por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 7 de abril de 2011

Jacques Brel



Pablo Picasso



Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, ou simplesmente Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 — Mougins, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhador espanhol, tendo também desenvolvido a poesia.


Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol
Pablo Picasso





Dulce Pontes


Dulce José Silva Pontes (Montijo, 8 de Abril de 1969) é uma das cantoras portuguesas mais populares e reconhecidas internacionalmente. Canta canções pop, música tradicional portuguesa (fado e folclore incluído), bem como música clássica.

Um domingo de chuva - Por José de Arimatéa dos Santos

Foto: José de Arimatéa dos Santos
Como é bom o domingo!
Despertador desligado, claro!
Dia sem compromisso
E lá fora chuva intermitente e calma
Deixa o clima bastante atraente!
Engraçado,
Sempre achamos que o domingo deve ser de sol!
Mas não deixa de ser prazeroso
Um domingo de chuva
Bem cedo, logo de manhã!

não olvide
Ovídio
veneno pequeno
é antiofídico

Márcia e Rosineide em Recife: é festa! é riso!




Uma amizade que começou no Colégio Dom Bosco: éramos jovens cheios de sonhos e alegria.





A amizade de mais de quarenta anos: a certeza do afeto preservado, a alegria compartilhada.

SIDERAL - por Stela Siebra

ASCENDENTE LEÃO:
Acenda seu brilho

A pessoa com Ascendente Leão quer palco. Brilhar. Aparecer. Liderar. Ser amado e ser respeitado. É isso que você quer, não é? Pois bem, saiba que o verdadeiro brilho leonino aparece quando você encontra a essência da sua alma através da sinalização do seu Ascendente.

É natural, para quem tem esse Ascendente, os gestos grandiosos - às vezes até dramáticos - pois necessitam constantemente de atenção. Você já se deu conta de como é difícil para você dividir as atenções e liderança? Sabe por que isso acontece?

Você quer ser tratado como "realeza" e quando a glória não se apresenta nos feitos da sua vida, você tende a se retirar com raiva, tal qual uma criança irritada por não ser o centro das brincadeiras. É imperiosa sua necessidade de aparecer como indivíduo, de ser respeitado e reconhecido por sua generosidade. O fato é este. Você geralmente espera algo em troca: quer a gratidão e a lealdade das pessoas. Saiba que isto é a representação de um papel, porque se você sintonizar-se com o verdadeiro espírito e brilho leoninos, vai sentir-se pleno de si mesmo, com urgente necessidade de ser grandioso e doar-se sem querer nada em troca. Nessa ocasião você destaca seu melhor lado e vai estar espontaneamente liderando, comandando, expressando sua criatividade e grandeza.

É aí que você consegue a orientação para apresentar-se na vida de forma espontânea, brilhante e grandiosa, sem precisar esmagar os outros com sua chama ofuscante. A sinalização leonina para orientação pelo Ascendente é buscar o seu valor. Esse valor se expressa quando você controla e mata o monstro do egoísmo, o monstro do eterno "cheguei e arrasei". Esse monstro é também o da arrogância, aquele que só olha para o próprio umbigo.

Quando você consegue dominar sua parte pequena e egoísta, o grande e o valioso se destacam em você. E assim tem, realmente, a glória de abrir vastos horizontes e, de forma extraordinária, mostrar seu brilho, que certamente será expresso de maneira calorosa e amorosa.
Stela Siebra - Astróloga

