por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 29 de março de 2011

O som do amor- socorro moreira


Descobri que quando sinto não falo
Fico com um riso abismado
Quando o caso é de felicidade.

Descobri que quando sinto, me calo.
Falo com os olhos,
e deixo o coração tremer uma canção.

Descobri que o amor não tem falas
A linguagem é deslumbrada
Ilumina céus que se apagam

Mas quando o amor se esconde...
Valha-me noite,
com todas as tuas estrelas!
- Quero avistar a vida, que faz festa...
Lá em riba.

Reflexos- por socorro moreira



O artista diz:
Enchi a tua casa de poesia e canções
Cantei o mar, suas praias...
E ajudei com encantamentos
O saber amar

O homem precisa entender o caos
(Reflexo de si mesmo)
O mundo todo é irresponsável.
Eu quero um mundo fraterno
Faço a minha parte?

No Azul Sonhado- SOCORRO MOREIRA



RAIZ DE AMIGOS
CAULE EM FORMAÇÃO
LUZ NA ESCURIDÃO
LÂMPADA QUE SE APAGA
SEM SUBSTITUIÇÃO

PRISMA LUMINOSO
EM VERSOS DIZ A COR
E O PRÓPRIO DISSABOR

CANÇÃO EM UNÍSSONO
UM PONTO DE INTERSECÇÃO...

PODE SER UM SOL NASCENTE
ESTRELA DALVA
LUA CRESCENTE ...
AINDA NUNCA SERÁ
PONTO FINAL
SENDO ÀS VEZES,
INTERROGAÇÃO.

AMOR UNO
PARES HUMANOS
ORDEM, CONSTRUÇÃO

TUDO ESTÁ NO TEMPO CERTO:
SEMEAR,PLANTAR,COLHER ...
SAUDADE É MATÉRIA PRIMA
NO CONTÍNUO REVIVER

Amanhã é o aniversário de Gabriella Federico. Antecipadamente , com ela nos congratulamos!

Foto de Waldemar Arraes de Farias
Restauradora italiana de arte sacra, Gabí, já prestou inúmeros trabalhos à comunidade  cratense.
Sempre presente nos acontecimentos  sociais da cidade, é uma grande incentivadora da expressão  cultural e  artística do nosso povo.
Toda felicidade do mundo para esta mulher talentosa, ora ruiva, ora loura, ora morena ...( isso  é o que menos importa) Beleza é qualidade nata, principlamente ,quando iluminada  por uma alma charmosa.


Mara Thiers- por Cícero Braz de Almeida





Lana Mara Pereira Thiers é uma daquelas juazeirenses que carrega em si toda a magia do pensar e se repensar em poesias. A sua inquietude faz com que tudo a seu redor seja motivo de poemas e crônicas. Ao que se parecia. As artes plásticas estão presentes em sua veia artística de forma bem muito atuante, onde se mostra num impressionismo ímpar.

Minimamente Feliz- Leila Ferreira (Colaboração de Liduína Belchior)



A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', diz Fabiana, também adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos de felicidade e vivo cada segundo.

Elis conta que cresceu esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, viajando com frequência por causa de seu trabalho, ela descobriu que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'.

Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes' Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.

Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'. Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quase sempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham?

Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades. Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam. Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.


Leila Ferreira é jornalista, apresentadora de TV e autora do livro 'Mulheres - Por que Será que Elas...', da Editora Globo

Para o Músico João Nicodemos, nesta data querida!



