. Se não fosse o prêmio, bem menos.

Outro dia, Zé, olhando o calendário das tuas publicações outro sentimento me roubou da mortalidade. Não eras aquele tipinho de mídia, precoce, veloz, que se torna personalidade como Lady Gaga, assim como uma espuma de shampoo. Escorre pela pele e se vai pelo ralo da próxima atração. Tuas publicações é a senha para que todo escritor, todo poeta, todo artista vá muito além dos limites de si mesmo e daqueles externos que existem para te confundir.

Se tinhas 24 anos quando de tua primeira publicação, tanto tempo não viram letras impressas dos teus poemas. Somente aos 43 anos retornastes às publicações com teus poemas. O primeiro romance aos 55, outro aos 57, levaste uma década escrevendo mesmo romance. Eis a marca de que não é no sucesso, na idade e nem no produto que “todo artista tem ir onde o povo está”.

José Saramago, um humano como nós. Um ateu que escreveu um evangelho. Um comunista que viveu a perseguição de sê-lo.

Com afeto e sem açúcar- socorro moreira





Tristeza inexplicável

Alegria medrosa

desarmada,

sem vitórias .

Energia minada

Canto silencioso

Meu samba

sem batucada.

Por-do-sol abrindo a cortina

Janelas mirantes

colhem a cor-da-rosa,

que o céu derrama.

Lembro o tempo de colar de estrelas,

quando estrelas sobravam,

e viravam brincos...

Eu preciso de coragem

para ser feliz , sem morrer de açúcar !

( socorro moreira)

Tô sentindo...


Hoje, a noite anda meio esquisita;
Meio vazia, meio esguia, meio qualquer coisa;
Meio cansada, meio calada, um pouco desajeitada.
Tô aqui meio mole e meio pensativa;
Meio dolorida, meio indecisa, meio no tranco;
Desbanco já esse meu jeito manco.
Tô aqui pensando e escrevendo um pouco.

Mara