por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 4 de março de 2011

A MAIS BELA CANÇÃO DO MUNDO SEGUNDO CHICO BUARQUE

Chico Buarque disse certa vez que  a canção de Cole Porter Every Time We Say Goodbye era a mais bela do mundo. Realmente não tem como negar!

 

Every Time We Say Goodbye

Every time we say goodbye
I die a little
Every time we say goodbye
I wonder why a little
Why the Gods above me
Who must be in the know
Think so little of me
They allow you to go

When you're near
there's such an air
of Spring about it
I can hear a lark somewhere
begin to sing about it
Theres no love song finer
But how strange the change
From major to minor
Every time we say goodbye
 
+++++++++++++++++++++++++++++++

Toda Vez Que Dizemos Adeus

Toda vez que dizemos adeus
Eu morro um pouco
Toda vez que dizemos adeus
Eu me pergunto um pouco o porquê
Por que os deuses acima de mim
Que devem conhecer
Pensam tão pouco sobre mim
Eles te permitem ir embora

Quando você está perto
Tem um ar
De primavera nisso
Eu posso ouvir uma cotovia em algum lugar
Esperando a cantar sobre isso
Não há nenhuma canção de amor melhor
Mas quão estranha é a mudança
Do maior para o menor
Toda vez que dizemos adeus

CONSTELAÇÃO DE LETRAS DE MACARRÃO - U. Germano

a
  v                                                               i                      d                      a
     i
       a                                                                      m                                 m
      t                       
    o
  r                                                                             p                                 a
 t
   a
      b
         r                                                            s         e                  m
           e
              a
             p
           o
         r                                                                       t                   a                  r                      d                e
       t
     a
  s
 e                                              a              l                                  a                      d                          a
   m 
      p
r
    e                                                                          u
     

Música na Rádio Azul



ESOTÉRISMO GRÁFICO - Ulisses Germano


ÁRIES DE MIM 
SE NÃO FOSSE JÚPTER
FOGO E TERRA
ASCENÇÃO
ÁGUAS 
ARES
Q
U
I
E
T
A
Ç
Ã
O
TAÇA
DOURADA
SUBLIMAÇÃO





Vivência. Liduina Belchior.


Caminhos percalços, descalço
por trilhas da vida.
Vou seguindo adiante
com gosto alegre, rosto radiante.
Observando a missão que deve
ser majestosamente cumprida.
Vida, sobrevida, além vida
pós vida.
Lembranças valiosas, outras
tristonhas servindo de base
para as próximas amostras.
Amostras enfáticas, suadas,
vividas e devidas...
O que é a vida senão escorregar,tropeçar e superar?
Completem meu pensamento, por favor. Aguardo vocês.

Inté!!!!!!!!!...

Geeenteee... Passando rapidinho para desejar um belíssimo carnaval para todos vocês!!!!
Até a quarta-feira... Ingrata! (Risos)!!!...
Beijos!!!

Mais que FELIZ!!!...


Hoje eu acordei feliz! Muito feliz! Uma felicidade que você amanhece com “o sorriso bobo de orelha a orelha...” (como diria Maria Tereza). Uma felicidade que não se aprende nos livros, nem na escola, nem se compra nas prateleiras do comércio mais sofisticado do shopping, e nem tampouco, você encontra nas palavras mais sabedora e mais serena dos mais renomados psiquiatras e psicólogos. Eles abrem clareiras, indicam caminhos, faz você pensar. Mas é você que tem que buscar. É você que tem que correr atrás...
Mas às vezes você nem corre... A felicidade já está lá..., plantada dentro de você, e você às vezes nem percebe. Mas basta um toque para poder eclodir. É estado de graça! Você apenas sente e vai embora...
Ela vem toda enfeitada numa noite de lua num cavalo branco, galopante...
Ela vem por qualquer motivo, desde que para você, seja importante.
E foi assim que ela veio. Junta com o sol, coberta de raios luminosos. Já amanheci o dia de mãos dadas com a felicidade. Já acordei com o sorriso estampado no rosto. Adormeceu comigo durante toda a noite..., e acordei “rindo com as paredes,” pulando no sofá, brincando no tapete, jogando confetes, e como se eu tivesse prestes a iniciar o meu primeiro dia de carnaval na AABB... Um fogo medonho!
Sabe quando a gente vê passarinho verde? É como a minha irmã fala quando vê alguém bem feliz! E foi assim que eu acordei. Já acordei com o coração sorrindo; já acordei em sintonia com o universo. Já acordei querendo abraçar o mundo, e querendo colocar flores na janela. É assim que eu me sinto por dentro. Repito. Com uma vontade danada de rir; de comer sapoti, de ficar com cara de boba apreciando a natureza...
Como se estivesse no céu brincando com as nuvens... Brincando com o tempo; e sem nenhum véu a encobrir o meu pensamento.
Acordei em estado de graça!
É como se eu tivesse em “Jampa” vendo o pôr-do-sol, e escutando o Bolero de Ravel...
É PLENA FELICIDADE!
Será que eu aguento?

