por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nosso livro !

Está em mãos o último prelo da coletânea em prosa e verso -  "No azul sonhado".
Entre os dias 10 e 17.07 estaremos fazendo a divulgação, seguida da distribuição entre os autores, culminada com um evento comemorativo, no dia 20.07.2011
Atenção pessoal, que nos copia de outras localidades...Cheguem juntos! Cheguem todos!


Paul McCartney



Sir James Paul McCartney MBE (Liverpool, 18 de junho de 1942) é um cantor, compositor, baixista, guitarrista, pianista, multi-instrumentista, empresário, produtor musical, cinematográfico e ativista dos direitos dos animais britânico. McCartney alcançou fama mundial como membro da banda de rock britânica The Beatles, com John Lennon, Ringo Starr e George Harrison. Lennon e McCartney foram uma das mais influentes e bem sucedidas parcerias musicais de todos os tempos, "escrevendo as canções mais populares da história do rock".[1] Após a dissolução dos Beatles em 1970, McCartney lançou-se em uma carreira solo de sucessos, formou uma banda com sua primeira mulher Linda McCartney, os Wings. Ele também trabalhou com música clássica, eletrônica e trilhas sonoras.

wikipédia

Pensamento


“Todo mundo está 'pensando'
em deixar um planeta melhor para nossos filhos...

Quando é que se 'pensará'
 em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"





Mostra de cinema e vídeo- 13 a 18 de junho de 2011



Acabo de chegar da “Mostra de cinema e vídeo” (100anos cinema paraíso), que está sendo realizada no Teatro Municipal do Crato.
A programação desta noite provocou meu aplauso entusiástico !
Assistimos um documentário “Dez anos do chá de flor”( Juriti Produções) e o “Herege”( jefferson  de albuquerque).
Bom rever os amigos numa versão antiga, justo quando todos apresentavam em postura e imagem a performance dos seus verdes anos. E nem faz tanto tempo...!
“O Herege” , extraído do livro “Matosinho vai à guerra” do escritor Zé Flávio, materializou com arte e realismo o imaginário.Delícia ! 
Amo a sétima arte por todas as emoções que ela nos traz.
Parabéns a todos que trabalharam na realização deste evento !
Sinto que a região está ganhando ou firmando um perfil de produção cinematográfica, e isso nos deixa felizes.

música

pássaros cantam
cantam ou é barulho de água
nas pedras de um riacho
que passaria entre as mãos
não fosse tão grande
o lugar que fabrica solidão

pássaro ou gente
um canto onde
em cada canto se esconde
semente de solidão

a solidão se abre
maior do que a vista alcança
deserto que não sabe
quando começa e acaba

a música vai para perto
de quem acredita
na real possibilidade
de romper as arestas
desse deserto
cada vez mais perto
apertando por todos os lados
acabando com nossas conversas

qualquer um pode caminhar
nessas areias sem vê-las
tão duras, pode ouvir esse canto
sem saber de onde vem
para onde vai nem quando
voltará ondulando ondulando
num dizer om shanti shanti om

As mudanças de Generéia


As transformações apareceram de forma insidiosa, assim como o cupim destroçando pouco a pouco uma biblioteca. Quando Matozinho, muitos anos depois, olhou para trás é que percebeu a inexorável ação do tempo. Não só a vila havia pouco a pouco mudado seu leiaute – bastava ver as antigas fotos do lambe-lambe Zèzinho do Papouco – os costumes tinham ido junto. Certamente a chegada da televisão foi um dos propulsores daquela reviravolta. Depois da TV , Matozinho nunca mais foi a mesma. Travestiu-se de ares modernosos embora, no fundo, ainda permanecesse profundamente provinciana. As mocinhas já não mais aceitavam roupas de costureira, queriam as pré-fabricadas com os últimos modelitos das novelas. E os adereços seguiram a mesma tendência: nada mais de gigoletti, de travessa no cabelo e de cara sem maquiagem. Até as velhas já ousavam abandonar os véus, os califons, as combinações e as anáguas. Os rapazes já se espelhavam nas bandas de rock e comentava-se que até mesmo alguns baseados já muitos tinham experimentado. E de nada adiantava o sermão do padre, o esporro dos mais experientes: o mundo velho estava perdido no mato e sem cachorro. Os matozenses recobriram-se de um ar de fidalguia, como se a vida de todos houvesse saltado de uma novela: cada um passou a se achar mais importante que o outro e estabeleceu-se uma epidemia de pabulagem desenfreada.

