por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 5 de janeiro de 2013

Os dois menores e MELHORES contos de fadas do mundo:

1. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

Era uma vez uma linda moça que perguntou a um lindo rapaz:
- Você quer casar comigo?
Ele respondeu:
- NÃO!
E a moça viveu feliz para sempre, foi viajar, fez compras, conheceu muitos
outros rapazes, visitou muitos lugares, foi morar na praia, comprou outro
carro, mobiliou sua casa, sempre estava sorrindo e de bom humor, nunca lhe
faltava nada, bebia cerveja com as amigas sempre que estava com vontade e
ninguém mandava nela.
O rapaz ficou barrigudo, careca, o pinto caiu, a bunda murchou, ficou
sozinho e pobre, pois não se constrói nada sem uma MULHER.
FIM!!!

2. Conto de fadas para mulheres do séc. 21

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e
cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como
o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades
ecológicas, se deparou com uma rã.
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: -Linda princesa, eu já fui um
príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me
transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar
feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu
poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os
nossos filhos e viveríamos felizes para sempre...
E então, naquela noite, en quanto saboreava pernas de rã à sautée,
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a
princesa sorria e pensava: -Nem fo...den...do!
nós descobrimos o orkut e entramos como se estivéssemos perto de descobrir a salvação. enjoou. virou um outdoor gigante onde se jogava, comprava shampoo e se "ensaiava" o modus operandi de dizer onde estou/pra onde vou/ quem estou comendo/ a quem estou dando.

o facebook é o upgrade do orkut. só lemos o que queremos (lemos?), só vemos os nossos amigos, e somos todos bons meninos e meninas que gostam de jesus/buda/osho/ganesha/jeová/cabeça do meu pau.

daí tem um monte que diz: "vixi, lai vem o BBB"! ora porra! o que é o orkut? o que é o facebook senão um puta Big Brother onde a mensagem é "editada"? exemplos? fotos da noite anterior, da noite, da noite posterior, da bunda, do rango, do gato, de gente que sumiu, de negro, de gay, de árvore, de puta e mais...

frases tipo: "foda-se, estou melhor sem você, estou feliz, carente, triste, maconhado, gentil, dando a bunda, comendo um peixe cru" e mais...

se a festa está "tão foda", como é que alguém tem tempo de fotografar e digitar um texto e postar? eu, por exemplo, quando tô chapado, não vejo nem as teclas do celular. e mais:

bora se divertir? e meter o pau em dona dilma, genoíno, prefeitos omissos e demais estúpidos de plantão? e mais:

como diz o sábio Tom Zé: "Eu? eu quero é comer com coentro", ora ora... tomar no cú ninguém quer em 2013?
Por Lupeu Lacerda

