por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 21 de outubro de 2012

Música POP e religião - José do Vale Pinheiro Feitosa


O sol quebrou a barra como a primeira manhã
O canário cantou como a primeira ave
Rezo pelo canto, louvo a manhã.
Louvores para o novo brotando do mundo

Doce é a nova chuva que ensolarada cai do céu
Qual o primeiro orvalho sobre a grama nova
Preces pela doçura do jardim molhado
Nascido em completude por onde seus pés foram

Minha é a luz do sol, minha é a manhã.
Nascida da luz, o Paraiso viu correr,
Orar com alegria, orar todas as manhãs.
A recreação de Deus todas as manhãs.

Talvez você nem lembre, mas há alguns anos, ainda no Governo Bush, foi proibida a entrada nos EUA de Yusuf Islam. Era a questão do preconceito e da franca perseguição da “democracia” americana ao islamismo. Yusuf Islam, muito mal visto pela imprensa ocidental, de linha editorial idiotamente contingente, como demonstram aqueles versos cristãos acima de uma canção gaélica chamada “Bunessan” e letra de Eleanor Farjeon uma poeta inglesa de livros infantis. A canção foi apresentada ao público em 1931 através do livro Song of Praise Discussed.

A canção da versão acima traduzida por mim, num modo próprio, é Morning has Broken, trazida para o sucesso pop pelo mesmo Yusuf Islam, quando apesar de cantar para a juventude rebelde, já demonstrava este lado crente: tratava-se de Cat Stevens. A sua gravação tem o primoroso arranjo de uma das estrelas do Rock Progressivo: Rick Wakeman. 

Cat Stevens - Morning has Broken

Morning has Broken faz parte daquelas coleções de canções religiosas populares que foram multiplicadas e entraram para o repertório pop mundial como Amazing Grace aqui numa versão escocesa.

Celtic Woman - Amazing Grace

Ou como Oh Danny Boy que é uma canção folclórica irlandesa chamada Londonderry air, aqui na voz de Elvis Presley.  

  Elvis Presley - Oh Danny Boy


Fidel Morre? E daí? Viva Cuba! - José do Vale Pinheiro Feitosa


Não sei como o assunto foi e se foi tratado aí do nosso lado. Venho com ele uma vez que sei das paixões, por vezes até mórbidas, que alguns amigos e conterrâneos têm pelo símbolo histórico de Fidel Castro. O que todos esquecem na paixão é que a história é feita de aconteceres com a personalidade humana em cena a ter atitudes e tomar decisões. Mesmo quando se trata de uma catástrofe natural repentina como um terremoto ou lenta como uma longa seca gerando fome e sede, o que se extrai de história é o papel humano nestas ocasiões.

Por isso certas lideranças se tornam simbólicas. Diante do avassalador efeito do Império Romano sobre a cultura hebraica, o movimento cristão a despeito do que pensem até hoje os membros da religião judaica, foi um núcleo gerador que espalhou a irmandade e a solidariedade como algo mais valoroso do que o domínio imperial. No século XX na América Latina a Revolução Cubana com suas lideranças, especialmente Fidel Castro, teve impacto tremendo contra o maior império que já se teve notícia na humanidade (nem o Império Inglês foi tão expansivo quanto o Americano).

A Revolução Cubana, podemos dizer foi, a senha para os caminhos próprios e independentes dos países americanos em oposição aos ditames imperiais. Criou-se uma agenda centrada nos direitos sociais (diga-se que também ocorria nos EUA), na criação de uma grande camada da população com escolaridade, saúde púbica, moradia, transporte, emprego e renda. A ideia de progresso material estava implícita junto com valores de igualdade, autonomia e participação.

Conheço Cuba muito bem a ponto de logo explicitar que existe uma forte oposição interna a determinadas políticas e até mesmo muitas críticas aos “velhos revolucionários”. Mas é preciso não esconder para baixo do tapete algo muito evidente: com toda pressão externa ainda persiste entre os cubanos a ideia do debate, do confronto de ideias e a noção de uma Cuba para os cubanos apesar de todas as sabotagens oriundas dos EUA.

É impossível esquecer que o Governo Americano continua ocupando o território cubano de Guantánamo e com uma prisão que se tornou o símbolo da tortura e da sentença sem juízo. Uma prisão que se tornou o símbolo da arrogância do Império em sua luta contra organizações e pessoas que ousam se insurgir contra suas políticas agressivas e de domínio. Mais claramente: ocuparam o território cubano para mostrar as garras contra pobres, organizações adversárias e nações frágeis. Isso é o Símbolo Imperial desnudo.

Mas voltando ao que queria mesmo comentar. Um jornalista venezuelano divulgou, o Jornal O Globo repercutiu, que Fidel teria morrido e o governo aguardava 72 horas para anunciar o fato. Aliás, é a mesma fonte que levou Merval Pereira, colunista do Globo, a anunciar que Chávez estava com poucos meses de vida. O homem acaba de vencer uma eleição disputadíssima.

Comento esta grande besteira, mas antes quero falar dos esquemas ideológicos primários e de má qualidade: o jornalista Venezuelano usa as velhas táticas da Guerra Fria e cria o mesmo enredo que a propaganda da época criou para a morte de Stalin. A ideia de que se Fidel morrer tudo o mais morre. Grande bobagem.

Ora Fidel, assim como Merval Pereira e o jornalista Venezuelano são mortais. Podemos esperar a morte de um dos três a qualquer momento, mas com uma diferença. A probabilidade de que seja o Fidel Castro é muitas vezes maior do que os outros dois: Fidel tem 86 anos e já carrega, como não é incomum nesta idade, algumas doenças crônico-degenerativas.

Portanto Fidel morrerá nos próximos meses ou anos. Mas isso não contraria em nada o peso dele na história da América Latina. Um peso que se diga para esta mentalidade gorda e preguiçosa de certa direita americana, que não é de graxas, mas com a leveza de uma ordem moral e ética que nos equipara tanto na mortalidade quanto em força de viver. E viver sem acoelhar-se frente a nenhum outro ser humano.

Sim, hoje apresentaram uma foto de um Fidel vivo. Vivo até para morrer, mas não um esquife como aqueles mortos-vivos do jornalismo.
  

Ecos



E assim a beleza da natureza
Completa o quadro da vida
Que se reinventa a todo instante
Na sensibilidade de uma flor
A extasiar nossos olhos sempre
Sem falar no variadíssimo repertório
De seres microscópicos e macroscópicos
A fazer a floresta


E com a água que brota da terra,
Mata a sede de todos os seres vivos
E vai serpentear tantos caminhos
Formando veredas e mais veredas
Nesse mundo tão gigante e belo
Que só o homem para se conscientizar
E cuidar da melhor maneira possível
E assim a natureza continuar tão bela... Vida!

José de Arimatéa dos Santos - Texto e fotos

Poder olhar


Olho para meus pés, se eles me faltassem?
Olho para minhas mãos, se elas me faltassem?
Olho para minhas pernas, se elas me faltassem?
Olho para meus braços, se eles me faltassem?
Olho para minha face, se ela me faltasse?
Olho para mim e sei que existo, pois Deus foi capaz de assim me fazer.
Rosemary Borges Xavier