E foi exatamente nesta época que D. Generéia , que morava no centro, resolveu mudar-se para uma outra casa, numa rua mais afastada. O marido havia perdido uma sinecurazinha que mantinha na prefeitura e a coisa apertara. Viu-se Generéia numa sinuca de bico. Primeiro não podia passar por baixo ( e isso lá era papel de atriz de novela!) e aceder que saía por pura liseira e , mais, que estava se mudando para uma casa mais pobre sita num cuvioco , próxima à famigerada Rua do Caneco Amassado. Uma notícia dessas não carregava nenhum glamour, nem era digna de um script de mini-série. Espalhou, de peito aberto, que havia sido recomendação de Janjão da Botica, uma tentativa, de mudando de clima, melhorar a asma feroz e o chiado de peito de que Generéia assumiu ser acometida. “É uma questão de tempo, vou mais prá veranear e quando voltar não venho morar perto dessa rafaméia aqui, não, já estamos pensando em fazer um palacete na nossa chácara no pé da serra da Jurumenha” , disse uma Generéia orgulhosa e cheia de si , com cara de Odete Roitman.

Após a enfática declaração de Generéia, pulou no meio do terreiro um outro problema: a mudança. É que não existe neste mundo de meu Deus uma coisa mais desmantelada que mudança de pobre. Imaginem uma carroça repleta de cacarecos velhos, soltando , como uma medusa, perna prá tudo quanto é lado. E mais: tendo que ser providenciada em várias viagens, durante o dia, já que no escuro não há nenhuma condição de se fazer o translado. É como se , de repente, a família expusesse suas entranhas à execração pública. A necessidade de uma mudança com essas características, certamente contradizia os atuais padrões globais da cidade de Matozinho. Se ao menos houvesse um caminhão baú, levando os teréns tudo entocado no breu da madrugada! Mas carroça!

Manhãzinha chega o carroceiro “Paçoca” com sua carrocinha, acompanhado de uns três moleques para assessorar no penoso mister. Os vizinhos observavam de longe, mantendo distância regulamentar, esperando de dentes e língua afiados, o momento de pinicar o oratório da pábula companheira de rua. Generéia postou-se na janela e começou a irradiar a mudança, em voz alta. Era uma desesperada tentativa de minorar um pouco a caótica visão dos cacarecos dependurados, utilizando alguns recursos da publicidade. Quando “Paçoca” pegou a Tevezinha preto-e-branco de umas quatorze polegadas, Generéia gritou para que todos ouvissem:

--- Meu povo ! Cuidado com a TV de Plasma !

Logo depois, os assessores recolheram os brinquedos dos filhos e colocaram numa caixa de sapato : uma peteca, duas bolas de gude, um triângulo, uma carrapeta e um pião. Quando traziam para a carroça, Generéia alarmou:

--- Epa ! Cuidado prá não quebrar o Videogame dos meninos, viu?

Quando “Paçoca” pegou a chaminé do fogão de lenha, repleta de pucumã e arrumou aquele cone preto retinto no meio da carga, Generéia saltou de lá e alarmou:

--- Preste atenção, seu Paçoca ! Vê se não arrebenta minha coifa, joviu?

Logo depois, os três moleques, com uma dificuldade imensa, pegaram a jarra de barro cheinha de água e, cambaleando pelo peso, começaram a levar até à carroça para colocar em cima da cantareira que lá já estava acomodada, com uns quatro canecos pendendo pelas beiras. De repente, o pote liso escorregou e lascou-se no chão. Foi água para tudo quanto é lado. Do outro lado da rua, Zé Fubuia que observava tudo: o fato e a versão bradou a todos pulmões:

--- Acode minha gente ! O Gelágua de Generéia partiu-se no meio !


J. Flávio Vieira

Sonhos de liberdade - Emerson Monteiro


Sob o signo de uma dessas reflexões que afloram o espaço misterioso entre a memória e o cotidiano, quando a gente pára o tempo e fica só visando o nada a nossa frente, qual quem quer fugir para lá do mais adiante, senti de perto esse intervalo gigantesco que nos espera, pois sentir a dor representa o que de diferente existe do eu atual ao Eu que, certo dia, perto ou distante, a ele chegará, ao Ser definitivo.

Com isso, viajei nas asas frondosas dos sonhos de liberdade. Esse desejo transcendental do ser feliz nos braços macios da leveza eterna, de que tanto falam sábios e místicos. Pisei suave a lã do coração pelos bastidores, buscando melhor o lugar de sonhar confortável. Viver comigo em paz, paz com o mundo. Persistir na imaginação das coisas boas habitando tetos longe da contradição que, por vezes, quer modificar o sabor de framboesa das saudades inesquecíveis.

Andei que andei, e olho as variantes do comboio de humanidade que transportamos em nós próprios, o tanto que somos cada um de nós. Nos compassos de música das inspirações momentâneas, essa vontade avassaladora de crescer para os céus fincou raízes impacientes, que fustigam as correntes escondidas do solo de carne onde ainda habitamos.

