por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Volga da vida - José do Vale Pinheiro Feitosa




O lento arrastar de pés sobre a areia branca da borda dos lagos. Um arrastar de toneladas da condição humana na assimetria entre o peso do fardo e a transição dos meios desde a água ao obstáculo da areia. Não existe alívio para tanto, a gravidade se alonga na história como um destino desidratado.

Todos sabem que se necessita navegar o Volga. Ultrapassar suas margens e libertar as costas que arrastam os barcos. Abrir as portas dos planaltos onde nasce, romper as planícies igualmente navegando e chegar a um Cáspio de liberdade.

Se o mundo não é servidão, igualmente não é maldição de sofrimento. A servidão não é apenas horror, por isso se sustenta, na ponta ela trás a felicidade dos senhores. E no meio a incerteza do servo frente aos milímetros de comportamento diferenciado entre uma escolha e outra do senhor.

Todo conteúdo da maldição é fático ou determinado, portanto limitado no tempo e no espaço. Mesmo quando a maldição pretende atingir a eternidade, como a vida eterna ou o juízo final, ainda depende da autorização da misericórdia ou do guardião da eternidade.

Não sei até quando ao ouvirem na voz de Boris Christoff, este baixo nascido na Bulgária, estarão acompanhando o lento arrastar de pés na vida dos navegantes do Volga. A Rússia, a grande Rússia esteve muito tempo ausente da amigável troca de cultura.

Apenas por algumas orquestras ouvimos uma ou outra canção. Esta mesma desse vídeo apareceu na voz do cantor de opereta Nelson Ed, num dos filmes dos anos 40. Mas quase todos os baixos e barítonos já experimentaram esta canção.

E por falar em baixos e barítonos me veio à memória o Paul Robeson. Dono de uma belíssima voz e que é sozinho um mundo inteiro: ator, atleta, cantor, escritor e ativista dos direitos políticos e civis. O primeiro ator negro a interpretar o Otelo na Broadway. No cinema teve tanta força artística que abriu espaço para Sidney Poitier e Harry Belafonte. Ativista político contra o fascismo e o racismo. Socialista foi perseguido pelo Macartismo, pelo FBI e M15 inglês quando trabalhou na Inglaterra.

Neste vídeo ouvimos Robeson cantando Old Man River para o filme Magnólia Barco das Ilusões (ou Showboat de 1936).

Vida das árvores - Livro de Mariana Arraes( Colaboração de Joaquim Pinheiro)





Mariana Arraes, filha caçula do ex-governador Miguel Arraes, lançará seu primeiro livro, Vida das Árvores - Poemas. O lançamento será na Livraria Jaqueira, às 17h do dia 14.08.2010. Mariana, formada em Jornalismo, nasceu durante o primeiro mandato de governador de seu pai. Além do Recife, morou na Argélia, na França e no Paquistão, terra do seu marido. O livro reune poesias como esta:

A Vida das Árvores

Seus olhos castanhos escuros, Elisa
Lembram-me os de Julien, verde castanhos água.
Naquela tarde, no parque do Liceu,
Eles eram verde das árvores da infância,
Inocência.
Envolveram-me de Luz e água,
Como a vida mágica e inteira das árvores
E em busca de minhas raízes perdidas
Mergulhei em sua claridade,
Voei no seu vento, em sua paisagem de amor genealógico,
Onde criançcas e avós se conhecem.

Ao reencontrar esse brilho no olhar de minha filha,
Entendi que as raízes renascem,
E que pode haver doçura no futuro.

Recife 22.11.1998

Oscarito - por Norma Hauer


Foi lá, bem distante, na cidade de Málaga , na Espanha que ele nasceu no dia 13 de agosto de 1906 recebendo o pomposo nome de Oscar Lourenço Jacinto de la Imaculada Concepcion Teresa Diaz. Mas foi com o reduzido apelido de OSCARITO que se tornou conhecido em todo o Brasil, onde chegou com apenas 2 anos de idade.

Ele sempre dizia que poderia ter nascido na China ou no Polo Norte, por ser filho de uma família circense. Que nessa qualidade vivia feito nômade. Mas o mais lógico é ter nascido na Espanha, visto que sua família podia ser nômade mas era de origem espanhola.

Lembrar de Oscarito, é o mesmo que lembrar sua presença no cinema nacional. É pena que muita coisa foi perdida, mas sua atuação ao lado de Grande Otelo é algo que não se "perdeu" na memória de quem viveu aquela época.

