por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 17 de abril de 2011

Monteiro Lobato


José Bento Renato Monteiro Lobato (Taubaté, 18 de abril de 1882 – São Paulo, 4 de julho de 1948) foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX. Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Seguido a seu precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crônicas, prefácios, cartas, um livro sobre a importância do petróleo e do ferro, e um único romance, O Presidente Negro, o qual não alcançou a mesma popularidade que suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939).

wikipédia

Pedro Mariano

Pedro Camargo Mariano, ou simplesmente Pedro Mariano (São Paulo[1], 18 de abril de 1975) é um cantor brasileiro, filho da cantora Elis Regina e do pianista César Camargo Mariano e irmão da cantora Maria Rita , do produtor João Marcello Bôscoli, e do instrumentista Marcelo Mariano.

Nélson Gonçalves




Nélson Gonçalves (nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral, Santana do Livramento, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998) foi um cantor brasileiro. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 75 milhões de copias vendidas, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões. Seu maior sucesso foi a canção A volta do boêmio.


As portas do abismo - Emerson Monteiro

O ser humano vive para responder a desafios, sendo esses ainda mais variados nos dias atuais, desde doenças transmitidas nas relações íntimas até as desigualdades sociais, expressas nos lances da violência urbana que predominam, sobretudo nas maiores cidades, sem, no entanto, isentar dos crimes bárbaros menores comunidades, em parte originários na ausência de formação moral, nos índices de crescente agressividade e na utilização indiscriminada de substâncias bloqueadoras da racionalidade, os tais entorpecentes avassaladores.
Neste ponto histórico da raça humana, exageros se apresentam com tamanha dominação que muitos se deixam abandonar ao impacto desses desafios, quais meros escravos das destruições em série; o crack, a cocaína, a maconha, a nicotina e o álcool.
O senso crítico bem que pode prevenir a vacilação comprometedora. Já desde a infância que os jovens devem dispor de estrutura para superar o sugadouro em que se transformou a vida mundana, tendo no comando das instituições do entretenimento os meios de comunicação de massa, por vezes inconscientes do seu poder destruidor, espécie de tóxico permitido à luz do dia, com força inimaginável, instrumentos do desequilíbrio, outro tipo de droga quase sempre usada de modo equivocado para vender o sensacionalismo e tolerada acima de qualquer suspeita.
Assim, dizíamos, os jovens têm de descobrir desde cedo como criar a firmeza de atravessar o largo pântano do Planeta em chamas, independente da opinião de terceiros, pois a peleja é, na verdade, uma missão individual fora do juízo alheio dos demais, considerando-se saúde mental como a peça chave desse equilíbrio naquilo que irá cumprir, no rumo da realização pessoal.
Quando sabem como agir, fruta rara, os moços exercitam a superioridade no embalo de todos esses fatores adversos. Põem-se a par do valor das coisas simples, dentre elas a lucidez de construir um sonho novo dentro do coração, a esperança dos tempos futuros.
O jovem, contudo, nem sempre possui as condições de vencer o mar tormentoso das tentações, porém deve fazê-lo, custe o que custar de sacrifício e vaidades, em favor da própria sobrevivência, porque assim trará consigo respostas plenas à Humanidade. Avalie com carinho essa perspectiva de manter a sobriedade no decorre da vida e verá como as reservas obtidas serão suficientes para vencer todos os obstáculos. Só então perceberá o quanto de sabedoria existe nos infindáveis mistérios da natureza interior das criaturas humanas.

O PRESENTE NO PRESENTE DA MÚSICA - por Ulisses Germano

"...a linguagem realiza, quebrando o silêncio, 
o que o silêncio desejava e não conseguia"
Merleau-Ponty

