por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 18 de abril de 2011

MITO DE QUIRÃO - O CENTAURO SÁBIO

O Educador Modelo

Quirão era conhecido como o mais justo dos centauros, o educador modelo ou ainda como o médico ferido. Descendente de linhagem divina, Quirão nasceu da união de Crono com a oceânica Fílira.
A narrativa grega afirma que Crono temendo represálias e ciúmes da esposa Réia, uniu-se a Fílira sob a forma de cavalo. Quirão nasceu metade homem, metade cavalo (corpo de cavalo, cabeça de homem). E por pertencer à mesma família divina de Zeus, é um centauro imortal não tendo, portanto, nenhum parentesco com os outros centauros, que são selvagens e violentos.
Quirão vivia numa gruta, em companhia da mãe, e foi o educador de muitos “jovens históricos” e heróis míticos a quem treinou nos ritos iniciáticos, que proporcionavam aos primeiros, o direito de participarem da vida política, social e religiosa da pólis. E aos heróis míticos, os ritos iniciáticos incorporavam a indispensável força espiritual para enfrentar quaisquer tipos de monstros.
Quirão tinha saber enciclopédico, o que fazia dele um mestre das artes da guerra e da caça, da mântica (arte divinatória), da equitação, da música, da ética. Foi educador de Jasão, Asclépio, Peleu, Aquiles, os Dióscuros Castor e Pólux e mais outros heróis. Quirão foi a fonte primeira onde todos beberam.

O Médico Ferido

É sobretudo na medicina que o benfazejo centauro se destaca. Era um xamã que entendia seus pacientes, por ser ele um médico ferido. Cuidava dos pacientes com zelo e compaixão, curando-lhes males e feridas.
Conta-se que Quirão foi ferido, acidentalmente, por uma flecha envenenada disparada por Hércules para atingir o centauro Élato. Recolhido à sua gruta, Quirão tentou com todos os ungüentos sarar a ferida, mas foi tudo em vão, porque sua ferida era incurável. Desejou morrer, mas em vão... pois era imortal.

A Constelação

Para livrar-se da dor e da ferida incurável, Quirão aceita trocar sua imortalidade com o mortal Prometeu. E assim sendo, o centauro pôde, como simples mortal, descansar. Conta-se que Quirão foi catasterizado na constelação de Sagitário, simbolizando o vôo da flecha que através do conhecimento se ultrapassa e se transforma de ser animal em ser espiritual.

A figura de Quíron nos traz o valor das inúmeras limitações das feridas dentro de nós, que, embora nos causem dor na vida cotidiana, de alguma forma nos abre caminhos para um entendimento maior a respeito das leis da vida.

Stela Siebra - Astróloga

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