por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 26 de março de 2011

Carlinhos Vergueiro






Carlos de Campos Vergueiro (São Paulo, 27 de março de 1952) é um cantor, compositor e produtor musical brasileiro.


Sempre acompanhei o trabalho de Carlinhos Vergueiros. Quando tive oportunidade vi suas apresentações no palco. Sou sua fã!
Uma das suas composições que consta na lista das minhas favoritas é "Teimosia".
Impossível conter a vontade de catá-la, divulgá-la. 
Outra, entre outras  é "Lição de Vida". Se puderem, apreciem !


Lições de Vida
Carlinhos Vergueiro
Composição : Carlinhos Vergueiro/Toquinho/J.Petrolino

Lá vem você, com lições de vida
Logo você, tão dividida
Um dia nega, um dia dá
De noite entrega
Depois de manhã vem cobrar

Se você fosse ao menos mulher
Como o poeta cansou de cantar
Se eu não soube te prender
Deixa eu poder te soltar

Que maravilha seria
Se um dia eu pudesse dizer
Se todos fossem iguais a você





Imagino que o Aloísio conheça e goste. A gente tem uns gostos musicais parecidos. 
E viva Carlinhos Vergueiro, nesta data querida!


O violão de Zivaldo Maia- Grande instrumental cearense !



As Mãos da Minha Avó- Colaboração de Geraldo Ananias




A minha avó que tinha mais de 90 anos, estava sentada num banco na varanda, e tinha um aspecto fraco. Ela não se mexia, estava apenas sentada a fixar seu olhar nas mãos. Quando me sentei ao pé dela, nem sequer se mexeu, não teve nenhuma reacção.Eu não a queria perturbar, mas ao fim de um certo tempo perguntei-lhe se estava bem.
Ela levantou a cabeça e sorriu para mim.
- Sim, eu estou bem, não te preocupes, respondeu ela com uma voz forte e clara.
- Eu não a queria incomodar, mas você estava aí com o olhar fixado nas suas mãos, e eu apenas pretendi saber se estava tudo bem consigo.
- Já alguma vez viste bem as tuas mãos? Perguntou-me ela.Quer dizer, vê-las como deve de ser?
Então eu olhei para as minhas mãos e fixei-as. Sem compreender bem o que ela queria dizer, respondi que não, nunca tinha olhado bem para as minhas mãos.

A minha avó sorriu para mim e contou-me o seguinte:

-Pára um bocadinho e pensa bem como as tuas mãos te têm servido desde a tua nascença. As minhas mãos cheias de rugas, secas e fracas, foram as ferramentas que eu utilizei para abraçar a vida.
Elas permitiram agarrar-me a qualquer coisa para evitar que eu caísse, antes que eu aprendesse a andar.
Elas levaram a comida à minha boca e vestiram-me. Quando era criança a minha mãe mostrou-me como uni-las para rezar.
Elas ataram as minhas botas e meus sapatos. Elas tocaram no meu marido e enxugaram as minhas lágrimas quando ele foi para a guerra.
Elas já estiveram sujas, cortadas, enrugadas e inchadas.
Elas não tiveram jeito nenhum quando tentei segurar o meu primeiro filho.
Decoradas com a aliança de casamento, elas mostraram ao mundo que eu amava alguém único e especial.
Elas escreveram cartas ao teu avô, e tremeram quando ele foi enterrado.
Elas seguraram os meus filhos, depois os meus netos.
Consolaram os vizinhos e também tremeram de raiva quando havia alguma
coisa que eu não compreendia.
Elas cobriram o meu rosto, pentearam os meus cabelos e lavaram o meu corpo.
Elas já estiveram pegajosas, húmidas, secas e com rugas.
Hoje, como nada funciona como dantes para mim, elas continuam a amparar-me e, eu ainda as uno para orar.
Estas mãos contêm a história da minha vida.
Mas, as mais importantes, é que serão estas mesmas mãos que um dia, Deus segurará para me levar com Ele para o seu Paraíso.
Com elas, Ele me colocará a Seu lado. E lá, eu poderei utilizá-las para tocar na face de Cristo.

Pensativo olhava para as minhas mãos.
Nunca mais as verei da mesma maneira.