Claro-escuro- Por José Flávio Vieira




Recostado numa preguiçosa, abaixo de uma velha jaqueira, o velho Sinfrônio Arnaud contemplava os canaviais do Cotovelo, com vista privilegiada. Um sol já meio bemol, de quatro da tarde, parece envernizar as folhas das canas que brilham e tremeluzem tangidas por um renitente vento de agosto. Arnaud punha-se a pensar nos destinos de Matozinho que vira crescer quase que de dentro da sua fazenda e hoje, varadas mais de oito décadas, empinava o umbigo e criava ares de gente lorde. Certo que ,como todo novo rico, ainda mesclava costumes matutos com atitudes grã-finas: a meio caminho entre a buchada e o caviar. Uma conversa, pela manhã, com um político neófito da vila, o pôs a matutar sobre o tempo que tudo vai engolindo com sua bocarra de Jaraguá. As verdades monolíticas de ontem dissolvem-se ,como por encanto, sob a ação inexorável das horas e do amálgama gelatinoso resultante esculpem-se novos costumes, novos paradigmas aparentemente sólidos e indissolúveis.
Metido tantos anos na política da cidade, construíra quase que uma nova constituição de leis populares, de limites e fronteiras intransponíveis nas campanhas eleitorais. Naqueles idos -- lembra-se com um sorriso mal disfarçado, nosso Sinfrônio – político não roubava. Primeiro, porque não havia sequer dinheiro em caixa: as verbas da prefeitura dependiam da arrecadação municipal de impostos cobrados a pessoas paupérrimas, a comerciantes pequenos. Tantas e tantas vezes precisou tirar do próprio bolso para cobrir as obrigações de final de mês. A palavra “ladrão”, assim, era termo proibitivo em qualquer circunstância e redundava, inevitavelmente, em faca no vazio , tapa no pé-do-ouvido, tiro de papo amarelo nos peitos do insultador. Qualquer alusão, também, a possíveis desvios sexuais padrões de candidatos ou parentes destes, resolvia-se nos campos de batalha e não nos tribunais. Sinfrônio mesmo comentava, com orgulho , que sua terra não possuía veados e nem mulher metida a homem : “ isso é putaria da capital e de Bertioga” , costumava dizer. Permitiam-se, apenas, fofocas atinentes a teúdas & manteúdas, mijos fora do caco , gambiarras dos candidatos do sexo masculino, até porque isso, se não acrescia, também não tirava voto de ninguém. O adultério masculino via-se como uma atividade normal e comum, já o feminino tinha leis específicas não muito diferentes das islâmicas.
Debaixo da jaqueira, Arnaud pensava na conversa que tivera pela manhã com Seginaldo Trancoso, um vereador em ascensão em Matozinho e só então percebeu como, definitivamente, aqueles bons tempos tinham sido mastigados pela engolideira do tempo. Trancoso contou que resolvera se candidatar pela primeira vez a vereador e, pouco conhecido, ninguém botou fé na sua candidatura. Tinha apenas uma bodeguinha na Vila e muitos conhecidos. De maneiras que ele, correndo nas laterais do campo, sem que ninguém percebesse bem, terminou sendo eleito. No pleito seguinte, no entanto, os adversários, já acordados, caíram de pau. Espalharam logo a notícia que ele era veado. A princípio Seginaldo disse ter ficado um pouco chateado, mas sustentou o dedo no apito: estava na chuva era prá se molhar. Pois, segundo ele, o tiro saiu pela culatra, aconteceu que perseguido, virou vítima , as florzinhas da cidade votaram todas nele que terminou como um dos mais bem votados na cidade. No último pleito, relatou Seginaldo, candidatei-me novamente e , aí, eles mudaram a tática: espalharam a fofoca que eu era corno. Aguentei calado novamente, embora sob protestos da minha santa esposa . Pois bem, desta vez é que a vitória foi arrasadora: todos os cornos de Matozinho votaram em mim e terminei como o mais votado e ainda presidente da Câmara. Na próxima eleição -- falou com franqueza Seginaldo para Sinfrônio -- estou achando que vão espalhar por aí que sou ladrão, pois é , vou sair logo candidato a Senador, não vai ter urna para suportar tanto voto !
No horizonte, Sinfrônio observou o sol desaparecer pro trás dos morros da Serra da Jurumenha . A noite invadia de sombra o Cotovelo. O mundo e a vida fluíam em meio à luz e a treva, num jogo eterno de claro-escuro.

