por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 3 de abril de 2011

PATATIVA DO ASSARÉ DE VISTA NOVA - PESQUISA DE ULISSES GERMANO

            Depois de ter sido operado da córnea pelo Dr. João Alberto Holanda de Freitas em São Paulo, perguntaram ao poeta "o que é Patativa de vista nova". Fazia três anos que Patativa não via Belinha (sua amada) e, em seu lampejo costumeiro, versejou: 

Agora eu vejo de novo
Visitando o Assaré
Com muita atenção e fé
Quero rever o meu povo
E quero na minha casa
Eu ainda mandar brasa
Muito alegre e satisfeito
E um dia se Deus quiser
Vou ver se a minha mulher
Ainda está do mesmo jeito

P.S. Transcrito de uma gravação em fita cassete cedida por Lilinda que acompanhou  o poeta Patativa do Assaré no ano de sua cirurgia em 1988.




AULA DE ANATOMIA



                                         Aula de Anatomia do Dr. Tulp - Rembrandt (imagem web)


    
AULA DE ANATOMIA

Estendo o poema sobre a mesa como um homem.
O coração palpita em minhas mãos.
Os olhos estão abertos, alerta.
A pele é o mapa do universo.

Estendo o poema como um corpo feminino,
a vulva pulsa, peixes e pássaros se agitam nos pulmões,
os pés têm as marcas dos caminhos
e as mãos acariciam e abençoam.

O poema vigia como um cão
ou dorme à espera das crianças,
dos amantes desiludidos, dos desenganados da vida,
dos que não sabem ler, dos que nunca o lerão.

O poema jamais irá morrer,
mas agoniza sobre a mesa.
Às vezes uma estrela brilha em suas juntas,
às vezes refulge um tição sob suas cinzas.



Desinspirada- socorro moreira

Quando estou apática, penso que todo dia é domingo.
Preciso aprender a gostar de missa, ou comer piza.
Foi-se o tempo de mar,
roda de samba,
bronzeador de cenoura,
e peixe frito...
Agora, nem jornal de domingo.
Pra que consultar horóscopo, resumo das novelas, entretenimentos diversos?
Olho de longe a serra , sem nenhum atrevimento.
Penso na estrada de ferro, de barro, asfalto quente...
Já corri para encontrar. Agora espero sentada o vento do amor voltar.


Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além

Paulo Leminski









Por Martha Medeiros




"dizer quem sou não sei

sei dizer que penso de forma irregular

não gosto de tudo o que gostam e

reverencio o diferente e o audaz

coisas pífias me emocionam

não me emocionam ópera e carruagem

dizer quem sou não sei

sei dizer que o amor me comove, o meu

o seu, os vossos, o amor absolve

junta os meus restos, me justifica

me sangra e me assopra

mas não resolve

dizer quem sou não sei

sei que leio pensamentos e caminho em bases insólitas

qual um Cristo, qual uma leprosa

arranco minha própria pele para ver o que há embaixo

embaixo não há nada

estou toda pra fora."

Martha Medeiros

D0MINGO - Ulisses Germano


D0MINGO

Quando o feriado cai num domingo
É domingo, não é mais feriado
Dia em que passa no céu o flamingo
E os veículos de longe zunindo
O tédio das tardes silenciosas
Vozes das velhinhas religiosas
Dos apresentadores da TV
Anunciando a sorte esperada:
Porque o domingo é dia de bingo!

Hoje é domingo do jeito do outro
Sutil diferença no calendário
Que aos poucos vai construindo o inventário
Documentados nos cantos das rugas
Dos olhares que são pontos de fugas
Nas linhas do horizonte imaginário
Do céu e o inferno de cada dia
Somos o domingo que fizemos
De um jeito qualquer sobreveviremos
No fim do dia como perdulários

Ulisses Germano
Crato, 03042011



CLAUDIONOR CRUZ- Por Norma Hauer


Este também nasceu em um primeiro de abril, só que do ano de 1914, em Paraibuna (SP), recebendo o nome de Claudionor José da Cruz, ou simplesmente CLAUDIONOR CRUZ, compositor e instrumentista,
Começou a aprender música desde pequeno, ao lado de seus irmãos, também músicos.
Iniciou carreira profissional tocando cavaquinho, em vários conjuntos, até formar o Claudionor Cruz e seu Regional
. De 1932 a 1969, atuou nas rádios Tupi, Nacional, Globo e Mundial, e na TV-Rio e TV Educativa, no Rio de Janeiro RJ.
Em 1935, sua primeira composição, "Tocador de Violão" (com Pedro Caetano), foi gravada na Odeon por Augusto Calheiros.
Durante as décadas de 1940 e 1950, seu regional foi o grande rival do conjunto de Benedito Lacerda, com o qual revezava nas gravações e nas rádios.
Um músico de renome, Abel Ferreira pertenceu a seu conjunto.
Foi parceiro de Pedro Caetano e Ataulfo Alves em dezenas de músicas, entre as quais podemos citar "Caprichos do Destino" (com Pedro Caetano), gravada por Orlando Silva em 1938; “Engomadinho”( com Pedro Caetano) gravação de Araci de Almeida;" Eu brinco" (ainda com Pedro Caetano), gravada por Francisco Alves para o Carnaval de 1944;”Sei que é covardia” (com Ataulfo Alves) ou “Disse Me Disse” (com Pedro Caetano) ambas gravadas por Carlos Galhardo.
Compôs também ao lado de André Filho, Wilson Batista, Dunga ... além de fazer gravações e shows com Orlando Silva, Francisco Alves, Dircinha Batista, Linda Batista, Ângela Maria, Araci de Almeida, Carlos Galhardo, Gilberto Alves, Deo e João Petra de Barros.
Desde a fundação de seu Regional,esteve à frente do mesmo; só o abandonando quando a música estrangeira invadiu nossas rádios.
Com mais de 400 gravações, foi homenageado em agosto de 1995 no espetáculo “Um poema na terra”, no Espaço BNDES, Rio de Janeiro.
Esteve em atividade até quase o fim de sua vida, vindo a falecer em 21 de junho de 1995, aos 81 anos.