Mais tarde Deus estendeu as Suas mãos e levou a minha avó para Ele.
Quando eu me machuco nas mãos, quando elas são sensíveis,
quando acarinho os meus filhos, ou a minha esposa, penso sempre na minha avó. Apesar da sua idade avançada, ainda teve inteligência suficiente para me fazer compreender o valor das minhas mãos!..


Obrigado DEUS, pelas minhas Mãos!..

Tradução e Adaptação de Faustino Rosário

Alma Boêmia- por socorro moreira

Zivaldo Maia
Busca nas ruas  respingos do dia.
Passos na calçada de gente criada
Passos no astral de gente imortal!

Vigia da madrugada, amante da noite
No cheiro de dama, jaz, embriagada!

Sons noturnos libertam esta alma
Um solar difuso prende a sua cara
Metade dos sonhos adormecem sem asas
A outra metade,nos sonhos se acha!

Alma invasora dos anjos perdidos
Alma azulada sem halo, nem faro
Carrega no bico o som de uma flauta
Busca no espaço sua lira amada!

Expressa em melodia esta madrugada
Até que o dia, lhe encha de graça!



O meu olhar...

Imagem/Internet
***
Coisa mais linda é a fé. Coisa mais bela é aquele que deixa o seu olho brilhar quando encontra o Divino. Coisa maravilhosa é ter convicção suficiente para atestar a sua crença. Felicidade maior é deixar fluir do peito, verdadeiramente, o maior dos sentimentos: o AMOR (mas com toda força e totalidade que a palavra impunha). Acredito em Deus nosso pai. Acredito em Jesus filho de Deus. Acredito em tudo que Ele nos deixou; na semente que plantou; na maravilha da natureza de onde podemos retirar tudo aquilo que necessitamos. Desde a água, ao alimento. Desde o remédio que sana uma dor física, à força energética da natureza. Acredito nesse universo infindo e enigmático. Acredito em Deus. Acredito sim! Pode não ser da mesma forma que muitos; pode não ser com a mesma linha de pensamento e com os mesmos hábitos religiosos. Mas acredito.
Não duvido da existência de Deus. Duvido das intimidações e imposições. Duvido das palavras ambíguas e conotações grosseiras. Duvido das palavras marcadas a ferro e fogo! Sim, eu duvido!
Buscar explicações ou entendimento é próprio do Ser Humano. Foi plantado no nosso Ser a arte de ver, ouvir e pensar. Somos únicos, não somos cópias. Somos
totalmente originais. Pensamos, sentimos e agimos livremente...
Aí está a Beleza da vida, e a Grandeza de Deus.

Mara
20/03/2011

Por Lupeu Lacerda




Meu amor e meu ódio se
encontram nos corredores
sempre mal iluminados da
minha cabeça posta a venda.
Tratam-se como velhos amigos,
depois,
como inimigos juramentados.
Marcam, a depender do dia,
uma cerveja no final da tarde ou
um duelo ao por do sol baiano.