As histórias dos filmes falam disso, os filmes bons que tocam as cifras do lado interno, os livros deliciosos, as músicas... Flutuar nas doces avenidas das obras da ficção bem conduzida aos endereços agradáveis, para o destino de finais positivos. Jamais entregar o esforço dessas realizações a qualquer diretor, porquanto o custo das produções da vida reclama tremendas responsabilidades.

Andei que andei, que andei, e revejo lugares das grandes emoções, que testemunham as possibilidades infinitas para concretizar os tais sonhos. Alimentar acordes na harmonia dos fortes traços de autores geniais, sobreviver ao vasto continente da felicidade, sem abrir mão do direito natural de gerar seres andarilhos do amor pelos percursos das noites ricas de revelações, agentes da transformação construtiva e decente.

Deixo, pois, deslizar plumas de pensamentos na forma de imagens coerentes, lindos painéis de calma nas florestas do Paraíso. Acreditar no Si das notas musicais. Há luzes que clareiam conquanto marcas de relacionamentos ajustados, paridos nos pastos da mãe tranquilidade. Construções coordenadas em blocos justos, ao vigor das leis permanentes, no permanentemente.

Os velhos sonhos são aqueles que seguem transportando os humanos, mantendo-os nessa incansável jornada de retorno às estrelas, fulgor do carinho na força dos amores para sempre. E sonhar por isso com alegria de continuar.

De leve...

A VIDA A DOIS
Marido, preocupado: -Tenho um problema no serviço.
Esposa, despachada: -Temos um problema, porque, voce sabe, pra o quer der e vier, os seus problemas são meus também. Marido : - Tá bem: nossa secretária vai ter um filho... nosso.

COISA RUIM
Dois amigos conversando:
- Zé, fala uma coisa ruim!
- Minha sogra!
- Não, cara! Coisa ruim, de comer!
- A filha dela

O TRAIDOR
Pedro flagra o amigo Ricardo no banheiro fazendo xixi, sentado no vaso.
- Mas o que é isto? Homens fazem xixi em pé! O que houve contigo?
- É que segunda passada sai com uma loira, 1.80m, seios fartos e uma bunda inacreditável! Na hora H eu brochei! - Na terça sai com uma morena, 19 aninhos, uma delícia!!! Na hora H, brochei! - Na quarta foi com uma ruiva gostosona! Brochei! - Na quinta com uma coroa maravilhosa! Brochei também ! Na sexta, com um ninfetinha de 14 anos e... de novo brochei !
O amigo, intrigado, lhe pergunta:
- Tudo bem, brochar faz parte, mas por que mijar sentado?
- Depois de tudo isto, você acha que eu ainda vou estender a mão para este filho da puta, safado, traidor ???

FAZ SENTIDO
O bêbado passa em frente a um templo evangélico e escuta o maior barulho, gente chorando, gritando, desmaiando, berrando, estremecendo tudo.
Ele pergunta a alguém que está na porta: - O que é que está acontecendo ai dentro?
E o crente: - Jesus está operando, irmão!
O bêbado: - Pôrra, mas sem anestesia?

CRUELDADE
Rita e seu namorado estavam no quarto enquanto a sua mãe terminava o almoço. Logo a mãe começa a chamar: - Rita, o almoço tá pronto! - Já vou mãinha, não demoro.
- Eu sei o que eles estão fazendo! - diz Joãozinho, o irmão mais novo.
- Deixa de ser intrometido e cala a boca, diz a mãe.
- Rita, anda! Vem prá mesa! - Já vou, mãe, só mais um minutinho!
- Há, há, ha, eu sei o que eles estão fazendo! - continua o pestinha (que leva um tabefe da mãe e cala a boca).
Passada quase meia hora, a mãe, novamente: - Ô, Rita, se apressa que a comida vai esfriar, filha! - Oh mãe, já vou... diz a filha, quase a chorar.
O Joãozinho então começa a rir e diz: - Eu sei o que eles estão fazendo, há, há, ha.
A mãe, perdendo a paciência: - Fala então, seu pestinha...
- A Rita me pediu o tubo da vaselina... eu dei o de SuperBonder!!!

Ajustes na Programação da I Mostra Crato de Cinema & Video


17/06/11 ( Hoje- Sexta -Feira)

19:00 H

- Curta "O Cinematógrafo Hereje" de Jefferson Albuquerque Jr.

- Curta “Dez anos do Chá de Flor" de Cristina Diogo e Maria Dias.


18/06/11 ( Sábado)

14 h- Exibição dos filmes

- Curta “Caldeirão do Beato Zé Lourenço”, de Catulo Teles e Franciolli Luciano.

- Curta “Cabaré-Memória de Uma Vida”, do Coletivo Camaradas.

- Curta “Catadores de Pequi” de Zuiglio Brito e LaislaYanael.


