por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 28 de outubro de 2011

QUADRA DE UMA RIMA SÓ - Ulisses Germano

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Com gestos ela falava
Com o olhar verbalizava
Meia palavra bastava
Pr'eu saber o qu'ela pensava

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Uma versão diferente do enredo da mídia corporativa - José do Vale Pinheiro Feitosa

Não se trata efetivamente de choro de gente politicamente encontrada em dificuldade diante de tantas denúncias. É evidente que desde o episódio do chamado Mensalão e de modo mais eficiente com o Governo Dilma que a revista Veja, Época, Isto é e os jornais O Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo estão em ampla campanha de derrubar ministros e apontar corrupção no governo federal.

O comportamento desta rede de mídia dirigida por quatro famílias poderosas - Civita, Marinho, Frias e Mesquita – é tão claro que até já apostam nas próximas vítimas: o Ministro do Trabalho, o Ministro das Comunicações e o da Educação. Na internet os pios leitores da rede repercutem as apostas de queda. Para eles, os partidários da oposição é um ganho, mas para o país no mínimo temos o privilégio da dúvida.

A rede não tem limite para fundamentar suas denúncias. Vale qualquer jogo: requentar matérias, revelar segredos de justiça, gravar ilegalmente, associar-se a pessoas investigadas e com vários processos em curso e assim por diante. E quando se pergunta qual o limite desta ação, sobem aos céus com suas asinhas de anjo e das nuvens acusam a censura à liberdade de empresa.

A democracia tem que jogar aberto e, portanto, se a mídia pode fazer o que faz, igualmente a discordância é livre e deve se precaver com métodos suficientes para não se sujeitar à versão única da rede e das famílias poderosas. Não se pode impedir que os maus feitos venham à luz da notícia, mas podemos combinar o jogo para que esta postura seja universal, que não apenas se preste para um lado e que emendas vendidas da assembléia de São Paulo, por exemplo, sejam convenientemente supridas do livre exercício da informação. A omissão tem o mesmo pecado da denúncia sem fundamento.

O que temos além deste tumulto que lembra a piada do homem de longos bigodes em que as crianças pinçaram fezes enquanto dormia e ao acordar achou que o cheiro de merda ora estava em si, ou na cadeira em que se sentava, talvez no corredor e com a face fora da janela do trem, concluiu que era o mundo todo. Esta noticia abaixo informa algo diferente sobre a corrupção no país e especialmente no governo federal. No mínimo é uma visão diferente das famílias que manda na informação no Brasil. A cabeça de cada é livre para contemplar a diversidade da democracia.

OCDE volta a elogiar Brasil, agora por 'progressos' contra corrupção

Pelo segundo dia seguido, a entidade internacional Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou relatório com elogios ao Brasil. O motivo agora foram “importantes progressos” que o organismo entende terem havido no combate à corrupção no país na última década.

Entre eles, a OCDE aponta a ampliação da transparência e do controle social nos serviços públicos, a criação da Controladoria Geral da União (CGU) – uma espécie de vigia interno do governo federal -, mudanças em licitações e incentivo a melhores padrões de conduta por parte dos servidores.

O estudo sobre a probidade do governo federal foi divulgado nesta quarta feira (27) pelo secretário geral da OCDE, Angel Gurria, em evento em Brasília junto com o ministro chefe da CGU, Jorge Hage.

Apesar de identificar avanços, a entidade também diz que o país ainda precisa melhorar e faz algumas recomendações no documento, como o reforço dos órgãos de fiscalização.

O país submeteu-se voluntariamente à análise e colaborou com a OCDE, órgão que reúne 34 países e tem como missão autoimposta contribuir para o desenvolvimento e o bem estar mundial – o Brasil não é membro da OCDE.

A avaliação sobre a lisura do setor federal foi combinada pelos países do G20 em novembro do ano passado, num pacto chamado de Plano de Ação Anticorrupção. O Brasil foi o primeiro a passar pelo teste e, por isso, a OCDE diz que o relatório tem “importância global”.