Caju


D. Anfrozina , com a sabedoria que os anos lhe foram concedendo , percebera ,cedo , a implicância da filha com o marido : Sebasto. Giselda parecia uma bacurinha de pé de pilão: não deixava o homem em paz um só instante . Fuçava daqui, esperneava dali, roncava acolá. Anfrozina não morava com o casal, mas desfazia, por inteiro, a terrível fama das sogras. Sempre tomara partido do genro, talvez porque soubesse que a maior parte dos arrufos dependia da pouca tolerância da filha. Giselda, ao que parece, buscara sempre a figura perfeita de marido: íntegro, rico, romântico, viril, domesticável, sem vícios e barriga branca. Anfrozina fora a primeira a dissuadi-la de tal pretensão. O almejado ser apolínio e imaculado só existia nos livros de Mitologia. --- Santo não casa minha filha ! D. Hélder, o Dalai Lama, Buda contraíram núpcias com Deus e não com essa rafaméia aqui da terra! Você devia dar graças aos céus ter conseguido encontrar ainda um beato feito Sebasto. A opinião de Anfrozina não era muito diferente daqueles que conviviam de perto com o casal. Giselda, no entanto, não se convencia e continuava sua cruzada interminável em busca do companheiro perfeito. E a grande verdade é que a esposa não tinha lá razões para tanta choradeira e insatisfação. Sebasto não era rico, mas tinha um emprego estável de barnabé que os permitia levar uma vidazinha tranqüila e sem muitos atropelos. Era homem de casa e do trabalho, de temperamento dócil e deu a Giselda uma récua de filhos que, crescidos, assumiram o destino cigano do cearense e se espalharam Brasil afora. Beirando os sessenta, ainda tinha um fogo invejável, com muitas brasas inflamadas ainda por baixo da cinza acumulada por tantos anos. O marido só tinha um defeitozinho. Gostava de uma biritazinha diária, de queimar os dentes, mesmo assim raramente foi flagrado bêbado. Com o álcool mantinha a mesma compostura da sobriedade, apenas ficava um pouco mais palrador e extrovertido. Não se transformava em macaco, porco ou leão: virava papagaio. Giselda já o conhecera com este hábito, não comprou gato por lebre. Nos primeiros anos até que suportou a caninha do marido. Com o passar do tempo, no entanto, aumentou a implicância: vivia a reclamar pelos cantos e fazer cara de cobrador, quando Sebasto chegava mais alegre e falante. Os reclamos extrapolaram quando Giselda resolveu tornar-se evangélica. Aí o vício do companheiro tomou ares de pecado mortal e de artes do capeta. Sebasto ainda contra-argumentou : Jesus não era contra bebida de jeito nenhum, fosse assim , nas Bodas de Caná, teria transformado a água em cajuína e não em vinho. Giselda, desarmada no seu fundamentalismo, não se convencia e armava brigas que se estendiam por semanas. Vivia trombuda, amarga, sem compreender que destilar fel também podia ser pecado mortal. Já velho, em meio à saraivada inexplicável de impropérios, Sebasto foi compelido ao adultério. Arranjou uma gambiarra : uma viúva fogosa da repartição. Levou a coisa em banho-maria por uns dois anos. Ficou mais feliz e imune às implicâncias giseldianas. Um dia, no entanto, como sói acontecer, a mulher descobriu a tramóia e armou um barraco horroroso. Despiu-se de todas as lições de compreensão, solidariedade e perdão que aprendera nos cultos. Resolveu separar-se, mas foi dissimulada por Anfrozina e pelo pastor da sua igreja. Depois que a poeira sentou , chamou Sebasto que estava recolhido à casa da sogra e foi clara. Disse , com voz chorosa, que assumia sua parcela de culpa e que queria reatar o casamento. Sob duas condições apenas: que ele abandonasse de vez a viúva e mais : prometesse nunca mais pôr uma gota de álcool na língua. Sebasto estendeu os olhos para o jardim e , com água na boca, observou o cajueiro defronte à casa coberto de frutos rubro-amarelados, com o cheiro invadindo o mundo. Um manancial interminável de tira-gostos ao alcance das mãos. De língua seca, negociou: --- Tá certo, Giselda, paro de beber, mas deixe ao menos passar a safra do caju... A mulher, enraivada, sacou o temperamento velho ofídico que guardara cuidadosamente dentro da bíblia e rasgou: --- Você é um bêbado inveterado mesmo, Sebasto ! Acho que esse seu vício não tem jeito. Mas a rapariga da viúva, esqueça, viu ! Ou ela ou eu ! Sebasto, calmamente, renegociou: --- Mulher, já faz uns dois anos que estou com ela. Ela é depressiva, não posso chegar assim e acabar tudo de uma hora para outra! Tenho medo de suicídio. Preciso de um tempo ! Giselda, já exasperada, gritou: --- Um tempo, é ? Um tempo, seu engraçadinho? Quanto tempo? --- Uns quatro, cinco anos tá bom...



J. Flávio Vieira

sala de espera

Aguardo o exame de vista.

Sei que enxergo nuvens
e flores no lugar de gente
e fantasmas pendurados
no varal do banheiro.
Mas nada grave.