17:00 H - Exibição de Longas

- Longa - "Sargento Getúlio" de Hermano Penna

-Longa- "Padre Cícero" de Hélder Martins

ENTRADA FRANCA

Realização: Governo Municipal do Crato – Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude.

Apoio: Universidade Regional do Cariri (URCA), Instituto Cultural do Cariri (ICC), Officinas de Cultura e Artes & Produtos Derivados (OCA), Bantim Produções, Coletivo Camaradas, Blog do Crato e Revista Chapada do Araripe.

FOTÓGRAFO ZEKA ARAUJO - UM TRANSGRESSOR DA MODERNIDADE? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Autor da foto: Miguel Hijjar - www.miguelhijjar.com

Estou aqui com o Zeka Araújo um dos grandes fotógrafos brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro, mas como diz o Zeka “é um ser do mundo”. De um mundo em mutação, deslocando a fotografia do eixo da técnica para o ser humano. Para o Zeka, a fotografia migrou do “tecnê” para o fotógrafo. Com isso querendo dizer que aquele tecnicismo das origens do profissionalismo se transformou com a fotografia digital e agora as pessoas tiram fotos como querem, a qualquer momento, com qualquer equipamento, desde o celular a grandes máquinas ditas profissionais para não dizer de quem pode comprar.

Zeka Araújo trabalhou nas principais editoras do Brasil, em jornais e revistas. Aquela famosa fotografia do Edson Luiz morto, nos idos de 1968 e que abriu as grandes passeatas estudantis é do Zeka. Ele trabalhou no Diário de Notícias, na Revista O Cruzeiro, no Globo, Placar, Veja. Além de ter sido sócio-editor de fotografia da Manchete ele trabalhou na Quatro Rodas, Claudia e assim muito mais veículos de comunicação. Por muitos anos chefiou a parte de fotografia da Agência F4-cooperativa que prestava serviços para News Week, Observer, Veja etc.

Andou em 18 países seja para realizar um trabalho ou para permanecer períodos em alguns deles. Na Inglaterra morou vários anos. Além da prática profissional o Zeka é um fazedor de escola ou de centros de formação de quadros e de acervos de imagens. Criou e manteve o Núcleo de Fotografia da Funarte, curador do Centro de Imagens do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, criou cursos de fotografia na Escola de Artes Visuais do Parque Lages, do ateliê de imagens da ESDI e da Escola de Cinema Darcy Ribeiro.

Em 1998, recebe do Ministro Francisco Weffort, titular do Ministério da Cultura o Prêmio Nacional da Fotografia pelo conjunto de sua obra e valiosa contribuição ao desenvolvimento da fotografia no Brasil.

O Zeka Araujo, aos 64 anos, tem um carinho de vida e uma doce lembrança de um trabalho especial. Junto com Tom Jobim editaram o livro muito belo chamado Meu Querido Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Mas esta doçura na fotografia documental, com imagens de objetos universais de reconhecimento é transgredida por este homem ousado. Este experimentador de subjetividades. O fotógrafo do inacabado, o parceiro do expectador.

No Rio de Janeiro, neste semestre está acontecendo a quinta edição do FotoRio – Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro. São centenas de exposições por toda a cidade, em comunidades, prédios públicos, museus, centros culturais, simultaneamente espalhados nos bairros mais distantes. O Foto Rio dar visibilidade a grandes acervos e coleções públicas e privadas e à produção fotográfica contemporânea brasileira e estrangeira. Acontece de tudo em algum lugar, desde cursos, seminários, oficinas, mesas-redondas, palestras e conferências.

A Revista Veja da semana passada destacou o Encontro e a exposição que acontece no Centro Cultura Hélio Oiticica e nesta a exposição do Zeka BALANGANDÃS, ornamentos e amuletos usados em dias de festas. Aí vem o Zeka transgressor.

O Zeka pretende “desconstruir” além do autor, também a referência a objetos prontos e acabados do fotógrafo em imposição ao expectador. O Zeka não fotografa flores, animais, paisagens, ele “destrói” este objetos e desloca o referente da imagem. Ao deslocar este referente na direção de uma foto expressiva, ele torna o expectador também autor da interpretação do expressivo da imagem. Como ele diz: deixar livre a imaginação, criar um espaço poético que permite compor a realidade projetada numa parceria com o leitor.

O interessante do Zeka, como ele bem diz, não é o “tecnês” da imagem, mas a imagem como uma construção do expectador. O Zeka pode até usar meios de edição como o fotoshop, mas não é aí que reside o seu trabalho. O seu trabalho continua sendo a captura do referente, mas de um modo a deslocá-lo do fotógrafo para o expectador.

Você pode ver na internet algumas destas imagens presentes no Google.