“A iniciativa do Brasil de ser avaliado por seus pares em uma questão sistêmica importante destaca seu papel crescente e sua relevância nos debates internacionais e nos processos de tomada de decisão”, afirma o documento.

Em discurso, Jorge Hage disse que o país tem “uma tradição de baixa eficiência, pouca transparência e descaso com corrupção”, que no entanto estaria sendo enfrentada cada vez mais. “Não temos a menor dúvida de que o governo da presidenta Dilma Roussef é um momento histórico particularmente propício para essa tarefa.”

Segundo Hage no mundo de hoje, em que se veem pressões populares cobrando mais participação nas decisões, como mostraram manifestações no mundo árabe e, mais recentemente, em Wall Street, o tema a transparência ganha destaque. “A luta contra corrupção não tem fim”, afirmou.

DIA DO SERVIDOR PÚBLICO- por Norma Hauer


Sempre tive folga nesta data dedicada aos servidores públicos. Hoje, que minha folga se dá nos 365 dias do ano, com uma lambuja no mês de fevereiro de ano bisexto, a data, embora continue marcando o dia do servidor, não é mais considerada "ponto facultativo" porque o Collor resolveu que não era e os que vieram depois delle têm o mesmo pensamento: servidor já tem muita folga.
Neste ano de 2011, Dilma resolveu transferi--lo para 14 de novembro (uma segunda-feira). Como o dia 15 é feriado, ela “criou” um feriadão.

Bom, essa data marca o dia do servidor porque em 28 de outubro de 1939, através de um Decreto-lei (nº 1713) entrou em vigor o Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. Aquilo era um decreto-lei, logo acharam que deveria ser mudado. Depois de janeiro de 1946, nosso país se "transformou" em uma democracia (com a posse do candidato eleito nas eleições de 1945), assim, muitos decretos-lei foram revogados.

Julgaram que deveria ser votado pelo Congresso um novo Estatuto e isso aconteceu em 1952.

Já que a data era "do servidor", no dia 28 de outubro de 1952 entrou em vigor o novo Estatuto, cuja lei que o aprovou recebeu o nº 1711.

Dessa forma, a data foi mantida e sempre era considerada "ponto facultativo" até que...Collor acabou com a "brincadeira.

Os governos que vieram depois continuaram comemorando o Dia do Servidor Público , mas não na data certa (28 de outubro) e sim na segunda-feira mais próxima dessa data.
Só que Dilma deixou o “tal dia do servidor”, bem distante do 28 de outubro

Quanto aos governos municipal e estadual continuaram mantendo a data tradicional,

E se formos analisá-lo bem, hoje há outro Estatuto sancionado pelo Collor em 11 de dezembro de 1990, cuja Lei recebeu o n° 8112. Nada a ver com o 28 de outubro. A Lei 1711, que revogara o Decreto-lei 1713 foi revogada pela nova lei

Foi o Estatuto do Servidor que “abiu as portas” do serviço público para o “povão” ao instituir o concurso público para que nós, pobres mortais, pudéssemos ingressar na qualidade de funcionários nas repartições públicas , antes restritas aos “apadrinhados”.

Os concursos continuam, mas ainda há muito servidor que, como as “Marias Candelárias” ainda são indicados pelo QI (quem indicou).

“Maria Candelária
É alta funcionária.
Caiu de “paraquedas”
Caiu na letra O,O,O...”


O Cruzeiro - 6 de junho de 1959
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A história do ciúme

Está morrendo? Não, não está morrendo. Antes morresse. Mas, conforme diz o médico, pode viver assim muitos anos, pode até enterrar a todos nós.