                  A música está presente na liturgia diária de nossas vidas. O Chorinho na Garagem da  rua Pedro II aqui no Crato é a prova visível e inconteste do poder terapêutico da Música. Os músicos que compõe o Chorinho na Garagem possuem a idade de um menino que cresceu sem se aperceber da própria idade.  Afinal, o presente do aqui e agora é igual para todas as idades! Explico.
                 Stravinsk (1882-1971) afirmava de forma enigmática que "a música expressa a si mesma". É muito simples, o próprio Stravinsk explica mais detalhadamente quando argumenta que  "a música é o único domínio no qual o homem realiza o presente". O mesmo mestre nos ensinou que quando a gente canta ou toca um instrumento músical, saimos de nossa "natureza imperfeita destinada a sofrer o escoamento do tempo - de suas categorias de passado e futuro - "sem jamais poder tornar real, portanto estável, a do presente". A música é um fenômeno que põe ordem nas coisas, uma ordem entre o homem e o tempo. Ela se realiza no PRESENTE!  Quando a gente canta ou toca na entoação e no rítmo cadenciado de um andamento, a ordem é estabelecida e o presente se faz presente nos timbres e ritmos que pincelam a paisagem sonora.  Portanto, de onde vem o  força da música e seu extraordinário poder sobre os indivíduos e as massas?  Mário de Andrade cita duas coisas essenciais sobre a "poder excepcional da música em relação as demais artes: a força contundente do seu ritmo, e da indestinação intelectual do seu som". Tocar não custa nada, mas vale por tudo! pois devolve de presente o presente do nosso aqui e agora permanente! O Big Bang é uma mentira, mais uma mitologia científica. Prefiro acreditar no Big Sound zappiano: no começo era o som. Então alguém começou a solfejar a música das esferas e estabelceu uma construção. "FEITA A CONSTRUÇÃO, ATINGIDA A ORDEM, TUDO ESTÁ DITO".

"BATUQUE É UM PRIVILÉGIO
NINGUÉM APRENDE SAMBA NO COLÉGIO"
Noel Rosa e Vadico





Por João Nicodemos


A garagem da música



Fui conferir. Afinal , a propaganda de Ulisses fora imperativa. Lá estavam as músicas que ouvi na infância, cantada por pai, avós...E as pessoas me fizeram lembrar, que meu nome completo é Socorro de Moreirinha !
Claro que me emocionei, cantei junto, fiz pedido, e fui atendida. Sou da roda musical que o rádio deixou de lembrar!
Com este programa domingueiro , ressuscitei minha alma.
E ela levitou sem o peso dos fantasmas. É que boêmio não pesa...Enleva-se!

Tancredo Lobo - “( O comunismo ) contribuiu com a minha existência”


Poeta, cronista, facilitador de Biodança e autor de livros sobre Educação, o professor Tancredo Lobo fala da sua trajetória e da influencias das suas vivências na sua formação humana e política e destaca que o Partido Comunista contribuiu para a sua existência.


Alexandre Lucas – Quem é Tancredo Lobo?

Tancredo Lobo - Eu sou um sonhador. Trabalho na URCA. Sou professor. Também trabalho como facilitador de Biodança, tenho um grupo no campus Itaperi, da UECE. Nasci no Crato, passei parte da infância no sítio Lagoa de Dentro, em Farias Brito. Hoje, moro entre Crato e Fortaleza. Sou um cara batalhador que luta para negar o destino de grandes dificuldades das minhas famílias.

Alexandre Lucas – Quando teve inicio seu trabalho literário?

Tancredo Lobo - O primeiro poema que escrevi foi aos 11 anos, quando cursava a 5ª série, e participei de um festival na escola. Ganhei o primeiro lugar e ganhei um dicionário da Fenama.

Alexandre Lucas – Quais as suas influências?

Tancredo Lobo - A vivência na roça; meus familiares, especialmente minha tia Beatriz; alguns dos meus professores; a participação no movimento social (cultural, estudantil, partido político PCdoB); a cultura popular; a música popular brasileira; a literatura brasileira; mais recentemente, a Educação Biocêntrica. Então, são influências diversas que vão acontecendo ao longo da vida.

Alexandre Lucas – Na década de noventa do século passado foi lançado o livro Em
Obras de sua autoria. Você continua escrevendo contos e poesias?

Tancredo Lobo - Continuo a escrever, porém bem menos porque, pelo menos nos últimos quatro anos estive a preparar uma tese de doutorado. Agora vou juntar uns textos (poemas e crônicas) para publicar, enquanto isso, começo o trabalho de escritura de um romance sobre amor e ódio.

Alexandre Lucas - O que representa a literatura na sua vida? Tancredo Lobo - Pra mim, a literatura é uma importante forma de expressão. Além disso, um campo de diálogo de idéias e ideologias. A literatura não fica isenta aos determinismos econômicos, políticos, sociais, culturais, psicológicos, pessoais e comunitários.

Alexandre Lucas – Como você compreende a relação da literatura e da política?

Tancredo Lobo - Por tudo que falei, essa relação é estreita. A literatura, embora muitos tentem, como qualquer atividade humana, não fica isenta às influências políticas. A literatura é uma sofisticada e sutil forma de fazer política, aqui entendida como forma de conscientização e educação.