Dia mundial de combate à desertificação e à seca - Por José de Arimatéa dos Santos

A natureza sempre deve ser protegida e o cuidado com a exploração de seus recursos naturais é dever de todo ser humano. Isso inclui desde o cuidado com o nosso lixo até com as florestas. Nesse meio podemos incluir a agricultura e como o homem cuida do solo. É importante essa preocupação, pois a vida na terra depende de como exploramos o solo. Nisso podemos colocar a água por que o desmatamento causa o fim de muita nascente e como consequência muitos rios. Por isso é muito importante o fim do desmatamento para aumentar a área de plantio ou para a pecuária. Mais do que nunca é importante que o próprio proprietário de terra, seja pequeno ou grande, tenha a preocupação em cuidar de sua terra e da mata presente em seu sítio, chácara ou fazenda. Assim, o próprio agricultor se torna um agente ecológico na defesa do seu meio ambiente e de todos no planeta. Ao se derrubar toda a mata o prejuízo é dele e de todos nós. É mais inteligente ter a floresta de pé. É fato o que vemos de diferente no clima no mundo inteiro devido as derrubadas de mata.
O combate a desertificação passa por tudo que disse acima e que proteja mais o solo que sai o feijão e o arroz de todo brasileiro. Vários métodos de proteção do solo e como consequência de combate a desertificação estão presentes. É necessário que o agricultor busque apoio nos órgãos governamentais e utilize a melhor técnica para o plantio e produção. Sempre com aquele olhar ecológico de respeitar a natureza, pois o homem tem todas as condições de influir no meio e que esse protagonismo seja para o bem de todos seres vivos. Usar moderadamente os produtos químicos na sua lavoura ou então buscar produtos advindos da própria natureza para o combate das pragas. Outro ponto importante é cuidar das margens de rios e das nascentes. Dessa maneira é possível um meio ambiente equilibrado que combata a desertificação e saiba, o homem, conviver com a seca. Fenômeno que já ocorre no sul do país e na amazônia, além do nordeste. É importante estudar mais a modificações climáticas e encontrar formas de conviver com esses fenômenos.
17 de junho - Dia mundial de combate à desertificação e à seca.
Foto: José de Arimatéa dos Santos

Manter a mensagem e o debate - José do Vale Pinheiro Feitosa

Tempos atrás, com a cabeça cheia de pressões, contradições, disputas, vitórias e derrotas, agora estava naquele momento de paz com o objetivo de retornar revigorado ao movimento. Encontrava-me num grande quintal nordestino. Cheio de plantas, réstias de luz, sombras e sol a pino. Os ouvidos tomados pelo barulho da folhagem movida pela constante brisa de Paracuru.

Era o paraíso da vida urbana agitada. Tudo acontecia num ritmo suave e meu espírito era pura contemplação. Naquele momento pensava: isto sim é vida, tudo o mais é a necessidade de estar no mundo. Não tinha como fugir, mas poderia ter um modelo alternativo de paz e este era aquele quintal.
Qual nada! Uma vizinha furibunda com as frutas que iam do meu quintal para o dela, abriu um conflito de jogar, de modo imprevisto, as frutas de retorno ao meu. De repente poderia ser acertado por uma graviola bichada pintada por um fungo preto. Nem ali poderia esquecer-me do mundo, das pessoas iguais a mim, houve o impulso do indignado, mas evolui para a reflexão das permanências de fronteiras. Alguém está em algum lado que nem sempre é o meu.

Isso me lembra uma música do Chico Buarque feita para fustigar o ex-presidente Geisel que disse não gostar dele, enquanto a filha do general gostaria. A verdade é que ninguém precisa saber do meu quintal, mas é importante que alguém compreenda a minha busca de compreensão do mundo. Não concorde com ela, mas saiba que assim imagino. Não tem problema que aponte meus erros, mas sem jogar graviola podre em cima de mim.

Isso vem muito a propósito do motivo pelo qual escrevo para os blogs do Crato. Aliás, os únicos para os quais escrevo. Tudo o mais que estiver publicado não foi pelos meus dígitos. E quando abordo qualquer assunto, mesmo que não seja do agrado de outras pessoas, não imagino a concordância, mas, no mínimo, o brilho do contraditório.

Quando alguém me diz que gosta do que digo sobre determinados assuntos, mas que não deveria falar do que não é a minha “especialidade” funciona comigo como uma fruta jogada do outro lado do muro. No dia em que um assunto não puder ser tratado por um cidadão, este assunto não existe. Isso é coisa de sociedade secreta, de iluminados, de mensagens cifradas.

Se estamos todos aqui discutindo política, cultura, economia, filosofia e o cotidiano o mais certo é que as visões se multipliquem. Quando não gostamos da abordagem de alguém, tratemos de analisar, refletir e se estiver com o conteúdo que julgue importante contrapor-se tem por sentido a obrigação de fazê-lo. E também se não tiver interesse em participar de eventuais querelas não o faça. O que não é legal é ficar com raiva, querendo jogar frutas em quem discorda.