Nuvens e flores lembram-me a infância.
O vento quando balança as camisas molhadas
os fantasmas fogem.

Escolherei uma armação cor das asas da minha andorinha.
Meio marrom, creme, café com leite.

Vou colar a foto do biquinho dela na lente.
Dormirei de óculos.

A minha andorinha é muito louca
certamente há de querer entrar nos meus olhos.

Dizem que são os olhos as janelas da alma.
Pra que janelas se o sol quando bate
é engolido pelas minhas botas?

Aguardo o exame de vista.

Sei quando lanço o olhar
contra a calçada eu queimo
a folha seca e a  lagartinha.

Não sou um facínora.
Mas sempre que lanço o olhar
contra a calçada eu queimo
uma folha seca e a lagartinha.

Talvez seja por isso
que ao ouvir os meus passos
descendo a escada o vento assobia
e correm apressadas todas as folhas secas
e todas as lagartinhas pro outro lado da rua.

E se for preciso uma cirurgia?
Um implante?

Bato o pé pelos olhinhos miúdos
da minha andorinha [sei que só vou
levar as córneas]

Meu Deus, como sou egoísta.
Não pensei na minha andorinha.

Por aí de galho em galho e fios de alta tensão
com os olhos enfaixados a lamentar o infortúnio
de haver se apaixonado por um poeta.

Por um poeta quase cego.

" O Baile da Saudade "


Era o Baile da Saudade. As roupas, os penteados, as gírias, tudo estava como ditava a moda da época. O salão estava iluminado com a presença dos grandes ídolos. Os Românticos de Cuba deram início à festa, lembrando aos amantes que só se ama “Solamente Una Vez.” Bievenido Granda cantou “Total”, e um “Perfume de Gardenia" impregnou todo o salão.


Miguel Aceves Mejia, apesar de ter “Alma de acero” sofria e gritava ( ui, ui, ui )“A Los Cuatro Vientos -Dejen que el llanto me bañe el alma Quiero llorar, traigo sentimiento” .


Aproveitando aquele clima nostálgico, Agustin Lara aproveitou para perguntar a Maria Félix : Acuerdate de Acapulco, de aquellas noches, Maria Bonita, Maria Del Alma...” Mas ela não respondeu.


Lucho Gatica, em seguida, tranqüilo e sereno, com voz suave e melodiosa, fez questão de cantar as suas dúvidas : “Sabrá Dios, si tú me quieres o me engañas...”. Lá, num cantinho, escondido, Roberto Yanez, resolveu aparecer, e tentou mais uma vez,convencer a sua amada Que te quiero, Sabrás Que Te Quiero, cariño como este jamás existió...” Muitos achavam que ele imitava o Lucho, mas não, ele apenas tinha uma voz tão ou mais linda que a dele.


Enquanto isso, Pedro Vargas, implorava “Desesperadamente”: “ Ven, mi corazón te llama...”. Também fez questão de lembrar que “Un viejo amor no se olvida ni se deja...” e como bom crente que era, suplicou na “Oración Caribe" :piedad, piedad para el que sufre,piedad,piedad, para el que llora...”


O Trio Los Panchos indiferente ao sofrimento alheio, apregoava: “Me voy pa Pueblo hoy es mi dia voy alegrar todo el alma mia...” Joselito, El Pequeno Ruiseñor, era o mais novo, mas também estava contagiado com tanto sofrimento, e aproveitou pra perguntar: ““¿ Donde estará mi vida, por que no vienes…?”


Libertad Lamarque, não satisfeita com tanto “dois pra lá, dois pra cá”, antes de deixar o baile aconselhava “...No llores amor mio, la gente está mirando, Bailemos esse tango, el tango del adiós ...”


Eis que de repente, as atenções se voltaram para um estranho no ninho. Era Nat King Cole e aquele sotaque encantador, que inconformado, repetia “ Siempre que te pregunto,que cuando como y donde,tu siempre me responde “Quizás, quizás,quizás “.E logo em seguida,confessava : Quero chouruar,no tenho lágrimas,que me roulem na face pra me socouruer...”


O salão ficou em silêncio por alguns instantes,até que, ouviu-se uma voz...aquela voz cheia, potente e vigorosa que cantou, encantou e preencheu de sonhos e fantasias o meu mundo adolescente...