Alexandre Lucas – Por muitos você militou ativamente no Partido Comunista do Brasil. Essa militância contribuiu na sua produção literária?

Tancredo Lobo - Contribuiu com a minha existência. Pela vivência no Partido e a convivência com inúmeras pessoas muito importantes para mim, eu pude enxergar com mais nitidez a minha própria trajetória e as forças que se debatem no mundo. É claro que isso está presente em tudo que faço: uma aula, uma palestra, uma tese, um poema.

Alexandre Lucas - Da década de oitenta do até os dias atuais. Você percebe alguma diferença na sua produção literária?

Tancredo Lobo - Sim. Além de maturidade, acho que agregou mais qualidade. Mas, as pessoas é que podem dizer melhor a partir das suas leituras. Na qualidade de produtor, acho caminho para mais qualidade em tudo que faço.

Alexandre Lucas – Você desenvolve um trabalho de Biodança. Fale deste trabalho.

Tancredo Lobo - Biodança é um sistema de desenvolvimento humano. Não é uma psicologia, uma terapia, embora tenha grandes efeitos terapêuticos. Funciona em grupo e se apóia na música, movimento e vivência emocionada. Fiz formação de facilitador de Biodança pela Escola de Biodança do Ceará e facilito um grupo há 03 anos, o qual funciona toda quinta-feira, à noite, no campus Itaperi, da UECE, em Fortaleza. Sou muito comprometido com esse trabalho porque vejo o comprometimento das pessoas do grupo e acompanho o seu desenvolvimento e as mudanças que vão empreendendo nas suas vidas.

Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos?

Tancredo Lobo - Estou escrevendo uma monografia sobre Cultura Biocêntrica, que deverei publicar em livro. Continuo escrevendo meus poemas, que também pretendo reunir em livro. E aquele empreendimento da escrita do romance, este um grande trabalho.

A arte do futebol - Por José de Arimatéa dos Santos

Futebol
Bom de se ver
Principalmente ao vivo e lá no estádio
Sempre na esperança
De ver jogadas que grandes jogadores
Faziam numa simplicidade estonteante
Como
Garrincha, Zico, Rivelino, Romário ou Bebeto
Ou ainda
Maradona, Beckenbauer, Cruyff
Não digo um Pelé
Esse já é a legenda
Do futebol
Arte!

A LUTA PELO AMOR DA PRINCESA JÚLIA- Por Isabela Pinheiro


Era uma vez a princesa de um reino distante chamada Júlia. Era a moça mais bonita do país. O príncipe do reino vizinho, de nome Eduardo, logo que a viu se apaixonou perdidamente por ela. Tanto insistiu que se tornou seu noivo e marcou logo o casamento para o final do ano. Acontece que havia outro reino próximo ao de Júlia e neste reino tinha um príncipe ruim chamado Jarbonça. Ele também era apaixonado pela princesa e quando soube do casamento marcado ficou louco. Tão louco que contratou uma bruxa e prometeu 100 kilos de ouro para ela preparar uma bruxaria e acabar o casamento de Eduardo e Júlia. A bruxa, chamada Mafalda, começou espalhando o boato que o Príncipe Eduardo sofria uma grave doença e não iria haver casamento. Em seguida, envenenou 10 sapos e jogou no poço de água do palácio do príncipe noivo. Por sorte, o Príncipe Eduardo saiu de madrugada para caçar, passou o dia fora e não bebeu água no seu palácio. Ocorre que o boato da doença inventada pela bruxa Mafalda espalhou-se e o príncipe Jarbonça querendo se fingir de bonzinho e para ninguém desconfiar dele, resolveu visitar o Príncipe Eduardo. A viagem foi longa e ele chegou cansado, com sede e bebeu água do poço envenenado. Adoeceu, foi internado e quase morria. Por conta da doença de Jarbonça descobriram que o poço estava envenenado e ninguém mais adoeceu. O casamento aconteceu na data marcada, festa muito bonita que durou 3 dias e 3 noites. Todos participaram, menos Jarbonça, que estava doente, e a bruxa Mafalda, que fugiu com medo de ser presa.