Mara

Teus Olhos-socorro moreira


Meu caminhar é solitário
Que adianta voltar
pra buscar o que não ficou ?

Nem gente , nem pacote,
atrasam as minhas idas , sem voltas

Volto só no pensamento ,
quando o tempo é escravo

No presente ele é Senhor
Acelera ou adormece um desejo animado

Já disse tantos adeuses
Já fiquei de mãos vazias, embargada de saudades
Já tentei reconduzir algum caso terminado

É só uma questão de tempo ...
Tudo acaba numa pia ...
Resto de café , farelos de pão,
flores despetaladas , noite que virou manhã

Não gosto de despedidas ...
Mas elas estão sempre ,
na pauta dos meus dias !

As três irmãs criadoras do mundo Ronaldo Correia de Brito


Do Recife (PE)

Havia três misteriosas senhoras no Crato, a linda cidadezinha que só existiu em minha infância e se transformou num feio aglomerado urbano. Os rios Granjeiro e Batateiras deixaram de ser rios e viraram canais, latrinas mal cheirosas onde despejam esgotos e lixo. E a floresta da serra do Araripe, tão longe e misteriosa, queima a cada ano. As onças, os veados, os tatus e as antas, seus antigos moradores, são animais que as crianças conhecem apenas nos desenhos dos livros.
Mas eu falava de três mulheres que sempre imaginei serem fadas, daquelas com varinha de condão, criando e transformando o mundo em volta delas. As três fadas possuíam nomes sem nenhum encanto. Todos na cidade se referiam a elas como as irmãs do alfaiate Zé de Rita. Simplesmente assim. O alfaiate não costurava bem, tinha o juízo alvoroçado e botava as roupas a perder. As pessoas deixavam os panos, ele tomava as medidas e na data de entregar as encomendas nunca estavam prontas e sempre ficavam frouxas ou apertadas.
Apesar da má fama do costureiro, eu teimava em fazer minhas roupas com ele, pelo encantamento de entrar na casa antiga de terraço e jardim laterais, no estilo árabe das mil e uma noites. Até as fruteiras evocavam o oriente de Sherazade: romãzeiras, laranjeiras e figueiras. As costuras eram pretexto para poder conversar com as três irmãs do alfaiate, perguntar como iam os trabalhos da lapinha, o presépio mais encantador e criativo de todos os que montavam no Crato. Elas se ocupavam o ano inteirinho criando anjos, pastores, pastoras, ciganas, borboletas, beija-flores, céus estrelados, desertos com oasis e camelos, lagos cheios de patinhos, cisnes e gansos, casinhas com terreiros de galos, galinhas, guinés, perus e pintinhos, cidade medieval que lembrava uma suposta Jerusalém, rios, pontes, igrejas, torres, florestas, moinhos e, em meio a todo esse esplendor, no lugar de maior destaque, o Menino Jesus deitado na manjedoura, ladeado pelo pai e pela mãe.
Eu suspirava todas as vezes que passava em frente à casa, ansioso para que chegasse o primeiro dia de dezembro, quando as portas se abririam e o mistério se revelaria aos meus olhos de criança. As três irmãs fadas sentavam em cadeiras e recebiam as pessoas, felizes em poder representar o milagre do nascimento de Cristo.
Curioso e inquieto, planejava minhas visitas diárias, querendo usufruir ao máximo o teatro imóvel, que se oferecia apenas até a festa de Reis. Num dia, me detinha nos lagos e pontes. Noutro, queria ver apenas os anjos, arcanjos, querubins e serafins, a corte celeste em adoração ao Menino Deus, arrumada contra um céu azul de pano, bordado com lua, estrelas, sol e cometa. Nunca vi cenário mais bonito em toda vida.
Com as três irmãs fadas aprendi o sentido da palavra dádiva. Durante onze meses elas se entregavam à construção da lapinha, que podia encher uma sala inteira. Nunca soube se ganhavam algum dinheiro com isso. Com certeza, não. O único pagamento era o brilho dos olhos das pessoas, o encantamento, os gritos de alegria. Bastava para compensar as noites sem dormir, os ferimentos nos dedos, as dores nas costas. As três irmãs do alfaiate Zé de Rita eram dadivosas como o próprio Cristo, me ensinava mamãe.
Nunca pagarei o que essas três mulheres fizeram por mim. Todo Natal imagino-as montando um grande presépio lá no céu, com anjos de verdade e o próprio cristo transformado em Menino, deitado nas palhas da manjedoura. Deve ser assim mesmo. E o compositor Bach, certamente prepara uma linda cantata natalina, que os anjos entoam com suas vozes de anjo. As três irmãs sentam em cadeiras sobre as nuvens, olham a criação de suas vidas e sentem-se divinas.

Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor. Escreveu Faca, Livro dos Homens e Galiléia.

Vistas da serra...- foto de Pachelly Jamacaru




"Igual estas manhãs em busca de Abril
quando as paineiras se abrem em flores rosa,
um rosa claro quase solferino,
quase todas as folhas desaparecem,
toda planta se encontra grávida,
sem a mesmice da fotosíntese,
eis o momento dela ser outras,
tantas paineiras que o relevo,
se torne a cor de suas flores."

(José do Vale Pinheiro Feitosa)



Coqueiro Velho

Hoje eu vi... Sem poda, sem vida nova.
Lembrei a canção que o Orlando e o Nelson gravaram. Uni-me ao compositor, e percebi a dor das folhas secas, abatidas pelo vento, envergadas por falta de viço e de vida.
Apenas lá... Ainda lá, esperando ser cortadas.
É como uma rosa seca, escondida nos livros do passado. .. Perdeu o cheiro, mas sabe contar histórias.
É como amores fenecidos, ainda misturados , a tantas coisas vivas.
Amores findos merecem o respeito de ser reintegrados ao útero de uma terra viva.
Que tudo se transforme em pó: as velhas palmeiras, pessoas, coisas... Que possam estrumar novos sentimentos, recriar-se!
Doeram-me aquelas palmas acanhadas e secas, sem o carinho e a dança do vento. Combinam com o final do dia, entre a rosa e a grafite.
A natureza na ausência do sol enluta-se... A lua, eterna viúva, numa fase de alegria, chega com o seu bando... Bando que pisca , faísca, e assumem seus postos, na festa da boemia.
Choram as flores, seus orvalhos... Nuvens também se dispersam ou se condensam, quando finda o dia.
O tempo esfria. Troco meu costume, e na flanela me aconchego, como num corpo do amante.

Hoje é dia de São José. A procissão de velas não se apaga na chuva... Nem a fé cristã!
Corpos secos, roupas brancas, marfim... Como os velhos coqueiros, que agora vejo... Vestidos no terreiro, com a roupa do fim!

(socorro moreira)

Janela da serra

Noite de chuva. Estou perto dos coqueiros e das carnaúbas. Chove no telhado, sinfonia divina!Clarões esclarecendo, e iluminando um momento mágico. Sinto medo, destarte!
Lembro a minha mãe. Ela falava-me das tempestades e trovoadas, na fazenda do Seu pai, nas brenhas do Piauí.
Árvores altas atraem raios, dizia-me! E eu aconchegava-me naquele colo, me enredava nos lençóis com cheiro de alfazema misturado com xixi.
Rezávamos no mental para o nosso anjo de guarda.... Oração que aprendêramos no primeiro balbuciar de palavras.
Minha avó acendia velas e candeeiros, murmurava o rosário da Conceição, e cobria com panos de seda, os espelhos da casa. Eu perguntava-lhe de forma velada, mas corajosa:
As torres da Igreja teem pára-raios?
Mas, e no mato ?
Quem protege o caipira de morrer esturricado?
-Quem morre assim, morre pretim... Só a alma fica branca !