Meu Deus, quando olho para a criatura, todo torto, atirado naquela cama, a mão em gancho, o pé duro, a bôca de lado, os olhos muito abertos e me parecendo tão humildes - vou tendo aquêle dó. Coitado, que sorte infeliz! mas aí me lembro do que êle fez, e me ataca um ódio, que piedade nenhuma abranda. Teve um ictus. Assim que o doutor diz: a gente diz que foi derrame, paralisia, ar - êles dizem ictus. Tomei horror de médicos; as mentiras que êles podem inventar, êsses nomes em latim e em grego que usam para confundir os leigos - e o pouco caso que têm pelos "leigos"!

Justamente, êle é médico. Ou era, porque agora só pode pensar no tempo passado. Era, fazia, queria. Agora é um morto-vivo. Castigo de Deus, não há dúvida nenhuma. Castigo; Deus é pai, mas também pode punir.

* * *

E pensar que o nosso caso começou por intermédio das crianças. Na praia, a Regininha, que tinha então três anos, cavava buracos na areia. Jorge, o mais velho, batia bola com um bando de garotos. Êle chegou, - um môço sério, magro, muito branco, via-se que não costumava vir à praia com freqüência e se queimar de sol. Deitou-se na areia, perto da menina e daí a pouco estava a cavar um túnel junto com ela. Jorge aproximou-se, desconfiado, era muito zeloso da irmã. Quando levantei de novo os olhos do jornal, vi que o môço chamava o vendedor de "kibon". Regina veio me perguntar se podia tomar sorvete, o estranho se aproveitou para falar comigo, disse que as crianças eram muito simpáticas, bem educadas - essas lisonjas que facilitam uma aproximação.

Poucos meses depois estávamos casados. Hesitei muito, a princípio, sempre tivera mêdo de dar padastro aos meus filhos, e além disso fôra tão infeliz no primeiro casamento. Mas a verdade é que fiquei louca por aquêle homem. E êle por mim, faça-se justiça. Apesar da terrível crueldade do que fêz comigo, não posso negar que gostasse muito de mim. Creio mesmo que tudo nasceu justamente dêsse amor que êle me tinha.

Na nossa lua de mel, as crianças ficaram com minha irmã mais velha. Mas ao voltarmos de Campos do Jordão, trouxe-as de volta para o apartamento. Só aí confesso que foi um pouco difícil habituar meus filhos à presença nova daquele homem, ocupando um lugar que antes era só dêles. Regina não se conformava em dormir sòzinha num quarto e Jorge, apesar de aos sete anos se considerar um rapaz, vinha de madrugada me pedir remédio, alegando dor de barriga, dor de dentes, insônia. Eu fingia não perceber a irritação de meu marido, que me parecia desarrazoada; afinal de contas, tratava-se de crianças, e êle devia ter pensado nisso tudo quando se resolvera a casar com uma viúva, mãe de dois filhos pequenos. Êle, porém, não cedia, não se comovia; ao contrário, deu para se irritar com tudo, mas tudo, que os meninos faziam. Certa vez Regina o tratou por "você" e êle reagiu como se fôsse um crime de lesa-majestade: "Senhor, tem que me chamar de senhor! Que educação é essa?" Se os garotos pegavam num objeto dêle, se apanhavam um lápis, se rasgavam uma revista, se abriam uma gaveta, eram explosões ferozes ou dias inteiros de zanga. A maior injúria era eu me deitar na cama com as crianças. No dia em que Jorge teve dor de ouvido e eu fiquei com o menino no quarto, parecia até que eu estava traindo meu marido com outro homem.

Meus filhos iam se habituando a só me fazer carinhos e só conversar comigo quando me viam sòzinha. Na frente dêle, tomavam um ar distante, sonso, ou medroso, que me enchia de angústia e sentimento de culpa. Curiosa foi a sanção que tàcitamente adotaram contra o padastro; deixaram de o chamar de "tio", como faziam a princípio, (de "papai", como eu tentara ensinar, nunca o chamaram) e até mesmo de "Dr. Paulo", como ùltimamente. Para os meninos, meu marido deixoiu de ter nome. Quando se viam forçados a uma referência direta, diziam constrangidamente “êle”.