Dos almas que en el mundo había unido Dios

Dos almas que se amaban eso éramos tu y yo

Por la sangrante herida de nuestro inmenso amor

Nos dábamos la vida como jamás se dió

Un día en el camino se cruzaban nuestras almas

Surgió una sombra de ódio que nos aparto a los dos

Y desde aquel instante mejor fuera morir

Ni cerca ni distante podremos ya vivir

ni cerca ni distante podremos ya vivir

Era a voz de Gregório Barrios com Dos Almas, que me convidava para deixar o Baile, e me despertou daquele sonho.


Recado : Só quem ouviu, cantou, dançou, sonhou e viveu as músicas aqui citadas, pode participar do Baile da Saudade.


Corujinha Baiana ( 30 de agosto de 2009 )

ANIVERSÁRIO DE FRANCISCA SARAIVA DE MELO JAMACARU - FANCA



Amiga que eu quero bem
Pessoa por demais franca
Tire o erre do adjetivo
E lerás somente Fanca!

Ulisses Germano

O "analfabeto cosmopolita" - José Nilton Mariano Saraiva

Olha o “analfabeto” aí, de novo, gente. Depois de ser agraciado com o título de “Doutor Honoris Causa”, em Portugal, Lula cumprirá extensa agenda: hoje estará nos USA, amanhã vai pro México, o fim de semana Londres, e a semana que vem desembarcará na Espanha. Como se vê, o “aleijado-quatro-dedos” é sucesso em tudo que é canto, inclusive na culta e exigente Europa. Aliás, sucesso que muito gente não aceita e nem em seus piores pesadelos imaginaria que Lula alcançasse quando foi eleito em 2002. Mas, como o “homi” transformou o Brasil, taí no que deu. Vejam e matéria abaixo:
Com um discurso sobre educação no Brasil em evento da Microsoft, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugura hoje em Washington uma série de palestras internacionais, que promete manter sua agenda cheia por um bom tempo. Será sua primeira fala remunerada no exterior desde que deixou a Presidência. Nos próximos dias, Lula fará outras duas: na sexta-feira, em Acapulco, para a Associação dos Bancos do México; e na próxima semana, em Londres, para investidores em evento da Telefônica. O valor da remuneração que ele vai receber pela palestra nos EUA não foi revelado, mas deve ser superior ao cachê previsto para o Brasil (em torno de R$ 200 mil). Lula chegou à capital americana ontem, em avião emprestado pela Coteminas. Pela manhã, se encontrou com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno. Os dois discutiram a possibilidade de ações comuns entre o órgão e o Instituto Lula. Um ponto de interesse é a aproximação do Brasil com a África.
O ex-presidente almoçou com o embaixador do Brasil em Washington, Mauro Vieira, e pretendia passar a tarde revisando o discurso de hoje e passeando --queria ver as cerejeiras locais. Lula deve partir hoje mesmo para Acapulco e viajar para Londres na próxima terça. Na capital inglesa, além de fazer o discurso a investidores, o ex-presidente pretende se reunir com o historiador Eric Hobsbawm. No fim de semana, Lula vai para a Espanha para receber o prêmio "Libertad Cortes de Cádiz" (mais um). Há uma preocupação nesta viagem --ele quer assistir ao jogo de futebol entre o Barcelona e o Real Madrid, mas ainda não sabe se haverá tempo. Bem remunerado com as palestras, o ex-presidente não pretende receber recursos federais com duas de suas iniciativas - o Instituto Lula (que viverá de contribuições, inclusive do PT) e a empresa que gerencia suas palestras.
Enquanto isso, à “tucanhalada” e adeptos só resta uma saída: ficar chupando o dedinho, ad eternum.