Os críticos ("intelectuais") sempre davam as menores cotações para aqueles filmes puros, sem violência, mas com algumas malícias sutis.
O POVÃO O AMAVA !!! e isso era bom.

As paródias de filmes americanos, como "Sansão e Dalila", "Gilda" ou "Matar ou Morrer", eram de "matar" de rir. As "caretas" que Oscarito fazia...
Penso que Oscacrito podia ser comparado a Cantinflas, com nota 1000 para o nosso comediante maior.
Que bom seria se fizessem agora, tantos anos após sua morte, uma retrospectiva de seus filmes. As gerações que o conheceram iriam adorar e as novas ( de bom gosto), provavelmente também adorariam.

Do muito que ele deixou no cinema , no teatro e em nossa música, colocarei aqui a letra da

MARCHA DO GAGO

Tá tá tá tá na hora
Va va vale tudo agora
Sou mo mole pra fa falar
Mas sou um Pintacuda pra beijar...

Eu fico ga ga ga ga gago dentro do salão
E até pa pa pa pa pago pra não ver "canhão"
Mas se se se se a dona é "boa"
A minha língua se destrava atoa...

Lembro-me de Pintacuda, um corredor italiano que venceu o então importante "Circuito da Gávea". É bom saber que naquela época ( metade dos anos 30) quando estrangeiros vinham participar do famoso "Circuito da Gávea", viajava-se da Europa para aqui de navio. E em navios vinham as "baratinhas" como eram conhecidas. Eram vários dias de viagem.

Os mais famosos foram Pintacuda, que venceu duas vezes; Von Stuck (alemão) que venceu uma vez e Helen Nice, a única mulher (não venceu nenhuma) mas foi quem apelidou aquele Circuito de "Trampolim do Diabo", por causa de suas curvas perigosas na Estrada da Gávea, local hoje completamente ocupado pela Rocinha.

Tomou parte de vários filmes, mas aqueles em que atuou com Grande Otelo foram os que mais marcaram sua carreira, como “Céu Azul”, ;”Tristezas não Pagam Dívidas”; “Não Adianta Chorar”;”Fantasma por Acaso” e, principalmente as paródias de filmes americanos, como “Nem Sansão, Nem Dalila” e “Matar ou Correr” .

Do total de 48 filmes, não se pode esquecer de “Este Milhão é Meu”; “O Homem do Sputinik, “Barnabé, Tu és Meu”; “Papai Fanfarrão”ou “Aviso Aos Navegantes”, para citar só alguns.
Para falar de OSCARITO seriam necessárias muitas paginas, mas este pequeno resumo dá para fazer uma idéia do que foi sua presença em nosso meio artístico.

Oscarito faleceu no dia 4 de agosto de 1970 ( em seu “inferno zodiacal”) sem completar 64 anos quando ainda tinha muito talento para nos oferecer.
Norma

A Benção Pai! A Benção Mãe! \por João Marni


Sabe-se como é difícil educar os filhos, ensinando-lhes boas maneiras, cultivando neles o gosto pelos estudos, a respeitar as instituições, tudo enfim de fundamento para suas ações. Investir lá no começo, na infância dos primeiros passos, quando antes de dormirem ou ao acordarem, até mesmo por ocasião de breve afastamento, ouvíamos deles aquele apelo bonito: “ a benção pai, a benção mãe”, e respondíamos com o maior carinho e amor: “Deus os abençoe!”


Não temos observado nos dias de hoje tal praxe. Lembro-me, tempos idos, inclusive de adultos ainda dirigindo-se assim, doce e respeitosamente a seus pais.
Devemos permitir aos filhos que caminhem por aí, sem olhos vendados, sem os passos vacilantes ou monitorados, pois só assim teremos desenvolvido neles a disciplina serena, a consciência de fazer o bem, encontrando felicidade no gesto do acerto. Deverão ser filhos de pais amorosos, participativos e vigilantes, nunca arrependidos por um puxão de orelhas ou uma lapadinha nas pernas dos infantes mais atrevidos ou desgarrados, o que certamente não terá sido em vão! ( melhor do que uma psicologia permissiva, não reflexiva).
Quem não se lembra daquele olhar de “quem-manda-aqui-sou-eu”, de nossos pais? Não havia os horrores de hoje e, nessa escala, nem pensar!
Não é necessário que sejamos espelho, pois somos falhos. Até porque espelhos não refletem a realidade de ninguém. É preciso, sim, que sejamos livres de culpas, vez que tentamos ensinar-lhes que o segredo pode estar no mergulho ao interior de cada um de nós, lá nos bosques da infância bem cuidada! Do contrário, incorreremos no erro de assumirmos seus desmantelos como sendo nossos, culpa nossa! Neste caso, o travesseiro será um tormento, na fase de nossas vidas em que gostaríamos muito de “viver nas nuvens”, tal a leveza e a felicidade pelo dever cumprido!