Já estávamos casados há poucos mais de dois anos e a situação cada vez se agravava mais. Parecia-me intolerável o modo de Paulo tratar meus filhos, e, lá no fundo do coração, mais de uma vez me ocorrera a idéia de um desquite. Não tomava decisão nenhuma - Senhor, que amôr eu tinha àquele homem! - mas nem tanto amor me cegava, vendo aquela dureza, aquêle ciúme - (claro, tudo no fundo não passava de ciúme) de um homem feito, quarentão, contra duas crianças sem pai.

A crise chegou afinal, no dia seguinte ao aniversário de Jorge. Veio tão diferente do que eu esperava, tão imprevista, que não pude agir de outro modo. Deus que me perdoe, se não escolhi meus filhos. Mas na hora me parecia até que eu estava sendo heróica, que me sacrificava por êles...


O Cruzeiro on line é um trabalho de preservação histórica do site Memória Viva

Albertinho Fortuna - Por Norma Hauer




Ele nasceu em Portugal em 28 de outubro de 1922, mas com seis meses veio com sua família de mudança para o Brasil, indo residir em Niterói, onde viveu toda sua vida. Seu nome ALBERTINHO FORTUNA.

Como desde menino gostava de cantar, foi levado , com 7 anos, à Rádio Mayrink Veiga, onde César Ladeira o denominou:"o Garoto que vale ouro".

Pode-se dizer que foi com essa idade que se iniciou profissionalmente, visto que se apresentou outras vezes na então PRA-9, fazendo, posteriormente, parte do Programa Infantil, da Rádio Guanabara, dirigido por Cristóvão de Alencar, onde também se apresentava Lourdinha Bittencourt. Daquele programa, os que se tornaram adultos e continuaram no ramo foram exatamente Albertinho e Lourdinha.

Fez parte do grande "cast" da Rádio Nacional, onde, com Paulo Tapajós e Nuno Roland, formou o Trio Melodia que se apresentava no programa "Um Milhão de Melodias",
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Não foi daqueles que mais se destacaram naquela Rádio, que por possuir o maior "cast" dentre as rádios da América do Sul, não podia dar o mesmo destaque a todos seus artistas.
Ainda assim, como componente do Trio Melodia sua participação na PRE-8 teve grande repercussão.
Foi Albertinho quem gravou a "Marcha dos Gafanhotos", de Frazão e Roberto Martins,
e Frazão, que representou seu maior sucesso carnavalesco.

Já na fase dos LPs gravou versões de tangos famosos em "Tangos de Ontem e de Hoje" e "Tangos Inesquecíveis" , marcando sua carreira também como cantor desse ritmo, não ficando atrás de alguns cantores argentinos.

Albertinho Fortuna faleceu em 31 de dezembro de 1997, em Niterói.

MARCHA DOS GAFANHOTOS
Autores Roberto Martins e Erastóones Frazão

Gafanhoto deu na minha roça,
Comeu,comeu, toda minha plantação.
Xô, gafanhoto, xô, xô ,
Deixa um pé de agrião pro meu pulmão
Gafanhoto, isso não se faz.
Deixa minha roça em paz.

Minha verdura,
Gafanhoto comeu.
A rapadura,
Gafanhoto comeu.
Não há mais nabo,
Que diabo!
Não há couve,
O que que houve?
Gafanhoto comeu

Norma

Nelson Cavaquinho



"Cabelos prateados. Uma voz de aço, com rouquidão curtida em madrugadas boêmias pelo Rio de Janeiro. Temas surpreendentes, onde a Morte é personagem assídua.
Nelson Cavaquinho foi um trovador moderno, espalhando sua música e poesia pela noite carioca. Suas músicas são de uma simplicidade impressionante, como somente os grandes gênios conseguem fazer, não há um verso ou nota a mais que o necessário.