RELÓGIO PARADO- por Rosa Guerrera



Tem dias em que a gente amanhece como se tivéssemos dentro de nós, um imenso relógio parado , marcando uma hora qualquer de um momento também qualquer que aconteceu em nossas vidas . É como se diante de nós existisse um longo cais sem ancoradouro, com correntes e águas profundas ... Uma espécie de paisagem inerte refletida num céu nublado sem expectativa nenhuma de um tímido raio de sol. E ficamos parados, inertes como aquele relógio... Apenas um objeto pendurado na parede sem nenhuma função a desempenhar , a não ser emoldurar o silêncio. É quando mergulhamos então num mundo de lembranças procurando encontrar algum fato que nos traga a memória o dia exato em que aquele relógio parou. Abrimos nossos braços e não mais encontramos os abraços recebidos . Inclinamos cabisbaixos a cabeça a procura de um ombro onde repousá-la , e tombamos no vazio de mil lembranças .Nenhuma voz a nos dizer uma simples frase que nos arraste daquele momento.Só o relógio mudo , sem vida . com seus ponteiros parados a nos fazer companhia ! Fazemos um esforço na memória , e imaginamos que ele tenha ficado mudo e quieto no momento em que foram desligados os ponteiros de algum sonho. De repente um tênue raio de sol entra pela janela acariciando meigamente o relógio fictício... Quem sabe esse novo calor não o impulsione a movimentar seus ponteiros .... Quem sabe ! Quem sabe também num outro amanhã,eu não volte a escutar mais forte os ponteiros já cansados do meu coração , e esqueça de uma vez por todas o momento em que ele ficou silencioso como esse relógio ilusório num velho muro carcomido rabiscado de tantas recordações 

por rosa guerrera

ADHEMAR CASÉ- por Norma Hauer


Na data de hoje, há 18 anos, em 1993, faleceu aqui no Rio de Janeiro um dos maiores vultos de nosso rádio.
Ele revolucionou o rádio de seu tempo e revelou vários artistas em seu então famoso Programa Casé.
Em novembro, data de seu nascimento, farei um trabalho sobre ele, mas devido a sua importância no meio radiofônico não quero deixar a data de hoje passar sem uma pequena lembrança.

Atualmente, na televisão, sua neta Regina Casé é uma continuadora de seu Programa Casé.
Norma

DIRCINHA BATISTA- Por Norma Hauer


Foi no dia 7 de abril de 1922 que nasceu, em São Paulo, Dirce Grandino de Oliveira, que ficou conhecida como DIRCINHA BATISTA, por ser filha de um humorista e ventríluquo, de nome Batista Júnior. Assim, já aos 6 anos, estreou em São Paulo como cantora e aos 8 gravou seu primeiro disco, que não “emplacou”.
Vindo com a família para o Rio de Janeiro, aos 13 anos fez parte do ´programa que Francisco Alves tinha na Rádio Cajuti e com essa idade estreou no cinema, no filme “Alô, Alô Carnaval”, vestida de pirata, cantando a marchinha de João de Barro (o Braguina) “Pirata”.
Seu primeiro grande sucesso em disco, deu-se com “Piriquitinho Verde”, de Nássara e Sá Roriz, no carnaval de 1938. Não tinha, ainda, 16 anos.
“ Meu piriquitinho verde
Tira a sorte, por favor.
Eu quero resolver esse caso de amor
Pois se eu não caso, nesse caso eu vou morrer...”
/
A partir daí, obteve vários sucessos, tanto no carnaval como “no meio do ano” como “Meu Trolionho”, de Ari Barroso; “Mamãe, eu vi um Touro”, do humorista Jorge Murad e Oswaldo Santiago; “Tirolesa”, de também de Oswaldo Santiago, grande sucesso no carnaval de 1940; “Se Eu Tivesse um Milhão”; “Eu Quero é Sambar”; Máscara da Face”, da dupla Klecius Caldas e Armando Cavalcanti; “ Nunca “ de Lupicínio Rodrigues e inúmeros outros.
Em cinema, tomou parte nos filmes “Bombonzinho”; “ Futebol em Família”; “Entra na Farra” (este com o pai, Batista Júinior e o cantor Carlos Galhardo) ; “Banana da Terra”; “Abacaxi Azul”; “Metido a Bacana”; “Entrei de Gaiato” e vários outros, num total de 16 filmes.

Em 1947 foi eleita “Rainha do Rádio”, em concurso que era promovido anualmente pela “Revista do Rádio”.

Também fez peças teatrais e atuou nas Rádios Tupi, Clube e Nacional, bem como na TV Tupi, já na década de 60.

Nos anos 70, já com a “bossa nova” e outros ritmos dominando nosso meio musical, afastou-se , teve depressão e, com sua irmã Linda Batista, também em estado depressivo, foi amparada pelo cantor José Ricardo, que acabou falecendo antes dela.

Dircinha Batista faleceu em 18 de junho de 1999, aos 77 anos.