Volto para o dia de hoje.
Chove, e o medo foi embora.
Só tenho medo das loucuras que o meu coração sente, mas sei controlá-las , mesmo remotamente.
A paixão é cega, e descabela.
Deixa carecas, homens e mulheres.
O enamoramento é alfa, beta, Romeo...

Eu sei que és vivo. Isso me deixa perto.
Eu sei que és lotado. Isso me deixa calma.
Boto um sorriso bem vestido, e penduro nos meus lábios...
Nada falso!
Sorriso de gente apaixonado é enrubescido da melhor de todas as verdades, mesmo com fórum de ilusão.

A chuva agora é mansa. Estou terna de noite linda. Estou cheia de amor bem-estar.
E a natureza celebra comigo, a vida!
Na madrugada estarei em teus sonhos. Por favor, durma logo... Quero entrar sem barulho , pela janela da serra.
Voando como um colibri voa, e pousa, cobrando a pira do enlace.
Quando se fartam , trazem no bico o mel da flor ; trazem nas penas o cheiro do amor.
Cheiro de mato , malva, alecrim...

Preciso incensar a vida ...
O amor sempre chega, nas horas mais imprevistas!
Espero você, nas abertas janelas da serra. 

(socorro moreira)

Retalhos

(música de Luiz Carlos Salatiel e José Flávio Vieira !)

RETALHOS

O mesmo rio que flui nessa margem
é um outro que vês, no teu igarapé.
Ao meu porto banha um oceano revolto,
no teu cais só percebes um mar sem maré.

A montanha que avisto aqui desse topo,
não é a mesma que vês aí no sopé.
Entre a minha e a tua verdade,
há uma distância de cachorro Basset.

Todos os momentos são fragmentos,
pequenos esparços e falhos.
Preciso unir o que sinto ao que tu sentes,
para tecer minha colcha de retalhos.

Quando entras no teu bosque ensandecido,
vês um regato que geme no pé de uma figueira.
No mesmo bosque que adentro do meu lado.
Canta um soldadinho num galho de jaqueira.

No nirvana te sentes com as 11 mil virgens,
para mim homem-bomba dessa vida.
Os instantes escorrem, sem sentido.,
para o pântano final de todas as origens.

Nos meus sentimentos, são fragmentos,
pequenos esparços e falhos.
Preciso unir o teu céu ao meu inferno,
para tecer minha colcha de retalhos.

Numa fresta da floresta- por socorro moreira

Adicionar legenda


Somos locomotivas. Varamos o Planeta com ou sem vagões. Desencarquilhados na vida, adentramos mata virgem, seguros por nossas mãos.

Aqui não escuto as “midis”, cuidadosamente escolhidas. Escuto o trinar dos pássaros, e o farfalhar do vento nas folhas secas. Pequenos insetos, já não me ameaçam... Até emocionam-me !

Nas clareiras, peço à máquina que emperre... Pulemos!

Imagino o desvendar de mistérios.

Sem falas...

Você de safári, olhar juvenil, percorrendo as minhas alças.

Blusa velhinha adquirida numa remarcação, ano passado. Um tanto tímida, ou absurdamente intimidada, passo as mãos nos cabelos, no rosto, nos seios.

Aspiro e sinto o cheiro dos eucaliptos. Cheiro do ar desinfetado, puro, despoluído. O melhor cheiro do mundo vem mesmo de uma fêmea única: a natureza!

Gravetos... Nem preciso catá-los, nem conta-los... Faz parte do cenário. Tão secos...!

Risco e incendeio. Vejo a peleja do fogo no arder e apagar , intermitente.

Senta, e aperta os meus olhos nos teus...!?

Mãos trocam de liberdade com os olhos. Elas no seu exercício pleno, aquietam e incitam.

Escuto o som das águas próximas. Respiro-as, inalo-as, como um ato de renascimento.