J. Flávio Vieira
30/09/10

Apenas singular - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Quando nasci,
Buscava eternizar-me,

Sobrevoar a poeira do tempo,
Desdobrar-me em circunstâncias,

Transpor a finitude,
Expor-me aos experimentos do espaço,

Extrair-me do cotidiano,
Antecipar-me ao futuro,
Sobretudo esgueirar-me ao passado.

E vim entre tais promessas,
Sujeitando-me ao esmeril do tempo,
Teimando em perenidade.

Qual nada me descobri mais.

Nem finito e nem eterno,
Apenas singular.

RODA DE HISTÓRIAS COM BISAFLOR

Dedico esta história que vou contar hoje ao músico Nicodemos, que está aniversariando. A roda de histórias é, pois, em sua homenagem.

LING-LUN E A MÚSICA DOS PÁSSAROS MARAVILHOSOS

Em tempos muito, muito remotos, vivia numa floresta não muito afastada da corte do imperador Hong-Ti, na China, um sábio chamado Ling-Lun.
Ling-Lun, como todos os antigos sábios chineses, era um santo homem. Habitava numa choça de barro coberta de palha e alimentava-se apenas de frutas, mel silvestre e leite de corça. Assim purificava o corpo, que é o templo da alma. Seu espírito vivia em comunhão com a Divindade. Vestia uma túnica de linho branco e sandálias de cânhamo.
O sábio passava os dias meditando e orando, para que os bons espíritos estivessem sempre presentes em sua choça e em todo o país.
Ora, Hong-Ti, o imperador, era também muito sábio e só queria o bem de seus súditos. No império reinava paz e fartura. Não havia famintos nem doentes. Apesar disso, não se ouviam risadas, não se via um sorriso nos rosto dos chineses.
Hong-Ti sabia que Ling-Lun poderia ajudá-lo a servir aos deuses e assim trazer alegria e felicidade a seu povo. Enviou, então, emissários à choça do sábio, com tabuletas recobertas de cera, onde estavam escritas as ordens que o Filho do Céu enviava a Ling-Lun. Mandava-lhe, também, um tecido de cetim bordado, dentro de um cofre de ébano.
Recebendo a mensagem do Imperador, o sábio leu as inscrições das tabuletas. Diziam o seguinte:
“Amado Ling-Lun, digno de participar da eterna bem-aventurança. Hong-Ti, Filho do Céu, escreve esta mensagem para transmitir ao sábio Ling-Lun a vontade dos Deuses.
Os Gênios da Noite visitaram Hong-Ti e lhe trouxeram, num raio de lua, um sonho. Hong-Ti mandou bordar o sonho na seda, com as mais maravilhosas e divinas cores.
Hong-Ti ordena a Ling-Lun que decifre o sentido da mensagem dos gênios. Dela depende a nossa alegria e a de todos os chineses.
Que os bons espíritos estejam sempre com o sábio Ling-Lun.
Hong-Ti, Filho do Céu.”
