por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 22 de setembro de 2013

"Manuel Simplício" - José Nilton Mariano Saraiva

Abstraindo-se aquela máxima preconceituosa de que “homem que é homem não acha homem bonito” (porquanto corre o risco de ser tachado de veado, bicha, gay e por aí vai), a verdade é que o laureado ator francês Alain Delon, além do dom natural de representar com extrema competência, era, sim, um homem bonito e charmoso e que destroçou corações femininos mundo afora (tanto é que uma de suas esposas foi a atriz austríaca Romy Schneider, uma mulher belíssima, desejada e disputada por meio mundo de homens, e que se tornou famosa após o filme “Sissi, a Imperatriz”). Hoje, com quase 78 anos de idade, Alain Delon continua atuando (não mais em filmes), mas no teatro francês, esbanjando competência, charme e... destroçando corações femininos.

Pois bem, aqui em Fortaleza Alain Delon serviu de referência (ou modelo) para um “cabeça-chata” autêntico, oriundo lá dos grotões do interiozão brabo. De estatura elevada como o francês (quase dois metros), vasta cabeleira e esbelto, nosso conterrâneo, estimulado pelos irmãos mais novos (que sabiam da sua adoração pelo artista francês), meteu na cabeça que seria por essas bandas a cópia fiel do ídolo famoso, embora não tivesse nenhum pendor para a arte de representar. Só que o nome de batismo (onde estavam os pais quando escolheram um nome tão horroroso ???) não ajudava nem um pouco: Manuel Simplício.

Mas, eis que, não mais que de repente, Manuel Simplício conseguiu se engajar numa atividade que jamais imaginara e de grande visibilidade: integrar a equipe esportiva de um jornal da capital, onde ficou responsável por uma coluna diária. E então, mesmo que por linhas tortas, realizou o sonho da vida: em homenagem ao ídolo maior, adotou o pseudônimo  Alan Neto (sem o “i”, a fim de tornar-se mais “deglutível”).

Fato é que, hoje, Manuel Simplício, embora com uma barriga saliente, já nem se lembra do nome original (aquele escolhido com tanto esmero e carinho pelos pais), e só atende pelo pseudônimo com o qual homenageia e lembra o ídolo maior: Alan (Delon) Neto.


Manuel Simplício ??? Que diabo é isso ???