por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 7 de março de 2020


A “FACE OCULTA” DA IGREJA - José Nilton Mariano Saraiva

Best-seller do New York Times, “No Armário do Vaticano” (Editora Objetiva, 2019, 499 páginas) foi lançado simultaneamente em vinte países. Trata-se do relato sobre a corrupção e a hipocrisia no coração do Vaticano. “POR TRÁS DA RIGIDEZ HÁ SEMPRE QUALQUER COISA ESCONDIDA; EM NUMEROSOS CASOS, UMA VIDA DUPLA”. Ao pronunciar estas palavras, o papa Francisco tornou público um segredo que esta investigação vertiginosa explora, pela primeira vez, com grande profundidade. Com detalhes escabrosos, imorais e até então inimagináveis, “No Armário do Vaticano” expõe a decadência no coração do Vaticano e na Igreja Católica atual. Um trabalho brilhante baseado em quatro anos de pesquisas rigorosas, que inclui entrevistas com dezenas de cardeais e encontros com centenas de bispos e padres. O celibato dos padres, a condenação do uso de contraceptivos, os inúmeros casos de abuso sexual, a renúncia do papa Bento XVI, a misoginia entre os clérigos, a trama contra o papa Francisco — todos esses temas estão envoltos em mistério. Este livro revela a face oculta da Igreja, uma instituição fundada em uma cultura clerical de sigilo e baseada na vida dupla de padres e numa extrema homofobia. A esquizofrenia resultante na Igreja é difícil de entender: quanto mais um prelado é homofóbico, mais é provável que ele seja gay. É um livro revelador e inquietante” (sinopse).

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Fato é que, “No Armário do Vaticano” é um relato impressionante sobre os abusos de toda ordem, a luxúria, a hipocrisia, a falsidade, o jogo sujo e a homossexualidade desbragada reinante entre os cardeais do Vaticano (inclusive “papas”). Por isso, imperdível.

No relato, apesar da corajosa declinação de nomes de dezenas e dezenas de padres, bispos, cardeais e até papas homossexuais, dois religiosos se sobressaem devido à agressividade e desassombro com que atuam no interior do próprio Vaticano: Alfonso López Trujillo (colombiano) e o mexicano Marcial Maciel (conservadores, racistas, integrantes da extrema direita, eram abertamente a favor do grande capital e da exploração dos pobres).

Íntimos e próximos dos papas Paulo VI, e João Paulo II, citados personagens, aparentemente homofóbicos, mas na realidade homossexuais atuantes e conhecidos na noite de Roma (ambos tinham amantes), ainda assim exerciam um certo poder ante os dois papas nominados, influindo em algumas das suas decisões.

Enfim, vale a pena (e muito) se debruçar sobre as 499 páginas do “No Armário do Vaticano”, até porque nos permitirá conjecturar sobre a vida pregressa de certos “candidatos a santo” do Nordeste do Brasil, cujos métodos de ficar rico sem ter fonte de renda em muito se assemelham aos métodos usados pela dupla citada (López Trujillo e Marcial Maciel, tidos como “demoníacos”).

E muito importante para tal mister seria que algum historiador com “H” maiúsculo se dispusesse a pesquisar, num primeiro momento, com seriedade e longe dos holofotes, uma figura que a própria Igreja Católica, num passado não tão distante, alcunhou como “charlatão”, face o cometimento da farsa grotesca que ficou conhecida como o “milagre da hóstia” (milagre esse que se repetiu 83 vezes ao longo de dois anos seguidos, com anunciação prévia do dia e hora).

Um raio pode cair duas vezes num mesmo lugar ???