Dez anos depois (em 1999) realizou-se um espetáculo teatral, da autoria de Sandra Werneck, de nome "SOMOS IRMÃS", com asa atrizes Nicete Bruno e Suely Franco, mostrando a carreira de Dircinha e Linda, do apogeu a seu fim melancólico.

O espetáculo excursionou por vários estados, sempre com sucesso. E relembrou a vida de duas cantoras que enriqueceram o cancioneiro de nossa terra.

Norma

P.S.Dircinha faleceu em 1999 e o espetáculo em homenagem às irmãs Batista deu-se 10 anos após o falecimento de Linda Batista, ocorrido em 17 de abril de 1988 .

Na época do espetáculo Dircinha ainda estava viva.

Minha confusão foi devido a que o espetáculo foi sobre a vida das duas irmãs, mas só Linda havia falecido.

Os dados do dia- por Everardo Norões


Deduzem-se

os dados do dia

entre as garras do gamão.

Raro sopro de alegria

sôbolos rios que se vão.





ACHADOS E PERDIDOS - Por Marcos Vinícius Leonel




O MALTE DE MAUTNER

“Para Iluminar a Cidade” é o primeiro disco de Jorge Mautner. Gravado ao vivo no Teatro Opinião, nos dias 27 e 30 de abril de 1972 e lançado pela Philips, através de um selo criado por Nelson Mota, que vendia discos pela metade do preço e conseqüentemente pela metade da qualidade técnica, chamado “Pirata”.

A música de Mautner foi lançada tardiamente, nesse período ele já tinha mais de trinta anos, o que contrariava completamente a estirpe mercadológica da juventude, maior nicho de consumo desde a década de 60, a partir do “baby boom” americano. Devido à estética de sua música e ao seu comportamento, logo ele foi relegado ao plano dos marginais malditos, para fazer companhia a Jards Macalé, Luiz Melodia, Odair Cabeça de Poeta, Sérgio Sampaio, entre outros.

Muito antes de ser compositor e tocador de violino, Jorge Mautner já era escritor, também marginal e maldito, com vários e estranhamente interessantes livros lançados tais como “Deus da chuva e da morte”; “Narciso em tarde cinza”; “Kaos”; “Fragmentos de Sabonete” e “O vigarista Jorge”. Embora pareça o porta-voz do nonsense, Mautner tem um discurso definido e consciente, que ridiculariza tanto os ignorantes, reféns do mau gosto, quanto os intelectuais pseudo-acadêmicos, reféns das ilusões teóricas armazenadas em nitrogênio líquido.

A independência discursiva de Jorge Mautner é a sua marca registrada, esteve entre os tropicalistas no exílio, mas nunca foi um deles; vivenciou a efervescência do rock nos Estados Unidos e Inglaterra, mas nunca foi rockeiro; leu avidamente Sartre e Nietzche, mas nunca foi existencialista, criou sua própria teoria, a do Kaos; colaborou com a imprensa nanica, mas nunca fez parte da esquerda festiva e nem da arte de resistência. Mautner está muito mais para o anarquismo cultural de Tristan Tzara do que para o formalismo condecorado de Chico Buarque.

“Para Iluminar a Cidade” veio para desafinar o coro dos des-contentes. Em 72 o vigarista Jorge, sem trocadilhos, não era nem contra ou a favor de nada, muito pelo contrário todavia muito embora. Em 72 ele apresentou a sua ironia ferina, de agente infiltrado no sistema, só para sabotar as jóias da coroa. O disco apresenta o estranhamento discursivo e a eterna carnavalização dos costumes sociais, amargamente sincréticos, da elite brasileira.

Jorge Mautner é desafinado e arranha literalmente as cordas de um violino bastante sofrido na mão dele. Nesse achado do cancioneiro popular brasileiro, a banda é desentrosada e não tem nenhum músico virtuose. Nota-se que o público é pequeno, como ainda hoje é o seu. Algumas músicas parecem trilhas de fim de noite em um boteco de subúrbio. Mas esse é que é o charme desse artista nada inofensivo. A vigarice musical de Jorge Mautner é o antídoto para o estelionato cultural de subprodutos como Jorge Vercilo, Ana Carolina, Adriana Calcanhoto, Quarteto em Si, Mpb 4, Seu Jorge e outros dentrifícios inorgânicos que fazem parte da higiene mental do brasileiro empedernido.

