por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 14 de junho de 2014

"Burrice Siderúrgica" - José Nilton Mariano Saraiva

Um evento portentoso e de dimensões planetárias, como o é uma Copa do Mundo, não é apenas e tão somente um mero torneio de futebol. Trata-se, em verdade, de uma rara oportunidade do país-sede, seu povo e sua cultura serem divulgados pela mídia, planeta afora. E para um país de dimensões continentais, bonito por natureza, com uma fauna e flora exuberantes, costumes multifacetados e com integrantes de diversas etnias, como o nosso Brasil (e que ainda figura hoje com destaque entre os “emergentes” do mundo em termos de importância estratégica), nada mais apropriado que aproveitar a ocasião para convincentemente vender-se como um lugar receptivo e aprazível.

Afinal, a chamada “indústria sem chaminés” – o turismo – é na atualidade uma geradora de divisas em potencial, contribuindo para consistentemente alavancar o país que tiver competência para usá-la com sabedoria e discernimento (vide países como a França, Itália, Japão, China e por aí vai ).

Pois bem, o nosso povo, o povo humilde das ruas, compreendeu de pronto o significado desse momento histórico e, conscientemente, fez o seu papel, tratando os visitantes internacionais com carinho, desvelo, atenção e amabilidade. E como estamos numa “aldeia global”, o reflexo de tal recepção foi imediato: jornais e TVs de todo o mundo divulgaram opiniões dos visitantes, todos extasiados e a trombetear o nosso país, porquanto “bonito, grande, de boa comida, com mulheres lindas e, principalmente, um povo extremamente receptivo e cordato”. 

Mas, aí, a “burrice siderúrgica” pintou no pedaço. E no apogeu da festa. É que uma minoria de “iluminados” desprovidos de um mínimo de educação, civilidade e espírito democrático, acomodados na área VIP do estádio onde o Brasil faria sua estréia (vizinho à tribuna de honra, onde  ficam as autoridades convidadas) resolveu “saudar” ninguém menos que a nossa Presidenta da República, com o raivoso refrão: “Ei, Dilma, vá tomar no cu” (é vero, senhora, acreditem) mesmo conscientes, e até por isso mesmo, que a solenidade estava sendo transmitida para bilhões de pessoas, mundo afora. Algo inadmissível e difícil de acreditar, principalmente por tratar-se da nossa mandatária maior, eleita democraticamente pela maioria da população brasileira.

Ora, amigos, se não gostam da Presidenta, se por questões ideológicas lhe são oponentes, se discordam do modo como ela governa ou do partido a que é filiada, quer queiram ou não têm de admitir que ela ali estava representando o nosso país, cacifada pelo aval de milhões de patrícios (além do que, no mínimo a “instituição” Presidência da República merecia respeito).

Fato é que a “coisa” foi tão imoral e despropositada que mesmo alguns adversários políticos e parte da mídia que lhe faz uma crítica sistemática e diuturna se manifestaram contrários, reprovando o ocorrido.

Exceção para o senhor Aécio Neves, futuro rival na próxima eleição presidencial que, mostrando um caráter duvidoso, tentou tirar proveito da situação ao declarar que “a presidente está sitiada”.

Logo, Aécio Neves, cuja “folha corrida” não o credencia a tais tipos de arroubos (governador/senador de Minas Gerais vive “farreando” no Rio de Janeiro, onde já foi flagrado dirigindo embriagado e na companhia de prostitutas, e se negou, por motivos óbvios, a usar o bafômetro).

É esse o homem que os que xingaram Dilma Rousseff, querem pra ser Presidente da República ???

Colaboração de Eurípedes Reis

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Anexo
                               
Não quero um grande amor.
Não me interessam mais os amores clichês das comédias românticas americanas.
Ou as grandes declarações com plateias e aplausos.
Ou o ‘na saúde e na doença’ para amigos e familiares.
Quero a simplicidade e a rotina da intimidade.
Me interessa sua companhia em silêncio às 18h no engarrafamento da Avenida Beira Mar ou Avenida Paulista.
Me interessa sua mão segurando a minha em conversas trocadas em uma roda de amigos.
Me interessa conversar sobre Woody Allen e você sempre me ensinar uma coisa nova.
Me interessa ter você em olhares trocados enquanto o jantar não chega.
Me interessa você fazer o gordo sozinho, comer milhares de calorias, e lembrar de mim.
Me interessa a cama amarrotada e os seriados compartilhados no PC, enquanto trocamos carícias.
Me interessa não te ter 24h ao meu lado e saber que te tenho assim mesmo.
Me interessa não ter contrato firmado em cartório ou rótulos.
Me interessa a intimidade que nós temos.
Intimidade em se ter sem sermos donos um do outro.
Intimidade em deixar ser livre.
Intimidade em se gostar sem paranoias.
Intimidade em ver defeitos e não apontar.
Intimidade maturidade.
Intimidade em sorrir sem precisar escancarar os dentes.
Intimidade em saber que o dia dos namorados para quem se gosta é todo dia.
Intimidade em compartilhar sonhos.
Intimidade em ser companhia.
Intimidade em não ser perfeição.
Intimidade em dividir saudade.
Intimidade em não ser conto de fadas.
Intimidade em compartilhar delicadezas.
Intimidade em saber o valor da poesia.
 
“O que acho que está em falta não é homem nem mulher, é intimidade. É uma coisa que tu cria e realmente tem que ter uma dedicação. Tem que estar aberto, disponível, com tempo, e isso acho que as pessoas não têm mais. Está todo mundo querendo solução mágica. Daí, fica todo mundo sozinho.” – (Martha Medeiros)
 
E assim como disse Martha Medeiros, não me interessa o sexo de uma noite só. Não me interessam os grandes romances. Não me interessa Shakespeare. Não me interessa a perfeição. Não me interessa o impossível. Não me interessa uma trilha sonora perfeita. Não me interessa uma foto bonita tratada no photoshop.

Me interessa sua cara amassada e o cabelo desgrenhado.
Me interessa escovar os dentes ao seu lado, dividindo a mesma pia.
Me interessa o romantismo dos pequenos detalhes no dia a dia.
Me interessa você carregar o refrigerante para mim, sabendo o quão desastrado sou.
Me interessa o tempo e a dedicação.
Me interessa o antes e o depois do pôr do sol.
Me interessa saber o ponto certo do seu prazer e você saber o meu.
Me interessa a reação química que as nossas peles produzem quando se tocam.
Me interessa o interesse que você tem em mim.
Me interessa a contramão.
Me interessa a poesia.
Me interessa a simplicidade romântica que não precisa ser semântica ou entendida.
Me interessa a rotina compartilhada.
Me interessa a intimidade.
(Texto de Mauricio Pascoal)