Norma

Feliz Aniversário, Vera Barbosa !




Brasileira, paulistana, 43 anos. Amante de música e poesia.

Dores: ariana ansiosa, pavio curto, sofro de TPM, sou intempestiva, perfeccionista, exagerada, im(com)pulsiva e autoritária (sou vermelha)
Delícias: ariana expansiva, determinada, criativa, simpática, gentil, ousada, verdadeira, ética, justa e apaixonada (vermelho intenso)
Bacharel em Comunicação Social (Habilitação em Jornalismo) pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM - SP).
Redatora e revisora de textos. Educadora. Colaboradora dos sites Ziriguidum, Revista MB, Revista MPB e Ilha Brasil.

Rádio é minha paixão. Ouço USP FM, Eldorado FM, CBN FM, Cultura AM, Nova Brasil FM, Alpha FM e Antena 1 FM. Meus programas favoritos são Som da USP e Toque outra vez (USP); Canta Brasil e Vozes do Brasil (Eldorado); Acervo Walter Silva e Letra e Música com Pasquale (Cultura).

Acredito na arte como forma de expressão e preservação da cultura brasileira.

"Um povo que não ama e não preserva suas formas de expressão mais autênticas jamais será um povo livre."


*Pra você, Vera, Um abraço carinhoso, no azul sonhado!

PASTEL DE BELEM - TRADICIONAL DOCE PORTUGUES


Ingredientes:

250 gramas de farinha de trigo
Água com uma pitada de sal
150 gramas de manteiga ou margarina
1 gema
80 gramas de maizena
1 litro de creme de leite
12 gemas
300 gramas de açúcar
Baunilha líquida
Casca de limão (raspas)

Modo de preparo:

Sobre o mármore, faça um monte de farinha. Faça um buraco no meio e coloque uma gema e água o suficiente para obter uma massa maleável. Abra a massa e cubra com com 50 gramas de manteiga ou margarina. Dobre de tal maneira a obter três camadas de massa. (dobre uma parte sobre o meio e a outra por cima). Repita essa operação duas vezes, sempre espalhando 50 gramas de margarina ou manteiga. Abra novamente, espalhe a manteiga e enrole como se fosse um rocambole. Corte o rocambole em fatias de 2 centímetros de grossura. Estenda cada rodela no fundo de uma forminha pequena, forrando também as laterais.

Recheio:
Numa panela junte a maizena, o creme de leite, as gemas e metade do açúcar. Leve ao fogo até ferver. Adicione o resto do açúcar, a baunilha líquida (algumas gotas) e as raspas de limão. mexa bem e leve à fervura novamente. Desligue e coloque sobre as rodelas de massa.
Leve as forminhas ao forno médio preaquecido até que estejam bem sequinhas.

http://gattors.blogspot.com/2010_05_27_archive.html


Poesia , naquele domingo...- José do Vale Pinheiro Feitosa


Surpreende que a seiva,
Se habite de tantos.
Carreando no caule,
Todas as sílabas do seu nome.

E que a solidão,
Se agasalhe sob a copa das árvores,
Uma cantoria de pássaros,
O choramingar de um riacho.

Surpreende teu ódio de pedreira,
Tornando rochas em volumes britados,
Fragmentando o caminho da evolução,
Com teu instinto de pedregulho.

E que versejes como fogos de artifício,
Uma deslumbrante luz no céu,
Que encanta pelo efeito,
Só para lembrar a escuridão.

Surpreende o sol que se põe,
Amiudando a luz em complexidade,
Detalhando o invisível da plena luz,
Nuances do mesmo, fusões dos diferentes.

E que a poesia seja apenas sons,
Mas uma canção também o é,
Ela nos diz do plural de cada um,
Da unidade na distinção.

Surpreende que o amor seja apenas um,
E que sua prática seja uma cena,
De tantos atores, muitos sentimentos,
Esperança, tédio e quebras.

O que não surpreende,
É o tempo me desconstruindo,
Enquanto o evoca na permanência,
A saudade que preserva é matéria do tempo.