Um sobrinho executivo das Tias High-Tech - José do Vale Pinheiro Feitosa

Foi um primo de São Paulo. Destes que já fizeram pós de todos os tipos lá na USP. Entusiasta da tecnologia digital, do ser no mundo conectado ao cabedal de informações que estão em todos os lugares como neve na Antártida. De vez em quando há deslizamento e toneladas encobrem o mais remoto do pensamento humano.

Com ares de executivo bem sucedido foi visitar as nossas arcaicas tias high-tech: Rosinha, Maria e Mundinha. Vou explicar: vivem numa fazenda do Potengi no meio de tecnologias que os sobrinhos lhes dão. Gostam mesmo é de pesquisar notícias nos jornais, mas já têm celular, micro-ondas, antena parabólica, DVD, Blue-ray, Televisão LED com óculos para 3 D e assim vai. Não vale a pena listar novidades neste mundo do consumo: sempre tem alguma querendo entrar na lista.

O carro freou no terreiro da casa. Era uma hilux prata, com pneus brilhantes, vidros fumês, um som de fazer inveja a uma casa de show, televisão digital no painel, plugagem para todo tipo de parafernália eletrônica e não vou falar em computador de bordo, pois isso até o Uno Miller já tem.

As tias ansiosas pela visita do sobrinho, já tinham recebido e-mails e no percurso entre o Crato e o Potengi, o rapaz lhes telefonara mais de uma dezena de vezes. Ele estava ansioso para chegar ao misterioso mundo pendular das tias: entre a pré-modernidade e a pós-modernidade.

Tia Rosinha, a mais novidadeira, já estava no terreiro para ser a primeira a abraçar o rapaz. Tia Mundinha estava na metade dos batentes que dão no alpendre e tia Maria no topo da escada com braços abertos para o sobrinho enquanto a porta do motorista começava a se abrir.

O rapaz pôs um pé fora do carro, levantou-se do banco e logo o rosto de riso largo despontou por sobre o topo da porta. O encontro eminente com as tias era uma festa mais intensa e emocionante do que as dezenas de vezes que tinha levado os filhos a Orlando visitar o parque da Disney.

As tias não estavam tomadas de surpresas. Sobrinhos eram valores absolutos. Já estavam gravados nos corações delas. Por isso mesmo a alegria do valor intrínseco é bem maior que as surpreendentes novidades.

Naquele terreiro dos sertões do Potengi acontecia a apoteoso do encontro: entre as pós da USP e os pré da terra que havia financiado todo aquele pós. O abraço seria a sagração da família nordestina. Depois era seguir o ritual: doces, almoço de desmaiar o comensal, cafés, bolos, conversas e recordações sobre avós e pais do rapaz.

Mas quem imagina a conciliação entre o pré moderno e o pós moderno pode ir tirando o cavalinho da chuva. O Smarthfone do rapaz entrou feroz com informações de voz, imagem e texto. Foram vinte minutos junto à porta da Hilux tentando resolver as mensagens. A alta tecnologia da Hilux em nada podia ajudá-lo.

As tias se cansaram de ficar em pé e foram aguardar o término da sessão do executivo, bem sentadas na varanda.

Clube do Cariri - por Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes





No início da década de 40, a elite cratense se reunia no Clube do Cariri, na Senador Pompeu. Vale lembrar que o Crato Tênis Clube ainda não havia sido fundado. Em determinado dia houve evento foi tão importante que um fotógrafo foi chamado para deixar a reunião registrada. Quanto ao motivo em si, há controversia. Uns dizem que foi a despedida do Dr. Dilermando, um médico de Minas, que morou algum tempo em nossa cidade e fez boas amizades na sociedade cratense. A segunda versão, diz que foi a primeira visita de Nélson Gonçalves ao Crato. O fato é que lá estiveram Zeca Esmeraldo, César Pinheiro Teles (meu pai), Aldegundes Gomes de Matos, Denizard Macedo, Plínio Bezerra Norões, Vicente Tavares Leite, D. Chiquinha Macedo (mãe do brigadeiro José Macedo), D. Laura Gomes de Matos, Guiomar Belém, Ferrer Bezerra, Juvêncio Gonçalves, Joaquim Pinheiro Teles, Neusa Siqueira, Plínio Cavalcante, Zacarias Esmeraldo, Nanu Maia, Isaura Parente, Tony Belém...

Apesar de não ser da nossa época, será que vocês identificariam mais alguém?


Joaquim Pinheiro

LAMARTINE BABO - por Norma Hauer

16.06.2011

Hoje completam-se 45 anos do falecimento de um grande ídolo do rádio e das composições brasileiras : LAMARTINE BABO.

