As noites de sábado são a conquista da cidade. Ultrapassar o
vão da porta do domicílio e se diluir na solução das ruas. Mesmo que um espaço
a mover-se entre a origem e as luzes da cidade afinal por certo que se é movido
a tal.
O sábado é o descanso em sua origem hebraica.
Mesmo que jejum, que recolhimento familiar ou a sinagoga, o
sábado é o sujeito que subordina a atividade das obrigações na comunidade.
Desse modo subordina a rotina a passos para fora dela mesma. Para os risos, o
desejo de um pelo outro, o efeito inebriante dos fermentados e destilados nas
noites de sábado (nem tão judaico assim).
O sétimo dia pode até na alçada ocidental não ser o descanso.
Mas a sua noite já é domingo desde as primeiras horas. As horas podem se
avançar pela madrugada sem que a latência das obrigações se anteponham ao
horário do despertar. E tudo acontece porque neste exato dia, abandona-se o
modo indicativo de ação e se cai num modo inteiramente subjuntivo.
E toma-se o rumo do encontro, da música, da poesia, dos bares
e das estrelas que lá já estão como sempre, mas nesse dia se manifestam com a
ousadia dos olhos que já não se congelam apenas no rito da obrigação.
E por ser sábado, houve essa fração de letras apenas para
publicar esse maravilhoso ditado. Em tudo maravilhoso, especialmente pela
sintética forma de expressar a máxima.
Um ditado: “Se
o velho pudesse e o jovem soubesse, nada há que não se fizesse”.