Isabela Pinheiro 11 anos 15.04.2011
ALUMBRAMENTOS NOTURNOS
Quem me dera hoje amar-te,
Longe, bem longe
Lá no frio da serra
Que o manto da noite encerra...
Recorrem-me lumes inquietos,
Formigando em meu corpo...
Longe, lá longe no frio da  serra
Tua alma treme de frio
E eu do prazer que ainda não tive.
Longe, lá longe.
Quem me dera sonhar-te
Quem me dera tu aqui bem perto...
Perto, pertinho do carinho de meus braços,
Do calor que tem meus braços.
Mas, longe, tão longe  estais
Que não vejo em que estrada
em que terra seca deserdada,
Escondeste a magia dos teus passos.

ABOBRINHAS DOMINGUEIRAS - Ulisses Germano


Morena minha morena
Não fale assim desse jeito
A voz da boca pequena
Inveja o teu trejeito 

O feio revela o belo
O belo revela o feio 
Aquilo que liga é elo
Aquilo que para é freio

A arte não tem escolha
Além do belo expressar
A bola também é bolha
E um dia vai papocar
 
Pergunte a Chico Buarque
Que verseja na medida
A saudade vem no embarque
Na hora da despedida

Sendo assim me calo aqui
Já mordi fruta mordida
Se eu vivi o que eu vivi
Foi por sorte merecida

Abobrinhas domingueiras
Que não tem nenhum sentido
Todas elas são fagueiras
Não põe cera no ouvido

Ulicis







Canção na plenitude

Lya Luft


Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.



estou catando o feijão
e fugindo do fogão.
o amor devoto pelas panelas...
me dizem elas :
preferimos você na janela
de olhos perdidos
querendo um caminho.
respondo:
aqui é porto de poesia
os navios atracam e descarregam
rimas sentidas

às vezes leio e bebo
outras vezes olho de soslaio
assustada com o meu interior
declarado nos versos

amarro a fita do verbo
e deixo o coração solto
no encontro de olhares
- espelhos fatais !


(socorro moreira)

do meu coração
também lavado
qual o teu bolso
descosturado
só pingam gotas
do amor partido
inteiro,
nunca dividido...
e aquele olhar inquieto,
mentolado,
assusta com carinho,
meus dias compridos !

(socorro moreira)

Vários anos após Tiradentes - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Entre as mais belas, históricas, simbólicas e bucólicas cidades brasileiras se encontra a cidade de Tiradentes em Minas Gerais. Ao lado da Serra de São José, a cidade tem ruas inclinadas, ladeiras consideráveis, um patrimônio barroco importante e numa das ruas principais se encontra o atelier de Oscar Araripe. Este nascido no Rio de Janeiro e descendente do território do Cariri.

Desta junção da cidade, que leva o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, e o artista descendente do movimento Republicano de 1817, relevante na cidade de Crato, é que nasce esta história. A história de Tiradentes, nesta terra de doutores que até hoje se imaginam os herdeiros naturais da liderança nacional, basta ver que o argumento entra como fel da oposição ao Presidente Lula. Afinal o nome Tiradentes fazia parte da depreciação com que os “aristocratas” a serviço do colonialismo português e do sistema imperial, como humilhação, deram a uma das tarefas com que o jovem e pobre revolucionário ganhava a vida.

Uma coisa não se pode esquecer com o movimento republicano brasileiro, seus heróis começaram a vir do povo e não da “nata do lixo”. Tiradentes, com a República, passou a ser um dos primeiros heróis de origem fora da aristocracia escravocrata, de modo figadal ligada à Europa e não ao jovem país. Por isso, a 21 de abril, se lembra o enforcamento e posterior esquartejamento deste homem, 46 anos após seu nascimento não por acaso no distrito chamado de Pombal.

A morte de Tiradentes ocorreu 25 anos antes da revolução de 1817 e há apenas 3 anos após a Revolução Francesa. O requinte do processo fazia parte do “terror” com que a elite portuguesa e seus acólitos nacionais sentiam aquele tsunami a revolucionar a economia e a política européia. Deram-lhe a alcunha pejorativa, foi o único efetivamente executado e criaram “maldades” que até hoje infestam certas instituições e o pensamento político de certo tipo de gente.

Não se pode pensar em democracia que não se pense em igualdade. A humilhação do nome Tiradentes é a prova histórica da pretensão ao privilégio e à ética do meu pirão primeiro com que certo tipo de “condutor” e “formador de opinião” pretende perpetuar um mundo privado apenas para si e os seus. Corre no sangue, está na medula desta gente que teima em deixar cadáveres estendidos no chão.