Nascido em 10 de janeiro de 1904, viveu apenas 59 anos mas produziu muito.

Deixarei para falar mais sobre ele na data de seu nascimento.
Hoje quero relembrar sua importância ao compor hinos para os clubes cariocas

O Flamengo era o único clube que possuía um hino, composto por um “flamenguista” doente: Paulo de Magalhães, mais teatrólogo do que compositor.

Lamartine, ao contrário, criou hinos para todos os clubes que disputavam o então campeonato carioca.
Fê-lo quando ainda pertencia ao cast da Rádio Mayrink Veiga, mas denominou-os marchas e não hinos.

Infelizmente o do América, exatamente o seu (e o meu) clube, é cópia de uma melodia americana (não do clube,mas dos Estados Unidos)

Como os hinos dos grandes clubes são bastante badalados, aqui vão parte das letras que me recordo dos do Bangu e do Madureira:

Hino do Bangu (parte)

"Em Bangu se o time vence há na certa um feriado,
Comércio fechado.
A torcida reunida até parece a do Fla-Flu
Bangu, Bangu, Bangu..."

Hino do Madureira(parte)

És Madureira, nosso castelo,
A nossa paz mundial...
Oi, salvem os muitos anos,
Dos tricolores suburbanos."...

Sílvio Caldas gravou os hinos do Vasco e do São Cristóvão; a Jorge Goulart (vascaíno) coube os hinos do América e do Madureira.

Jorge Goulart contou-me que ele falou ao Lamartine:"Você sabe que sou vascaíno e deu o hino de meu clube para o Sílvio Caldas..." Lamartine respondeu "Darei a você o mais bonito, o do América, meu querido clube”. E o deu para Jorge Goulart.
Só que como afirmei acima, a música do hino do América é cópia perfeita de uma música dos Estados Unidos, que fez parte da trilha sonora de um filme, cujo nome não me recordo.

Posteriormente, houve regravações de todos os hinos, mas na época coube a Lamartine escolher os cantores que os gravariam.

É pena não haver escolhido Carlos Galhardo (que era torcedor do América) para gravar o hino de seu clube.

Norma

A Dama de olhos azuis- por Socorro Moreira

Dona Alda, Dona Anilda e Dona Almina
Para Dona Anilda Arraes



Desde criança conheço aquela moça. 
Intimidava-me a sua elegância, o porte de nobresa.
Corria da conversa, da aproximação. 
O casarão de esquina, bem perto das minhas moradas.
O Jardim da casa, palco dos meus contos de fada.

Tenho quebrado a distância.
Ontem entrei no seu quarto.
Tudo lindo, tudo em ordem, tudo em paz.

Na semi inconsciência , seus olhos acordaram
para um breve reconhecimento.
Perguntou meu nome... 
Respondi, e ganhei o mais valioso dos sorrisos.

Depois, a contínua pergunta :
Tá chovendo muito grosso?
Preciso voltar pra casa...
- Caíra outra vez, num instante da eternidade.

Ela Educadora , deixou-me um traço forte de precisar fazer, sendo a simplicidade .


Postado por socorro moreira às 06:25 2 comentários
A poesia de Ana Cecília S.Bastos
Que escolha é essa?

Cantiga azul - por Stela Siebra Brito




A solidão da praia deserta
o silêncio
do mar
da areia
do vento
luz tremulando na água
de ondas leves
curtas amenas breves
(como foram tantos amores)
murmurando cantiga
de ninar
de apaziguar
o mar azul da
terra azul
navegando no
céu também azul
meu coração tornou azul.

(StelaSiebraBrito)

LEITURA - POR EVERARDO NORÕES





LER
CADA SALIÊNCIA
MONTANHA SEIO OVO
A SÚBITA ENERGIA DO TATO
TECIDO DOS ÁSPEROS DIAS
APALPAR O QUE CINTILA
ESCAMAS CENTELHAS
NOS AQUÁRIOS NOTURNOS
REBERBERAÇÕES ELÉTRICAS
CONSUMIDAS NO ARDOR DAS ESTAÇÕES
CADA PORO A SORVER
A INSÓLITA RAÇÃO DA SOBERBA
LER NO ACASO DA MADEIRA
FALO FLUIDEZ FOLHAS
O VERDE VERME
VORAZ


Peregrina - por Stela Siebra Brito




Já percorri meia estrada
de barro que lama virou
já me banhei em um rio
que toda sujeira lavou.

Já me mirei no espelho
e a fera me acenou
no espelho me mirei
e o Belo me abraçou.

Já fui pedra
Já fui ostra.

Hoje precisa e preciosa
sou
pérola de muito valor.

(StelaSiebraBrito)

Coisas da poesia - por José Carlos Brandão







O bule de café fumega no fogão.
O queijo frige na palha de milho.
A polenta na frigideira.
Na panela de ferro a banana são-tomé.