Ling-Lun, depois de ler as ordens do Imperador, despachou os emissários e fechou-se na choça. Abriu o cofre de ébano, que continha o sonho de Hong-Ti, bordado na seda, e eis o que viu: o pássaro maravilhoso Fung e sua fêmea, Hoang, cujas penas refletiam as sete cores do arco-íris. Os pássaros tinham os bicos abertos, como se cantassem. Ling-Lun viu também, bordada na seda, sua própria imagem tendo na boca um instrumento de bambu. Em redor do sábio via-se o povo chinês com uma expressão de felicidade nos rostos e um sorriso nos lábios.
Então Ling-Lun se dirigiu ás colinas onde cresciam bambuzais. Cortou cinco pequenos tubos de bambu, de diferentes tamanhos, que uniu lado a lado, para determinar exatamente a altura dos sons; encheu de milhos os tubos e contou a quantidade de grãos que havia em cada um deles. Assim, calculou o comprimento que deviam ter, conforme o som que emitiram.
Sentou-se depois debaixo de um salgueiro, onde cantavam o pássaro maravilhoso Fung e sua fêmea Hoang, e com eles aprendeu as melodias e ritmos que encantam os ouvidos, pacificam a alma e elevam o espírito aos Deuses.
Partiu então para a corte e, no caminho, ensinava aos pastores como fazer o instrumento e tocá-lo.
Ao chegar ao palácio do Imperador, uma enorme multidão acompanhava o sábio Ling-Lun, para ouvir as melodias que ele aprendera com os pássaros maravilhosos. Ouvindo essas melodias, os corações dos chineses se encheram de alegria: a felicidade se manifestou nos sorrisos, que desde então nunca mais desapareceriam dos rostos dos súditos do Imperador Hong-Ti.
Hong-Ti, ao escutar a flauta de Ling-Lun, desceu do trono e se dirigiu ao encontro do sábio. Este se ajoelhou a seus pés, tocando o chão com a testa, em sinal de respeito. O Imperador ordenou a Ling-Lun que se erguesse, o que ele fez, oferecendo então, ao Filho do Céu, sua flauta.
- Ling-Lun, disse Hong-Ti, quero dar-te uma prova de meu reconhecimento. manifesta-me um desejo da tua alma e ele será satisfeito,
Foi esta a resposta de Ling-Lun:
- Grande Hong-Ti, há muito que Ling-Lun deixou de ter desejos, pois no Livro dos Deuses está escrito: “Mata o desejo e serás livre.” Mas tuas ordens são sagradas. Vou exprimir um desejo da minha alma. Deixa-me voltar à minha choça e serei feliz. Nas montanhas onde vivo o ar é puro, ouço cantar as fontes que correm dos rochedos, e o vento embala levemente as folhas do arvoredo. Vejo o sol levanta-se de seu leito de nuvens, pela madrugada; de dia, os pássaros maravilhosos Fung e Hoang vêm cantar suas canções diante de minha choça e, quando a lua enche de mistério o espaço estrelado, os Gênios da Noite trazem-me os sonhos celestiais. Filho do Céu, o único desejo da minha alma é voltar à minha choça.
- Vai – respondeu Hong-Ti -, e que os Deuses te sejam propícios. Tua missão já está cumprida, pois trouxeste aos chineses a única coisa que lhes faltava para serem felizes: a divina música transmitida pelos pássaros maravilhosos Fung e Hoang.