Henry Fonda - O astro de Doze homens e um segredo


Henry Jaynes Fonda (Grand Island, 16 de maio de 1905 — Los Angeles, 12 de agosto de 1982) foi um ator de cinema norte-americano. É o patriarca de uma família de atores, entre os quais seus filhos Jane Fonda e Peter Fonda, e sua neta Bridget Fonda.

Fonda estudou Jornalismo na Universidade de Minnesota, mas abandonou o curso no segundo ano. Em 1925, trabalhava em uma empresa em Omaha quando foi convidado para fazer um papel importante em uma produção amadora da Omaha Community Playhouse. Nessa época ele já impressionava com seus 1m86. Se apaixonou pelo palco e seu primeiro papel profissional foi na peça You and Me, de Philip Barry.

Em 1929, já em Manhattan e na University Players Guild, estrelou Devil and the Cheese, ao lado de Margaret Sullavan, que se tornou, dois anos depois, sua primeira esposa. O casamento só durou pouco mais de um ano e ele foi para Hollywood fazer cinema.

Sua estréia no cinema americano foi em 1935, repetindo o papel que fizera no teatro na adaptação de The Farmer Takes a Wife, que no Brasil recebeu o título de Amor singelo. Nessa mesma época se torna amigo de outro ator estreante, James Stewart, amizade que durou até a sua morte. Em 1936, Henry se casou com Frances Seymour Brokwaw, uma americana rica e divorciada com quem teve dois filhos, os também atores Jane Fonda e Peter Fonda. O casamento terminou tragicamente em 1950, com o suicídio de Frances após um colapso nervoso.

Antes de partir para a Segunda Guerra Mundial como contramestre de terceira classe, ele fez mais de vinte filmes, alguns grandes êxitos de bilheteria e crítica como Jezebel, Jesse James, Ao rufar dos tambores e As vinhas da ira, com o qual concorreu ao Oscar de melhor ator.

A volta ao cinema e aos palcos foi em grande estilo, no final da década de 40, com o filme Paixão dos fortes, dirigido por John Ford, e o espetáculo Mister Roberts, com o qual ficou por três anos seguidos nos palcos da Filadélfia e de Nova Iorque, que devido ao grande sucesso foi transposto para o cinema, inicialmente tendo como diretor John Ford, porém, houve desentendimentos entre Fonda e Ford, deixando este a produção; contracenaram com Fonda nesta película Jack Lemmon, James Cagney e William Powell.

Nas décadas de 50, 60 e 70 dividiu-se entre os palcos e as telas de cinema, até que no início da década de 70, ao protagonizar o one-man-show Clarence Darrow, em Nova Iorque, desmaiou nos camarins e teve que se internar e colocar um marca-passo no peito.

Ele se casou mais três vezes: em dezembro de 1950, com Susan Levine Blanchard, com quem adotou uma menina; em 1957, com a italiana Adera Franchetti e, em 1965, com a aeromoça Shirlee Mae Adams, sua esposa até a morte do ator em agosto de 1982, vitimado por uma doença crônica no coração.

Fonte :Wikipédia

Namorados e garis - Por Stela Siebra de Brito


De vez em quando sou romântica.

Me comovo com nomes de namorados

traçados no coração/areia da praia:

Gerson e Tayná.

Ou entalhados

no tronco do jacarandá

Marília e Júlio.



O vai e vem das ondas

Vai destraçar Gerson e Tayná.

Marília e Júlio só se queimarão em

lenha de fogo brando

ou serão esculpidos em

mesa posta de pratos

vazios de amor-paixão.



Vez em quando eu sou romântica

e choro lágrimas do mar de Olinda

limpando minha alma,

como os garis limpam as praias

na manhã da segunda-feira,

ciscam o lixo da areia

papel, plásticos, latas, cacos de vidro:

sujeira humana.

Os garis só não ciscam os nomes

Gerson e Tayná

Isso é serviço do mar.



Meu olho de ver e sentir

chorou gratidão aos garis

de parcos salários

de sonhos imensos

de roupas vermelhas

desbotadas de água e sol

amarrotadas de sal, vento e

desilusões.

