por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 7 de outubro de 2012

HOJE É UM DIA DE APAGAR O CÍRCULO DE GIZ QUE ILUSIONA A REALIDADE - José do Vale Pinheiro Feitosa


Eu não estranho quando meus conterrâneos, cheios da seiva ideológica, acreditam no liberalismo econômico e no liberalismo dos EUA. Acham que o Estado americano é o mais democrático que existe e que a sua sociedade é a mais livre. De modo frequente pensam que a maior pureza espiritual emana entre as paredes do Vaticano com as diatribes típica de uma corte absolutista e seus mordomo.

Não estranho alguns dos meus conterrâneos porque isso é propaganda ideológica que se espalha no mundo todo. Como a coca-cola adere ao gosto popular aquele sabor no mínimo estranho digamos assim: muito ruim. A manipulação da psicologia social foi uma das maiores práticas desde as revoluções burguesas associadas com a industrialização, o comércio mundial monopolista e o domínio do sistema financeiro.

Os EUA têm a maior população carcerária do planeta. Composta essencialmente de pobres, negros e chicanos. A essência das prisões é por dano ao patrimônio privado. Alguma coisa por comércio ilegal de drogas e uma miscelânea de coisas dispersas em vários crimes. Mas são crimes do ralo de malhas seletivas: nunca atinge os ricos e protege as categorias dominantes daquela atrasada sociedade: machos, brancos, cristãos, políticos, jogadores do sistema financeiro, vendedores de armas e assim por diante.

Recente reportagem do jornal americano Huffington Post expõem dois aspectos da sociedade americana que deixaria aflita a alma de alguns dos meus conterrâneos, embora já se saiba de pronto que os antolhos os protegerão dos horrores em volta que assim funcionou entre os velhos ortodoxos da União Soviética. Nos EUA uma em cada seis mulheres sofrem assédio sexual indevido ou são ostensivamente estupradas.

Uma sociedade que expõe este aspecto certamente não avançou na história que aponta a libertação da mulher e o domínio pleno de seu corpo, mente e vontade política. Chama a atenção que naquela cultura que foi sede de alguns movimentos pelo direito de voto da mulher, que defendeu liberdades civis em lutas sociais e políticas memoráveis e formulou bases teóricas e marchou por teses feministas tenha um comportamento machista tão vil desse modo.  

Nas forças armadas americanas a hierarquia militar entronizou a impunidade machista ao extremo. O risco de uma mulher de serviço nas forças armadas americanas ser estuprada por colegas machos é 180 maior do que ser morta em combate no Afeganistão ou no Iraque. A estimativa é que em apenas um ano 19 mil abusos sexuais contra mulheres tenham acontecido nas forças armadas da “democracia americana”. A média é que uma em cada três mulheres sofra de estupro ou outros abusos sexuais.

O pior de tudo isso é que dos 19 mil casos estimados, apenas 3,2 mil foram denunciados e se tornaram objeto de apuração interna. Isso por enormes dificuldades tais como: não lavar roupa suja fora dos quartéis, o próprio denunciado era o chefe que deveria apurar, vingança pessoal, acobertamento hierárquico e assim por diante com um pool de injustiças e violências legais contra as mulheres que denunciam. Das 3,2 mil denúncias que foram apuradas apenas 6% redundaram em condenação e a maior parte com pagamento de multas ou rebaixamento de posto.

Sempre humilhantes e arrasadores da integridade feminina essa é a democracia que não ousa se reformar e nem se criticar. Por isso neste dia de votar as mulheres em cada município devem ou deveriam ter pensado na situação de cada uma. Nós contamos é conosco mesmo para ser outra sociedade com melhores valores: mais solidária e mais igual.

Definitivamente não precisamos nos espelhar no que é ruim e precisamos olhar bem dentro do olho do furacão que semeia inquietudes no dia-a-dia das nossas cidades. Chega das amarras que existem para que não se mova. Tudo se move e tudo pode ser mudado. Apaguemos esse círculo de giz que tenta aprisionar a realidade com uma ilusão ideológica.  

É hoje - José Nilton Mariano Saraiva



Finalmente, o grande dia chegou.
Aquele dia em que o cidadão-comum, livre de amarras (ou democraticamente), vai ter o direito de exercer na plenitude sua cidadania, através da sua arma mais poderosa: o voto.
É o momento de escolha do futuro, daquilo que almejamos para os nossos descendentes; se uma cidade manietada e dominada por uma meia dúzia de aproveitadores (que transformaram a atividade política num rendoso e, às vezes, desonesto meio de vida) ou se legaremos a eles uma urbe dirigida por pessoas imbuídas pela defesa do social, que têm como prioridade o ser humano.
Como não somos filiados a qualquer agremiação política, nessa hora levamos em conta a pessoa, seu passado, suas preocupações com os semelhantes, seus propósitos com o social.   
Se no Crato votássemos, por exemplo, certamente cravaríamos Marcos Cunha, sem medo de errar, já que entendemos ser o mais preparado para o mister; afinal, o candidato do prefeito representa a continuidade do caos em que a cidade mergulhou há oito anos,com todas as suas nefastas conseqüências; o escolhido do governador representa um pequeno grupo que resolveu tomar de conta do estado, por cima de pau e pedra; votar num candidato (do PMDB) só porque na atividade privada conseguiu sucesso, sem nunca haver incursionado na vida pública, parece-nos uma temeridade, verdadeiro salto no escuro.
Particularmente, aqui em Fortaleza vamos de Heitor Ferrer (PDT) pra prefeito e João Alfredo (PSOL) para vereador, dois baluartes das causas sociais (num previsível confronto, no segundo turno, entre o candidato da Prefeita (Elmano-PT) e o candidato do Governador e do clã Ferreira Gomes (o elitista Roberto Cláudio), vamos optar pelo primeiro.