(Este conto foi narrado por Lavínia Abranches Viotti, no livro “ERA UMA VEZ: contos folclóricos de três continentes”, São Paulo, 1992.)

POEMA INACABADO- Rosa Guerrera


Molhei meu verso na tua lembrança

e ele me trouxe de repente o mel da tua boca...


Deixei um sonho nas tuas mãos

e ele se despedaçou nas correntezas de um rio profundo


Estendí minhas mãos para alcançar o infinito

e me ví acorrentada numa saudade sem forma .


Prisioneira fiquei desse sentimento sem limites

num labirinto de estrelas intocáveis...

Hoje meu verso nú se deita fragmentado em puerís recordações

Num poema que não chegou a ser concluído.

 por rosa guerrera 

EU VIVÍ OS ANOS 60- Por Rosa Guerrera





Considerada como a década que revolucionou o mundo , os anos 60 para quem o vivenciou é sempre uma grata recordação.




Além de representar uma verdadeira explosão na juventude da época em todos os aspectos, a grande vedete em 1962 foi a inovação na moda com o aparecimento e a introdução da mini saia ,seguida pouco depois pelo lançamento do unissex que por sua vez ganhou força total com os jeans e as camisas sem gola
Lembro que no Brasil a chamada jovem guarda acompanhava passo a passo essas transformações e a televisão fazia a juventude da época dar gritinhos de euforia quando Wanderléa aparecia de mini saia , e Roberto Carlos com vestes coloridas e cabelo na testa a maneira dos Beatles.
Foi também nos anos 60 que o movimento estudantil tomou das ruas do mundo , contestando a sociedade , seus ensinos, cultura ,sexo, moral e estética .
Veio depois a chamada revirada musical no Brasil tendo inicio o rítmo alucinante do ie ie ie , seguido pelo sucesso da bossa nova com plena aceitação internacional.
A conquista do bi campeonato de futebol do Brasil no Chile , a conquista da Palma de Ouro com o filme brasileiro O Pagador de Promessas em Cannes , as vitórias de Maria Ester Bueno no Tênis ,o surgimento do Tropicalismo , o rebolado frenético do Elvis Presley, o ídolo rebelde e ingênuo representado no cinema pelo James Dean, e o abandono dado pelas moças as saias rodadas de Dior , pelas calças compridas , tudo isso aconteceu nos anos 60, fazendo dessa década um período de verdadeiro impacto.
Muitos outros acontecimentos marcaram também os anos 60 !,




Enquanto se firmavam na música os Rolling Stones, os Beatles e centenas de outros conjuntos de rock, acontecia o assassinato do presidente dos EE UU Robert Kennedy na Califórnia , a morte de Martin Luther King , e finalmente a chegada do homem a lua no dia 20 de julho de 1969, tudo isso assinalando também a importante inauguração de Brasilia , realizada pelo então presidente Juscelino Kubitschek.




Enfim, os anos 60 representaram para o mundo extrema riqueza cultural e política . E duvido que, quem não tenha vivido essa época não possua como eu, muitos mais fatos importantes para enumerar .E todos eles , com aquela pontinha de saudade , e muito orgulho em dizer : EU VIVÍ OS ANOS 60 !

 por rosa guerrera

LADO A LADO ...- Por Rosa Guerrera



Ando lado a lado com a tua presença!
Não importa onde estejas...
(É curioso e estranho esse amor.)


Caminhamos numa caravana transitória
E somos nômades de nós mesmos.
Falo e muitas vezes não escutas.
Noutros momentos ouço tuas palavras e não as entendo...
E mesmo assim continuamos lado a lado...
No deserto, na chuva, no poema, na paixão
Até na solidão!


E desse modo terminamos sempre
depois de cada adeus,
com aquela vontade louca de nos encontrarmos de novo
em algum lugar que não foi marcado ..

Tem nada não
Se de vez em quando
No meio de tudo
Você se sentir assim meio,
transparente
A gente é assim mesmo:
Gente.

(Lupeu Lacerda)

Fins e recomeços- por socorro moreira



Tenho pensado mais do que vivido. Ao invés de encontrar o dia, eu apenas o espero com os olhos da paciência, e a impaciência dos sentidos.

Resolvi comprar um tênis, refazer lista de compras, e passar a borracha na metade das lembranças.

Estamos nos fins dos tempos. Uma expectativa de 30 anos de vida significa apenas alguns instantes. Depois será como no início... Uma inconsciência luminosa, dispersa no Universo.

Por que demorei tanto para compreender que morremos todos, todos os dias?

No emaranhado de pensamentos, de linhas que se cruzam, ou se acompanham... Pago contas e faço compras. Fico triste com as notícias, e busco a arte como alento...

- Essa coisa estranha que mistura vida prática com imaginação-

 A música toca dentro de mim, mas só tenho acesso às palavras... E com rasuras!

Madrugada-por socorro moreira

Fora do espaço, afloram alegrias

Sereno da noite, orvalhando a flor

Encontros iluminados, no espelho da casa.


Incertezas sustentam sonhos...

Tristeza  é  inconsciência

O pranto está nos cofres da alma,

e a arte nos átimos da noite.

- Prendam a madrugada!