CLARA NUNES- por Norma Hauer



Ela nasceu no dia 12 de agosto de 1942 em Caetanópolis- MG, recebendo o nome de Clara Francisca Gonçalves, mas ficou conhecida como CLARA NUNES.cantora e compositora


Era a caçula de uma família de sete filhos. Seu pai era conhecido como Mané Serrador, violeiro e participante das festas de Folia de Reis.


Em 1944, ficou órfã de pai e, pouco depois, de mãe, sendo criada por dois de seus irmãos.


Freqüentava aulas de catecismo e cantava “ladainhas” em latim no coro da igreja.


Aos 14 anos ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira. Dois anos depois, mudou-se para Belo Horizonte, indo morar com dois outros irmãos e nos finais de semana , participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava.



Cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, segundo as suas próprias palavras, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.


Em 1966, já residindo no Rio de Janeiro, participou do filme "Na onda do iê-iê-iê", com cantores da Jovem Guarda. No ano seguinte voltou às telas do cinema, interpretando a marcha "Carnaval na onda", de José Messias, no filme "Carnaval Barra Limpa", de J.B Tanko


. Nesse filme participaram João Roberto Kelly, Emilinha Borba, Ângela Maria, Altemar Dutra, Marlene e Dircinha Batista.



No ano de 1968 fez a sua última atuação em cinema, no filme "Jovens Pra Frente", de Alcino Diniz., ao lado de Oscarito.



Por influência de Ataulfo Alves e Adelzon Alves passou a dedicar-se ao samba .Pesquisou a música popular brasileira, seus ritmos e seu folclore. Viajou várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e das tradições afro-brasileiras, converteu-se ao candomblé..


Foi uma das cantoras que mais gravou os compositores da Portela, escola para a qual torcia.


Fundou com o marido, o poeta e letrista Paulo César Pinheiro, o Teatro Clara Nunes, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro.

Faleceu vítima de complicações operatórias decorrentes de uma operação de varizes, no dia 2 de abril de 1983, sem completar 41 anos.


Norma,

LEONEL AZEVEDO- por Norma Hauer



Ele nasceu no Morro do Pinto na data de 12 de agosto de 1905. Ainda garoto, estudou piano com uma prima e, mais tarde, violão, quando se apresentou nas primeiras rádios fundadas aqui no Rio: Sociedade do Rio de Janeiro e Clube do Brasil (esta não era nada modesta, era DO BRASIL e mal era ouvida no Rio de Janeiro).

Na época compôs sua primeira música , que cantou já na Rádio Educadora, mas não conseguiu gravar. Em 1935 , então na Rádio Philips, apresentou-se em um programa de Dario Murce, irmão de Renato Murce, que o levou para o programa "Horas de Outro Mundo".

Ele ficou de rádio em rádio e só depois que conheceu J.Cascata, conseguiu gravar, uma música que alcançou grande sucesso:"Minha Palhoça", antes cantada por Luiz Barbosa na Rádio Mayrink Veiga e,depois, gravada por Sílvio Caldas.


A dupla J.Cascata e Leonel Azedo foi responsável por tornar Orlando Silva um dos cantores mais populares de sua época:"LÁBIOS QUE BEIJEI". Ainda de Leonel Azevedo com J.Cascata, Orlando Silva gravou:"Mágoas de Caboclo";"Juramento Falso";"Quero Voltar aos Braços Teus";"Por Ti"...

Ainda da dupla: com Carlos Galhardo"Quem Foi?";"Um Sorriso...Uma Frase...Uma Flor" e "Todos Cantam seus Amores'; com Sílvio Caldas, "Símbolo Sagrado" e com Almirante "Passo de Avestruz", numa "gozação" às tropas alemães, que durante a 2ª guerra ficou famosa com seu "passo de ganso".


Ao lado de James Florence compôs um grande sucesso de carnaval, quando o bonde era uma das "figuras" carnavalescas .Chamava-se "Não Pago o Bonde"


"Não pago o bonde iaiá,

Não pago o bonde ioiô;

Não pago o bonde,

Que eu conheço o condutor"...


Ao lado de Sá Roris, que foi professor do Colégio Pedro II, criou "Apanhei um Resfriado, gravado por Almirante, também uma "gozação":


"Pelo costume de beber gelado,

Apanhei um resfriado que foi um horror,

Porém com medo de fazer despesa,

Com certeza,não fui ao doutor,pra me curar.

E tudo quanto foram me ensinando,

Eu fui tomando e cada vez pior..."