A velhinha sorri para mim.
O picumã pende do telhado.
O fogo crepita com a lenha verde.
Eu olho as estrelas entre as labaredas.


Um sapo de castigo num canto da parede.
Um caranguejo toma sol no quintal.
Havia um cheiro de mato
E um cheiro de pão no forno.


A minha língua era torta.
Coisas da poesia.


____
 por José Carlos Brandão

Sabores na lembrança- por socorro moreira


Hoje, enquanto fazia o almoço, no cpricho, comecei a lembrar pessoas , associadas a sabores inesquecíveis;
A canja de galinha caipira, que a minha mãe comia , nos resguardos dos filhos;
O chouriço do meu avô Alfredo e as suas balas de umburana;
As chupetas de mãe Candinha e Tia Amália;
As tapiocas e sorvete de ameixa de Erice ( mãe de Geraldo Urano);
O doce de manga de Nazaré;
As papas de carimã , o bolo, a canjica, a galinha caipira da minha mãe;
A carne moída de Rosineide;
Os quitutes do aniversário de Stela Siebra;
O doce de abóbora de Maristela ( Bela Vista-MS)
O pão caseiro de Anita ( Friburgo-RJ)
O pão recheado de Maria de Jesus
O bolo Luiz Felipe da esposa de Seu Orestes;
O pudim de caramelo de Dona Rita (Teixeira-PB) ;
A macarronada de Dona Lourdes ( mãe do Nicodemos)
O Bolo de carne e o nhoque de Zilda(Recife-PE) ;
O arroz com quiabo e os biscoitos de goma , na palha de banana, da minha avó Donana;
A peixada de Dorvina ( esposa de Zivaldo Maia);
O caldo de carne com ovos e nata de Dona Almina;
A lasanha de Babo;
A sopa de feijão de Chica;
A paçoca e o pastel de carne de tia Ivone;
O doce de leite e bolo de puba de Eunice( irmã de Isabel Virgínia);
O doce de goiaba de tia Auri;
O rocambole de arroz de Fátima Figueiredo;
A torta de bacalhau de Socorrinha ( nora de Magali)
Os pães de queijo do meu sobrinho Bruno;
O arroz carreteiro do meu filho André;
O arroz com carneiro do meu filho Caio;
O tijolo de jaca de Dona Evanir
A sopa de legumes de Zélia Moreira;
As marmitas de Paulo Frota
O mamão batido com sorvete e licor do meu primo Montoril....
- O salpicão eu garanto !

Fiquei com vontade de repetir todos esses pratos, e oferecer um banquete aos amigos.
Preciso só de uma mesa enorme, muitas cadeiras, uma cozinha ampla, e gente pra lavar a louça. 

Avisem aos Pássaros por João Marni de Figueiredo



Se eu fosse uma árvore, gostaria de viver todas as estações por anos numerosos, esgotando toda a minha seiva e deixando cair a última folha numa brisa matutina.

Dos meus galhos, que o homem fizesse pelo menos um cajado para que pudesse servir de apoio a alguém humilde ou idoso. Ou um cabo de guarda-chuva para o mesmo senhor. Nunca uma bengala, pois certamente correria o risco de não ser alívio, mas ostentação para algum arrogante vaidoso e depois, já fora de moda, ficar esquecido num sótão...

Meu tronco deveria voltar a compor o solo, levando consigo as mensagens dos namorados. Assim, teria esperança de que meus átomos se reuniriam novamente na formação de uma nova árvore.
Avisem aos pássaros!

É HOJE REAPRESENTAÇÃO DE "O CINEMATÓGRAFO HEREJE"


REAPRESENTAÇÃO HOJE (SEXTA) !

HORA : 19:00

LOCAL- CINE TEATRO MODERNO

ENTRADA FRANCA

SIMBORA !

Ode fluvial



O rio flui entre as montanhas
imóveis,
com seus rochedos cinzentos de joelhos
como velhos
mortos
de fadiga.

O silêncio flui com a água sobre a nudez da terra
que flui
com a carne
da morte, como se da mesma fonte
entre os pássaros
e os bois
no pasto.

Tanta noite e somos manhã
e somos estranhos fluindo com a água da dor,
cantando
a música do inverno,
essa brancura
de gelo
e inanição.

A morte lava o meu suor, as minhas feridas, a minha
angústia
e sou polido
pelas pedras, por
este chão familiar e estranho – e reconheço
outro ser
em mim, nesta desolação.

A limpidez das coisas e o sentimento de exílio,
enquanto a beleza flui
com o rio
e suas águas claras
e seu espelho
de ausência imóvel no dia longínquo,
rio
fluindo,
como a vida,
da ponta dos dedos.