Você encara-me de um jeito bobo... É a pureza de todo espanto, quando mira o novo.

Saem palavras, sem papel, sem telas, e sem pincel.

Foi assim... É assim que nos lembrávamos-nos!

E esse rosto de rapaz afogueado?

E essa cara de menina enclausurada?

Aqui estamos... Enfiam, numa fresta da floresta!

Pingo de lua molha a nossa entrega. Teus braços me cercam. Colo-me à alma que meu corpo espera.

E nesse transe amoroso, sinto a música da tua vida, tocando em mim!

E agora ?



Sinto a tristeza do mundo ...Espalhada nas diversas fantasias. Ela é única !
Nosso riso quebra a gravidade do assunto.Tudo em ordem, apesar do caos, provocado pelas chuvas .
Normalmente preciso do tempo , algum dinheiro, umas horas de pensamento , e um mãos à obra com entusiasmo e energia.
Estou sempre reaprontando a vida.Expurgando coisas, substituindo-as.
Dia de sol ... A chuva já inudou nossa terra... Já umedeceu nossos tapetes voadores ... Agora é evitar o mofo.
Ando com vontades de viajar ... De Várzea Alegre à Portugal. Uma parada no Rio ou São Paulo ...Quem sabe um espetáculo , no teatro Rival ?
Descer em Congonhas", esticar até Guarulhos ... Ou pegar o avião Recife X Lisboa , por um fado , e um pastel de nata.
Um dia será ...Um dia próximo, pra costurar meu amor rasgado.
Fase de realocação dos meus mandatos.
Enxugo meu coração, enxugo a casa ... E com todas as águas puxadas à rodo , hidrato meus sonhos.
Meus amores estão de férias , de licença-prêmio , aposentados ...
Solta , corro à toa ...Ninguém me chama !
Bom dia natureza chapante ! Bom dia pé de serra , que o meu olhar eleva e canta !
Chegou Março! O Mês mais perfumado do ano!
E antes de fechar esta página , faço um último reclame :
- Até mais tarde , meu dono !

Bom dia, no azul anil!



O homem que consegue ouvir e entender as falas de um louco é normal e lúcido .

- Ele e o "louco".

Meu filho Victor é quem diz : o louco em crise é problema para a família; o louco em luz , a família é problema para ele. ..

É só trocar família por sociedade.

Você , eu , e o resto dos homens somos loucos de amor e dor !

Pronto, rimei o que não pode ser rimado ...

- Isso é loucura ?

Shopenhauer diz que , "louco é aquele que perdeu tudo , exceto a razão " .

E diz mais : "Filosofar é preciso. Viver é (im) preciso ! ".

NA PANELA DO FREVO - Ulisses Germano

ARLEQUIM NÃO FIQUE ASSIM 
(Letra e Música: Ulisses Germano)

Arlequim 
não fique assim
Ela um dia vai  olhar
Teu traje multicolirido
O teu jeito divertido
De pular e de brincar

Você 
mais do que eu sabe
Carnaval só são três dias
Em que todas as fantasias
Se revestem de colombina

Arlequim 
não fique assim
A poesia não morreu
Sobrevive do encanto
Do riso que é só teu

Vamos brincar
De esquecer o que passou
E pular feito menino
Sem pensar ou lamentar
A vida tem as suas armadilhas
Recarregue as suas pilhas
A vamos pra rua dançar
Ferver na panela do frevo
É assim que eu me atrevo
A nunca jamais me cansar