por lupeu lacerda

Coloaboração de Elina Feitosa



Um novo livro de Flávio Morais - Emerson Monteiro

Quem estudar a literatura caririense encontrará um filão de autores dos mais variados matizes, bons e férteis, às vezes solitários e até desconhecidos, que, no entanto, circunscrevem profundas e inestimáveis criações da tradição culta e popular de nossa gente. São memorialistas, historiógrafos, contistas, novelistas, romancistas, poetas, jornalistas, cientistas sociais, juristas, a formar rico material de perpetuação da cultura deste pedaço surpreendente de chão, que agasalha civilização altiva e heróica em natureza aconchegante, a se expandir para o mundo inteiro. Acervo dos melhores, reúne herança da história social das gerações e supera os limites da perecividade.
Dentre esses nomes formadores das nossas letras alguns ganham destaque pelo conjunto da obra e pela qualidade do que publicam, tamanho do que contém na utilidade futura e no intento das suas publicações. E no meio dos tais profícuos e organizados homens da escrita caririense se acha José Flávio Bezerra Morais, ora a lançar mais uma de suas obras, para gáudio de todos os apreciadores beletristas.
Caririense provindo de Milagres, Ceará, nascido a 23 de julho de 1970, filho de Francisco Ivo Morais e Maria Socorro Bezerra Morais, Flávio marca a literatura regional com trabalhos de fina valia e denso fôlego. Jovem, porém autor de um vasto acervo, cujo conteúdo revela quatro nítidas vertentes de abordagens de gêneros e estilos.
Primeiro, aos inícios de sua produção literária, enfeixou, em dois saborosos livros, os contos que escutou na oralidade sertaneja do lugar onde viveu a infância, nos rincões do Cariri. “Histórias que ouvi contar”, de 1993, e “Histórias de exemplo e assombração”, de 1997. Dois belos trabalhos escritos com o zelo acadêmico de aluno do Curso de Letras da Universidade Regional do Cariri, eles foram editados com a modéstia de nossas gráficas da ocasião, e levados às bancas para apreciação de muitos, marcos imprescindíveis do gênero fantástico da nossa literatura, agora dignos de figurar em novas edições, uma vez esgotados nas livrarias e bancas.
A seguir, sob o mesmo prisma das histórias anteriores, elaborou “Sete contos de arrepiar”, um clássico deste gênero no Brasil, publicado através de importante casa editora, a Rocco, isto em 2006, já revelando outro dos quatro víeis considerados na sua obra, o de autor infanto-juvenil que ora se consolida com esta obra lançada. O livro ganhou maiores âmbitos, rendendo ao autor participar da 44th Bologna Children’s Book Fair 2007 (44.ª Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil, em Bolonha, Itália, no ano de 2007), consagração digna dos bons escritores mundiais.
Ao sabor das considerações de quantos aspectos dispõe o roteiro autoral de Flávio Morais, em 1989, editou “Milagres do Cariri”, uma abordagem telúrica dirigida à sua terra natal sob pontos de vista físicos, geopolíticos, antropológicos, etc.
Daí, seguiu um outro título, “Nas veredas do fantástico”, em 2002.
Graduado em Direito pela Universidade Regional do Cariri, Flávio Morais encetou os esforços da sua intelectualidade também às hostes jurídicas, galgando com sucesso o posto de juiz do Tribunal cearense, funções que abraça com os vigores da responsabilidade. No espaço das letras voltadas ao ministério do Direito, pois também exerce cátedra na Universidade do Cariri, em 2003, publicou “Dívidas: como preveni-las ou livrar-se delas”, sequenciado, em 2004, pelo “Compêndio de Prática de Processo Penal”, e, em 2008, pelo romance de cunho jurídico “A sombra do laço”, pesquisa histórica de um episódio da existência do Padre Ibiapina, figura emblemática da Igreja Católica no Nordeste brasileiro, e que também cumpriu o papel da advocacia aos tempos do século XIX.
Destarte, no ímpeto da arte literária, nosso autor revela acuidades e aceita com afeto o fazer da inspiração, legando-nos, agora, “Daniel Alecrim e o talismã de ébano”, produção estabelecida sobre o primor das anteriores, realimentando seu público jovem dos insumos do estilo correto, da imaginação penetrante e do talento raro, demonstrações do quanto revelam seus textos das duas primeiras edições ao crivo do inesperado, do fantástico, sem, no entanto, fugir à seriedade austera decantada nas histórias da infância, nem abrir concessões ao vulgar da pura fantasia comercial.
O território que Flávio Morais permeia no seu universo criativo alimenta de satisfação os leitores, porquanto os encaminha dentro de valores sóbrios e justos, ao fragor dos bons e pródigos narradores. Esta revelação, que consolida cada vez um pouco mais nos livros posteriores, enriquece nossas letras e agrega qualidade ao gênero infanto-juvenil da literatura brasileira, portanto.
Ao me convidar a esta pequena introdução talvez Flávio Morais nem imaginasse acertaria em cheio em um dos seus admiradores desde seus primeiros trabalhos, quando, antes mesmo de conhecer a pessoa do escritor, os localizara numa das bancas de jornais de Crato, trazendo-me de volta aos universos imaginários da minha infância interiorana e suas histórias de causar espanto, contadas nas varandas de noites escuras do Sertão. Depois, aficionado, acompanho de perto os passos generosos deste expoente das letras caririenses, amigo e pessoa humana digna do nosso apreço.