Após a morte de J.Cascata, em 1961, Leonel Azevedo afastou-se do meio, embora compusesse com outros parceiros, como Sá Roris, Antônio Almeida, Bide, Nássara, Humberto Porto... não ficou , porém, tão marcado como com seu companheiro mais constante:J.Cascata.


Em 5 LPs, registrou, como cantor, seu repertório, dando-lhe o nome de "HISTÓRIAS DE AMOR".


Em 1976, saiu seu último LP, que recebeu o nome:"Leonel Azavedo-40 anos de carreira".


Leonel Azevedo faleceu em 18 de outubro de 1980, aqui no Rio de Janeiro..



Norma

WALFRIDO SILVA - por Norma Hauer


Não tenho muita coisa sobre Walfrido Silva, mas sei que ele nasceu em um dia 12 de agosto e fez parceria constante com Gadé.. Falar sobre um é quase o mesmo que falar sobre o outro.
Assim, pouco tenho a acrescentar ao que foi mencionado sobre Gadé no dia 23 de julho último, data de aniversário de nascimento de Gadé.

Suas músicas mais famosas eram todas de um humorismo sutil. Assim, com Joel e Gaúcho, gravou "Estão Batendo", ( parceria com Gadé)

Estão batendo,
Se for comigo diga que não estou.
É a mulata que há muito tempo você abandonou.
Está zangada, de cara feia trás um vassourão na mão...
Pelo que eu vejo, ela está disposta
A fazer barulho e te meter a mão...”

Ou, ainda com Joel e Gaúcho,"Que Barulho é Esse ?"

Que barulho é esse,oh Juracy, aí no corredor ?...meu chatô não é pomar de amor"

Com Odete Amaral gravou "Quem é que Paga a Gasolina?

“Quem é que paga a gasolina p’ra você andar
"pelas ruas da cidade a bancar o lorde,
bancando Pintacuda, a 120 a hora"....

Pintacuda era um corredor italiano que fez parte do "Circuito da Gávea", vencendo-o duas vezes. Imaginar o que foi aquele Circuito nos anos 30 e compará-lo com as atuais corridas de Fórmula 1 é o mesmo que comparar água com vinho.
Em compensação, nenhum carro com a velocidade dos atuais poderia correr no Circuito da Gávea, cheio de curvas perigosas.

Voltando a GADÉ, lembremos que Almirante foi quem gravou as mais bem humoradas de suas composições, como "Faustina"

“Oi, Faustina, corre aqui depressa,
Vai ver quem está no portão.
É minha sogra com as malas,
Ela vem resolvida a morar no porão.
Vai ser o "diabo", vamos ter sururu com o vizinho"...


Almirante gravou também "Vou-me Casar no Uruguai", naquele tempo em que não havia divórcio no Brasil e era comum os "desquitados" irem "casar no Uruguai", para dar satisfação à sociedade hipócrita da época.
A letra completa de "Vou-me casar no Uruguai" está nos dados sobre Gadé.

Norma

Concepção de Deus - Emerson Monteiro


De acordo com o Blog Boa Saúde nesta segunda semana de agosto de 2011, resultados de uma pesquisa promovida pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, dão conta de que doentes que guardam sua fé em um Deus benevolente possuem tendência natural para diminuir as preocupações e tolerar melhor as dificuldades do que outros que acreditam em um Deus punitivo ou indiferente.

Por isso, os estudiosos admitem que os profissionais da saúde mental devem passar a integrar as crenças espirituais de seus pacientes na formulação dos tratamentos. Este zelo para com as crenças dos que procuram tratamento médico psiquiátrico favorece sobremodo o encaminhamento da cura.

A força psicológica que advém da fé religiosa estabelece, pois, segundo esse trabalho universitário, bases pessoais a fim de auxiliar os encaminhamentos clínicos.

Tais constatações guardam estreita relação com a interpretação da existência pelas escolas religiosas, esclarecendo, aos olhos da ciência oficial, os motivos que conduzam a Humanidade aos valores íntimos do espírito no conceito das criaturas e na formação das suas tradições.

Isto reforça o quanto a constituição humana dispõe dentro de si própria dos mistérios e poderes renovadores da vida. Os pensamentos e sentimentos trabalham silenciosamente para restabelecer o equilíbrio da Natureza nos organismos.

As implicações desta pesquisa para o campo da psiquiatria é que nós temos que levar mais a sério a espiritualidade dos pacientes do que nós fazemos hoje, assegura David Rosmarin, um dos autores da investigação científica. A maioria dos psiquiatras está despreparada para conceitualizar como as crenças espirituais podem contribuir para o estado afetivo e, assim, muitos teimam em não integrar esse tema no tratamento de uma forma que seja espiritualmente sensível, conclui o estudioso.