Quando não existiam livros de auto-ajuda -Por Ronado Correia Lima


No tempo em que eu andava de gravador a tiracolo, entrevistando quem passava na minha frente, bati certa noite na casa de um brincante popular. O homem tocava e fabricava os instrumentos de sua banda cabaçal: pífaro, zabumba e caixa. Mesmo se tratando de um músico, naquela noite - era noite - iríamos conversar sobre lobisomens.
Vocês acreditam que duas pessoas conversem seriamente, por horas a fio, sobre lobisomens? Pois nós conversamos. Há algum tempo eu me dedicava a estudar a 'lubisomidade'. Isso mesmo, a psicologia das pessoas que se transformam nesse ser notívago e sofredor, cumprindo um terrível fadário. Desculpem o fadário, mas eu escrevia assim, meio parnasiano.
Francisco Aniceto tinha mais de sessenta anos, discorria sobre várias ciências, embora lesse e escrevesse com dificuldade. Todos o chamavam de 'Mestre'. Conversando com ele compreendi que a sabedoria é um dom, a capacidade de pensar uma virtude, e ambos independem da erudição e da escolaridade. Contos filosóficos do mundo inteiro foram inventados por anônimos.
Sentados em bancos rústicos de madeira e couro, os dois interlocutores se mediam, como os violeiros repentistas antes de começarem um desafio. No arroubo de minha juventude - perdoem o arroubo e o excesso de juventude -, fiz a primeira pergunta.
- Mestre Chico, o senhor já viu lobisomem?- Ver visível eu nunca vi, não. Mas dizer que existe, existe. Porque tudo o que se diz que existe, é porque existe.
Levei uma rasteira, fiquei meio zonzo com a resposta. Então, o homem além de músico era filósofo?!
- Desculpe, dá para explicar melhor?- O lobisomem é uma notícia, alguém que precisa cumprir o seu tempo. O sujeito está preso a uma maldição, ou um castigo. Digamos que ele é o sétimo filho homem de uma casa, ou cometeu a infelicidade de bater na mãe, ou vestiu uma camisa com sete nós pelo avesso e espojou-se sete vezes numa encruzilhada, da direita para a esquerda, em noite de lua cheia.
E a conversa caminhava com arrepios e sustos, quando um cachorro latia ou passava correndo ao nosso lado.
- Será um lobisomem? - Hoje ele não corre. Só de quinta pra sexta-feira.
As mesmas histórias arcaicas, que atravessam o mundo e chegam aos povos mais distantes, adaptam-se às particularidades, se reinventam.
- Mestre, como se desencanta um sofredor desses?- Com um punhal frio. A bala da arma de fogo não presta. Ela coalha o sangue e ele não escorre. O desencantador chega perto do lobisomem e olha nos olhos dele. Desse modo, ele corre o risco de se molhar no sangue contaminado, de virar um lobisomem também. É a condição. Sem o risco não existe desencantamento. Foi sempre assim, desde o começo dos tempos."Desde o começo dos tempos" era a fórmula mágica que nos ligava a um passado mítico. Por meio dela o Egito ficava na outra rua, a Mesopotâmia a dois passos, e a Índia depois da curva do rio. As distâncias geográficas encolhiam, se tornavam insignificantes no passado comum do nosso mar de histórias.
Francisco Aniceto morreu sem que eu lhe perguntasse pelas mães d'água, nossas sereias. Também não perguntei pelos carneiros dourados, que aparecem ao meio dia, nas pedras do sertão. Nem por outros encantados. Perguntarei a quem por tudo isso? Já não são muitos os que enxergam o invisível. Há um excessivo culto ao real e ao hiper-real: na literatura, no cinema, na televisão.
Até bem pouco tempo, a Natureza não havia sido empurrada para longe de nós. Um empurrão sem volta. E ainda existiam homens comuns ocupados em pensar e interpretar o mundo em que viviam. Não sou saudosista, nem romântico. Mas, vez por outra busco esses homens. Pensar tornou-se uma atividade enfadonha, fora de uso. Coisa de velho. A maioria das pessoas prefere as fórmulas prontas da auto-ajuda.
Melhor parar por aqui. Ou vou falar mal de Paulo Coelho.

Ronaldo Correia de Brito é médico e escritor.
Escreveu Faca, Livro dos Homens e Galiléia.

Inverso triangular -socorro moreira



Nua
às claras
de alma cristalina
mesmo mantendo alguns mistérios
lutando pelos meus desejos de felicidade
estou sempre firme e decidida.Em pé de guerra
A vida dá e toma , mas filtra bem,  os resídios positivos
A  experiência bem vivida  acerta o passaporte pro azul sonhado

POEMA TRIANGULAR - dedicado a Socorro Moreira

Você que já viveu o bastante
E provou da vida errrante
O quanto é importante
Seguir adiante
Até acertar
O alvo


Ulisses
03/03/11