EPIMETEU PROMETEU NUNCA MAIS...

as
pessoas 
são como são
digitais
reveladas
no 
mapa mundi
da 
iris 
colorida
... 
prometeu
querer mudá-las?
nunca mais!
cada um
modela
o barro
magro ou gordo
de si mesmo

Ulisses Germano
Crato, 26311



O amor anda perto. Liduina Vilar.

O AMOR está ao seu lado
olhe em volta e...
Tome-o para si.

Emerson Monteiro, Feliz Aniversário!

 Carinho todo dos que fazem o blog "No Azul Sonhado"!

De Dr. José Newton Alves de Sousa para Dona Ruth Barreto de Sousa



Obrigado, Ruth


Obrigado, Ruth, pelo que você foi e pelo que você é.

Obrigado pelo espírito enérgico de seu pai

e pela suave compreensão de sua mãe.

Obrigado pelos frutos amados

que seu ventre gerou.

Obrigado pelos 55 anos de conjugalidade e entrega.

Obrigado pela irradiação de seus olhos,

que são ontens acesos.

Obrigado pelo jardim das rugas,

flores em sua face.

Obrigada pelas noites que amanhecem

em auroras que riem.

Obrigada pelos joelhos em terra

e pelas mãos que laboram.

Obrigado por tudo.


José Newton.

Salvador, 21.07.2008

Tennessee Williams






Tennessee Williams (pseudônimo de Thomas Lanier Williams; Columbus, 26 de março de 1911 — Nova Iorque, 25 de fevereiro de 1983) foi um dramaturgo estadunidense, ganhador de muitos prêmios.

Tua nudez - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Em 6 de maio, de 2002, buscava uma siderúrgica para fundir nossos metais:

Olhares de fresta espreitam a nudez,
Uma festa a embriagar os olhos,
Entre nádegas, umbigos e mamilos,
Até cair na sarjeta da fantasia realizada.

Cada curva, saliência ou entrada no relevo,
Eriçam meus pelos ao veludo da pele desnuda,
Sobre uma camada sem meias e sem peias,
Um horizonte que nunca chega à linha limítrofe.

E Deus surge para ofertar-me três pedidos:
Logo atendo e mergulho inteiro nos teus cabelos perfumados,
Por segundo e me eternizo na fricção do nosso corpo-a-corpo,
Terceiro minha língua te lambe como uma vaca ao bezerro.

Uma brisa balança doce o conteúdo do planeta,
A luz solar revela as partículas que fazem tua nueza,
As águas circulam entre gelo, líquido e vapor claro,
E na ponta da minha língua, entre eu e tu, faz-se sal.

Explosão de sabores sobre uma bacia de frutos coloridos,
Cascata de toques, apalpações, arranhadas, abraços fundidos,
Furacões perfumados de ferormônio, cruzando desejo, gozo infindo,
Mergulho profundo em ti, sucção absoluta em mim, somos ambos.

Tua pele branca, teu cabelo preto, meu corpo negro,
Textura dérmica que me diz: daqui a diante sou eu.
Mas tento, por uma brecha pequena que seja, avançar,
Penetrar além do limite que me separa de ti.

Não duvido que me satisfaça o espaço que sou,
Tão somente herdei o dilema do conquistador,
Que para conquistar seu espaço torna-se exato,
Mas, sempre além, se encontra a transpor a si próprio.

Quando, então, os anos se cansarem de mim,
E disserem-me: pare antes do que nunca serás,
Mesmo tendo sido, nem lembrança terás.
Meu olhar espreitou teu corpo e como tal ficou.