A qualidade técnica do disco é sofrível, mesmo passando por um processo de remasterização do lançamento em cd, que traz três raridades como faixas bônus: as duas marchas de carnaval lançadas em compacto, “Relaxa, meu bem, relaxa” e “Planeta dos macacos”, além da histórica, hilariante e satírica “Rock da barata”, gravada ao vivo no Festival Phono 73, promovido pela Phonogram.

Os destaques mais do que especiais vão para as faixas “Super Mulher”, “Olhar Bestial”, “Sheridan Square” e duas faixas imperdíveis, que resumem magistralmente o que é e o que despropõe Jorge Mautner: “Estrela da Noite” e “Quero Ser Locomotiva”. Essa última, com a sonoridade que está aqui e com a interpretação histórica de Mautner, é um dos maiores achados da marginalia brasileira.

A banda

Jorge Mautner - voz e violino
Carneiro (Nelson Jacobina) - violão
Sérgio Amado - violão
Alexandre - baixo
Tide - percussão
Otoniel percussão

Por Lupeu Lacerda



karimai
(a desnecessidade de palavras)


A lembrança que tenho dele
É de uma cena de filme zen
Água e açúcar em uma pequena colher
Um jardim
A espera de uma borboleta
O que era mais leve?
A borboleta feita de vento
Ou as mãos do mestre?
No fim, não sei se era desenho
A borboleta que bebia água com açúcar na colher
Ou a do papel, saída do coração de karimai
Bateram asas as borboletas e o mestre
O céu está mais bonito e colorido

O Core Ingrato - José do Vale Pinheiro Feitosa



Uma das canções mais belas do século XX. Catari, Catari, ou como mais comumente a conhecemos: O core ingrato! E mais bela é a melodia tão no sentimento como a canção "meridionale" ou a "napolitana" tem sido. E o improvável mundo pobre, da desgraça, vítima do preconceito e dos chefetes locais, como o sul da Itália fez uma canção que o norte separatista não chega nem aos pés. A não ser a bela ópera e suas arias, mas aí estamos falando numa "máquina" produtiva que se espalhava por toda a Europa além de Milão. Compare a riqueza da música nordestina, tanto a rural como a urbana para sentir o quanto do pulso da vida tem em comparação com outras. E quando chegamos no sul maravilha a seiva da vida está empoçada em alguns retalhos do tecido social. Mais comum naquele tecido roto, aquele esgaçado, mal costurado: o samba dos morros, as histórias da pequena classe média.

Não digo que a qualidade seja a salvação da pobreza. Apenas digo que mesmo para os ricos as palavras amargas, o desprezo e a traição são a regra do açougue. O tempo passa, a vida é tempo e com ele certos tipos. E diante de tanta dedicação ao foco, ao focar-se, objetivar-se vem Catari e lhe planta um gosto amargo.

Catarina, Catarina
Porque me dizes estas palavras amargas?
Por que me falas ao coração com estas tormentas, Catarina?
Não esqueças que te premiei meu coração, Catarina...
Não te esqueças....
Catarina...



Colaboração de Geraldo Ananias









Subject: Fwd: CLIPE DO FILME - RIO (imperdível!!!!)


Esse é o link do clipe do filme " RIO ", com os primeiros dois minutos do filme, que começará a ser rodado no cinema agora no mês de Abril. É do mesmo diretor de "A era do gêlo", que é brasileiro, e que criou o desenho do esquilo do filme, que vivia louco atrás da última noz da era glacial, e que fez muita gente morrer de rir na época.
Assista, pois as imagens do desenho animado são lindas e o som, genial!


Adílson Ramos


Adilson Ramos de Ataíde (Rio de Janeiro, 7 de abril de 1945) é um cantor e compositor brasileiro.

De estilo romântico, sempre apresentou boa vendagem de discos, atuando em shows em todo o Brasil.

Iniciando sua carreira de cantor e compositor antes da Jovem Guarda, inspirou-se no rock de Paul Anka e Neil Sedaka e nos brasileiros Cauby Peixoto e Orlando Dias. Antes de seguir carreira solo, fez parte do grupo Os Cometas.

MODA DA VIOLA - por Ulicis





a moda da viola
 não viola a viola


U.G.