ETIQUETAS - Agnaldo Timóteo

http://youtu.be/onts1yOGNv0

O Detran na contramão - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Há pouco menos de um mês, a Petrobrás anunciou que terá de importar gasolina, pois o consumo sofreu um aumento que superou a produção interna desse combustível. Por outro lado, há também problemas com o fornecimento de álcool, de modo que aquela companhia petrolífera solicita a redução do consumo interno, via aumento de preços, como se era de esperar.

Mas, surpreendentemente, o Detran-Ce encontra-se executando um programa de fechamento dos retornos na Avenida Juazeiro–Crato, deixando apenas alguns poucos. Somente no município do Crato já foram fechados três retornos que dão acesso aos bairros Muriti e São José. Para esses acessos, os motoristas deverão se deslocar cerca de três a quatro quilômetros a mais no percurso. No município de Juazeiro do Norte, em alguns retornos estão sendo implantados sinais luminosos, obrigando aos motoristas que necessitarem executar retorno, a um longo deslocamento por ruas secundárias, mal pavimentadas e sem iluminação. Assim sendo, o percurso terá seu tempo de deslocamento e o consumo de combustível sensivelmente aumentados. Além do mais, certamente haverá a possibilidade de freqüentes engarrafamentos do trânsito, e o estresse a que serão submetidos os motoristas.

Sem nenhum prejuízo à segurança do trânsito, se poderia criar faixas exclusivas para o retorno, com alargamento das faixas de deslocamento laterais e a criação de uma faixa interna, ao lado do canteiro central, conforme o retorno existente no acesso à Petrobrás.

Com um pouco mais de inteligência o DETRAN poderia, juntamente com o DERT realizar um serviço mais seguro com custo que seria compensado pelo não aumento do consumo, melhoria da fluidez do trânsito e maior conforto aos usuários.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Táxi Lunar


A convivência próxima do homem com as drogas remonta às mais priscas eras. Há relatos históricos do uso do haxixe há mais de 4500 anos. Elas acompanharam praticamente, pari passu, a caminhada da humanidade e a habitualidade do seu uso tem se tornado mais corriqueira com os novos tempos, nada levando a crer que um dia estaremos livres delas. Utilizada inicialmente de forma ritualística, os estupefacientes grassaram para as mais diversas classes sociais, a partir do Século passado, com um salto gigantesco a partir dos anos 50-60, junto aos movimentos Beat, Hippy , o Jazz e o Rock. A aura cult e chique ,que inicialmente mascarou a disseminação das drogas, foi sendo pouco a pouco apagada pelas constantes baixas acontecidas entre os usuários e o terror da dependência que arrastava levas e levas de pessoas aos mais baixos umbrais da condição humana. Junto à nova moda, organizou-se uma indústria poderosíssima de tráfico que se calcula movimenta mais de U$ 500 bilhões todo ano. Utilizando as modernas regras do consumo, lançam-se diuturnamente novidades no mercado. À medida que a letalidade de drogas recém-lançadas vai ficando mais visível, outras são imediatamente apresentadas, trazendo o perfil do novo e do inócuo. A geração perdida desmoronou com o ópio, a do Jazz foi destroçada pela heroína, a dos pioneiros do Rock pela cocaína e pelo LSD, a dos anos 80-90 pelo Ectasy e pela Cola e a do Século XXI pelo Crack e pelo Oxy. Embora todas as demais, junto com a Marijuana, o Álcool e o Tabaco continuassem em plena circulação. Apenas uma ou outra droga foi caindo de moda assim como a roupa ou o sapato da mocinha do shopping.

Uma questão inequívoca é que até o momento o mundo não encontrou uma maneira de solucionar o grave problema. A simples repressão não só tem se mostrado inócua, mas levou ao agravamento e ao aumento do consumo. A criminalização tem abarrotado os presídios de usuários, já superpovoados de toda a sorte de adversidades. Por outro lado, a legalização como tem procedido Hamburgo e Amsterdam, não tem aparentemente trazido uma resposta adequada à grave enfermidade que tem tomado conta de todos os segmentos da sociedade, nos dias atuais. Recentemente, sentindo a insuportável visão da Cracolândia, o Rio de Janeiro, através da sua Secretaria de Assistência Social, partiu para uma medida extrema: internar à força os usuários do Crack, imaginando que assim lhes dariam uma oportunidade de livrar-se da atroz dependência. São Paulo, inspirada na ação carioca, pretende agir da mesma forma. Numa área em que as ações governamentais, mundialmente, são tão plenas de equívocos, surge a pergunta inevitável : “Internar à força os usuários de drogas ilícitas, resolve?” É sobre esta interrogação enigmática que pretendo tomar o tempo de vocês nesta manhã de sábado.