Cadáveres não apenas enforcados. Mas esquartejados como Tiradentes. Com seu sangue escrever um documento declarando sinistra a sua memória. Deixar pedaços do seu corpo à margem do leito onde os brasileiros transitam para que se aterrorizem com o que lhes pode acontecer. Finalmente, no panteão do gólgota, apresentar sua cabeça decepada.

Assim agindo, se imaginam protegidos atrás das cercas elétricas e dos carros blindados. Pensam ter cortado toda a esperança da revolta e do ódio – pois o ódio é uma das esperanças mais intensas que existe – tanto em pensamento como em obra. Imaginam-se, como então, rasgar os escritos dos Iluministas e as cartas da revolução que tendem a fugir ao controle dos capitalistas.

por José do Vale Feitosa

Odete Lara



Odete Righi, mais conhecida como Odete Lara (São Paulo, 17 de abril de 1929) é uma atriz, cantora e escritora brasileira.

Filha única de imigrantes do norte da Itália. Seu pai, Giuseppe Bertoluzzi, era originário de Belluno. Sua mãe, Virgínia Righi, cometeu suicídio quando Odete tinha seis anos. Por esse motivo foi internada num orfanato de freiras e depois levada para a casa de sua madrinha. Odete se apegou fortemente ao pai, seu único referencial afetivo. Mas vitimado por uma tuberculose, Giuseppe foi obrigado a ficar afastado da filha. Giuseppe também se matou quando Odete tinha 18 anos, deixando a filha órfã.

Seu primeiro emprego foi como secretária e datilógrafa. Foi uma amiga que estimulou Odete Lara a fazer curso de modelo no Museu de Arte Moderna de São Paulo e participou do primeiro desfile da história da moda brasileira realizado no próprio MASP.

A beleza de Odete deslumbrou Otomar dos Santos, que a indicou para a então recém-inaugurada TV Tupi de Assis Chateaubriand.

Na televisão, Odete Lara começou como garota-propaganda. Em seguida participou da versão televisiva de Luz de Gás, com Tônia Carrero e Paulo Autran, depois Branca Neve e os sete anões, onde interpretou a Rainha Má.

Odete Lara se tornou estrela do "TV de Vanguarda", uma das maiores atrações da TV Tupi. Algumas telenovelas em que atuou nessa emissora foram: As Bruxas, A volta de Beto Rockfeller e Em busca da felicidade.

Foi contratada pelo grupo teatral do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e estreou na peça Santa Marta Fabril S/A, dirigida por Adolfo Celi.

Seu primeiro filme foi O gato de madame, ao lado de Mazzaropi, a convite do autor Abílio Pereira de Almeida.

Também foi cantora no show Skindô ao lado de Vinícius de Moraes. Esse show foi gravado em disco. Também cantou no espetáculo Eles e Ela, com Sérgio Mendes, Meu refrão, com Chico Buarque e Quem samba fica, com Sidnei Miller. Outro disco que participou foi Contrastes.

Odete Lara abandonou sua carreira no auge, converteu-se ao budismo e partiu para um auto-exílio num sítio nas montanhas de Nova Friburgo, RJ.

Publicou três livros autobiográficos, Eu nua, Minha jornada interior e Meus passos na busca da paz. Traduziu várias obras do budismo.

Morou por muitos anos em seu sitio em Friburgo, mas por problemas graves de saúde, retornou a capital carioca e mora no bairro tradicional do Flamengo, com uma dama de companhia.

O filme Lara foi baseado na história de sua vida.
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* Conheci Odete Lara, quando morei em Nova Friburgo, nos anos 90. Tornamos-nos amigas. Adorava a sua companhia. Já afastada da vida artística,  continuava linda, e sobretudo sábia.
Odete  Lara é uma estrela. Odete Righi é uma  amiga querida.

Que esta data lhe traga novas alegrias ! Feliz aniversário, Odete !

O MASSACRE DE REALENGO

 Disse que ia fazer uma palestra
e puxou dois revólveres
– as armas falam mais alto que a língua.

Atirou sessenta e seis vezes:
doze crianças foram feridas,
algumas gravemente,
e outras doze caíram mortas na hora.

Um policial lhe deu um tiro na barriga,
ele suicidou-se em seguida.

Na mochila um papel com instruções
de como devia ser enterrado:
sem que mãos impuras o tocassem.

A dor nem a loucura justifica.
As crianças morreram na flor da vida,
como flores cortadas antes da hora.