Nelson Cavaquinho é o prontaganista de diversas estórias já folclóricas era também capaz de no final de uma madrugada distribuir todo dinheiro ganho em um show pelos mendigos e prostitutas. Ficando até mesmo sem ter como pagar a condução de volta para casa. Vendia músicas e parcerias para sobreviver nos momentos mais difíceis. Inclusive esta é a razão de serem tão raras suas parcerias com o também mangueirense Cartola, que não gostou quando Nelson vendeu música que fizeram juntos.

Seu mais constante parceiro, com quem compôs diversos clássicos da música brasileira, foi Guilherme de Brito, uma pessoa com um estilo de vida completamente oposto ao bohêmio Nelson. Outro que não pode ser enquadrado entre seus "parceiros de ocasião" é Alcides Caminha, mais conhecido como escritor de populares histórias em quadrinhos eróticas, nas quais assinava como Carlos Zéfiro.

Nelson Cavaquinho é um dos grandes compositores da história da música brasileira, foi gravado pelos mais importantes artistas é revenciado pelos músicos. Aproveite para aproveitar aí embaixo algumas das gotas de poesia que ele espalhou pelas noites."

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Ninho Desfeito
(Nelson Cavaquinho - Wilson Canegal) Album : Flores em Vida

Vives no meu pensamento
Não esqueço um segundo de ti
É minha vida um tormento
Sofrimento igual nunca vi
Teu perfume ficou em meu leito
No meu peito ficou teu amor
Volta que ninho desfeito é uma casa onde mora a dor

Se batem na porta do meu triste lar
No peito meu coração se agita
Abro, a esperança desfaz-se no ar
Por nao encontrar por quem ele palpita
No entanto, eu espero sem desesperar
Pois sei que voltarás um dia
Sei que virás novamente enfeitar nosso lar de prazer e alegria

http://www.samba-choro.com.br/s-c/nelson.html

Dona Doida - Adélia Prado



Uma vez, quando eu era menina, choveu grosso

com trovoadas e clarões, exatamente como chove agora.

Quando se pôde abrir as janelas,

as poças tremiam com os últimos pingos.

Minha mãe, como quem sabe que vai escrever um poema,

decidiu inspirada: chuchu novinho, angu, molho de ovos.

Fui buscar os chuchus e estou voltando agora,

trinta anos depois. Não encontrei minha mãe.

A mulher que me abriu a porta, riu de dona tão velha,

com sombrinha infantil e coxas à mostra.

Meus filhos me repudiaram envergonhados,

meu marido ficou triste até a morte,

eu fiquei doida no encalço.

Só melhoro quando chove.



O texto acima foi extraído do livro "Poesia Reunida", Editora Siciliano - 1991, São Paulo, página 108.

Garrincha


Origem: Wikipédia


Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha ou simplesmente Garrincha (Magé, 18 de outubro de 1933 — Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1983), foi um futebolista brasileiro que se notabilizou por seus dribles desconcertantes apesar do fato de ter suas pernas tortas. É reconhecido entre especialistas de futebol e ex-jogadores como o segundo maior futebolista da história.No auge de sua carreira, passou a assinar Manuel dos Santos, em homenagem a um tio homônimo, que muito o ajudou. Garrincha também é amplamente considerado como o maior driblador da história do futebol.

Garrincha, "O Anjo de Pernas Tortas" , foi um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1958 e, principalmente, da Copa do Mundo de 1962 quando, após a contusão de Pelé, se tornou o principal jogador do time brasileiro. Com Garrincha e Pelé jogando juntos, a Seleção jamais perdeu uma partida sequer. A força do seu carisma ficou marcada rapidamente nas palavras do poeta de Itabira, Carlos Drummond de Andrade, numa crônica publicada no Jornal do Brasil, no dia 21 de janeiro de 1983, um dia após a morte do genial Garrincha:


Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.

( Carlos Drummond de Andrade)