Por José Carlos Brandão

Amor é loucura?
Então quero ser louco!
Mais louco quero ser
quanto amor pode me dar.
Quero um amor de mulher
para me extasiar.
Amor sempre é pouco,
meu coração no peito
nunca está satisfeito.
Amor é loucura?
Desse mal ninguém me cura!

É domingo... Que tal uma bela produção com direito a vestido novo, maquiagem caprichada, perfume suave, enfim, esbanjar charm e sair pra pracinha do cinema e consultar o cartaz, pra escolher o melhor filme. De vez em quando é bom dar uma voltinha no passado, dá uma saudade...!
(Maria de Jesus Andrade)



Reflexão.Liduina Belchior.


O silêncio em algumas

ocasiões, polariza com

o grito que antes

o ser sufocava.


Sufocar um "ai"

é manter presa a dor,

por isso...

O calar ás vezes, é manter

enjaulado o dissabor.

Acordar da letargia - Emerson Monteiro


O uso do cachimbo é que põe a boca torta, diz o povo. Diz ou dizia, pois tudo muda todo tempo, a ponto de a sabedoria popular abrir caminho às tradições modernas e querer imitar o que falam os arautos da pouca utilidade. Bom, mas trazer algumas palavras que signifiquem renovação dessas, ou daquelas, vontades escorregadias da ausência de sentido, nesse mundo quase só cheio de supérfluos. Tocar assuntos de possibilidades prováveis. Reviver o sonho de acordar cedo e caminhar ao sol das manhãs com o cérebro ligado nas sensações boas, esquecido das impurezas e preocupações da rotina frívola lá de fora. Viver com todas as letras o alfabeto de respirar novos dias, a intensidade ainda livre dos traumas da primeira infância. Criança, somente. Contar a nós próprios as lendas da inocência original. Pisar o chão do jeito que vem a vida, sem necessitar tanger as brasas da incompreensão ou os maus humores da perversidade. Caminhar, simplesmente. Nisto a perene urgência momentânea de uma raça inteira acordar e ver as realezas do caminho onde nada mostra face de peças já terminadas. Onde tudo se transforma todo tempo ao sopro incondicional do instante eterno dos segundos. Esse instinto forte de seguir adiante ao ritmo dos passos, livre das circunstâncias imprecisas de longas conveniências burocráticas. Acordar para nós acesos, recorrer ao que existe de si parentesco com a natureza nas individualidades, e acreditar a transformação radical dos obstáculos em nuvens ligeiras e limpas. No sequenciar desse movimento, o perfume inesperado que ganha corpo e cresce mais ainda, à proximidade eterna das partículas em agitação, unindo pensamentos e sensações quais peças de tabuleiro imenso posto à frente dos seres. Nós, quais intérpretes do discurso empolgante das horas, em atividade constante de sobreviver, incontidos nos detalhes essenciais da cena impetuosa das cavalgadas bravias e dos elementos em fúria. Acordar, afinal, para o sonho. Largar de lado os cacos rotos das equívocas permissividades. Descer ao teto dos palácios em festa, arraiás de praias amenas e águas transparentes, pois há um ser que nos espera de braços aberto no íntimo coração. O processo disso, nas portas abertas do presente, indicam sentimentos de paz e pontes felizes e abrem oportunidades aos acontecimentos verdadeiros. O isso de abandonar de vez trastes velhos das falhas vencidas e substituir os padrões que marcaram de vergonha a personalidade, nas ações antigas e que insistem retornar e esfregar na nossa cara a vileza das noites anteriores. Administrar esse lixo autoritário das subidas e reciclar em sabedoria. Integrar à existência o primor das estações iluminadas. Revivescer de nós, parecidos sementes que, seguras, brotaram noutro solo, pomos de luz na solidão descomunal do sagrado, feitas alegres quermesses dos santos sertanejos nordestinos. Pular de tranquilidade e admitir o milagre sonoro de viver que a todos permanece disponível.

Sarah Vaughan





Sarah Lois Vaughan (Newark, 27 de março de 1924 — Los Angeles, 3 de abril de 1990) foi uma cantora estadunidense de jazz. Junto com Billie Holiday e Ella Fitzgerald é considerada por muitos como uma das mais importantes e influentes vozes feminina do jazz.

A voz de Vaughan caracterizava-se por sua tonalidade grave, por sua enorme versatilidade e por seu controle do vibrato. Sarah Vaughan foi uma das primeiras vocalistas a incorporar o fraseio do bebop.

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Doris Day


Doris Mary Ann von Kappelhoff, conhecida como Doris Day (Cincinnati, 3 de abril de 1922), é uma cantora e atriz estadunidense das mais populares nas décadas de 50 e 60. Como atriz e cantora brilhou em Ardida como Pimenta (BR)(em inglês Calamity Jane), no qual além de interpretar a personagem do Velho Oeste Jane Calamidade, cantou Secret Love (que recebeu um Oscar de melhor canção).

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ABOBRINHAS INTERROGATIVAS : MITOLOGEMA - por Ulisses Germano

se se
Sísefo 
carregasse
uma 
pedra 
de 
isopor
saíria 
do 
embarace
com
a
leveza 
seu
favor?