O "cara" - José Nilton Mariano Saraiva

Já nos reportamos aqui sobre as “homenagens” aos ídolos do futebol, música e cinema, por parte de pais “torcedores-fanáticos”, através da tributação, preferencialmente ao primogênito, do nome de algum deles. No entanto, um outro tipo de homenagem é muito comum entre genitores normalmente humildes e de parca cultura, e que merece ser lembrada: batizar o rebento com um nome estrangeiro, uma sopinha de letras de difícil pronúncia, capaz de “enrolar a língua” de qualquer um “metido a besta”, simplesmente porque se lhe parecia um nome “bonito”. Não importa a origem do nome, quem o usava (se se tratava de algum marginal ou uma autoridade constituída); enfim, o que valia era a “boniteza” da grafia e, principalmente, a dificuldade que os “analfabetos” tinham de pronunciá-lo.
Pois foi estribado em tais “conceitos revolucionários” que o pai de um nosso colega de trabalho resolveu batizá-lo com o pomposo nome de Zwínglio (aos desavisados, a principal referencia sobre, é o suíço Ulrich Zwínglio, teólogo e principal líder da reforma protestante naquele país; portanto, um nome de peso e com história).
Fato é que, de tanta ouvir o pai se “gabar” com os amigos do nome estrambótico e difícil que tinha posto nele, nosso amigo assimilou “ipsis litteris” e “lato sensu” todo aquele arrazoado laudatório e, ele próprio, a partir de uma certa idade, passou a se vangloriar do nome e, tal qual o nosso rei Roberto Carlos, hoje, a se achar “o cara”; ria às escancaras quando, ao fornecer informações para um cadastro qualquer nas lojas comerciais, observava a extrema dificuldades e a cara de espanto dos seus entrevistadores: “Por favor, senhor, Zu o quê mesmo ???”, lhe inquiriam. E nessa oportunidade, como se fora um paciente professor catedrático, fazia questão de citar, uma a uma, aquelas letras famosas, caprichando na dicção:  Z – W – I – N – G – L – I - O. E se punha a rir com a cara de espanto daqueles “pobres-analfabetos”.
A adoração pelo próprio nome virou mais que mania, tornou-se uma verdadeira obsessão, tanto que, 200 anos antes de casar, ele já decidira que o primeiro filho receberia na pia batismal o mesmo nome do pai (afinal, era uma rara oportunidade de homenagear o avô (seu pai), que mesmo pouco letrado, tivera a idéia brilhante de arranjar-lhe um nome tão “porreta”).
Assim, constituiu-se uma tremenda surpresa o nascimento de uma robusta criança do sexo feminino; e agora, o que fazer, se perguntava atarantado; mas eis que, como num passe de mágica, “fiat lux”: absorveu o choque rapidamente através da  adoção de uma solução simplória - “feminilizar” o próprio nome, trocando o “O” final pelo “A”, daí que a filha chamar-se-ia Zwínglia. Pronto, com ele ninguém podia, era um gênio.
Anos após, evidentemente que quando começou a se entender por gente (ao adolescer), a filha criou verdadeira ojeriza pelo próprio nome, a ponto de ter vergonha de citá-lo, em conversas particulares e, principalmente, em público. Virava uma fera-ferida quando o pai, na ânsia de mostrar ao mundo o que era um nome bonito, a chamava a quatro pulmões pelo nome exótico.  Para ela, seu pai “tava doido varrido ou bêbado” quando decidiu batizá-la com aquela “praga de nome”. Pra encurtar a conversa e já que não tinha mesmo jeito, Zwínglia resolveu que a partir de então seria simplesmente “Zu”. E não admitia tergiversações. Se o pai não gostasse que fosse à PQP. Se possível, sem passagem de retorno.
Enquanto isso, na solidão da sua última morada, Ulrich Zwínglio ainda hoje deve estar se contorcendo e se questionando se merecia tal tipo de homenagem.

VERÍSSIMO - José do Vale Pinheiro Feitosa


O Pavilhão Carlos Chagas, localizado no Hospital São Francisco, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, era onde todos os estudantes politizados e preocupados com os problemas de saúde pública iam terminar o curso, se especializar e até fazer mestrado ou doutorado. Foi ali que reencontrei o nosso Patativa do Assaré. Vi em detalhes o Metrô rasgar o chão atrás do Pavilhão e rapidamente começar a transformação da região da chamada Cidade Nova com a destruição do famoso Mangue, que foi um verdadeiro bairro dedicado somente à prostituição e as casas de show. Luiz Gonzaga andou nos começos por lá.

O nosso centro de estudos era diferente de tudo o mais da UFRJ. Além de discussões científicas, convidávamos personalidades que tinham uma visão de mundo diferente do regime político de então. Foi assim que tivemos o Ziraldo, o Paulinho da Viola e o cronista Carlos Eduardo Novaes, que naquela época fazia um grande sucesso no Jornal do Brasil.

Nesta ocasião o Carlos Eduardo criticou um jornalista que se iniciava na crônica montado no sucesso do pai. Era o protótipo daquele nepotismo que ergue méritos por afinidade dos antepassados. De qualquer modo estávamos todos equivocados, pois cada história é a que se conta e não apenas a crítica do presente que pode ser um alerta, mas não a sentença definitiva. Com o tempo saberemos quem tem, de fato, fôlego suficiente para o que se propõe.

E esse novo cronista teve história de sobra, chamava-se Luiz Fernando Veríssimo. Um dos bons escritores do nosso tempo. Um excelente contador de casos. Inteligente, bem informado e, sobretudo, alegre e otimista, mesmo quando faz severas e terminais críticas a certa canalhice humana. Ele é tão presente na vida das pessoas que alguns, se achando geniais, escrevem e dão o nome de Veríssimo à autoria do seu texto só para sentir o sucesso da leitura através do sistema de busca.

Pois nas proximidades de final de ano Veríssimo esteve à beira da morte. Fui informado de que se tratou de uma infecção pelo vírus da Influenza e que é objeto de vacinação especialmente na população idosa. Felizmente se restabeleceu e se encontra em atividade novamente. O jornal o Estado de São Paulo acaba de publicar uma crônica dele falando de como ele se encontrou no elevador da morte. Quem puder, procure no Google que achará a referência.

O talento que sobreviveu não ao inexorável fim de todos, mas à morte prévia no pódio da escala social. Veríssimo vivo é uma grande notícia. Mas ter ele tomado o caminho que tomou é ainda maior.

E assim deixo um abraço em todos. Na primeira quinzena de abril estaremos em contato novamente. Salvo alguns estímulos maiores e eventuais.