Luz apagada para ajudar a Terra-Por Rosemary Borges Xavier

Neste sábado, quem passar pelo Centro do Recife entre as 20h30 e 21h30, do dia de hoje: 26/03/2011, verá as luzes apagadas no prédio da prefeitura e na Ponte Duarte Coelho, que liga as Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes. É o que promete a Secretaria de Meio Ambiente, que aderiu à Hora do Planeta, campanha mundial para a conscientização das pessoas em favor do uso racional de energia elétrica.
A assessora técnica da secretaria, Ana Cláudia Lapa, enfatiza que o objetivo do ato não é economizar energia. “A ideia é levar as pessoas à reflexão. Queremos que o cidadão, ao ver as luzes apagadas, pense no que está fazendo contra o desperdício na sua casa ou no local de trabalho. Cada um deve pensar se está respeitando o meio ambiente e se tem contribuído para a preservação da natureza”, esclarece a engenheira. Esta será a segunda vez que a Prefeitura do Recife integrará a ação global.
O ato simbólico é promovido pela Fundação Mundial para a Vida Silvestre (WWF, na sigla em inglês). A ONG convoca governos, empresas e a população a refletirem sobre o aquecimento global. Em 2010, mais de um bilhão de pessoas, em 4.616 cidades de 128 países, participaram do movimento, apagando as luzes durante 60 minutos.
Em Gravatá, no Agreste do Estado, alunos da Escola Cônego Eugênio Vilanova não se limitarão a pedir aos pais para apagar as luzes no horário previsto. Eles também farão panfletagem hoje, no semáforo do Banco do Brasil. Os estudantes distribuirão panfletos informativos sobre a Hora do Planeta para incentivar os moradores da cidade a participar da ação.
No Brasil, dezenas de cidades vão aderir este ano, além do Recife. Entre elas estão Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Canela (RS), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Natal (RN), Osasco (SP), Ouro Preto (MG), Porto Alegre (RS), Ribeirão Preto (SP), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Santo André (SP), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) e Vitória (ES).
Segundo levantamento da WWF-Brasil, mais de 50 cidades já confirmaram participação. A capital do Rio de Janeiro será a cidade âncora do movimento, com evento aberto ao público nos Arcos da Lapa, sob o patrocínio do Banco do Brasil, da Coca-Cola Brasil e da TIM.
No mundo, mais de mil organizações, entre empresas, ONGs e escolas, também já aderiram. No mundo, as manifestações da Hora do Planeta começam na madrugada de sábado, na Oceania.

Publicado em 25.03.2011, no Jornal do Commercio.  No Blog : Ciência e Meio Ambiente, editora:Verônica Falcão.

POEMAS DE ISOPOR: O VÍCIO POÉTICO - por Ulisses Germano



O VÍCIO POÉTICO
PRELÚDIO

O egocentrismo da humanidade
E a  obsessão pela felicidade 
São um dos paradoxos da vanguarda 
da vida pós-moderna e após...
Se a poesia ainda não surtiu
O efeito e a dimensão desejada
É porque ainda continua sendo 
Lida por poucos seres vitais  


O VÍCIO POÉTICO
O SENTIDO

Em meu vício poético,
Escrever um poema
É jogar para o outro
O excesso das incompreendidas 
Questões de nossa existência,
Coisas indecifráveis para mim,
Mas que para o outro
Muitas vezes são tão claras!


O VÍCIO POÉTICO
O SENTIDO DO SENTIMENTO

A poesia não tem o mesmo
Critério da criteriosidade
Da Ciência e da Jurisprudência.
A poesia talvez seja a ferramenta
Mais eficiente de mentir
Sem se sentir mentiroso
De fingir sem se sentir hipócrita
Porque o verdadeiro poeta escreve
O que o coração sente
E a poesia jamais mente!

OUTRO(S)SIM

A poesia não busca a lógica,
Ela só se interessa pela compreensão
Da satisfação de compartilhar,
Porque a logística da lógica
Quase sempre embaça os sentimentos
Ah! E sentimento para um poeta
É como a voz para uma cantora
As cores para uma pintora
O corpo para uma bailarina
A boneca para uma menina
O tempero para um cozinheiro
O relógio para o relojoeiro
O filho para uma mãe!

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Numa gaveta qualquer da memória
Está escrito em letras garrafais:
"SILÊNCIO!
MEU VAZIO QUER DORMIR!

Ulisses Germano
Crato, num sábado qualquer

Dedicado a amiga e poetisa Socorro Morreira que na sinceridade das entranhas do seu versejar, expõe a feminilidade da dor e da alegria de ser o que é.