A meu ver, a resolução da Secretaria de Ação Social se compara ao desespero de um paciente desenganado que, fora de possibilidade terapêutica, recorre a encantamentos e benzeduras. Uma espécie de “Perdido por um, perdido por mil!”. Historicamente , a experiência tem demonstrado que todo tratamento de dependência que não parta da vontade própria e inalienável do próprio paciente tem imensas possibilidades de estar fadada ao fracasso. Além de tudo, a atitude carioca fere gravemente o princípio da Autonomia na Bioética. Só temos o direito de realizar qualquer tratamento ou procedimento que envolva a saúde de uma pessoa, com sua plena aceitação. Os profissionais têm a sagrada missão de promover o Bem da pessoa humana, mas este bem não é o profissional que determina qual é, mas o próprio paciente. O ouvinte pode até argüir que um dependente pesado não tem nenhuma possibilidade de exercer sua Autonomia e que aí a decisão teria que ser do seu responsável legal : a Família ou, na ausência dessa, o próprio Estado. Aí recaímos num outro pântano: o risco do responsável legal, por interesses vários: econômicos, políticos, sociais, decidir não pelo bem do dependente, mas pelos interesses pessoais . Os manicômios e os asilos estão repletos de pessoas excluídas do convívio da família por meros interesses dos seus descendentes. Acredito no princípio do utilitarista Stuart Mill: “A única razão da existência de uma lei é para fazer com que não se firam interesses de terceiros”. Ou seja, cada um é senhor da sua própria vida e pode usá-la como assim lhe convier, desde que respeite a liberdade dos outros. O homem é livre para viver ou para matar-se seja a crédito ou a vista. A dependência só passa a ser um problema médico ou governamental, quando o paciente pede ajuda: “Preciso sair disso e não sei como!”. Aí, sim, o Estado tem que prover todos os instrumentos possíveis para reabilitá-lo e trazê-lo à nova vida. E nisso, é preciso reconhecer, o Estado brasileiro é de uma incapacidade terrível. A reabilitação está nas mãos de algumas poucas instituições religiosas que buscam com unhas e dentes obrar milagres, muitas vezes sem qualquer embasamento científico.

Para se ajudar os usuários de drogas, antes de levá-los à força às clínicas, é preciso responder a uma pergunta básica: “Por que tantos precisam se anestesiar para suportar a vida que levam ?” Não temos o direito de arrancar a latinha de cola do menino que vive na rua e que a utiliza para passar a fome e transportar-se para um outro universo mais colorido , se não for para proporcionar-lhe um Mundo melhor e mais justo. Os ansiosos, os infelizes, os abandonados, os frustrados , os desiludidos precisam , primeiramente, ter solucionadas sua agruras existenciais, antes de terem os anestésicos suspensos. O uso indiscriminado dos alucinógenos, dos entorpecentes é uma prova clara de que este mundo em que vivemos está cada vez mais triste e sem esperança. Talvez seja por isso mesmo, por fuga, que tantos têm tomado o “Táxi para Estação Lunar”. Para trazê-los de volta é necessário antes mudar o planeta, torná-lo mais justo, mais palatável, mais fraterno e respirável. Que valha a pena ao menos a cansativa viagem de volta.

J. Flávio Vieira
Essa Pequena
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque

Meu tempo é curto, o tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza, o dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito a nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela

Meu dia voa e ela não acorda
Vou até a esquina, ela quer ir para a Flórida
Acho que nem sei direito o que é que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la

Feito avarento, conto os meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela, que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas ao vento, ai

Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena


Azul Musical





O disco novo do Chico- por socorro moreira




“Querido Diário”,

Hoje recebi um mimo de uma pessoa, que como eu, gosta de Chico Buarque.
Acho lindo... “quem não se quebra porque é macio”...!
Esta resistência humana, é recheio de caramelo da nossa fragilidade/ternura
É como Tu... pros meus botões!

“Tórrida confidência”

Nas auroras eu vislumbro os meus limites, num sempre novo infinito.
Cantemos juntos as letras que o Chico inventa. Elas nos tornam íntimos, irmãos.
Nada escancarado
Tudo encarolocado, num potencial de amor com paixão.
A nossa música?
Aquela canção?
Que nome desconhecido completa minha coleção?
Não tinha ninguém, desde outrora, pra não dizer que não falei de mim...
Mistura de amora com abóbora, numa celestial comunhão.

“Essa pequena”

Ela é pequena?
Pequena tragédia, que o meu coração com porta, acolhe!
Ilíadas, cratíadas... São tantas idas, e um samba de uma volta só!
Nossos cabelos são pratas, num cofre de letrinhas que piscam porque pensam, e sentem!
Eu cuido do amor sem suores... Se a distância é longa, e os meus passos  curtos, aceito viver longe de quem gosto.
Se fosse um blues... È lindo um blues!

E a gente sabe pra que?

Se Caymmi disse...” não tem solução”
A resposta é uma incógnita,
No universo da ilusão.

Não jogamos com a cara descorada
Descarado é o coração!

“Você vem pra enfeitar minha vida...”
Salão de festa, piano no canto
She, Stela by starlight,  Look for a star
Amar sem pausa musical…
“Saraus ao luar”

“Não vivo com a cabeça na lua”. A lua é meu lume constante!
Dou mole pra tua pessoa. Sei que posso amar, sem me desmanchar...
Amar e me derramar!



COM VOCÊ (zero)

Você me trouxe música
Calo a palavra
Ela fala...
Frutificada!

-Nosso tempo canta em uníssono!

Na minha mão não balança nenhuma aliança
Na tua mão, balança o meu coração!

Penso adivinhar teu caminho...
Será, nina?
Noite em  Moscou (Midnight in Moucow)
é uma valsa antiga
Hugo sabe tocá-la, Vera gosta...
E a mim...Nina!

E a noite passa...
O dia volta
E a vida nos traz a sorte...

Gravei você na memória,
E escondi de mim mesma...
A senha!
Grega, fita, rosa...?
Salve a poesia, que nos absorve
Absolve-nos
Com ela...
“A vida é bela!”

Não cobiço, nem enxergo bem
Mas vejo-te claro,
Em todos os meus escuros!
Teu cheiro chega a mim...
Ora cítrico
Ora canela!

Eu quero esse amor
Que nunca encomendei
Que nunca desejei
Aceito este querer inconsciente
Que Deus, através de um duende,
Concedeu-me!

An(t)iversário - socorro moreira

A  aniversariante de ontem foi a música, lembrada por todos da casa e da rua. Um pedaço da cidade escutou um coro de vozes, que alternava mil canções. A plateia era formada de lembranças e alegrias musicais...Somos tão felizes, quando lembramos de lembrar o quanto podemos ser felizes! O ajuntamento de sensibilidades é uma loucura feliz! 
Agradeço as presenças na garagem e na calçada; as delicadezas e mimos recebidos. Transbordamos alegria !
Dancei, cantei, abracei, ouvi, vi, amei!
Eu queria ser dona de botequim, mas isso seria impróprio , em todos os tempos.
Eu queria que a noite fosse sonorizada por todos os instrumentos musicais, ou um único...uma voz baixinho...
Até no silêncio, a música faz a festa , quando olhamos a lua, e sentimos que os sentimentos nunca envelhecem.
Éramos 33, e não faltava ninguém. Os disjuntos chegavam em canções...Lindamente!

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Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico

O resfriado ocorre quando o corpo não chora.
A garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

O plantio é livre. A colheita, obrigatória.

P.S.: Normalmente, o(s) sintoma(s) ocorre(m) 3 dias após o "acontecido". Descubra o que te prejudicou e coloque para fora, em conversa com amigos ou com um profissional, que vc se cura!!!
Sua saúde e sua vida dependem de suas escolhas!!!
Escolha ser feliz!


"Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade." Mário Quintana


CRONICA DE UM ANIVERSÁRIO - por Ulisses Germano


A flauta Cecília tocou com a  Prata da Casa
Canções antigas invandiam
E aliviavam o quarteirão
Quando a sanfona de Hugo Linard chegou
Deslisando cachoeiras de notas
Com seu dedilhado leve e seguro
Invadindo a rua, tomando conta do lugar
A vizinhança em botecos se transformou...
Era uma ceia-saral de aniversário, 
Todos foram convidados
A ouvir o que a música tem pra dizer
Sem nada a oferecer a não ser
A maestria da alegria
De encantar toda a vizinhança
 Sem nada a oferecer além de tudo


P.S. O aniversário de Socorro de Moreirinha aconteceu aproximadamente assim.